Edward POV.

Eu ofeguei quando ouvi o Campbell proferir a pergunta que um dia eu sonhei em fazer a Bella. Senti que parei de respirar, meu coração parar de bater e pareceu que tudo estava acontecendo em câmera lenta. Tudo dependia da resposta dela... Eu não queria escutar a resposta dela, não mesmo. Sem pensar em mais nada saí do restaurante a passos largos.

Peguei o meu carro e saí em disparada para casa, mas aí me lembrei que ela é minha vizinha e eu não estava a fim de ficar no mesmo local que aqueles dois, não agora. Solução: ficar rodando por aí até sei lá que horas.

Pensei seriamente em bater no apartamento da Carol, mas com certeza ela jogaria na minha cara que eu a estava procurando, então achei melhor não. Estava dirigindo e não tinha nem cinco minutos que tinha saído do restaurante quando meu celular começou a tocar, peguei-o e vi pelo visor que era a minha irmã.

- Onde você está Edward? – estava toda preocupada.

- Estou dirigindo por aí, Alice. – respondi azedo.

- Ah... – ela murmurou e pude a ouvir suspirar aliviada – Eu paguei a sua conta lá no restaurante, viu? Por que você saiu tão desesperado, Edward?

- Talvez porque eu não seja tão masoquista, né? – respondi cinicamente.

- Oh... – ela pensou – É verdade. – eu ri, sem humor – Tenho uma notícia pra você...

- Alice, se for para me dizer que Bella disse sim ao Campbell, me poupe, não quero saber... – a interrompi.

- Não! – ela exclamou – Ela não respondeu nada. – a baixinha riu e eu fiquei confuso.

- Como assim? – a indaguei.

- Ela desmaiou. – ela me respondeu.

- Desmaiou? – me surpreendi – Mas ela está bem?

- Olha, o Kevin e o Derick estão a caminho do hospital e eu estou indo para lá também. – Alice disse calma.

- Alice, como você está tão calma? – a indaguei confuso.

- Porque isso é teatro, Edward. – ralhou – Só me surpreendo em como ela ainda não acordou...

- Óbvio que isso não é teatro, Alice! – bufei – Se fosse teatro ela já tinha acordado mesmo, a pressão dela deve ter caído algo assim... Bela amiga você, hein? – ri.

- Eu não sou a médica da família, Edward. – ela irritou-se.

- Mesmo assim, pequena. – suspirei – Eu só espero que ela fique bem, me avise do quadro dela, ok?

- Claro, claro. – ela disse e nos despedimos.

Eu podia voltar para casa, finalmente. Mas ainda não estava aliviado, somente significava que eu estava na briga, eu acho.

Breathe me – Sia

Bella POV.

- Bella... – hesitou, pude ver o quanto seus olhos brilhavam – Eu te amo tanto, esse tempo que ficamos separados eu percebi que não há outra mulher que podia querer tanto no mundo como quero você, e eu agradeço a Deus por ter me dado a dádiva de colocá-la em minha vida. – eu sorri – Isabella Swan... – e retirou uma caixinha da Tiffany & Co. do bolso do paletó e a abriu, mostrando o belo anel com uma pedra imensa de diamante, ofeguei – Você quer ser minha esposa?

Eu não conseguia pensar. Diante dos meus olhos me vinham outras imagens que eu lutava diariamente para não lembrar ou rever em pensamentos, mas o coração como sempre falou mais alto...

Flashbacks:

- O que? – disse ao me virar – Oh... – OH MY GOD! É ELE! – Você. Do. Aeroporto. – falei pausadamente. Não acredito!

- Quem? – ele se fez de desentendido. – Que aeroporto? – Será mesmo que é ele? E que sorriso torto foi aquele?

- Nada! – me recompus. – E você, é? – disse indiferente.

- Edward Cullen, prazer. – ele estendeu a mão para mim, cumprimentando.

(...)

- Olhe para mim, tudo bem? – toquei em seu braço.

- Pois não. – pude vê-lo sorrir e se virar para mim.

- Alice está brava porque você anda sumido. – disse fazendo gestos de aspas com as mãos – Então se prepare para ouvir os gritos dela. – sorri.

