Lycanthrope escrita por Kyoto, tomm


Capítulo 6
5. Uma semana


Notas iniciais do capítulo

Explicações, não à parte.



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 Tomas acordou lentamente. Estava em seu quarto emprestado na casa de Nehemiah. Passou a mão no rosto adormecido, andando parcamente até o banheiro na porta seguinte. Apenas depois de entrar e se olhar no grande espelho, notou que estava nu. Parecia que se tornaria algo normal, acordar sem roupa, nesse lugar. Entrou no chuveiro se lavou e saiu, pegando uma toalha de um armário. Voltou ao quarto, abrindo o guarda-roupa e descobrindo o mesmo cheio de roupas escuras, em tons que iam desde o marrom até o preto. Colocou uma calça de couro larga, uma camisa leve de tecido fino e sandálias.

 Desceu, encontrando a casa ainda vazia. Nehemiah estava demorando a voltar, não que isso fosse da conta dele. Continuou com o mesmo ritual de sempre. Abriu as cortinas na sala onde estava a televisão e os sofás e deixou a luz forte do meio dia entrar. Na cozinha fez o mesmo, nas janelas menores acima da pia. Comeu normalmente, e parou para pensar. Havia algo de estranho. Foi quando lembrou da última noite de que tinha memórias. Sentiu as pernas moles e seu estômago se contraindo com as lembranças súbitas.

 Largou a comida no prato e saiu correndo pela porta da frente, indo na direção da casa de Kristopher, chamando a atenção dos transuentes, ainda não acostumados com o rosto novo. Entrou fazendo estardalhaço, escancarando a porta, que bateu na na parede deixando cair alguma coisa. Sem se importar, ele avança em todos os cômodos da casa, sem achar o homem. Naquela noite... O golpe fora tão forte?! Kristopher morrera?! 

  Ao sair pela porta, porém, sentiu o corpo quente de outra pessoa de encontro ao seu. O choque foi forte, ambos foram arremessados ao chão, sem equilíbrio. Levantou afagando a têmpora com a mão, se apoiando. A pessoa no outro lado fazia o mesmo, ajoelhada.

- Argh... De onde veio isso? - Disse o garoto. Sua voz era jovial e debochada.

- Desculpe... Não te vi entrando. - Disse Tomas ao terminar de se levantar.

- Tudo bem... Tomas, certo? Acho que você não vai me reconhecer, mas...

- Você estava lá ontem. - Disse, de súbito. - Você estava lá quando...!

- Errm... Sim, eu estava. Meu nome é Jeremy... Eu devia estar te vigiando na casa de Nehemiah. Você deve ter acordado enquanto eu saia para chamar um amigo para me fazer companhia. Não foi difícil de te achar, não são muitas pessoas que ficam correndo e gritando o nome de Kristopher por aqui, sabia?

- Kristopher! - Sem pensar, ele sai correndo de novo, mas desta vez uma mão se fecha em seu antebraço, parando-o com força.

- Calma calma! Eu tava te esperando acordar pra gente conversar, novato! - Ele disse, abrindo um sorriso. - Quer dizer, não eu exatamente. A gente vai conversar melhor na casa de Arilla.

- Mas...

- Fica tranquilo, Kristopher vai estar lá.

 Parou de respirar por algum segundo, pensando no papel de idiota que provavelmente fizera ao correr pela vila como louco. Andaram mais calmamente até a casa de Arilla, branca e limpa, com várias plantas sendo cultivadas em sua volta. Uma placa identificava o morador da casa. Ao entrarem, Tomas identificou a mulher, em suas medidas avantajadas e feições bondosas, Kristopher sentado no sofá coberto de ataduras no peito e mais um garoto que acompanhava a idade dele e de Jeremy, que ele reconheceu também da noite anterior. Tinha os cabelos claros e lisos, não muito compridos, ordenados ao acaso. Tanto ele como Jeremy vestiam apenas calças negras, que deixavam seu peitoral definido a mostra. O que o surpreendeu foi Nehemiah, sentado na poltrona, olhando para ele com um sorriso grande nos lábios, por baixo da barba espessa.

- Então... Você deve lembrar de Tobby, ele estava lá ontem. - Disse Jeremy, entusiasmado.

- Thimoty. Thimoty Briant. - Disse o outro, acenando.

