Womanizer escrita por Tamy Black


Capítulo 39
When I Look At You




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Bella POV.

Eu passei a viagem inteira nervosa, vomitei algumas vezes, mas isso já era de praxe. O vôo fora longo e cansativo, eu cheguei bem cansada a Seattle, de lá peguei um vôo para Port Angeles, mais uma hora de avião. Mais um vôo inquieto, tentei dormir, mas não conseguia. Chegamos a Port Angeles debaixo de um temporal, pra variar. Eu teria que ir de táxi até Forks, pois não tinha condições de dirigir.

E foi o que eu fiz, o motorista chiou um pouco, mas eu fiz um drama e ainda disse que estava grávida, então ele cedeu. Eu estava super inquieta dentro do carro, ele não poderia ir mais rápido porque a chuva o impedia. Droga! Quando cheguei a Forks era praticamente meia-noite e meia, a mansão dos Cullen ficava meio afastada da cidade, então eram mais alguns bons minutos até chegar lá. Ele me deixou no portão e a chuva estava muito grossa, taxista infeliz!

Toquei o interfone várias vezes e nada, eu já estava ficando ensopada. Meleca! Até que finalmente alguma boa alma atendeu ao meu chamado.

- Quem é? – reconheci a voz sonolenta do Dr. Cullen.

- Er... – hesitei – Dr. Cullen, desculpe acordá-lo a essa hora, mas aqui é a Bella, Bella Swan.

- Oh... Bella! – ele acordou ao saber que era eu – Vou te buscar aí fora, espere um minuto.

- Não preci... – eu ia dizer que não precisava, mas ele desligou o interfone.

Uns cinco minutos depois o portão se abriu e eu entrei correndo, o Dr. Cullen veio correndo com um guarda-chuva imenso em minha direção pelo caminho de pedras do imenso jardim da frente enquanto eu pude ver a Sra. Cullen nos esperando na soleira da porta. Encontramo-nos no caminho, eu acho que não adiantou nada, pois eu já estava molhada mesmo. Esme me cobriu com uma toalha quente e macia, nem percebi que eu já estava tremendo de frio.

- Oh querida, por que não nos avisou que estava vindo? Teríamos ido buscá-la! – ela disse me repreendendo.

- Não queria incomodá-los e eu não pensei que demoraria a chegar. – disse.

- Você é como uma filha para nós, Bella. Seria um prazer, querida. – disse o Carlisle.

- Obrigada mesmo assim. – sorri.

- Imagino que essa sua visita repentina tem a ver com o Edward, não é? – Esme sorriu.

- Sim. – não havia mais motivos para negar.

- Graças a Deus! – ela se exaltou.

- Esme! – o marido a repreendeu e eu sorri – Desculpe por isso, Bella.

- Tudo bem. – sorri e depois espirrei.

- Essa chuva não faz bem a ninguém. – ele disse falando com o tom de médico – Vá trocar de roupa, por favor, ajude-a Esme.

Esme me levou até o antigo quarto de Edward, já conhecido por mim, eu entrei no banheiro e tomei um bom banho quente. Ela disse que iria pegar algo quente para eu comer e chamaria Carlisle. Saí do banho sonolenta, vesti uma calça de moletom roxa, uma blusa branca e o casaco que fazia parte do moletom. Sequei bem os cabelos e me deitei na cama, não demorou muito e a Esme entrou no quarto com o Carlisle.

- Você está cansada, não é? – Esme me perguntou.

- Demais. – e bocejei.

- Você pegou uma chuva torrencial, Bella. Tome um comprimido de aspirina, não tenho outro remédio aqui... – ele riu e ia me entregar um comprido e um copo d’água.

- Eu não posso tomar aspirina, Carlisle. – sorri amarelo.

- É alérgica? – ele me olhou sério.

- Não, é que... Hm... – hesitei – Eu estou grávida. – disse quase num fio de voz.