- Só isso? – ele riu.

- Também, e dizer para você não esquecer que tem amigos que te amam. – eu disse já me afastando.

(...)

Edward voltara a olhar para os meus olhos como se pedisse permissão para beijar-me. Eu o olhava intensamente, pois visualizei os seus olhos e fui direto para a sua boca. Ele se aproximou vagarosamente, centímetro por centímetro. Pude sentir o seu hálito fresco emanar por minhas narinas e me atingir em cheio. Nossos lábios somente roçaram um no outro...

(...)

Edward me puxara para si e me apertava. E eu nem estava gostando disso, fica a dica. Íamos até o chão com as pernas entrelaçadas, minha mão em seu pescoço e as dele nas minhas costas.

- Womanizer, woman-womanizer, you're a womanizer... – cantei em seu ouvido. 

(...)

- Então... – ele estendeu a caixinha – Quer ser minha namorada? – e abriu-a. 

(...)

- Eu te amo, demais... Por favor... – ele murmurou.

(...)

Fim dos Flashbacks.

A visão de um anel de diamantes voltou aos meus olhos. Kevin me olhava ansioso, meus amigos e meu irmão estavam a minha volta, também estavam apreensivos, eu sentia a tensão daqui. Todo o restaurante me encarava, eu odiava ser o centro das atenções, ainda mais quando era pega de surpresa. Não conseguia respirar, estava ofegando, sentindo uma pressão na cabeça, uma vertigem muito forte e...

[...]

Quando voltei a minha consciência estava em movimento e deitada no colo de alguém.

- Oh, ela acordou! – reconheci a voz da Betina.

- Bella! – meu irmão e o Kevin me chamaram em uníssono, Kevin dirigia e o Derick estava no banco do carona.

- Não gritem. – murmurei.

- Como você está Bella? – perguntou o Derick.

- Como se um caminhão tivesse passado por cima de mim. – choraminguei.

- Estamos indo para o hospital, ok amora? – disse o meu irmão com o apelido que ele me dera quando pequena.

- Não! – levantei de supetão e gemi porque fui rápida demais – Derick, você é médico.

- Bella, mas você não tem essas crises de desmaios desde o colegial e... – ele começara a interceder.

- Não, não se preocupe. – pedi – Você sabe muito bem como cuidar, né maninho?

- Ok. – ele suspirou e pegou o celular.

- Você está bem mesmo, Bells? – Betina me perguntou aos sussurros.

- Mais ou menos. – murmurei.

Kevin estava mudo e não tinha expressão nenhuma, devia estar imaginando que eu tinha feito uma cena para não aceitar o pedido. Oh céus, o pedido! O que fazer agora? Nós chegamos ao prédio, Kevin me carregava. Depois vi que Emmett vinha dirigindo o carro do Derick, Rosalie vinha com a Alice no carro do Emmett – porque a Rose não podia dirigir – e Jasper vinha dirigindo o carro dele. Todos nós subimos para o meu apartamento.

 As meninas me arrumaram em minha cama e depois o Derick veio me medicar. Como eu sempre tive problemas em ser o centro das atenções, já disse isso, eu desmaiava na escola na disciplina de debate, ou vomitava na sala. Fui muito caçoada por isso, mas não tinha muito que fazer. Mas dessa vez eu estava me sentindo bem pior, muito enjoada e dor de cabeça, tonta demais. Fiquei sozinha no quarto com o meu irmão, ele me olhava meio desconfiado... Já até sabia o que ele estava pensando.

- Bella, não me diga que desmaiou para...

- Não. – interrompi – Eu desmaiei de verdade mesmo, eu fui pega de surpresa assim como todos vocês, não planejei isso. – disse séria.

- Ok, acredito em você. – ele me olhou sério – Mas o que você vai responder a ele?

- Eu não sei, sinceramente. – suspirei.

- Siga o seu coração, amora. – ele sorriu e afagou minhas bochechas – Eu não acho que você deva se casar com alguém que não ama mais, melhor dizendo, que nunca amou.

- Eu também acho. – abaixei a cabeça.