 Envergonhado, ele apenas responde com um movimento de cabeça e se encosta na parede. Ao notar o constrangimento, o velho começa a falar alto.

- Parece que você nos preocupou ontem não, filho? - Ele disse, abrindo um sorriso.

- Hmpf. Não que você saiba muito sobre isso. - Atravessa Kristopher rispidamente.

- Não me interrompa, garoto. Eu vim falar o por que de minha ausência também. Afinal, Tomas tem direito de saber, uma vez que tem tudo a ver com ele. Mas primeiro, Jeremy e Thimoty vão nos contar mais ou menos o que aconteceu. 

- Bem... - Começou Thimoty, com a voz grave, provavelmente por causa da presença do chefe da vila entre eles. - A perseguição foi meio normal. Nós o encurralamos na casa dele na primeira vez, não tínhamos certeza do que havia levado você até lá. Eu imagino que fossem memórias que começavam a vir em sua consciência. Eu imagino que o treinamento com Kris estivesse dando certo até certo ponto, ele apenas o soltou na hora errada.

- Depois que você fugiu, nós tivemos que ir atrás, uma vez que o estardalhaço acordara vizinhos, que chamaram a polícia. Nós começamos a te seguir até uma casa grande, de uma garota. Você estava atrás dela. Por sorte, chegamos a tempo de impedir que você a alcançasse, e conseguimos te deter até que você controlou a transformação de alguma forma. Depois foi meio inexplicável, você caiu desmaiado. - Jeremy terminou, falando mais para Tomas que para as outras pessoas da sala.

- Eu... De alguma forma, eu lembro disso tudo. Desculpem. - Disse Tomas, de cabeça baixa.

- Ora garoto! - Interrompeu Nehemiah. - Esse é um risco que todos estamos prontos a correr. Ser um Garou implica em colocar sua vida em risco pelo bem do bando. Te controlar era excencial de uma forma ou de outra.

- Realmente. Pare de se achar demais, você não chegou a ser tão forte a ponto de matar alguém. - Disse Kristopher, com um ar cansado. - No final, não vou ter nem cicatrizes.

 Tomas se encolheu, mas não pôde deixar de se sentir feliz, no final, estava cercado de segurança.

- Mas o que nos deixou tranquilos foi o fato de você ter controlado de vez a transformação, pelo menos aparentemente. - Disse Arilla, cantarolante.

- Como...? Se isso tudo aconteceu ontem, nada garante que eu não vá me transformar hoje a noite de novo. No fim, o esforço de vocês não adiantou nada.

- Tomas... Você está dormindo há três dias. - Completou Nehemiah com um sorriso. - Nada garante que agora que está consciente não vá se transformar de novo, mas não houve sinal de metamorfose nas últimas noites, você apenas dormiu. Eu acredito que você tenha conseguido se controlar, como se tivesse concluído o treinamento sem a ajuda das correntes. Hoje nós teremos certeza disso. Porém, agora é a vez de Kristopher falar.

 Kristopher grunhiu, tirou as mãos cruzadas da frente da boca e fechou o punho no braço do sofá.

- Minha missão naquela noite era impedir um ataque de Hemfils na cidade. Nós soubemos que um grupo deles tinha chego a alguns dias, mas pareciam estar só de passagem. Eu estava no turno de vigia nessa noite, estava seguindo-os de longe pelo faro. Quando vi que eles iam a direção da cidade, tive que agir. Eles me notaram perto da fronteira da floresta, estavam em cinco, dois deles pararam para me deter, os outros três continuaram. Tive um pouco de trabalho, mas no final, os dois que me atacaram fugiram, provavelmente me atraindo para longe. Eu continuei seguindo o cheiro dos três que continuaram, até a casa das vítimas. Quando entrei, era tarde. Apenas um deles havia ficado para trás, ele tentava carregar um garoto. Eu o enfrentei e ele fugiu, o garoto ficou comigo. Quando entrei na casa, senti o cheiro de sangue de humanos. Os pais do garoto haviam sido mordidos, e estavam iniciando a transformação. Eu os matei rapidamente, como você havia me pedido.

- Você o que?! - Gritou Tomas, quase em um rugido. Ao mesmo tempo em que dava um passo duro para frente. Sentiu um calor invadir seu corpo, enquanto seu estômago se estabilizava do susto.

- Eu os matei. Você faria o que? - Disse o homem, ríspido.

