Ele E Ela escrita por Letícia Barbosa
Bom, as coisas estavam indo rápido demais, numa hora minha irmã tem uma crize psicológica e tenta se matar, e na outra eu chego bêbado em casa.
O que aconteceu foi que, eu só estava bebêndo, e comecei a exagerar, eu queria afogar minhas mágoas, e tudo estava bem, o resto é um borrão; lembro de um cara que falou alguma coisa para mim, e lembro que eu o soquei, depois de estar numa banheira. Só.
Eu me desculpei com meus pais, que não esqueceram tão fácil e ficaram pegando no meu pé durante 3 meses. Eu conversei com ela, francamente.
"Desculpe-me por tudo isso, a culpa é minha, eu deveria ter ficado aqui e ter lhe dado apoio" Eu disse a ela.
"Eu também te devo desculpas, eu tentei me matar e..." Sua voz falhou e ela chegou a rir com tristeza no olhar.
"Eu queria assumir tudo, e viver isso; e ainda quero, mas e se essa euforia toda passar?” Continuou.
"Nós nos gostamos e isso não é um fato, mas a nossa relação de irmãos nunca mais será a mesma, se pararmos aqui acho que algo ainda pode ser salvo" Retruquei e concordei, pois o que ela falava era verdade.
"Passamos muitos messes de briga, segredos, e agora tudo isso. Eu estou mal, e não tenho controle perante minhas crises. Vamos nos afastar e nos acalmar por um mês; depois com a cabeça fria, decidimos o que fazer" Ela falou e foi se levantando devagar.
"Eu... eu não sei, mas é o melhor a se fazer" Assenti, tive impulso de ajuda-la a sair do quarto, mas ela renegou minha ajuda, como sempre independente, tentando ser forte; a deixei ir.
Mas ela parou na porta, e me disse algo que me deixou mudo e imóvel.
"Sabe, eu... eu não sei se você já pensou nisso... mas caso... caso a gente se casasse e tudo desse certo, nós não poderíamos ter filhos" Ela disse isso parada em frente à porta no quarto. A minha expressão se transformou numa incógnita.
"Nós não poderíamos ter filhos por causa da compatibilidade do nosso sangue, ele nasceria com algum problema físico... e nós sofreríamos junto com ele... claro que... existe uma possibilidade de ele não nasce com deficiência, mas... eu não conseguiria perdoar a mim mesma, por fazer minha criança sofrer, por causa de um impulso adolescente com você. Além disso, a nossa familia nos olharia com raiva, nos culpando pela condição da criança”
Ela saiu do quarto, e eu fiquei imóvel.
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