- Então diga a verdade. Se o Kevin te ama de verdade, ele vai entender. – meu irmão disse convicto.

- Tomara. – suspirei.

- Ele vai. – ele riu – Então eu vou demandar com o povo e dizer a ele que pode entrar ok? – Derick me olhava.

- Ok. – bufei.

- Essa é a minha garota. – ele riu e me deu um beijo na testa.

Derick se levantou da minha cama e saiu do meu quarto. Eu fechei os olhos e respirei profundamente, tentei clarear a minha mente, pensei no que falaria para ele... Mas nada me vinha à cabeça, não podia mentir – óbvio que não –, falaria a verdade com toda a certeza. Ouvi o barulho da porta do meu quarto se fechar e abri os olhos, encarei Kevin a minha frente. Era a hora da verdade.

- O pessoal já foi? – perguntei.

- Já. – ele me respondeu monossilábico.

- Kevin, eu...

- Você está bem, amor? – ele perguntou preocupado, do nada, e vindo ao meu encontro na cama.

- Ah... – murmurei e o encarei confusa – Estou um pouco melhor sim, mas... – hesitei – Nós precisamos conversar Kevin. – disse firme.

- Claro. – ele disse.

- Em primeiro lugar, não quero que você pense que eu desmaiei propositalmente. – o encarei – Eu tenho problemas em ser o centro das atenções desde criança e...

- Não se preocupe com isso, Bella... – me interrompeu – Seu irmão me explicou. – sorriu e afagou meu rosto.

- Ótimo. – suspirei aliviada, pelo menos ele não estava pensando mal de mim.

- Eu quero me desculpar com você, não devia ter feito isso assim... – ele desviou o olhar de mim – Eu não sabia desse seu problema, se soubesse tinha feito algo reservado. – me olhou de volta – Perdoe-me Bella.

- Eu perdôo você, Kevin. – sorri.

Encaramo-nos por alguns segundos e percebi que ele provavelmente estaria se perguntando se deveria refazer a pergunta. Se ele a fizesse, teria que tirar coragem de não sei onde, mas tiraria, para recusar. Não posso me casar, não dessa maneira.

- Bella... – ele começara.

- Kevin. – o interrompi – Eu não posso me casar com você.

Ele me olhava sem reação, mas eu não podia mesmo. Eu não estaria sendo sincera comigo mesma e muito menos com ele, não o faria feliz como teria que ser, não sou a mulher perfeita para ele. Kevin apenas me encarava como se acabasse de receber uma noticia ruim... Não deixa de ser.

- Eu sinto muito, mas não posso... – murmurei – Eu não amo você, se me casasse contigo não o faria feliz como você merece... – afaguei seu rosto – Os dois anos que passamos juntos foram incríveis Kev, você é um sonho para qualquer mulher, mas...

- Mas não sou o seu sonho, não é? – interrompeu e afastou minha mão de seu rosto.

- É. – apenas concordei.

Ele se levantou da minha cama e foi para perto da janela, ficando de costas para mim. Ficamos uns bons minutos em silêncio, eu não suportava fazer ninguém sofrer, ainda mais o Kevin, um cara que me levantou quando eu estava caída. Nem percebi quando as minhas lágrimas já estavam caindo silenciosamente.

- Você ainda o ama. – isso não era uma pergunta.

- Amo. – não tinha por que negar.

- Bella, você sabe o que ele te fez... – disse se virando e sua expressão era fria – Você sabe que ele não presta, não te fez bem...

- Eu estou dizendo que o amo, não que vou voltar para ele. – disse convicta.

- Isso é questão de tempo. – irritou-se – Se é que vocês não já...

- Não! – exaltei-me.

- Ok, confio em você, Bella. – ele disse respirando profundamente, tentando se acalmar.

- Obrigada por me entender. – falei sincera.

- De nada. – ele suspirou – Então acho que estou voltando para Olympc.

- Já? – o indaguei.

- Eu vim aqui atrás de você, Bella. – olhou-me sério – E te convenceria a voltar para lá, era só uma questão de tempo... Eu tinha tudo planejado.

- Oh... – murmurei.

- Bella, ele tentou algo com você? – ele me perguntou, mudando totalmente de assunto.