- Não faço idéia. Mas sei o que vou fazer agora. - Atravessou a sala na direção de Kristopher, ignorando os braços que tentaram fazer com que parasse. Lágrimas brotaram no canto de seus olhos, enquanto ele agarrou o homem pelas faixas que cobriam seu peito. - Você... Como pôde?! Eles não tiveram culpa de nada!! - Ele ergueu o punho fechado, ameaçador. Seus olhos brilhavam dourados e ameaçadores.

- Seria muito melhor, não é? Você mesmo morrer para eles. - Respondeu o outro, rispidamente. Atrás de ambos, alguém tentou falar alguma coisa, calado por um olhar feroz de Nehemiah. - Seria muito melhor vê-los se tranformando em Hemfils.

- Graças a você, eu não tive tempo de saber o que seria melhor! 

 A raiva cresceu em seu corpo. Sentiu o suor descendo pelas têmporas. Lentamente, as tiras de gaze caíram no sofá, rasgadas pelo aperto sobre-humano do garoto. Ele desceu o punho sobre o braço de Kristopher, que estava ainda segurando o braço da poltrona, e a madeira dentro deste se esmigalhou dentro do tecido. O braço do homem fez um barulho estranho, que todos na sala responderam engolindo em seco. Kristopher devolveu o olhar feroz, sem esboçar reação de dor.

 Lentamente, duro como pedra, Tomas saiu da casa, com o olhar injetado. Apenas quando bateu a porta atrás de si alguém se movimentou, Arilla correu na direção de Kristopher para verificar seu braço quebrado.

 

 Tomas parou do lado de fora, iluminado pelo Sol pálido. Aquela estava sendo uma semana atípicamente ensolarada nos arredores da pequena cidade canadense. O clima sempre fora nublado e chuvoso, então o Sol dos últimos dias naquela região não fazia nenhum sentido. Algumas pessoas sorriram para ele, mas não teve a menor vontade sequer de notá-las. Sua boca se fechava com tanta força que podia sentir seus dentes rangendo. Quando ouviu a porta atrás de si abrindo, se virou, violento, esperando encontrar Kristopher encolerizado, pronto para briga. Qual não foi sua surpresa quando viu Thimoty fechando-a atrás de si. Um misto de curiosidade e descrença atravessou o olhar de Tomas, que desviou rapidamente, se virando de costas. Sentiu-se envergonhado, no final, guardadas as devidas proporções, havia atuado como o perfeito adolescente que foge dos outros no primero sinal de problemas.

- Geralmente nós tentamos agir como humanos durante o dia. Acho que por perdermos quase toda a força que temos durante a noite, de dia tentamos resgatar o que fomos um dia. Não é muito normal quebrar o braço de uma pessoa durante um acesso de fúria.

- Você faria diferente? - Respondeu, ríspido.

- Na verdade eu tentei fazer algo pior quando ele disse pra mim que matou minha irmã. - Tomas se virou, espantado. - Era noite, eu tinha acabado de conseguir cotrolar minha metamorfose. Eu me transformei e tentei matá-lo. Não vi nenhuma lógica no que fiz, mas levei uma surra, de um jeio ou de outro. Ele quebrou meus braços e pernas, depois que eu estava incapacitado, me arrastou de volta para a vila, e me deixou jogado na sargeta de Arilla. Só quando ela percebeu, de manhã foi que eu fui levado à enfermaria. - Ele deu uma risada, como se lembrasse de algo engraçado da infância.

- Isso é pra eu ficar com menos raiva daquele desgraçado? - Mais uma resposta atravessada.

- Na verdade não, essa era pra provocar mesmo. O que eu vou falar agora sim, é pra diminuir a raiva. Minha irmã foi mordida por Hemfils enquanto fazia uma viajem. Ela chegou em casa, matou nossa mãe e me prendeu no porão, para quando sentisse mais fome. Ele arrombou a porta no instante em que ela se preparava para me morder. Acredite, Tomas. Existem excessões, mas Hemfils são, em sua maioria, maus. Minha irmã me amava, mas perdeu todo o senso e lembrança quando foi mordida. Apenas depois que eu vi um deles agindo eu pude constatar que era melhor para ela que morresse do que s tornar um deles. Foi quando consegui atinar: Ele fez aquilo para me proteger, não para matar minha irmã.

- ... Mas...

