Womanizer escrita por Tamy Black


Capítulo 29
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Bella POV.

Eu fiquei extremamente apreensiva com o silêncio que se instalou depois da minha pergunta. Kevin me olhava como se me avaliasse atentamente, não entendi isso.

- Então? – perguntei, quebrando o silêncio.

- Bom, eu acho ótimo isso, amor... Sempre foi o seu sonho, fico feliz! – ele disse por fim, me dando um sorriso.

Ainda não fiquei totalmente aliviada, porque não tinha dito a parte pior, que eu teria que me mudar pra lá.

- E então, quando a Alice vai vir pra cá? – ele perguntou depois da sessão de beijos que se iniciou.

- Er... – hesitei e ele percebeu – É aí que está o problema, Kevin.

- Que problema? – indagou, já não tão feliz quanto antes.

- Eu vou ter que voltar para Boston. – disse de uma vez.

 - Você vai o que? – exaltou-se.

- Bom, a Alice encontrou um lugar ótimo lá, e você sabe muito bem que Boston é a capital das artes... – comecei a me explicar – E você sabe também que eu não gosto nada do meu emprego como restauradora de obras lá no museu...

- Ok, ok... Eu já entendi Bella. – Kevin me interrompeu se desvencilhando de mim.

- Kevin... – o chamei.

- Bella... – suspirou – E como eu fico? – me encarou sério.

- Meu amor, você vai comigo... Tenta pedir transferência na firma do seu pai, eu sei que vocês têm uma filial lá, já que o meu amigo Emmett trabalha lá. – pedi docemente.

- E você acha que é tão simples assim? – ele disse ríspido – Bella, eu sou o sucessor na firma, você sabe o que é isso? – ironizou.

- Eu sei Kevin. – revirei os olhos – Mas, pensa comigo... Você tem o emprego que sempre quis que era ajudar o seu pai na firma de advocacia de vocês... E o meu maior sonho é abrir uma galeria de artes, e qual o melhor lugar pra isso? – perguntei.

- Eu entendo você, Bella... – respirou fundo – Mas eu acho que não é somente por isso.

- Como é? – perguntei, sem entender aonde ele queria chegar com isso.

- É simples. – ele se sentou na cama – Você quer voltar pra Boston pra ficar perto do seu ex-namoradinho. – disse com escárnio.

- Você... – suspirei – Não disse isso! – exaltei-me.

- Bella, você sabe que é verdade. – ele disse calmo.

- Como você ousa falar uma coisa dessas, Kevin? – perguntei, já perdendo a paciência – Você sabe que isso é mentira! Que eu vou pra lá pra realizar um sonho meu! Não por causa de Edward Cullen! – esbravejei, quase sucumbindo de raiva.

- Bella... Não seja hipócrita. – disse raivoso e me olhando – Eu vi a dança de vocês no casamento do seu irmão, na frente de todos ali... O modo como vocês estavam juntos parecia que nunca tiveram estado tanto tempo separados! – ele explodiu e eu estava estupefata – E o que você fez durante essa semana lá? Sozinha, na mesma cidade com ele?

- Kevin, isso são acusações sem fundamentos... – disse já sentindo as lágrimas caírem dos meus olhos – Eu pensei que já tínhamos superado isso...

- Como Bella? Você me chamou de Edward, bem na hora H! – ele gritava.

- Eu pedi perdão a você! – gritei, já soluçando.

- Não chore... Você é igual a todas as outras... – ele disse, vestindo uma roupa qualquer.

- Então é assim? – perguntei ainda banhada de lágrimas – Esses anos não significaram nada pra você?

- Eu que devia te perguntar isso, Bella. – ele riu sem humor.

- E o que você acha que eu estou fazendo aqui, Kevin Campbell? – perguntei, fungando – Eu voltei por você, eu quero você e não ele. – disse e ele me encarou profundamente com seus olhos azuis.

- Bella... – ele murmurou.

- Eu amo você, Kevin. Se eu ainda amasse o Edward eu não estaria aqui... – disse, chorando – Você pode entender isso?

- Desculpe Bella... Eu estou muito atordoado com toda essa situação. – ele disse.

- Ok, eu acho melhor nós darmos um tempo. – disse relutante.

Sei que essa não era a melhor solução, mas do jeito que ele estava, sem acreditar em mim, com esses ciúmes excessivos e coisas sem importância... Mas, eu iria embora e o queria ao meu lado, afinal, foi ele quem reconstruíra o meu coração.  Eu continuei a chorar e Kevin me olhava incrédulo, como se eu tivesse dito algo horrível pra ele.

- É sério? – perguntou-me.

- É, você precisa confiar em mim. – eu disse – E enquanto isso eu vou voltar pra casa dos meus pais. – me virei de costas pra ele e comecei a me vestir.

- Não Bella. – ele murmurou.

- É o melhor pra nós dois. – disse, encarando-o – Eu estou voltando pra Boston em duas semanas.

