Entre a Razão e o Coração! escrita por Kuchiki Manu


Capítulo 18
Capítulo 18 - O que não se pode cumprir.


Notas iniciais do capítulo

Oie! 8D
Pois é, mais um capitulo!

Hoje, sinceramente, foi um dia que eu não fiz absolutamente nada. Fiquei como uma perfeita preguiçosa, sem nada pra fazer! (que vergonha! >.



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CAPITULO 18 – O QUE NÃO SE PODE CUMPRIR.

 

 

 

Três meses depois...

 

    - Agora abra o meu presente, Kuchiki! - falou uma alegre Matsumoto, entregando um pequeno pacote embrulhado com um papel colorido, enfeitado de coelhinhos.

    - Sim, Rangiku-san. - Rukia começou a desmanchar o papel de embrulho com delicadeza, com o intuito de não rasga-lo. Lógico! Era cheio de coelhos!

 

A 'Associação de Mulheres Shinigami' resolveu preparar um chá de bebê em comemoração ao filho de Rukia, que em pouco tempo iria nascer. Sendo uma surpresa, chegaram a mansão Kuchiki sem aviso prévio, surpreendo a futura mamãe, que naquele momento recebera a visita de Emi. A mulher de Seiji não viu outra alternativa, a não ser se juntar a pequena festividade.

 

Finalmente Rukia terminou de abrir mais um presente, encontrando um... copo?

     

    - E então? Gostou Kuchiki? - Rangiku perguntou, apontando para o objeto – Esta vendo? Tem o Chappy no meio.

    - Porque você deu um copo para o bebê, Rangiku-san? Acho que uma mamadeira seria bem melhor. - advertiu uma entediada Nanao.

    - Sim. Mas o bebê não vai crescer um dia? E ele ira precisar de algo para usar quando for beber sakê!

 

Nanou revirou os olhos entediada, resolvendo não retrucar aquele absurdo.

     

    - Não se preocupe, Rangiku-san. Eu adorei. - Rukia sorriu, juntando mais um presente com os outros.

    - Ah, Rukia-san. A sua barriga esta tão linda! - disse Momo nostálgica.

    - Como é que esse bebê foi parar ai, heim!? - Yachiru se mostrou curiosa, encostando a orelha no barrigão de Rukia. - Acho que isso é uma lombriga gigante. Eu senti algo se mexer!

    - N-não fale assim, presidente! - Isane chamou a atenção, mesmo sabendo que Yachiru não iria escutar.

    - É muito bom receber visitas no período de gestação, criança. Já que se torna difícil fazer o que costumamos em nossa rotina. - Emi disse de repente, se aproximando de Rukia – Lembro-me quando minhas amigas vinham me visitar. Assim como você, eu quase não podia sair de casa por causa do bebê.

 

Ao ouvir a ultima frase, Rukia desviou a atenção de Yachiru, olhando surpresa para Emi. Será que havia escutado direito? Bebê!?

     

    - Emi-sama, a senhora por acaso...

    - A senhora é tão elegante, Emi-sama! - Momo acabou interrompendo Rukia.

    - Obrigada.

    - A Hinamori está certa, Emi-chan! - reforçou Rangiku, mostrando esta familiarizada com a mulher de olhos esmeralda. Usar complementos de respeito não era de seu feitio – Mas mudando de assunto... E então, Kia-chan? Como é que o Kuchiki Taichou é? - sorriu maliciosa.

    - Hã? - Rukia arregalou os olhos perante a pergunta – E-eu não sei do que esta falando.

    - Ah, você sabe sim! - piscou.

 

Rukia ficou olhando a peituda confusa, até que compreendeu o que ela quis dizer, corando violentamente.

     

    - Poupe-nos de suas perguntas, Rangiku-san! - falou Nanao irritada.

     

 

~o~o~o~

 

    - Ela esta bem. - respondeu Kuchiki Byakuya ao tio, que há pouco havia perguntado sobre o estado de Rukia.

    - Isso é bom. - Seiji se endireitou a mesa, observando o que o sobrinho fazia. - Emi foi visita-la. Agora que Rukia-chan esta grávida, aquela mulher não sai mais de sua casa, Byakuya. Acho que perdi minha esposa para a sua.

    - Se não for de seu agrado, falarei para Rukia não recebe-la mais.

    - Claro que não! Você leva as coisas muito a sério, meu sobrinho. - suspirou – Aproposito... Eu estava pensando em deixar o bigode crescer, Byakuya. O que você acha?

 

Byakuya não fez questão de olha-lo ou de responder. Pelo número de perguntas inúteis, Seiji aparentava estar de bom humor. Esse era um dos exemplos que contrariavam suas personalidade tão semelhantes. - Frases inúteis.

     

    - Com licença, Kuchiki Taichou. - Noriko apareceu na porta. - Recebemos uma mensagem do 1º esquadrão.

