O Improvável Não É Impossível escrita por Mrs Lelê


Capítulo 25
A batalha - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Oi people!
Este feriado realmente chegou em boa hora. Graças a ele passei o dia inteiro escrevendo! E digitei 2 capítulos novos! O parte 1 e o parte 2.
Espero que gostem (principalmente do segundo) hahahaha (opa spoiler)
Aqui está o primeiro:



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/301320/chapter/25

Não houve um toque de trompete para avisar o avanço. O sistema de bandeiras se mostrou muito eficaz e silencioso, que era o mais importante.

Os arqueiros em suas posições deram um passo a frente e pegaram uma flecha da aljava, como se fossem um só, com uma sincronização perfeita. Foram colocados homens intercalados entre os arqueiros, que acenderam as flechas já cobertas de piche na noite anterior. O material rapidamente ficou incandescente e as chamas saltaram. A cena da ponte que incendiaram na guerra contra Morgarath invadiu as mentes de Horace e Will, mas as lembranças rapidamente, este não era nem o momento nem o lugar adequado para isso. Com um grito de comando de Kyle, (que conseguira convencê-los a deixá-lo comandar os arqueiros) todos puxaram colocaram as flechas e levantaram os arcos a 50° e com outro grito soltaram as cordas. 

***

Droga! Eu não devia ter aceitado jogar aquele maldito jogo que o Sam aprendeu roubando as cartas de um navio do oriente. Principalmente porque meus bolsos estavam ficando vazios.

Era hora de fazer as apostas. Peguei as últimas 5 solitárias moedas e as empilhei em cima da carta que havia recebido. Era tudo ou nada.

Fred por sua vez, parecia ter dado sorte, tirou uma bolsa de couro que tintilava ao ser sacudida, e caiu com barulho no chão, por causa do peso do ouro. Sem dúvida era uma aposta grande. Que carta será que ele tinha? Olhei atentamente o pedaço de madeira virado para baixo, que escondia a minha vitória ou derrota. Até que tomei uma decisão. Eu realmente precisava recuperar meu dinheiro, e aquela bolsa que Fred havia apostado iria ajudar muito. Se aprendi alguma coisa em todos estes anos de vida foi que: se dá para jogar, dá para trapacear. E era isso que eu rira fazer.

Cada jogador recebeu mais uma carta, distribuída pelo Paul, que havia recebido este papel nesta rodada, exceto John, que parecia ter se contentado com sua primeira carta.

Cada um levantou uma borda da carta, para verificar o que havia ganhado.

Teria praguejado se não tivesse vindo preparado. 3 de paus é uma porcaria! Mas na noite anterior havia roubado um As de ouros. Com toda a minha habilidade, eu escorreguei o 3 ao meso tempo que recolocava o as. Daqui a alguns minutos aquele bolsa de dinheiro seria minha.

Até que um som interrompe o jogo. A caneca de madeira de Sam havia caído e derramado o preciso líquido no chão. Levantei a cabeça para olhar Sam, me desconcentrando um pouco da tarefa de trocar as cartas, mas Sam era Sam. Ele não iria desperdiçar cerveja nem que estivesse totalmente bêbado. Me surpreendi ao ver que ele apontava para mim. Por um momento pensei que ele me havia visto trapacear, mas logo notei que todos se viraram para ver por sobre meu ombro, e olhei para traz também, tentando disfarçar ao máximo a expressão de susto que havia tido faz alguns segundos. Se descobrissem o que eu havia feito eu estava morto.

E então eu vi o que ele apontara. Vários pontinhos vermelhos vagamente visíveis se distinguiam num padrão por sobre a escuridão.

–O que vocês estão fazendo aqui parados?! –gritou um homem que acabara de chegar correndo. –vão nos atacar!

Então tudo começou a fazer sentido. Fogo = ataque = perigo = avisar alguém.

–Ah meu deus! –exclamou Fred enquanto se levantava e tentava seguir o outro homem, que agora já corria em direção as barracas aos berros tentando acordar todo mundo.

Os outros fizeram o mesmo. Até que sobrei só eu.

Me levantei pronto para segui-los também, mas pelo canto do olho percebi que alguma coisa refletiu a luz da lua. As moedas! Todos haviam se esquecido deles na correria. Mas eu não seria tão burro a ponto disso. Enfiei todas na bolsa de couro que Fred, assim como os outros esquecera.

Cambaleei na hora de levantar, provavelmente pela pressa de fugir, caí de frente á escuridão e aos pontinhos vermelhos.

