Corri para o quarto de Elena o mais rápido que pude. Não poderia nem imaginar o que estava me esperando ali. Eu estava tão esperançoso, confuso, ansioso, que quase que passava do quarto de minha amada, mas me segurei em sua porta. Miranda tinha corrido comigo, também. Ela já havia chegado ao quarto, e estava sentada naquela poltrona que tinha ao lado da cama, segurando a mão de Elena, sorrindo. Elena sorriu a me ver.

– Damon? – ela disse, ajeitando-se na cama. Não me lembro de nenhum outro momento em que eu tenha achado meu nome tão bonito. A voz dela era doce, leve, pronunciando meu nome em meio de um sorriso. Eu respirei fundo, com os olhos arregalados. Eu comecei a rir. Coloquei as mãos na minha cara, e me aproximei de Elena. Ela balançou a cabeça e riu comigo.

– Elena... – eu disse, calmamente.

– Deixarei os dois sozinhos – disse Miranda, sorrindo. Ela estava na porta do quarto quando ela virou para mim, bateu palminhas, e deu pulinhos de alegria. Eu revirei os olhos, sorrindo para Miranda. Ela apontou para o corredor, e saiu do meu campo de visão. Quando olhei para Elena novamente, ela continuava sorrindo, o que fez com que eu me perguntasse se ela viu sua mãe, assim, torcendo por nós.

Sentei na poltrona que Miranda havia acabado de deixar. Olhei para Elena, suavemente. Inclinei-me, esperando que os lábios gentis dela se encontrassem com os meus, para que eu pudesse matar as saudades do gosto de sua boca. Elena me surpreendeu ao colocar os braços no meu pescoço... Abraçando-me. Eu franzi o cenho ao me afastar. Ela continuou sorrindo, e disse:

– Senti sua falta, babaca.

“Só amigos, babaca,” Elena disse, empurrando-me do que deveria ser nosso primeiro beijo. “Entendi, entendi... Mas, sério, nem uma bitoca?” eu falei, fazendo-a rir e revirar os olhos. ”Você é inacreditável, Damon,” ela disse, dando um soco no meu ombro. “É, eu tento,” falei, olhando em seus olhos. Estávamos andando pela estrada, aquela, na qual nos vimos pela primeira vez. Recordei a ela de quando isso aconteceu, e ela ainda teima em dizer que não se lembra de mim. Até parece. Flertamos naquele dia. Flertamos quando nos encontramos, depois disso. Flertamos diariamente faz um tempo. Esse lance de amizade não enganava ninguém, e até ela sabia disso, e isso me deixava irritado. Minha relação com ela somente evoluía. Encontrávamos-nos cada vez com mais frequência. Ela já me apresentou pras amigas. Eu já a apresentei para meus colegas do bar – que, aliás, não foi uma boa experiência, já que Drew só sabia secar ela. E ela gostava, então, isso me fez tirar ela à força daquele lugar. Consigo ser ciumento, quando quero – Para querer fazer a nós mesmos de bestas?

–... E vejo que conheceu minha mãe e meu pai! Eles parecem gostar de você. – Elena continuou falando enquanto eu flutuava em meus pensamentos. – Damon?

– Hã? – falei, acordando de meu transe.

– Você tá pálido! – disse ela, rindo.

– Os dias não têm sido fáceis com você naquele estado... – eu respondi a exclamação dela. Eu tinha que perguntar a ela... Se eu não fizesse isso... Aonde isso iria nos levar? Balancei a cabeça rapidamente. – Elena... O que nós somos? – disse, finalmente, abaixando a cabeça.

– Como assim? Mas essa hora você já está bêbado? – ela disse, rindo. Eu permaneci sério. Levantei a cabeça para que ela visse meus olhos. – Ah, Damon. Anda com ciúmes, não é? Você é meu melhor amigo.

“Ah, obrigada pelo troll, Bonovan” pensei. “Amigo, amigo, amigo, amigo, amigo, amigo, amigo, amigo,” meu cérebro repetia.