Eu não soube o que responder. Somente o encarei com os olhos arregalados e com a boca entreaberta, fui pega de surpresa novamente. Merda! Minha mãe sempre me chamou de livro aberto quando criança.

- Sabia. – ele disse com raiva e saiu do meu quarto.

Pulei da cama ignorando a tontura e a vertigem e fui atrás dele. Afinal, Edward é meu vizinho, Kevin podia muito bem bater a porta dele.

- Kevin! – o chamei.

- O que é? – ele parou no meio da sala.

- O que você vai fazer? – perguntei, sem fôlego e mega tonta.

- Não vou bater a porta do seu querido amado, Bella... – ironizou – Estou indo embora. Depois pego minhas coisas.

E continuou a andar, mas eu ainda corri atrás dele.

- Kevin, me perdoe... Eu não queria que as coisas fossem desse jeito... – me debulhava em lágrimas.

- Tudo bem, Bella. – ele suspirou derrotado – Eu que entrei nesse jogo já sabendo que não tinha chances de ter você por completo. – e me encarou com seus orbes azuis cheios de lágrimas.

Eu mordi os lábios, estava chateada comigo. Kevin era um ótimo cara, um perfeito cavalheiro e agora estava sofrendo por minha causa. Ele me abraçou forte e me dera um beijo na testa, e saiu do apartamento. Caí sentada no chão e chorei desesperadamente, eu podia admitir que ainda amava desesperadamente aquele Cullen idiota, mas isso não melhorava as coisas.

Edward POV.

Eu estava na sacada do meu apartamento muito preocupado com a Bella. Algo de muito sério aconteceu para ela ter desmaiado bem na “hora H”. Eu só espero que não seja nada grave, alguns minutos depois de observar a noite fria de Boston vi o carro do Campbell entrar no condomínio, seguido do carro do Derick, do Emmett e do Jasper. Eles desistiram de ir para o hospital? Tirei o celular do bolso da calça e disquei para a Alice.

- Depois eu te ligo. – ela atendeu e desligou na minha cara.

Típico da Alice.

Fiquei apreensivo por uns bons quinze minutos, até ouvir a campainha do meu apartamento. Fui correndo abrir a porta, era a Alice e o Jasper.

- Derick nos expulsou do apartamento da irmã. – a baixinha revirou os olhos e entrou com o Jasper.

- E cadê o restante do povo? – indaguei os dois enquanto fechava a porta.

- Emmett foi logo embora com a Rose, porque ela estava reclamando de cansaço. – dizia o Jazz – Betina e o Derick foram logo em seguida, acabaram descer, os quatro.

- Hm. – murmurei – E como a Bella está? – perguntei preocupado.

- A Bella tem problemas em ser pressionada em grande público, creio que você sabe disso. – disse a minha irmã.

- Oh sim, mas isso já tinha sido solucionado, não já? Ela mesma me contou que... – comecei a falar.

- Sim, mas não contamos com o fator surpresa. – disse o Jasper.

- Oh... – murmurei – É verdade. – assenti.

- Mas ela está melhor, Derick disse que ela tinha que conversar com o Kevin... – a nanica revirou os olhos e eu ri.

- É óbvio que ela tem que conversar com o cara, né Alice? – Jasper a repreendeu.

- Olha Ed, eu conheço muito bem aquela criatura. – Alice nem deu ouvidos ao namorado, como sempre – Ela obviamente vai falar a verdade para o Kevin, que não o ama e que não pode casar com ele, então... – suspirou – Vai ficar vulnerável, é nessa hora que você tem que aparecer e conversar com ela, claro que é depois que ele ir embora. – olhou-me séria – E sem partir para o segundo ato, ok? – disse firmemente.

- Eu sei disso Alice, só espero que ela me ouça. – disse nervoso.

Não demorou muito e escutamos o barulho da porta ao lado se fechar, alguém estava saindo. Nós três olhamos o carro do Kevin sair pela sacada, ele estava saindo vida dela. Eu estava ansioso, nervoso, uma pilha... Queria conversar com ela, resolver de uma vez por todas isso e eu já sabia como.