    - Dei-me. - Byakuya ordenou, então o jovem se aproximou e entregou o envelope.

 

Seiji se virou brevemente para o novo tenente de seu sobrinho - primeiramente com descaso - porém, ao pousar o olhar no rosto de Noriko, ficou curioso. Diminuiu os olhos com o intuito de ver aquele rosto, e talvez... se lembrar? Por acaso já havia visto ele antes?

     

    - Algum problema, Kuchiki Seiji? - teve sua análise interrompida ao ouvir o seu nome ser chamado por Noriko.

    - Não. - ficou sério.

    - O que significa isso? - indagou Byakuya ao tenente após terminar de ler a mensagem.

    - Eu também achei estranho, Taichou. - disse o garoto de olhos azuis - Mas foi o próprio Tenente do 1º esquadrão que me entregou. Disse que é de extrema importância a sua presença nessa missão.

    - Essa missão poderia ser feita por um oficial do 3º posto.

    - Eu sei, Taichou. Mas-

    - O que diz, Byakuya? - Seiji resolveu se intrometer no assunto.

    - É uma missão nos territórios do 6º esquadrão para investigar a invasão de hollows em Seireitei. - respondeu o Kuchiki.

    - E o Comandante solicitou sua presença? Não faz sentido.

    - Sim. Noriko, leve a mensagem de volta para o 1º esquadrão. Diga que enviaremos um grupo de 15 shinigamis para patrulhar o território. Também peça desculpas por eu não atender ao pedido. Depois falarei pessoalmente com o Comandante sobre este assunto.

    - Como quiser, Taichou. - fez uma pequena reverência, se dirigindo de imediato a porta. No entanto, parou. - Se me permite dizer, Kuchiki Taichou. Acho que seria bom o senhor cumprir esta missão.

    - Esta contrariando minhas ordens? - Byakuya franziu o cenho.

    - N-não. Não é isso. Eu só acho que seria uma falta de respeito para com o Comandante. Se ele mandou esta missão para o senhor, é por que ele confia em suas habilidades. Além disso... Daria a impressão de que o senhor esta colocando o 6º esquadrão em segundo plano.

 

Byakuya não mudou sua expressão, ainda achando as palavras de Noriko como uma falta de respeito sobe sua autoridade. Porém, compreendeu o que ele quis dizer. O fato de colocar o 6º esquadrão em segundo plano estava relacionado a Rukia. Bem, realmente era ela. Não queria sair em uma missão agora que nascimento de seu filho pudesse ocorrer a qualquer instante, principalmente por uma tarefa tão simples e desnecessária.

 

Mesmo assim... Os seus subordinados – e o próprio Comandante – Interpretariam como uma falta de respeito? Na verdade não se importava, mas ele tinha uma reputação a zelar. Um Kuchiki sempre cumpre o seu dever.

 

Byakuya se colocou de pé.

     

    - Informe ao Comandante que cumprirei a missão.

    - Sim, Taichou. Como quiser. - Noriko falou, e curiosamente um sorriso satisfeito surgiu em seu rosto.

    - Não entendo o porque de você ir, Byakuya. Realmente não há necessidade. - comentou Seiji após a saída do tenente.

    - Sei disso. Mas com a minha presença, esta missão poderá ser cumprida em menos de um dia. E eu tenho que cumprir meu dever como capitão.

    - Você está certo. - Seiji se pôs de pé também – Se eu ainda estivesse jovem, o acompanharia. Mas já que minha época passou, irei apenas lhe desejar boa sorte, mesmo que não precise. - deu de ombros – Até breve, Byakuya.

    - Seiji-sama. - impediu que o tio continuasse, e o mesmo se virou para fita-lo – Gostaria de lhe pedir algo.

 

~o~o~o~

 

Já era noite quando chegou na mansão Kuchiki. Não quis jantar, indo diretamente para o seu quarto. Chegando próximo a porta, ouviu algo vindo de dentro. Era como se alguém estivesse... mexendo em algo? Era o que parecia.

     

    - Rukia? - disse Byakuya ao entrar nos aposentos. Ela estava...?

    - Oi, Byakuya. Eu estou organizando as coisas do bebê. Vem ver! - o chamou com as mãos.

 

Rukia estava sentada na cama, cercadas por vários objetos. Somente coisas infantis – Byakuya teve certeza ao ficar ao lado dela, percebendo também que... Aquele coelho? Sim, o coelho estava presente em quase tudo.

 

Ela parecia uma criança cercada por seus brinquedos favoritos.

     

    - Não quer sentar? - a pequena perguntou, erguendo o rosto para ele.

    - Onde? - ironizou, olhando para a cama entulhada.

 

Ela entendeu a ironia.

     

    - Eu resolvi organizar os objetos do bebê hoje, porque ganhamos coisas novas para ele. Veja, esse foi a Rangiku-san que deu. - justificou.

