– Já disse que ninguém jamais vai poder substituir você! Nem mesmo Drew, aquele seu amigo esquisito do bar. Nem mesmo os meus colegas de trabalho, lá da minha linha de roupas. – Elena continuava falando e falando. Eu tinha parado de escutar ela a um tempo, pensando no que isso significava... Estamos de volta à zona da amizade... Eu odeio essa zona. Respondi a faladeira de Elena com um sorriso de lado. Ela sorriu de volta... Que sorriso lindo que ela tem...

– Boa notícia, garotos! – diz uma voz da porta do quarto, que me assusta, e me faz pular da cadeira. Precisei me virar para reconhecer o doutor de Elena ali, sorridente. Ele parecia estar nos observando há um tempo, mas, decidi ignorar esse fato. – Por algum milagre de Deus, você está bem, Elena. Sem sequelas, ou qualquer pista de que realmente esteve naquele carro. Acho que está na hora de você voltar para casa, Srta. Gilbert.

Elena abriu um enorme sorriso, e me deu outro abraço, o que serviu de deixa para o médico. Eu sorri, e correspondi o seu abraço. Ela cheirava a hospital, o que é... nauseante. Finalmente poderei tirar ela daqui, levá-la para nossa casa e... Claro, ela não se lembra da nossa casa.

“É essa! Tenho certeza” disse Elena, correndo, dançando e pulando pela pequena casinha. “Essa?” digo. Ela assente e eu sorrio. Era ali que Elena queria que passássemos o resto de nossas vidas. Nossos filhos seriam criados ali. Nosso amor conservado aqui. Sorrisos. Felicidade lá e acolá. Ela, inesperadamente, pula em meus braços, o que me faz dar uns passos pra trás, mas, rapidamente, correspondi a seu abraço. Ela olhou em meus olhos, me deu um selinho, e disse simplesmente uma palavra: “Futuro”.

Só consigo pensar em como meu futuro está tão lascado agora.

Do nada, Greyson e Miranda aparecem no quarto, abraçando e congratulando a filha. Acho que até vi Greyson com água nos olhos.

– Mal posso esperar pra comer a melhor da sua lasanha, e dar um fora nessa comida de hospital! – diz Elena para sua mãe, que, instantaneamente, fecha o sorriso. Miranda olha pra mim, a seguir, Greyson olha pra mim, a seguir, Elena. Está bem, que cara que eu faço agora? Somente assenti, calmamente.

– Na verdade, Elena... Que tal você dormir na casa do Damon, hoje? – diz Miranda, ignorando meu assentido. – Quer dizer, passar um tempo com ele... Ele anda muito sozinho desde que você ficou assim... – Eu olho para Miranda, tentando arranjar um sentido no que ela acabou de dizer. Elena nunca dormiu em minha casa enquanto éramos somente amigos. Não que eu nunca havia sugerido. Mas ela nunca tinha aceitado. Sempre cantei Elena, sempre. Ela sempre respondia meus flertes com um “babaca”. Por isso fico surpreso quando ela fala, um pouco rapidamente demais:

– Claro! – Ela olha pra mim, sorrindo. – Porque não? – Sorrio de volta. Afinal, já fiz Elena se apaixonar por mim uma vez. Porque não fazê-la se apaixonar por mim novamente?