POV ANNABETH

Entramos na Casa Grande, e Quíron, que estava em sua forma de centauro, veio nos dar as boas vindas! Juntamente com ele, estavam Reyna e Léo. Comprimentamos todos, e Reyna não pareceu muito feliz em rever Travis. Somente quando Léo me perguntou onde estaria o Percy, foi que eu me dei conta de que ele não estava ali. Tampouco Connor.

-Ah, eles estão jogando basquete. Pelo menos eu os vi indo em direção a quadra. – Travis disse.

-Ah, porque vocês dois não vão até lá fazer companhia para eles? Aposto que as crianças vão adorar ver vocês jogarem, não é Annabeth? – Reyna falou com aquele tom de superioridade que só ela tinha.

-Certamente. Tomem conta das crianças meninos.

-Claro! – disseram Léo e Travis ao mesmo tempo.

Assim que eles saíram, Quíron fez sinal para que Reyna e eu nos sentassemos nas cadeiras a frente dele. Eu cinhecia essa expressão do Quíron, e deduzi que se tratava daquelas coisas a que Clarisse se referiu alguns dias atrás.

-Bom meninas, eu precisava de dois representantes dos dois Acampamentos aqui, primeiro para pedir opinião e segundo, que precisamos de coordenadores para as mudanças que vamos efetuar nesse verão. Lupa disse que tinha mais afazeres para cuidar e me confiou essa tarefa de comunicar vocês. Foi uma ideia dos deuses, e Lupa jutamente comigo, chegamos a uma conclusão.

-Isso tem a ver com as coisas que Clarisse me disse que iam mudar?

-Clarisse sabe disso?

-Bom, ela não sabe o que exatament vai mudar. Só disse que viu você e Lupa conversando, e que pelo que ela pode ouvir em breves momentos, as coisas iam mudar esse verão.

-Ela está certa. E acho que devo tomar mais cuidado sobre os lugares que eu decido ter conversas importantes. Voltando ao assunto, Reyna é pretora do Acampamento Júpiter há vários anos. Tem uma grande experiencia em liderança e em comandar os campistas romanos. Eles sem dúvida nenhuma obedecem suas ordens, certo?

-Certamente. – disse Reyna.

-E Annabeth, é a nossa campista de mais longa data. Desde os sete anos no Acampamento Meio-Sangue , nunca nos abandonou, salvou o mundo da ira dos deuses muitas vezes, é uma ótima líder, e todos os campistas nem precisavamos perguntar se confiam em você. Até mesmo aqueles que você nunca dirigiu a palavra, acho que todos aqui te conhecem.

-Isso.

-Finalmente a grande novidade: Vamos unir os dois Acampamentos.

Quando Quíron pronunciou aquelas palavras ouve um silencio muito desconfortavel. Como assim unir os Acampamentos? Não que eu tivesse alguma coisa contra os romanos, nada disso. Lutamos contra gaia juntos, e deu certo. Nós frequentávamos o Acampamento Júpiter e os romanos frequetavam o Meio-Sangue. Só que unir duas coisas tão diferentes? E onde Quíron ia colocar tanta gente? O Acampamento Júpiter era sem dúvida maior que o nosso. Sem falar na Nova Roma. Eu me recuso a ir para São Francisco.

-Então, meninas, o que vocês acham?

-Bom, foi inesperado. Nada contra, eu acho uma boa ideia, vamos ficar todos juntos, mas, onde vão fazer isso? As coisas aqui não capacitam toda a estrutura romana.

-E lá não tem como arrumar mais espaço. Não iria abrigar o Acampamento Meio-Sangue. – Reyna se pronunciou.

-Bem, nós pensamos em talvez, criar tudo novo. Num lugar novo. Maior. Outra cidade, ou estado talvez.

-O que? – Reyna e eu falamos juntas.

-Bom, achamos que fosse uma... – não deixei Quíron terminar:

-Uma boa ideia? Quíron! O Acamapamento Meio-Sangue, é a minha casa. Assim como também é pra todos aqueles campistas lá fora. E sem dúvida no Júpiter é a mesma situação. Aquilo é a casa deles. E ninguém gosta de mudanças. Não desse genero. Mudar de estado? Deixar, toda nossa história pra trás? Temos uma história aqui. No bosque, na estrada que tanto a gente está acostumado a pegar pra chegar aqui. Até nas plantações de morango do Sr.D. Você sabe o que aquela colina significa pra mim? Foi onde eu perdi minha melhor amiga, e foi onde ela apareceu de novo, no meu turno de guarda. Foi ali que enfrentamos os touros de bronze, foi ali que meu pai veio me buscar. Foi ali a última vez que eu abracei Luke. Sinto muito Quíron. Mas você não vai poder contar comigo pra isso. – eu disse quase em meio as lágrimas.

