I Miss The Time When You Missed Me escrita por Jade Lima


Capítulo 10
Capítulo 9 - U can't stop snooping around, can u?




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– Eu literalmente amei esse lugar! – disse Elena, se jogando no meu sofá. No nosso sofá. Havíamos acabado de chegar a nossa casa, depois de uma curta despedida com os pais de Elena no hospital, e de agradecimentos àquele médico esquisito dela. Cheguei a encontrar Dra. Fell, a mulher, no corredor do hospital, enquanto conduzia Elena ao estacionamento. Ela segurava aquela bendita prancheta, que me lembrou do tempo em que ela tentava me manter na minha cama do hospital. Ela abriu um sorriso pra mim e, surpreendo-me ao dizer que, sorri de volta.

A viagem de carro foi bem silenciosa. Não troquei palavras com Elena. Contive-me para não desmoronar enquanto passávamos pela rua do acidente. Era estranha aquela sensação de déjà vu. Era como se tivesse acontecendo tudo de novo... Minha mente reproduzia o olhar do cachorro... Meus ouvidos só conseguiam captar os gritos de Elena... Sendo que Elena não gritava. Ela só olhava para a janela, esperando que chegássemos a nossa casa. Tentei me segurar à tranquilidade dela.

Ela não parava de falar do quanto gostava do lugar desde que chegou aqui. Claro, você que escolheu, pensei. Mas, o lugar era bonito mesmo. Na sala, havia uma bela televisão pendurada na parede, na frente de um grande sofá vermelho escarlate, no qual Elena havia escolhido a cor. Uma mesa de centro transparente, de vidro, onde eu não tinha problemas em colocar os pés. Um banheiro, bem pequeno, ali. O piso da sala era de madeira, assim como as escadas em forma de espiral que levavam para um corredor que tinha três portas. Um das portas levava ao meu quarto e de Elena, que continha paredes brancas, uma cama de casal da mesma cor, um enorme espelho grudado na parede, um pequeno criado mudo com um abajur em cima, e uma cômoda, também branca, que continha fotos minhas e de Elena. Ou minhas com Elena. No quarto, tínhamos uma porta que levava ao banheiro. As outras portas do corredor do segundo andar levavam ao quarto de hóspedes – uma coisa na qual raramente recebíamos – e um pequeno quartinho que guardávamos coisas velhas.

– Que bom que gostou – disse, sorrindo de lado. Eu olhei pros lados, pensando no que dizer. Se Elena não tivesse com esse probleminha de esquecer as coisas em seu cérebro, nesse momento nossa conversa seria bem diferente. Eu estaria beijando ela naquele sofá, dizendo o quanto ela é linda. – Você quer comer ou, sei lá, beber alguma coisa? – perguntei, apontando pra cozinha.

– Você que vai fazer? – ela disse, provocando – Desde quando Damon Salvatore sabe cozinhar? Tenho que falar com o meu doutor, novamente. Não acho que eu tenha ficado em coma por somente o tempo que ele diz que eu fiquei. – ela riu e eu revirei os olhos. Tá, ela nem ao menos se lembra de ter me ensinado a cozinhar... Ela não se lembra de nada. – É um desafio, então! Vamos ver... Um café seria bom. Simples e prático, não tem como você errar – ela sorriu. Não me contive em sorrir de volta, como um bobo.

Entrei na cozinha para preparar o tal café. Ela era bem pequena. Não havia como caber mais de seis pessoas sem se apertarem. Mas, quando compramos a casa, eu e Elena nunca pensamos na possibilidade de fazer, como, uma grande festa por aqui. Para isso servia a casa de meus sogros. Então, não precisávamos de uma mega cozinha, ou de um mega banheiro na sala. Eu via uma pia nojenta, com uma louça velha para lavar, já que no dia do acidente, eu e Elena passamos o dia na cama, pensando no nosso casamento do dia seguinte. Havia um fogão seis bocas com uma panela com óleo bem no canto. Eu tinha usado ela para cozinhar algumas empanadas para Elena, também no dia do acidente... Estremeci ao pensar que não fazíamos ideia de que o carro iria capotar...

Comecei a preparar o que Elena havia pedido. Um pouquinho de açúcar, um pouquinho de leite. Só um pouquinho, para não tirar a essência do café. Do jeito que ela gosta. Eu lembro quando começamos a ficar. Quando eu aprendi a cozinhar com ela...

“Um pouquinho de açúcar, um pouquinho de leite. Só um pouquinho, Damon! Você não quer tirar a essência do café, ou quer?” disse Elena, dando uma de mandona em cima de mim. Estávamos na casa dos pais dela, nos quais estavam viajando. Elena me ligou perguntando se eu queria dar uma passada lá, para conversar. Eu sempre passava semanas em minha casa, completamente sozinho. E amava passar um tempo com Elena... Não havia como dizer não. Ela me observava fazendo seu café, o que parece uma coisa simples, mas, Elena a tornava isso coisa mais difícil do mundo. “Você é tão detalhista. Irritante, chata...” eu reclamo. “O que mais?” ela pergunta, chegando perto de mim. “Linda...” eu disse, avançando para beijar ela. Ela me empurra, falando repetidamente que não pode se distrair na cozinha. Eu reviro os olhos. “Olha, Damon, namorado meu, não pode ser preguiçoso. Tem que aprender a cozinhar, porque eu não vou ficar fazendo...” ela se interrompendo, percebendo o que acabou de dizer. “Namorado seu?” eu falei, sorrindo. Ela sorriu de volta, saindo da cozinha.

Saí da cozinha com uma xícara quente de café em cima de um pires. Olhei para o sofá, mas Elena não estava mais lá. Coloquei o café na mesa de centro, e subi as escadas, para procurá-la. Avistei a porta aberta de nosso quarto e caminhei para ver o que ela estava fazendo.

– Elena, você não consegue parar de xeretar por um momento, não é? – brinquei, antes de entrar no quarto. Elena estava de pé, em frente da cômoda branca. Ela olhava nossas fotos atentamente, sem tocar. Suspirei, e fui mais pra perto dela. Contive-me para não segurar sua cintura. Ela pegou uma das fotos com cuidado, como se as memórias pudessem quebrar. Era a foto do aniversário de 15 anos de uma das primas de Elena, Margaret. A foto era somente de cerca de dois meses atrás, então, não havíamos mudado nada. Eu usava um terno, e Elena me abraçava e sorria para a câmera, com seu vestido preto elegante. Ela olhava para um ponto específico... Sua mão direita.

– Damon... – ela disse. Eu fechei os olhos, pensando no que estava por vir. Ela deixou a foto de novo na cômoda, e virou para mim. Ela abaixou a cabeça, mexendo e remexendo o anel de noivado que dei a ela. Ela olhou nos meus olhos, e disse: – Damon, eu estou noiva?


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Notas finais do capítulo

Capítulo meio grande pra recompensar os pequenos anteriores! Eu gostaria muito se vocês dissessem alguma coisa que poderia fazer melhorar a fic, ou algo! Críticas aceitas! E, eu também queria agradecer aos reviews de vocês, e a minha primeira recomendação da "Belieber"! Vocês são demaisssss. Essas coisas sempre me incentivam a escrever! Então, não parem de mandar reviews, recomendem, falem pros seus amigos, etc, seja o que for, para que eu não pare de escrever! Eu tenho 19 leitores, então só uns 1/4 comentam... Quero ver cadê esses leitores fantasmas! Hahah. Enfim, obrigada mais uma vez, e espero que tenham gostado do capítulo.