Os pontinhos começaram a ficar incrivelmente maiores der repente e ouvi o som de ar em movimento. Uma das flechas estava ficando cada vez maior, cada vez maior, até que sumiu. Peculiarmente tudo sumiu.

***

–O que???!!! –exclamou Salter irritadíssimo quando um homem lhe veio dizer que estavam sendo atacados. E como para confirmar isso uma flecha acessa atravessou o teto da barraca de lona e ela começou a pegar fogo. Assim como a raiva de Salter.

Prontamente saiu e olhou em volta. Um caos. Pessoas correndo e gritando sem rumo. Tentando encontrar um abrigo da chuva de flechas que continuava a cair. Deveria ser a quarta saraivada que o inimigo já lhes havia lançado.

O comandante socou o nariz do homem à sua frente com toda a força. Precisava descarregar essa raiva que crescia mais e mais dentro de si para poder se concentrar num contra ataque. Mas por enquanto, ele ainda estava concentrado em descarregar a raiva.

–Como deixou isto acontecer??!! Onde estavam os homens do turno??!!

–Me desculpe senhor Salter, eu... – antes mesmo de se dar conta do que estava fazendo e de deixar o homem terminar de falar,  desembainhou a espada e cortou sua cabeça, que rolou alguns metros no chão.

–Rápido!!! Organizem seus homens!! Partam para o contra ataque!! –disse. Uma nova saraivada irrompeu pela escuridão da noite, iluminado o céu. Uma das flechas ficou encravada no solo a apenas dois metros de Salter.

–Malditas flechas!

“Flechas”, a palavra se repetiu em sua cabeça e novamente uma fúria ganhou mais espaço, onde achou que já não coubesse nada.

–Aqueles arqueiros!!! –gritou em quanto chutava longe a cabeça do homem que tinha acabado de decapitar, e que, pelo grito assustado vindo de onde tinha caído, acabara de atingir alguém.

–Vamos! Não há tempo a perder! –ordenou aos comandantes. Depois disso verificou se suas adagas escondidas estavam em seus devidos lugares. E uma rápida checagem lhe informou que sim. Ia precisar delas.

Os barulhos e as gritarias haviam diminuído um pouco. Depois da sexta saraivada, os arqueiros deviam estar satisfeitos, pois as flechas também pararam.

Com uma pequena satisfação notou que as pessoas já estavam devidamente armadas e se posicionando para lutar.

Era melhor assim! Pelo menos não iriam ter que se dar ao trabalho de sair e atacar eles. Aqueles idiotas já fizeram isso, agora só faltava tirá-los do caminho.

Mas o inimigo também estava preparado. Segundos depois Salter percebeu o porquê de eles terem parado de atirar. Brilhos da armadura refletindo a luz da lua apareciam e desapareciam. Eles também tinham um exército! “Droga!”, praguejou.  “Mas agora só resta partir para a batalha, não importa como, mas temos que ganhar”

–Avancem! –gritou. E lentamente as tropas começaram a avançar. Mas o inimigo também.

Pelos seus cálculos, o numero estava bastante equilibrado entre um e outro, mas quando se lidava com aqueles malditos arqueiros, nunca se sabe o que eles escondiam.

Mas enfim as duas tropas se encontraram. Abriu um sorriso. A brutalidade começou. Barulho de metal contra metal, gritos de dor a todo instante, sangue jorrando pelos ares, isso era a guerra.

Sorriu novamente. Os arqueiros agora se tornaram inúteis. Se atirassem, matariam o inimigo, mas também ao próprio exército.

Uma flecha se encravou no peito de um homem a uns duzentos metros de distância de Salter. E espantado se virou. E então a alguma distância, ele encontrou uma sombra, quase invisível na penumbra, mas o arco era bem visível, assim como suas capas.

–Arqueiros!! Sobre uma montanha sempre fugindo da verdadeira batalha!!!

Até que um grito mais forte do que os outros o fez voltar com a cabeça na guerra. E ao observar se espantou. Suas tropas estavam caindo! Não! Precisava fazer alguma coisa que abalasse a organização! Até que uma idéia lhe ocorreu.

–Acho que eu e o velho Bob vamos nos reencontrar uma última vez. –disse enquanto passava a mão pelo cabo de uma das adagas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Tãn tãn tãn tãããããn! E aí? O que vcs acham que vai acontecer com o Bob????
Beijos MEUS lindos!