Chegou a ser engraçado ver aquele monte de pessoas preocupadas comigo, meus amigos foram os primeiros a irem embora. E claro, meus pais não saíram de perto de mim um segundo, a única coisa que eu falei para eles foi que eu tive uma nova crise, e que eu explicaria o motivo mais tarde.

Eles não estavam conformados, queriam saber o que aconteceu; comecei a ficar temerosa e procurei os olhos dele, mas foi ai eu lembrei que a minha amiga cujo namorado ajudou meu irmão, me alertou mais cedo que ele e seu namorado tinham saído.

Minha mãe foi muito insistente em relação aos remédios, disse que eu precisava voltar a toma-los; eu não queria de começo, mas vi que era o melhor, então aceitei.

Minha mãe foi na farmácia, meu pai foi ver TV, e eu aproveitei o tempo sozinha e fui dormir, eram mais ou menos umas 6h da noite. Custei a pegar no sono, mas finalmente não sei de que horas consegui dormir.

Até que horas depois eu ouvi um barulho, era o ronco de um motor, ouvi vozes, e as reconheci. Uma delas estava alterada.

Eu pulei da cama assim como meus pais quando escutamos o barulho da porta se abrir.

Ele estava com as roupas rasgadas, rindo alto, com a boca escorrendo sangue, e um hálito forte de bebida misturada. Principalmente tequila. Ele estava bêbado demais para andar direito, então seu amigo o estava ajudando, e por incrível que pareça dos dois idiotas que aparecem à porta, meu irmão era o único bêbado.

Ele se desvencilhou do amigo e veio cambaleando até mim, aquela visão foi deplorável, ele se apoiou em meus ombros e disse que me amava, com o sangue escorrendo na boca. Nojo.

Não pude conter a raiva e o empurrei para longe de mim. Não era justo, ele tinha de ser meu ponto forte, nós iriamos resolver tudo, assumir tudo, mas não, ele tinha de aprontar essa; tudo bem que ele precisasse esfria a cabeça, mas não daquele jeito. Eu o olhava com repreensão.

“O QUE? Ta me olhando assim POR QUÊ? Você pode tentar se matar e eu não posso chegar bêbado?"

Meus pais tentavam acalma-lo sem sucesso; eu agradeci ao seu amigo e o mandei embora, fechei a porta; mas quando me virei minha mãe estava com uma cara perplexa, e meu pai olhando para o chão.

Segui o olhar dele, e vi que meu irmão estava no chão, com um novo machucado, um olho roxo.

"Ele não ia ficar quieto, então eu dei uma ajuda" Disse meu pai, que estava furioso, e foi para a cozinha pegar gelo.

Eu e minha mãe levamos meu irmão para o banheiro, o colocamos na banheira, e ligamos o chuveiro. A água fria o fez despertar.

"Meu amor você tem que sair daqui, tem que repousar, você acabou de passar por um choque e agora isso, seu irmão inventa de fazer uma safadeza dessas" Minha mãe falou isso enquanto tirava a blusa do meu irmão, e tentava limpar seus ferimentos, meu pai chegou com gelo e eu simplesmente não aguentei ver aquilo e fui pra cama.

Tentei dormir, mas não consegui.