- Não estou pedindo para você pensar sobre isso agora. Apenas volte lá pra dentro. Isso tudo tem a ver com você, se você não tá lá, não tem nexo essa reunião. - Ele disse, dando um sorriso irônico e abrindo a porta. Bufando, Tomas entrou e Thimoty veio logo atrás, fechando a porta silenciosamente.

 Dentro, Arilla estava agachada acertando uma tala no braço de Kristopher, o qual reclamava da dor, Jeremy estava sentado na mureta que dividia a cozinha e a sala, batendo os pés na parede. Nehemiah estava ainda sentado na poltrona, com o semblante pensativo.

- Deixe assim por alguns dias. - Ela disse. o homem apenas grunhiu novamente. Se notou que Tomas havia voltado, não deixou transparecer.

 Desta vez sentados, sem avisos, o homem volta a falar.

- Saindo do quarto deles eu achei outra pessoa deitada, desta vez um garoto. Ele havia sido mordido, mas não tinha sinais de transformação acontecendo. Primeiramente achei que tinha morrido, ms constatei que ainda respirava. Peguei ele, com o propósito de trazê-lo para a vila o mas rapidamente possível, e então poderíamos levá-lo a uma família aliada.

- Família aliada? - Pergunta Tomas. Afinal, Hemfils eram bons ou maus?!

- Na verdade, existem algumas famílias que vivem como nós, sem fazer mal a humanos em geral. São poucas, mas existem. As relações não são exatamente próximas, mas é melhor do que tê-los como inimigos. - Explicou calmamente Arilla.

- Isso será explicado mais tarde, Tomas. Por enquanto vamos ouvir o relato de Kristopher, eu tenho certeza que vai lhe interessar também. - Disse Nehemiah, pela primeira vez impaciente.

- Quando eu saí do quarto dos pais, percebi Tomas. Não sei como eles puderam esquecer um deles vivo, mas ele estava lá. Eu não tive opção a não ser apagá-lo prara lidar com ele mais tarde.

- Kristopher, pare aí. - Disse o velho. Esta é uma parte que com certeza interessa a ele. Por que exatamente você o transformou? Quer dizer... Ele podia apenas acordar e um pesadelo, se não fosse por você.

 Um silêncio seguiu o comentário. Tomas teve, pela primira vez desde que voltou para a casa, coragem de encarar Kristopher. Qual não foi sua surpresa ao notar que ele devolvia seu olhar, mas de uma forma angustiada.

- Seria melhor deixá-lo? Seus pais sofreram uma morte violenta e seu irmão sumiu. No mínimo, ele seria preso como principal testemunha de homicídio e aí sim, ele veria o inferno. - Todos se calam. A boca de Tomas despenca, ao ouvir o relato. - Na hora, não pensei em matá-lo ou torná-lo um de nós. Não me perguntem por que não o matei, acho que isso apenas ele vai poder responder.

 Um sentimento que misturava raiva e culpa invadiu o garoto. Tinha raiva por que Kristopher, no final, não era o desgraçado que ele queria que fosse, mas culpa por não ter ouvido o relato inteiro antes que quebrar o braço do homem.

- V-você... Me... Desculpe. Por antes. - Disse Tomas, entre os dentes. Não tinha certeza se era isso mesmo que queria falar.

- Depois que saimos da casa, notei a perseguição de dois Hemfils, provavelmente o responsável pelo garoto decidiu chamar ajuda. Não queria colocar os dois em risco, então apenas fugi, até que eles acabaram me encurralando. Encontrei um lugar favorável para lutar, e decidi que era o melhor, ao menos ganhar tempo até que fugissem quando o dia raiasse. Entramos em batalha, durante a qual, Tomas terminou a metamorfose. Facilmente ele aniquilou o dois, ao mesmo tempo em que amanhecia, finalizando a sua transformação. Decidi que tinha conseguido afinal, mas estava enganado. A transformação do irmão dele havia sido mais rápida do que eu imaginara, e ele havia escapado. Não consegui encontrá-lo por perto, então decidi que seria perda de tempo procurá-lo. Vim para a vila logo depois.

- Mas espere. - Tom interrompe na hora em que Jeremy tnta falar algo. - Se você tentou salvar meu irmão, por que não conseguiria salvar meus pais? Qual seria a diferença? - Ele pergunta, inquisidor.