- EU SABIA! – Esme quase saiu saltitando pela casa – Sabia desde que te vi no chá de bebê do Tom, sabia que você estava diferente...

- Bom, já confirmou? – o lado médico de Carlisle estava presente novamente.

- Sim, estou de doze semanas. – sorri em meio a um bocejo.

- Vou ser avó duas vezes! – Esme estava mais que radiante.

- Sim. – sorri – Esse foi um dos motivos para ter vindo a Forks.

- Entendo. – Carlisle sorriu.

- Bella, Edward está de plantão no hospital... – ela suspirou – Ele vive lá desde que chegou a Forks, e não mora conosco, então durma e descanse, amanhã você conversa com ele, ok querida? – ela disse toda maternal.

- Tudo bem. – sorri, assentindo.

Eu comi o pequeno lanche que Esme tinha feito para mim, Carlisle nos deu “boa noite” e voltou para a cama. Esme recolheu as coisas depois que eu comi então eu pude finalmente deitar na cama de Edward e dormir como um bebê.

Edward POV.

Mais um plantão. Mais uma noite trabalhando. Era mais de duas da manhã quando o meu celular começou a tocar, olhei pelo visor e era da minha casa. Preocupei-me, será que tinha acontecido algo com os meus pais?

- Alô? – atendi.

- Edward, meu filho. – era a minha mãe – Que horas você larga do plantão?

- Só às sete da manhã, mãe... Por que, algum problema? – a indaguei preocupado.

- Não, não. – ela negou, risonha – Queria saber se você pode sair mais cedo, tenho algo muito importante para te mostrar... Gostaria que você viesse aqui em casa. – ela pediu.

- Sério? – não estava muito a fim de ir à casa dos meus pais.

- Seríssimo! – ela disse empolgada – Tenho uma enorme surpresa para você, Edward... Sei que você não vai se arrepender, se eu fosse você viria agora! – ela riu – É super sério!

- Não posso mãe. – neguei veemente – Só às sete da manhã.

- Então venha mesmo, assim que você sair daí não pare em outro lugar, venha direto para cá. – ela disse seriamente.

- Ok, já que a senhora insiste. – eu suspirei.

- Claro! – ela estava muito empolgada, o que ela estaria aprontando? – Bom trabalho, filho!

- Obrigado. – nos despedimos e eu encerrei a ligação.

Não entendi essa da minha mãe, mas eu iria lá de qualquer forma.

[...]

O plantão passou rapidamente, então eu bati meu ponto, peguei minhas coisas e saí de minha sala. Fui em direção a garagem do hospital, estava cansado, mas não tanto. Peguei meu Volvo e dirigi para a casa dos meus pais. Ainda era bem cedo, estacionei o Volvo antigo na frente da casa, pois não queria me demorar. Adentrei a mansão Cullen e vi minha mãe descendo as escadas, ela ainda estava de robe e assim que me vira sorrira largamente.

- Oh Edward! – ela correu ao meu encontro e me abraçou rapidamente.

- Bom dia, mãe. – retribuí o seu abraço, mas estava confuso.

- Venha até o seu quarto, quero lhe mostrar a sua surpresa. – ela deu uma risadinha.

- Eu queria falar com o papai sobre...

- Que “papai” o que, não discuta comigo e vamos! – ela me puxou pelo braço escada acima.

When I Look at You – Miley Cyrus

Subimos os degraus da escada rapidamente. Eu não sei por que, mas de repente senti-me nervoso, estranho... Chegamos ao corredor dos quartos e minha mãe não tirava o sorriso do rosto, ela sabia que era algo grande e bom, pelo menos era o que transparecia em seu sorriso cativante.

Ao chegarmos à frente da porta do meu quarto nós paramos de andar, minha mãe se virou para mim e conseguiu alargar mais ainda o sorriso, eu a olhava cada vez mais confuso e cada vez mais nervoso. Ela abriu a porta do meu antigo quarto devagar e pediu que eu entrasse em silêncio. Eu fiz o que ela pediu e estaquei com a visão de um anjo que estava dormindo profundamente na minha cama.