Kevin não me respondeu, simplesmente saiu do quarto e não demorou muito para eu ouvir o baque ensurdecedor da porta. Ele resolveu sair e eu também iria fazer. Só peguei todas as minhas roupas, as coloquei dentro das minhas outras malas, resolvi tomar um banho e foi o que fiz. Depois coloquei uma calça jeans, uma blusa branca de bolinhas, e calcei minhas sapatilhas preferidas. (n/a: look Bella) Coloquei uns pertences mais necessários em outra mala, durante a semana eu faria a limpa aqui.

Eu sei que não era um fim, mas por via das dúvidas... Pedi a ajuda do porteiro do prédio com as malas e nós as colocamos no meu carro. Segui para a mansão dos meus pais e fui recebida de braços aberto pela minha mãe. Meu pai nunca gostou de eu morar com o namorado, mas também não criticou e nem perguntou nada.

Passei o dia trancafiada em meu quarto sem fazer nada. Mas, já estava na hora de começar a ajeitar a minha mudança.

Edward POV.

Depois que saí do aeroporto, eu fui direto para o meu apartamento. Cheguei lá e encontrei Carol no sofá assistindo a algum programa na TV, assim que ela me viu, sorriu largamente pra mim e depois saiu do sofá correndo até mim e se jogando também. Dei-lhe um beijo na testa e ela estranhou, pois eu sempre a recebia com um beijo caloroso.

Nós fomos nos sentar no sofá e Carol desligou a TV, ela entendeu de imediato que eu queria conversar, ela me conhecia muito bem.

- O que você tem? – me perguntou.

- Nós precisamos conversar. – disse sério.

- Sobre? – indagou.

- Nós. – disse a encarando e ela não dissera nada – Eu quero terminar com você, Carol. – disse de uma vez.

Esperei a reação dela: gritos, choros, xingamentos, mas Carol me olhou como se já esperasse por isso, ela simplesmente sorriu fraco pra mim e passou a mão nos cabelos loiros e compridos.

- Eu já esperava por isso. – disse triste – E é por causa da tal Bella, não é? – perguntou, mas eu senti uma raiva no tom.

- Também. – eu disse e ela bufou – Olha, eu não posso mais brincar com você, Carol. Não quero que você se magoe, pois eu gosto muito de você, Anna Carolina Davis. Você é incrível e vai encontrar o cara certo pra você, mas infelizmente esse cara não sou eu. – falei com sinceridade.

- Ok, Edward. – ela suspirou e limpou uma lágrima que escorria por seus olhos, ela estava tentando se fazer de forte – Se é isso que você quer, eu não posso fazer nada... A não ser lamentar. – disse, sorrindo por fim.

Carol arrumou suas coisas e disse que iria para a casa dos pais, eu disse que ela podia dormir aqui, mas ela riu da minha cara e foi embora dizendo que durante a semana passaria pra pegar as coisas dela. O bom é que terminamos numa boa, pelo menos isso.

Depois que ela saiu, peguei uma cerveja na geladeira e fui pra sacada do meu apartamento, tinha a melhor vista do mundo, dava de frente para a praça mais bonita e freqüentada de toda a Boston, essa praça me lembra a Bella, foi uma das razões de ter comprado esse apartamento. Olhei para o lado, o apartamento do meu lado estava vago, não tinha ninguém.

Fiquei contemplando a noite, me lembrando do beijo que eu obriguei Bella me dar. Ainda estava vivo na memória, tão fresco... Eu a teria de volta, se teria.

Bella POV.

Resolvi a minha vida em duas semanas e o Kevin não me procurou nelas, somente um dia antes de eu viajar, ele me mandou um buquê de flores com um cartão. Disse que ainda me amava e que me desejava toda a sorte do mundo lá, mas também não disse se ainda estávamos juntos ou não, eu não tive coragem de ligar e nem fazer nada, preferi deixar como estava.

Despedi-me dos meus pais na noite de segunda-feira e cheguei a Boston pela madrugada da terça, fui recebida pelo meu irmão, minha cunhada e meus amigos. Edward não foi porque estava de plantão no lugar do Derick, admirável da parte dele. O apartamento que Alice conseguiu pra mim era perfeito! Ficava de frente para a praça mais movimentada e bonita de toda a cidade, e Alice sabia que eu amava esse lugar, me trazia doces lembranças...

Ela decorou o apartamento muito bem, a sala era perfeita, a cozinha a minha cara, o banheiro, e o meu quarto era o melhor lugar de todo o apartamento! Não preciso nem comentar o tamanho do closet, que Alice falou que copiou o modelo do meu pelo dela.

O pessoal ficou até umas três horas da manhã no meu novo cantinho e depois de Rose reclamar de sono por causa do pequeno Cullen, − sim é um menino! − todos foram para as suas casas. Emmett e Rosalie estão discutindo os nomes ainda, e é muito engraçado vê-los fazer isso! Logo após a ida deles, tomei um banho e dormi como uma pedra, pela manhã eu iria começar a me sentar para organizar as coisas da galeria com a baixinha Cullen.

[...]

