Edward POV.

Eu fiquei em choque. Bella estava grávida? Deus... Esse filho era meu! Tive que me sentar na cadeira novamente. O médico me olhava confuso.

 - O senhor não sabia? – ele me indagou.

- Não. – disse com a voz embargada.

- Mas... Como? – ele perguntou mais uma vez.

- Eu e Bella havíamos brigado, ela me escondeu esse tempo todo... – disse mais pra mim do que pra ele.

Então, as roupinhas de bebê que eu vi com a Alice eram do meu filho... Por isso ela estava tão empolgada. Mas, por que Bella não me contou? Eu tinha esse direito! O médico me deixou sozinho, mas disse que Bella estava sedada e ainda dormia. Fiquei pensativo na cadeira, eu seria pai. Mas, agora esse sonho fora apagado e não voltaria mais.

Pai. Era um dos meus objetivos, longínquos, mas era. Nossa... E ainda seria com a mulher que eu amo. Um bebê com os meus traços e com os de Bella, iria ser lindo se puxasse à mãe. Mas agora... Eu sentia meu mundo desabar literalmente, quando Bella acordasse e soubesse disso... Não quero nem pensar.

Fiquei ali, refletindo e imaginando o que aconteceria se Bella tivesse me contado. Claro que eu ficaria ao seu lado e nós dois criaríamos o nosso filho... Não pude segurar as lágrimas, agora não adiantava mais chorar e nem se lastimar, o erro já tinha sido feito e as conseqüências já haviam acontecido.

Fui tirado de meus devaneios por uma Alice preocupada me chamando. Olhei para ela e vi os outros atrás da mesma. Derick me olhava confuso e Betina do mesmo jeito. Criei coragem e tomei fôlego, a conversa seria longa. Contei a eles tudo que tinha acontecido.

- Ela perdeu mesmo o bebê? – perguntava Rose com a voz embargada.

- Sim. – disse do mesmo modo – Por que não me contou nada, Alice? – olhei para minha irmã que estava chorando compulsivamente.

- Bella iria me matar, Edward. – ela disse em meio aos soluços.

- Ela não faria isso, Alice. Eu tinha o direito de saber! – disse ríspido.

- Sim, tinha, mas ela preferiu ocultar isso. – disse o Emmett.

- Pedimos a ela, Ed, pedimos... Mas, parece que você não conhece a cabeça dura da Bella. – disse Betina, chorando também.

- Se eu soubesse... – pausei e as lágrimas caíram mais – Isso não teria acontecido. – e chorei.

Alice me puxou para um abraço e eu fiquei chorando com ela por muito tempo. Bella não iria acordar agora, segundo o médico, por isso, fui pra casa e depois voltaria. Tínhamos que conversar seriamente.

What Hurts The Most – Rascal Flatts

Bella POV.

A dor de cabeça era intensa e eu estava tonta. Parecia que tinha mil vozes falando ao mesmo tempo no volume máximo em minha mente. Tudo rodava e eu abri os olhos lentamente. Assim que a claridade invadiu meus olhos, como um flash, eu revivi o acidente, fechei os olhos rapidamente e os abri de novo.

Eu posso agüentar a chuva no telhado dessa casa vazia
isso não me incomoda
Eu posso chorar algumas lágrimas às vezes e apenas deixar que elas saiam
Eu não tenho medo de chorar de vez em quando
Mesmo que continuar sem você, mesmo você tendo ido embora ainda me deixa triste
Tem dias
Que eu costumo fingir estar bem, mas não é isso que me deixa triste

Encontrei os rostos embaçados de Alice, Betina, Derick, Rose, Emmett e Jasper, ao meu redor. A visão foi voltando ao normal e minhas mãos foram instintivamente para o meu ventre, meu bebê! Olhei para Alice e seus olhos estavam cheios de lágrimas... Não...

- O que houve? – perguntei meio rouca.

- Bella, você sofreu um acidente. – disse o meu irmão ao meu lado.

- Disso eu me lembro Derick, meu filho... Ele está bem? – disse com a voz embargada, temendo o pior.

O silêncio se instalou mais ainda do que estava. Eu olhei para meu irmão e ele desviou o olhar, olhei para Betina e as lágrimas já escorriam por sua face morena. Não era possível... Era? Só de imaginar, meus olhos começaram a transbordar e ao ver as expressões dos meus amigos que os denunciavam para a fatídica notícia, as lágrimas caíram e eu gritei.

O que mais dói, era estar tão perto
E ter tanto a dizer
E ver você indo embora
E nunca saber, o que poderia ter sido
E não ver que amar você
Era o que eu estava tentando fazer

 - NÃAO! – eu apertava meu ventre e chorava forte.

- Bella! – meu irmão me abraçou.

- Me diz que é mentira, Derick! – gritei mais uma vez pra ele – Me diz!

- Bella, eu sinto muito, mas... – ele chorava também.

Eu o agarrei pela camisa e chorei mais ainda. Não era possível! O meu bebê... O meu único amor de agora em diante, morto... Sem vida e não mais aqui comigo... Eu não agüento, não mais...

É difícil lidar com a dor de te perder
em todo lugar que eu vou
Mas eu estou fazendo isso
É difícil forçar aquele sorriso quando vejo nossos velhos
amigos e eu estou sozinho
Ainda é difícil levantar, me vestir, viver com
esse arrependimento

Edward POV.