    - Aquelas mulheres vieram aqui?

    - Arrã. Vieram fazer um chá de bebê. Que gentileza delas, não é?

    - Hmm. - murmurou, mostrando nesse pequeno gesto o desgosto por pensar na possibilidade da Associação de Mulheres ter ido em sua casa. - Eu terei que ir em uma missão amanhã. - informou.

    - O que? - ela o olhou confusa – Por quê?

    - Ordens do Comandante. Não durara um dia, mas na condição que você se encontra, pedi para que Seiji-sama ficasse aqui na mansão até o meu retorno.

    - Ah... - não se mostrou satisfeita, mas compreendeu. Ele era um capitão, tinha os seus deveres. E Seiji iria ficar com... Espera um segundo. - Byakuya, você sabe sobre... Argh! - reclamou ao se movimentar.

    - Rukia? - ele tentou disfarçar a preocupação, porém não deu muito certo.

    - Não é nada. É só o bebê que mexeu. Ele faz isso toda vez que você esta perto. - falou, levando as mãos a barriga.

 

Ele a olhou curioso. Por acaso o bebê sentia a pressão espiritual dele quando estava perto? Impossível. Era apenas uma criança. Mas... porque ele se mexia? Ainda não compreendia direito essa reação.

     

    - Você quer sentir? - ouviu ela dizer de repente.

    - Hum?

    - O bebê se mexer. Você não quer sentir?

    - Eu deveria? - perguntou. Não era uma ironia ou algo do gênero. Ele sinceramente não sabia o que fazer.

    - Não seja anti-social, Byakuya. Seu filho esta feliz em ter você por perto e ainda pergunta se deveria? - por um momento pareceu irritada, contudo, um leve sorriso surgiu em seu rosto – Venha.

 

Rukia ficou de joelhos na cama, posicionando-se em frente a Byakuya. Ele apenas a olhava, sem mostrar alguma atitude. Sendo assim, ela se viu no intuito de agir, pegando uma das mãos dele. Sorriu, pousando-as aos poucos sobe o ventre.

 

Ele observou a própria mão. Ela parecia ter diminuído, em contraste com a enorme barriga de Rukia. Não entendia direito, mas... sentia-se um pouco nervoso. - Era algo inaceitável para um capitão. Ficar nervoso somente por isso?

 

Então sentiu. Sentiu um pequeno movimento vindo da barriga dela. Pequeno não, chegou a ser forte. Ele ficou surpreso com isso, erguendo o olhar para ela.

     

    - Você sentiu? - Rukia perguntou.

 

Byakuya não respondeu, voltando a olhar novamente para as mãos. O seu filho realmente sentiu sua presença. Ele reagiu ao seu toque. Aquilo lhe causava medo, no entanto... Chegava a deixa-lo impressionado. Feliz? Se um discreto movimento em seu lábios significasse um sorriso, então ele estava.

     

    - Você parece tão desengonçado. - ela falou – Fico imaginando como ficara quando for segurar o bebê. Provavelmente irá se atrapalhar todo.

    - Você acha? - olhou-a nos olhos.

    - Tenho certeza! - afirmou rindo. - E eu acho que isso não vai demorar. Cada vez mais sinto que... - gemeu em desconforto - Essa criança esta impaciente para nascer.

 

Ele afastou a mão do ventre dela, olhando para um ponto que Rukia não sabia qual era. Na verdade, ela não sabia se ele estava olhando para algum lugar.

     

    - O que aconteceu, Byakuya?

    - Eu não quero deixa-la. - falou o seu desejo, sem pensar.

 

Ela permaneceu em silêncio, inclinando a cabeça e esperando uma resposta mais completa.

     

    - Você... Você já sentiu como se... Como se algo... - ele não sabia como se expressar.

    - Não me diga que você não quer ir na missão porque vai sentir minha falta, Byakuya!

 

Ele a olhou impaciente, desistindo. Droga! Que mulher! Porque ela não o deixa falar?

     

    - Escuta... - ela colocou ambas as mãos no rosto dele, ficando a uma distancia pequena – Não importa o que aconteça, eu estarei aqui te esperando. Na verdade... Nós estaremos. Agora você só tem que nos prometer que sempre irá voltar.

    - Você sabe... Que eu sempre voltarei.

 

Rukia sorriu para ele, encostando os seus lábios nos dele, beijando-o. Separou-se após alguns segundos, sorrindo mais uma vez.

     

    - Eu estava pensando... - ela começou – Acho que você quer um menino.

    - Porque?

    - Você é muito protetor, e também ciumento. Não deixaria a menina chegar perto de algum garoto, o que seria um problema. Ai, ela iria querer namorar e você não deixaria. Então ela seria infeliz! - se sentou novamente na cama, revirando os olhos de uma forma pensativa.