-Comigo também não. Nova Roma é o meu lar. – Reyna disse também se levantando.

Saí da casa grande muito chatiada com Quíron. Não sabia onde eu estava indo, só sabia que queria ficar sozinha. Nunca esperava isso do meu centauro favorito. Decidi ir em direção a praia, mas pra isso eu teria que passar pelas quadras, e minha familia estava lá. Mudei de direção e fui em direção aos campos de morangos. Mas errei. Silena estava com Rachel colheno alguns morangos. Quando ela me viu, veio correndo em minha direção, me mostrar os morangos.

-Mamãe! Olha! – eu tentei sorrir, mas depois da pequena divergencia de ideais com Quíron, eu estava me sentindo realmente mal.Tentei sorrir pra ela, mas acho que não deu muito certo. Rachel viu minha expressão, e veio mais rápido em minha direção.

- Oi Annie! – e me deu um abraço- está tudo bem?

-Está sim Rachel. Se me permite, vou dar uma volta. Silena, se comporte bem.

-Sim mamãe!

Dei as costas pra elas, e entrei no arsenal. Era um lugar, que muito poucos campistas visitavam. Em geral o chalé de Ares. E eles não eram comunicativos, se estivessem ali, não se encomodariam com a minha presença. Estava frio lá dentro,mas não me importei. Tive sorte, estava vazio. Eram tantas armas ali. Me peguei observando uma a uma,e não vi o tempo passar. Também não vi que algum tempo depois eu já não estava sozinha.

POV PERCY

Não foi tão fácil quanto imaginei jogar contra Connor. O cara era realmente bom, embora eu fosse melhor. Mas cheguei a conclusão de que eu estava ficando velho. Não tinha mais tanta energia pra essas coisas. Logo, Léo e Travis se juntaram a nós com Charlie e Silena. Decidimos jogar em duplas. Eu e Connor contra Travis e Léo. Sgora sim foi mais tranquilo, e ganhamos deles poucos minutos depois. Quando encerramos a partida, somente Charlie estava sentado na grama assistindo.

-Onde está sua irmã? – eu perguntei.

-Foi pegar morangos com a Rachel.

Não tinha visto Rachel se aproximar. Resolvi ir falar com ela. Fui em direção aos campos de morangos, mas antes que eu chegasse lá, logo encontrei as duas. Abracei Rachel, e vi os morangos que Silena colheu.

-O que aconteceu com a Annabeth? Vocês brigaram? – Rachel perguntou.

-Não! Por que?

-Encontramos ela, estava muito chateada, não nos deu atenção.

-Chateada? Onde ela está?

-Entrou no arsenal, agora a pouco.

-Tudo bem, vou ver o que houve então. – eu disse indo em direção ao arsenal.

Caminhei pela platanção de morangos, até o arsenal. A grande porta de latão estava com uma fresta aberta, suficiente para uma pessoa passar por ela. Utilizei a mesma para entrar,sem fazer barulho. Estava meio escuro lá dentro, e a principio achei que não houvesse ninguém ali até que houve um pequeno ruído na minha esquerda. Como se alguém estivesse pegando uma arma. Segui o som e me deparei com a minha Annabeth, segurando uma espada toda enferrujada em mãos. Ela examinava a arma atentamente. Me aproximei por trás, fazendo o minimo ruído possível, e quando estava bem próximo dela disse:

-Finalmente vai trocar aquela faca?

Ela virou a cabeça em minha direção. Realmente estava chateada, seu rosto mostrava isso.

-Nunca. Estava apenas dando uma olhada nas coisas que estão jogadas por aqui.

-O que houve Annabeth?

-Nada Percy. Você não estava jogando? O que te trouxe aqui?

-Você. Dá pra ver no seu rosto que tem algo errado. Me conta. Quero te ajudar.

Depois de um longo suspiro, ela me contou o plano de Quíron.

-E é por isso que estou tão chateada. Isso aqui é minha casa. Não quero que mude. Me doeu ouvir Quíron dizendo isso.

-Concordo com você amor, nosso lar, ninguém pode mudar isso. – e dizendo isso a abracei, confortando-a.