- Essa era a sua surpresa. – Esme sussurrou.

Eu me virei para ela mais do que confuso. O que Bella estava fazendo aqui em Forks e dormindo em meu quarto?

- Ela apareceu aqui ontem à noite, no meio da chuva. – minha mãe respondeu aos sussurros – Estaremos lá embaixo. – ela me deu um último sorriso e olhou em direção a Bella, sorrindo também.

Depois saiu do quarto, me deixando sozinho com a mais perfeita visão do paraíso a minha frente. Eu andei silenciosamente até a cama e me agachei para ficar de frente para sua face de anjo. Bella ressonava tranqüila, seus cabelos castanhos avermelhados esparramados em meu travesseiro, uma das mãos perto da cabeça e a outra em cima da barriga – como se protegesse alguma coisa –, ela estava com a testa franzida, sinal de que estava sonhando com algo.

Mordi meus lábios, pois eu queria tocá-la. Queria saber se era real, se ela realmente estava ali. Então, delicadamente, com a minha mão direita eu toquei em sua bochecha rosada. E Bella se remexeu, tirei rapidamente a minha mão de seu rosto, não queria que ela acordasse. Mas para a minha alegria ela só se mexeu.

Então mais uma vez eu acariciei sua face e contornei seu belo rosto com meus dedos. Eu não conseguia acreditar que ela estava ali mesmo em minha cama. Deitada, dormindo profundamente como se estivesse em sua casa, sorri com esse pensamento. Só queria saber o motivo de ela ter saído de sei lá onde ela estava e parar aqui, no meu fim de mundo.

- Edward. – ouvi meu nome sair da boca dela e estaquei.

Olhos cor de chocolate que eu tanto amava me encaravam, eu não sabia o que dizer.

- Desculpe se te acordei. – foi à primeira coisa que veio a minha cabeça.

- Não tem problema, eu já estava acordando. – ela disse e se sentou em minha cama.

- Sem querer ser grosso ou qualquer outra coisa, mas... – hesitei e passei a mão pelos cabelos – O que você está fazendo aqui?

Bella POV.

Acordar e vê-lo ao meu lado fez com que meu coração disparasse, e ele estava sorrindo ao acariciar meu rosto. Não pude deixar de sorrir, ele não percebeu que eu estava acordada, devia estar imerso em pensamentos.

- Edward. – me fiz presente.

Ele estacou e me encarou com seus belos e mais chamativos olhos verdes que já vi em toda a minha vida. Agora o vendo, não tinha mais por que negar. Eu o amava tanto, mais tanto... Encaramo-nos por alguns segundos e ele retirou sua mão quente de meu rosto, não queria que ele retirasse-a.

- Desculpe se te acordei. – ele disse.

- Não tem problema, eu já estava acordando. – eu disse e me sentei na cama.

- Sem querer ser grosso ou qualquer outra coisa, mas... – hesitou, passando a mão pelos cabelos cor de bronze – O que você está fazendo aqui?

- Eu... – hesitei, não sabia como começar – Precisava falar com você. – disse sem olhá-lo.

- Sobre? – ele instigou.

- Várias coisas. – suspirei.

Ele não falou nada esperando que eu continuasse, mas eu não encontrava as palavras certas. Respirei fundo não sei quantas vezes, Edward saiu do chão e se sentou a minha frente, porém de lado, na cama.

- Edward, eu li a sua carta. – comecei, ainda sem olhá-lo – Eu sei que eu não sou a pessoa mais digna do mundo, que nunca erra, mas aconteceram certas coisas que me fizeram enxergar a verdade. – e ergui meu rosto para encará-lo.

Edward me encarava sério, seus olhos não tinham expressão alguma. Deu-me medo, mas eu cheguei até aqui, então levaria isso até o fim. Se ele não me quisesse mais, então eu não podia fazer mais nada.

