Antes Que Você Vá escrita por Isabela


Capítulo 24
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Genteeeeeeeeeeeee oooiiiiiiii que saudade de vocês! Aqui estou eu, de volta ao meu mundinho amado, postando antes da data prometida u.u hahahahahaha
Voltei com bastante vontade e inspiração para escrever, e espero do fundo do coração que vocês aproveitem e gostem do capítulo. Eu tentei dar 100% de mim nele, - tento dar em todos, claro, mas esse me esforcei especialmente! Estou com muitas ideias para fics novas, - já que esse capítulo está iniciando o fim da fic =( - e acho que vem coisa boa por aí (quero dizer, nas próximas histórias).
Espero que gostem - admito que falhei em alguns pontos do capítulo, mas é que não dá para todos terem muitas emoções e etc. Acho que o próximo vai ser mais extasiante. Acho, hahahaha
Aaaah, e quero agradecer IMENSAMENTE, INTENSAMENTE, LOUCAMENTE, cada review no capítulo anterior, cada novo favorito, cada leitora que acompanha desde o começo e está sempre passando para falar um oi e dar um opinião, e cada uma que acompanha desde o começo e não fala nada, e também aquela que começou a acompanhar agora, e aquela que resolveu dar sinal de vida... uma, duas, cinco, não importa o número, o que importa é que eu tenho vocês. Obrigada, suas lindas ♥ ♥
Boa leitura!



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Capítulo Vinte e Três

A discussão deu-se por encerrada sem que nenhum de nós falasse coisa alguma. Apenas com o beijo. Depois, simplesmente nos soltamos e Theo me entregou as flores. Era um presente diferente dos que eu ganhara de qualquer cara com quem já saí ou namorei. Meus namorados costumeiros não davam flores.

Mas isso não importava muito. Eu acho.

Meus pais desceram juntos e nos olharam como se esperassem ver as faíscas ainda brilhando. Theo simplesmente passou um braço por meus ombros como se esse fosse o sinal verde (eu imaginei algo mais como “eu vou conseguir domar sua fera. Confiem em mim”).

Eu ainda estava perturbada, claro, entretanto tentei não deixar que aquilo atingisse aquele momento. E, bem, meus pais realmente gostavam de Theo. Eles convidaram-no para jantar, ao invés de sairmos juntos – não consegui evitar o pensamento de que Theo não iria querer sair comigo vestida e arrumada daquela forma. Talvez eu estivesse sendo rude ou pessimista comigo mesma, mas a verdade é que eu conhecia Theo bem até demais. E sabia o que ele estava pensando.

Jantamos quase que como uma família normal. Obviamente, meus pais trataram Theo com extrema educação e paparicaram-no muito. Eu sabia que agora Theo podia ser como o filho que eles não tiveram – educado, fino, rico, de bons modos, responsável, estudioso… bem diferente de mim. Eu sabia que aquilo não daria certo porque estava na cara que eu mais pareceria como uma irmã caçula rebelde do que como a namorada… o que me faria abrir mão ou dos meus pais… ou de Theo.

Eu realmente estava sendo pessimista. Eu sempre pensei que pudesse quebrar regras, e, em último caso, mudá-las, então por que não com Theo? Por que eu não poderia quebrar as regras e apenas ser feliz com ele?

Tudo levava ao mesmo ponto que dizia que não ia dar certo. Theo não era como uma regra que a pessoa pode ignorar ou pagar uma multa por infringir. Theo também tinha sentimentos. E eu sabia que ele também me amava – ou amava uma versão de mim.

Mas, se ele amava uma versão de mim que na verdade não existia… e eu tentasse ser a verdadeira eu, a garota que eu era… e ele não me amava… então…

Então, bom, tudo acabaria.

Não conseguir controlar meus pensamentos no meio de um jantar e chegar a uma conclusão dolorosa como aquela me fez querer sair correndo escadas acima e chorar. Se Theo não me amava como eu era, ele não iria ficar comigo. Ele não iria ficar comigo.

Mas eu o amava.

E as pessoas ainda têm coragem de dizer por aí que o amor é uma coisa legal. Ah, ok. Legal mesmo. Super legal. Algo que machuca, fere, sangra, nos coloca em encruzilhadas e impasses e exige absolutamente tudo de você realmente deve mesmo ser algo muito saudável e bom.

Amor.

Minha coluna se arrepiou um pouco com isso. Era estranho ainda. Era abominável, até.

E finalmente, Theo foi embora. Eu tenho a impressão de que devo ter respondido tudo o que me falavam de maneira mecânica, devo ter comido sem sentir o gosto do que comia, posso até mesmo tê-lo beijado em despedida sem ter sentido sua textura e calor.

Eu precisava ficar sozinha, sem dúvidas.

E finalmente o fiz, depois de meus pais fazerem o breve comentário de como Theo era adorável e como eles estavam encantados, e eu não ter força nem sequer para dar uma boa resposta – algo como “ah, vocês gostaram dele agora?”.

Em lugar disso, apenas dei de ombros e fui para o meu quarto. Havia uma mensagem de Victoria no computador (ao qual me conectei sorrateiramente). Ela queria falar comigo. Ela implorava, na verdade, para que eu fosse até sua casa quando estivesse livre. Provavelmente deve ter imaginado que eu acabaria acessando o computador em algum momento em minha prisão – mal ela sabia que meu contato era bem mais eficiente.