O dia amanheceu e com isso eu tive que levantar, tomei um banho e vesti uma roupa confortável, tomei meu café e depois saí de casa. Peguei o meu carro, meu irmão providenciou pra mim nessas duas semanas, e já fui para o local onde seria a galeria.

Ao chegar lá, me deparei com a reforma da galeria. Nós a inauguraríamos dali a duas semanas, ainda tínhamos que resolver muitas coisas. Começaríamos com algumas exposições minhas já tinha todas as minhas obras ali.

E os dias se passaram assim, indo à galeria, resolvendo problemas e coisas do gênero. Alice estava muito eufórica e eu tinha que segura-la muitas vezes, ela queria fazer uma imensa festa. A galeria tinha espaço pra isso, mas eu acho que era muito para pouco... Só que alguém consegue segurar aquela nanica?

[...]

Faltava só um dia para a nossa inauguração e de última hora apareceu tantas coisas para resolver! Eu cheguei ao meu apartamento morta de cansada e já era mais ou menos uma da manhã. Joguei minhas coisas no sofá e fui para o chuveiro, depois que saí de lá coloquei uma camisola de seda preta e fui praticamente dormindo pra minha cama.

Assim que eu já estava completamente confortável na minha cama imensa e já estava praticamente entregue ao meu sono tão aguardado, eu comecei a escutar um barulho estranho. Resolvi deixar pra lá e virei para o outro lado, mas a merda dos gemidos – sim, eram gemidos – estava muito alto. Coloquei um travesseiro para tentar abafar os gemidos, mas nada... Oh Deus! Quem está transando à uma hora dessas?

Levantei-me da cama irritada, morrendo de sono, tentando dormir, mas o barulho não deixava. Coloquei meu hobby e fui até a cozinha, para isso tive que passar pelo corredor e ao chegar lá notei que os gemidos estavam mais altos, parecia que era lá dentro de casa. Que horror! Fui até a sala, ao invés de ir à cozinha, e percebi que o barulho vinha do apartamento ao lado do meu. Inferno!

Desisti de dormi e fui para a sacada do meu apartamento, onde o barulho não era tão alto assim. A noite estava fria e o céu absurdamente lindo, fiquei contemplando a noite até que as pessoas ao lado terminassem de transar.

Edward POV.

Eu passei às duas semanas seguintes a ida de Bella focado no trabalho. Carol, para se vingar de mim, me encheu de trabalho no hospital. E no dia que Bella chegaria era minha folga, mas eu cobri o Derick, afinal ele era o irmão dela. Durante esses dias em que eu estava quase sucumbindo de tanto cansaço, resolvi perguntar a Carol qual era a dela...

Imprensei-a no almoxarifado quando ela estava saindo de uma cirurgia. Ela não disse nada, simplesmente me agarrou ali mesmo. Eu estava sem transar a alguns dias e sabe como a carne é fraca, certo? Acabamos fazendo as coisas ali mesmo, foi uma experiência interessante. Depois disso, acabamos almoçando no dia seguinte e Carol disse que seríamos bons amigos, ou seja, amigos com benefícios.

Bom, eu que não ia reclamar, ela disse que estava sem ninguém e mesmo que ainda gostasse de mim, ela sabia que eu nunca seria dela, então podíamos ser amigos... Além de poder nos satisfazer quando quiséssemos. Era uma proposta tentadora e eu acabei por aceitar.

Ainda não tinha visto Bella depois que ela chegou, mas Alice disse que logo nós dois nos encontraríamos. Não entendi o que ela quis dizer com isso, mas resolvi deixar pra lá. Eu sabia que elas estavam ocupadas resolvendo as coisas para a inauguração da galeria delas, então eu supus que seria na festa que eu a reencontraria.

Na noite antecedente a essa inauguração Carol estava comigo. Tínhamos ido a uma festa de aniversário de uma colega nossa de trabalho que rolou até depois da meia-noite, ela ficou meio bêbada e eu a levei para o meu apartamento. Nós estávamos sem algum contato mais íntimo fazia uma semana, pois eu estava sem tempo e ela também, acabei por me aproveitar da situação e transamos no sofá da minha sala.

Carol estava tão assim, diga-se de passagem, que estava gemendo muito alto. E quando eu digo muito, é muito mesmo. Eu já estava com medo do prédio inteiro estar escutando os gemidos dela. Depois dos intermináveis gritos – gemidos – dela, finalmente nos saciamos e ela cambaleou para o sofá. Como eu não estava com um pingo de sono, coloquei minha cueca samba-canção e fui para a minha preciosa sacada.

Eram mais ou menos umas duas horas da manhã, ou mais. O céu estava perfeito e a noite estava fria por demais, mas aconchegante. Fiquei lá observando a noite e de repente desviei o olhar para a sacada do apartamento ao lado do meu.

Ih... Não sabia que já tinha gente morando aqui do lado, era uma mulher. Ela estava observando o céu e movido pela curiosidade comecei a observá-la...

Não! Não... Ou sim?


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Notas finais do capítulo

CAPÍTULO REPOSTADO. (JUL/2011)