- Eu não estava em Boston quando você partiu. Eu tinha ido para Washington, aconteceram algumas coisas que me deixaram confusa demais, eu precisava respirar. – nossos olhares não se desconectavam – Aí sua irmã maluca chega à casa dos meus pais e começa a falar um quilo de coisas, me diz somente que você foi embora e que me deixou uma carta. – eu suspirei – Durante esses dois anos que ficamos separados, eu o culpei todos os dias pelo aborto que sofri. – senti meus olhos marejarem – Mas nunca, em hipótese alguma, deixei de amá-lo. – eu ofeguei e senti as lágrimas escorrerem por minha face − Eu sei que agi erradamente contigo, que você à uma hora dessas devia não ligar para mim, mas era complicado... O orgulho idiota que sentia me impedia, mas eu tenho um motivo para passar por cima disso.

Edward não piscava apenas me olhava intensamente.

- Não importa o que aconteça Edward, eu sei que pode ser tarde, mas eu amo você. – disse aos murmúrios – Eu sei que não o mereço, não agora, depois de tudo o que você fez, depois de tudo que eu fiz você passar. – eu comecei a soluçar – Eu te amo demais, talvez até mais do que quando eu disse que te amava há dois anos, mas eu... – os meus soluços me impediram de continuar a falar.

Edward POV.

Eu não estava crendo no que estava ouvindo. Ela estava ali, finalmente falando tudo o que estava guardado só para si há dois anos. Eu podia finalmente respirar aliviado e sorrir. Bella me amava, tanto quanto eu a amava. Ela chorava, eu peguei em seu rosto, limpei suas lágrimas e ela me encarou com seus olhos castanhos. Dei-lhe um selinho demorado em seus lábios e ela chorou mais ainda.

- Eu te amo, Bella. – disse contra seus lábios – Amo demais, sempre vou amar, não importa o que aconteça.

- Eu também te amo. – ela respondeu e eu sorri.

Então, eu fiz o que já deveria ter feito. Tomei seus lábios com delicadeza, como se fosse o nosso primeiro beijo, as mãos pequenas de Bella envolveram o meu pescoço e eu a trouxe para mais perto de mim, praticamente a coloquei em meu colo, uma de minhas mãos estava em suas costas e a outra estava em sua coxa.

Ela entreabriu os lábios, me dando passagem. O nosso contato era único, só com aquele singelo contato eu já me sentia o cara mais feliz do mundo. O bailar de nossas línguas, perfeitamente sincronizadas, nossas respirações ofegantes, corações batendo descompassadamente... Como eu sentia falta dos nossos beijos, eram momentos únicos.

Ficamos em nossa bolha até o nosso ar ficar escasso, separamo-nos com longos selinhos e com as testas coladas ficamos ouvindo nossas respirações voltarem ao normal.

- Preciso te contar uma coisa. – ela disse.

- O quê? – perguntei e entrelacei nossos dedos, e a vi sorrir.

- Lembra-se daquela nossa tarde no meu apartamento? – ela perguntou receosa.

- Sim, me lembro. – sorri.

- Er... – ela hesitou – Se eu te falar que estamos esperando um filho, o que você me diz?

Eu arregalei os olhos. Ela não podia estar falando sério, podia?

- Esse foi mais um dos motivos de ter vindo atrás de você, não podia deixar que a história se repetisse por burrice minha. – ela me encarou e sorriu – Você não precisa se culpar mais. – Bella pegou minha mão e pôs sob seu ventre.

Não pude deixar de sorrir, nós estávamos esperando um filho!

- Você não poderia me deixar mais feliz! – lhe disse sorrindo e beijei-a apaixonadamente.

Depois de nos beijarmos por vários minutos, nós dois nos encaramos intensamente. Agora, olhando para ela eu podia ver que tudo iria voltar ao seu lugar.


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Notas finais do capítulo

CAPÍTULO REPOSTADO. (JUL/2011)