No fim das contas, percebi que Luiza era uma amiga melhor do que eu merecia, mas não deixei de pensar em como seria voltar completamente para a minha vida. Victoria, Lena… a velha escola e todos os outros colegas. A pista de skate… foi fácil imaginar-me namorando Arthur e poder fazer o que eu quisesse ao lado da pessoa que eu mais gostava no mundo, e curtir com ele os momentos que eu apreciava.

Mas a pessoa que eu mais gostava no mundo… odiava as coisas que eu amava.

E ainda havia as palavras de Lena. Elas estavam enterradas na minha mente, mas suas sombras rodopiavam às vezes. Alguém estava escondendo algo de mim. Eu estava sendo enganada mesmo? Ou ela estava blefando só para me deixar mais nervosa?

Dei de ombros. Lena era uma idiota. Claro que não havia nada por trás disso.

Mas talvez houvesse uma conexão… uma conexão que eu não estava encontrando.

– Não –, eu disse em voz alta, sacudindo a cabeça. ­– Idiota é você, Mianah. Isso é ridículo.

Continuei passeando pelas redes sociais e no momento em que estava quase me desligando, chegou uma mensagem de Luiza.

Mianah,

A agente interessada em você não para de me enviar e-mails. Eu passei seu endereço e-mail para ela agora. Acho que você precisa falar com ela, quero dizer… acho que seria legal. Espero que não se importe. Como andam as coisas por aí? Estou pensando em fazer uma visitinha, logo, logo, dependendo do clima aí na sua casa. Espero que não esteja com problemas.

Até mais. Cuide-se… e não adianta te desejar juízo, porque isso não entra em você hahahaha.

Beijos, Luiza.

No mesmo momento em que eu começava a responder o e-mail de Luiza, um novo, cujo remetente era Gloria Andrade, apareceu na tela.

Boa noite, Mianah

Gostaria de me apresentar para você. Conheci seu trabalho através de uma página numa rede social. A dona era sua amiga Luiza. Estou muitíssimo interessada em conhecer suas ideias e projetos, aparentemente você tem muito talento e eu gostaria de te apresentar uma proposta de emprego… não podemos deixar escapar os melhores, se é que você me entende.

Espero seu breve contato.

Cordialmente, Gloria Andrade,

Coordenadora Geral da Escola de Belas Artes de Roma

Assobiei baixinho. Aquele título parecia ter grande peso. E Gloria parecia seriamente interessada nas minhas pinturas.

Mas, sejamos francos, eram pichações. Infringiam leis. Por elas, já parei na cadeira dezenas de vezes. Não era uma coisa “legalzinha”. Eu amava aquilo, entretanto… será que era boa de verdade?

Tentei não me empolgar com a ideia. Roma… era bem longe. Talvez eu não fosse para lá.

Mas e se fosse? Talvez isso fosse o que Theo gostaria. Eu. Na Escola de Belas Artes de Roma. Talvez ele me apoiasse. Ou não…

Aquele pensamento me abriu um milhão de novas ideias e projetos, o que me surpreendeu, porque eu não era uma sonhadora. Mas aquilo me dava muitas possibilidades com Theo. E ao mesmo tempo com Arthur.

O que isso queria dizer?

Fui dormir me controlando. Eu ainda não tinha respondido o e-mail de Gloria. Mas não ia esperar muito mais. Eu precisava pensar um pouco, mas não excessivamente.

Seria fácil fazer as malas e partir? Eu estaria deixando algum tipo de lacuna para trás? E se não fosse bem o que eu estava pensando? E se eu odiasse tudo depois?

E se, e se, e se.

Eu estava pronta para abrir mão do que precisasse, se a oportunidade fosse realmente boa? E, se fosse boa, era tão boa a ponto de ser irrecusável?

Eu tinha mais algumas questões diante de mim.

Eu amava Theo.

E talvez o meu mundo finalmente estivesse se estendendo à minha frente.

Por outro lado, talvez Theo não amasse quem eu realmente era – ele só não tinha percebido isso ainda. Talvez ele não estivesse disposto a amar, e talvez ele se cansasse de esperar.

E havia Arthur. E uma vida. Por mais que eu reclamasse dela, era a única coisa que eu conhecia.

Eu não estava com medo de escolher. E com muitas ou poucas opções, seria necessário escolher.

Não, não escolher. “Render-me” era um termo mais correto. Eu só precisava me render. Isso era difícil para mim, mas era aí que estava a chave de tudo.

E se eu fosse dura demais para me render?


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Espero que tenham gostado, pelo menos um pouquinho! Perdoem qualquer erro de ortografia (é que estou com um pouco de sono então talvez possa ter deixado algo passar, mas ME AVISEM se virem algum erro, por favor!).
Sem querer mendigar reviews, e já mendigando, como sempre, hahahaha mas deixem um agradinho para mim logo aí embaixo! Vou ficar muito feliz de ler elogios, críticas - desde que sejam educadas -, responder perguntas e tudo o mais... e MPs, minha caixa de entrada está aí! kkkkk
E é isso, por enquanto. Acho que posto logo - ou pelo menos assim que recuperar toda a matéria da escola hahahaha obrigada a todos vocês, de coração ♥ até o próximo