- A diferença está na idade, Tomas. Quer dizer, não exatamente a numérica, e sim a biológica. Seus pais, por ter um organismo completamente formado, seriam completamente suscetíveis à transformação, não seriam mais do que bestas raivosas. Perderiam toda a memória. Por trás de uma máscara de elegância, seriam feras cuja única preocupação seria saciar a necessidade de alimento. Este é o tipo de vampiro que originou a lendas, uma fera que não tem outro desejo  não ser o de sobreviver para comer outra vez. - Disse Arilla, auxiliando a ignorância do garoto.

- Isso vale tanto para nós quanto para eles. Um Hemfil ou Worgen, como chamamos os Lobisomens em geral, só tem vontades própias e completo senso de vontade e preferência se for transformado enquanto seu corpo está em formação, por que nesse caso ele tem uma adaptação melhorada.

- Então...

- Seu irmão e você, são os únicos que puderam ser salvos, naquela noite. - Nehemiah disse, com um toque solene na voz. - E isso leva ao que eu tenho a falar, provavelmente o último relato de hoje. Há cinco dias eu saí da vila sem falar com ninguém, em missão diplomática com a família Flausster, uma de nossas aliadas. Contei eles todas as circunstâncias estranhas decorrentes daquela noite, e eles concordaram em nos ajudar nas buscas por Henrique, irmão de Tomas.

 Todos pularam com a informação, com excessão de Arilla, que parecia estar pordentro dos planos,

- Espere aí. Você pediu ajuda de Hemfils? Hemfils?! Nehemiah, você está louco?! Nós podemos cuidar disso! - Explodiu Kristopher pela primeira vez. - Se humilhar para que?! Tomas já conseguiu a transformação, não vamos precisar da ajuda deles!!

- Tem coisas que você ainda não entende, Kristopher, - Ele respondeu com toda calma. - Tomas é anormalmente forte, e você sabe disso. Não sabemos também qual era a motivação daqueles Hemfils que atacaram a família dele. Eu sinto alguma coisa, apesar de não saber o que ainda. Por hora, iremos recebê-los nos arredores da vila, como visitantes. Farei o aviso formal em algumas horas, assim como as recomendações. Eles irão nos ajudar nas investigações necessarias, e quando encontrarmos Henrique, ele será entregue à eles.

- Quantos são? - Pergunta Jeremy, ainda surpreso.

- São três. Jovens, mas fortes de acordo com o líder da família, e com o apetite controlado, capazes de passar várias semanas sem se alimentar.

 

 A reunião terminou algum tempo depois, com os assuntos resolvidos. Tomas iria confirmar naquela noite, a última de Lua cheia, e havia realmente cotrolado a transformação. Thimoty e Jeremy iriam acompanhá-lo, uma vez que haviam conseguido segurá-lo na última noite em que se transformara. Sem ter mais o que fazer, andou pela vila com Thimoty e Jeremy, para conhecer as pessoas das redondezas.

 

 Ao mesmo tempo, em uma gruta coberta por mato, uma mulher esguia e baixa, vestida de roupas de couro negro justas, de cabelos negros a altura do pescoço, com a pele clara e olhos prateados, larga uma mala na frente de um garoto, coberto apenas com um sobretudo preto.

- Vejo que já recuperou um pouco da sanidade e daqueles ferimentos. Foi incrível. Tem umas roupas aí dentro, vista-se. - Os caninos protuberantes eram vistos enquanto falava. Tinha um forte sotaque inglês. - Tem sangue aí também. Quem diria que nesta cidade haveria um banco de sangue. Não quer me dizer pelo menos seu nome?! Tratar por 'garoto' não é algo cômodo.

- Eu... Sou Henrique... - Responde o garoto loiro e cabelos curtos e rebeldes, enquanto se levanta e abre a mala. - Eu... Preciso sair daqui...

 

 


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Notas finais do capítulo

╚ Bom, revisão feita. Qualquer erro que encontrem, me avisem por review ou MP, e eu arrumo.
╚ Não teve sangue desta vez... ;-; Magoei.
╚ Bom, pra não se inflarem de esperança: Henrique não vai mais aparecer por algum tempo. Esse capítulo foi só pra esclarecer que a outra vampira que apareceu não fez mau nenhum pra ele. -.-'
╚ Reviews?! Sempre ajuda... façamos assim: Deixe um review com mais de três linhas e eu me comprometo a ler uma história sua e deixar alguns reviews também. Que acham? ;D