Eu estava adentrando novamente ao hospital e já estava no andar de Bella, e ouvi os gritos vindo do quarto dela. Ela já estava sabendo, então. Corri para lá e abri a porta. Bella chorava agarrada ao irmão e todos os outros choravam também.

Alice estava abraçada a Jasper e chorava, meu amigo também. Emmett consolava Rose e a Bê estava sentadinha no sofá, chorando também. Derick me viu e Bella também. Aproximei-me dos dois e Bella arregalou os olhos pra mim.

Mas eu sei que se eu pudesse voltar atrás
Eu trocaria, colocaria para fora todas as palavras que eu guardei em meu coração e que não falei

- Já sei de tudo. – disse a ela e a mesma chorava mais – Precisamos conversar, mas não agora.

Abracei-a e ela chorou agarrada a mim. Senti suas lágrimas quentes em meu peito, eu não agüentei e comecei a chorar também. O pessoal saiu do quarto, nos dando privacidade, Bella chorava compulsivamente e parecia que não ia parar tão cedo.

Não sei o que houve, mas Bella se soltara de mim e me empurrara para longe, não a entendi e a olhei confuso.

O que mais dói, era estar tão perto
E ter tanto a dizer
E ver você indo embora
E nunca saber, o que poderia ter sido
E não ver que amar você
Era o que eu estava tentando fazer

- SAI DAQUI! – ela berrou.

- C-como? – gaguejei.

- Você é o culpado Edward! – dizia pra mim e seus olhos demonstravam raiva.

- Bella, me escute! – pedi.

- Não! Você é o culpado do meu filho não estar mais comigo! – ela estava aos prantos.

- EU? – me exaltei – QUEM FOI QUE NÃO ME CONTOU NADA DESDE O PRINCÍPIO? – berrei.

- VOCÊ NÃO MERECIA SABER! – ela berrou.

- COMO NÃO? EU ERA O PAI, NÃO ERA? – a indaguei aos berros novamente.

- ERA! – soluçou – Disse bem... – baixou o tom de voz.

- Se você tivesse me contado desde o começo, isso não teria acontecido. – disse me aproximando novamente.

- Como eu contaria? Com você andando com uma puta diferente todo dia! – ela se exaltou.

- Bella, isso não vem ao caso. – disse, tentando contornar a situação.

- Claro que vem, Edward. O que interessa agora, é que meu filho está morto e eu não o tenho mais, o meu bem mais precioso não vive... – ela soluçou mais uma vez.

- Eu sinto muito... – disse com a voz embargada.

 - SENTE? – berrou – A CULPA É SUA, SEU DESGRAÇADO! VOCÊ MATOU O MEU BEBÊ, EDWARD! – ela gritou, aos prantos.

- BELLA POR FAVOR, SE ACALME! – tentei, em vão, acalmá-la.

- EDWARD, EU ODEIO VOCÊ! SAI DA MINHA VIDA DE UMA VEZ! – ela pediu.

- Eu amo você, como sair? – a indaguei.

- Se vire, você não percebe que me faz mal, cada vez mais? – ela disse de cabeça baixa.

- O que mais me dói, é fazê-la mal e não poder contornar isso. – disse suspendendo seu rosto.

- Vá embora, eu suplico, me deixe em paz. – ela pediu em meio às lágrimas.

O que mais dói, era estar tão perto
E ter tanto a dizer
E ver você indo embora
E nunca saber, o que poderia ter sido
E não ver que amar você
Era o que eu estava tentando fazer

Não agüentaria vê-la sofrer mais por mim, deixá-la-ia se era o que a mesma pediu. Dei-lhe um beijo demorado em sua testa e saí dali. Ouvi-a soluçar mais assim que bati a porta do quarto. O pessoal que estava do lado de fora se levantaram das cadeiras quando me viram.

- O que houve? – perguntou Emmett.

- Ouvimos os gritos. – disse Jasper, eu estava mudo.

- Preciso sair daqui. – somente disse isso e praticamente corri pra fora dali.

Ainda ouvi Alice me chamar, mas não dei ouvido. Peguei meu carro e saí o mais depressa do hospital. As minhas lágrimas caíam com tranqüilidade pelo meu rosto. Eu a amava tanto, mas ela estava certa. Eu era o único culpado da história, se eu não fosse tão estúpido...

E não ver que amar você
Isso é o que eu estava tentando fazer

Não adianta se lamentar agora... Estava dirigindo sem rumo e acabei por parar praça que sempre ia quando precisava pensar, estacionei de qualquer jeito e saí do carro, comecei a andar lentamente até o banco de sempre. Sentei-me assim que me aproximei e tirei do bolso o anel que lhe dei.

Lembrei-me de todos os nossos momentos, principalmente de quando a pedi em namoro. Dos nossos carinhos trocados quando estávamos em minha casa, lembrei-me das vezes que velava seu sono e da maneira que ela parecia um anjo ressonando tranqüilo.

Eu era um completo estúpido. Se eu pudesse voltar no tempo, não faria nada do que fiz e nem teria dado bola a certas coisas. Hora de sofrer sozinho e de se arrepender das conseqüências dos atos.