    - Você pensa demais. - ele deu as costas para ela, andando em direção ao pequeno cômodo no quarto.

    - É o que eu posso fazer aqui. - sorriu divertida – E eu também já escolhi um nome.

    - Qual é?

    - Não vou te contar!

 

Byakuya virou o rosto para fita-la, vendo que Rukia tinha uma expressão travesa no rosto. Franziu o cenho, dando as costas novamente.

     

    - Faça como quiser.

    - Ah, Byakuya! Porque você não insiste como os outros, heim!?

     

~o~o~o~

 

Outro dia amanheceu. Normal, com o céu limpo de qualquer tipo de nuvem. Ainda era muito cedo, e como sempre, Byakuya deixou a mansão antes mesmo do sol nascer por completo. Ao menos dessa vez ela conseguiu se despedir, mesmo que agora dormisse o dobro que antes, por causa do bebê.

 

Sabendo que não conseguiria se deitar novamente, resolveu andar pelo jardim da mansão. Olhava o seu reflexo no pequeno lago em meio a paisagem, sentindo uma suave brisa balançar os curtos cabelos.

 

Esperava Seiji. Ele não iria demorar, principalmente porque Emi viria com ele. O melhor era esperar. Não se importava, já que não sentia-se sozinha agora. No entanto, estava começando a ter fome.

 

Talvez pudesse cozinhar algo? Alguma comida que Inoue lhe ensinou, que nos últimos meses acabou se tornando deliciosa. - Ainda não acreditava que aquilo tivesse se tornado possível, mas era a verdade. O engraçado era que nem a Orihime... De repente os seus olhos se arregalaram. Ouviu algo....

 

...O som de uma explosão!

 

Virou o rosto em direção a entrada da mansão, encontrando o inicio de uma cortina de fumaça. A mansão estava sendo atacada!? Isso é impossível! Porém, o tintilar de espadas começou a ecoar, confirmando sua suposição.

 

Rukia olhou para os lados rapidamente. Sem pensar duas vezes, utilizou o shunpo para chegar ao seu quarto. Era meio complicado na condição que estava, mas era o único jeito de não perder tanto tempo.

 

Sode no Shirayuki. Sua zanpakutou estava lá, e não demorou a encontra-la. Retirou a espada de dentro de uma gaveta reservada para ela. Sabia que não poderia se arriscar. Aquilo era apenas uma segurança. Sua defesa. Como? Sempre havia uma maneira - Era uma shinigami.

 

Ela voltou o corpo para a porta, com o intuito de sair. Em segundos parou o que estava fazendo, ao erguer o olhar e ver alguém a sua frente. Pelo formato do corpo era um homem, mas o seu rosto encapuzado por uma capa preta, que chegava até o chão, não mostrava quem era. Cada centímetro daquele ser estava coberto por aquele manto negro.

 

Quem era ele?

 

Tratou de esconder sua expressão de espanto, sacando Sode no Shirayuki. Posicionou a espada em sua frente, como forma de defesa. Alguns poderiam rir de sua teimosia - Um mulher grávida não poderia lutar, mas ela não era uma daquelas pessoas que se importava com a opinião alheia. Franziu o cenho determinada.

     

    - Quem é você?

 

Nenhuma resposta. O homem permaneceu imóvel.

     

    - O que você quer? - aumentou o tom autoritário.

    - Você realmente não se lembra mais de mim, não é mesmo, Rukia?

 

Ela arregalou os olhos em espanto. Aquela voz...

 

O estranho retirou o capuz vagarosamente, revelando o seu rosto. Os olhos prateados brilhavam intensamente.

 

Dan!

 

~o~o~o~

 

Ele olhava para os lados tedioso. Por acaso aquilo era algum tipo de piada? Não havia nada ali. O campo era o mesmo, sem alguma anomalia. Nenhum rastro de hollow. Poderia o 1º esquadrão ter errado a localização? Não. Essa suposição aproximava-se demais da palavra impossível. A Soul Society não é de cometer erros. Pelo menos, não muitos.

     

    - Kuchiki Taichou, acho que nos mandaram as coordenadas erradas. - um dos subordinados que o acompanhava mostrou pensar da mesma forma que ele.

    - É o que parece. - respondeu com frieza, olhando discretamente ao redor.

 

Havia algo de errado...

     

    - Parem. - ordenou, colocando as mãos em Senbonzakura.

 

Os shinigamis obededeceram, olhando-o interrogativos.

     

    - Voltem para o esquadrão.

 

Em uma questão de segundos, Byakuya estava frente a frente com um estranho, tendo as duas espadas atravessadas entre eles.

 

O individuo sorriu ao ver o reflexo do Kuchiki. Era a única coisa que estava amostra, em meio aquele capuz negro que caia sobre seu rosto.

     

    - Quem é você? - Byakuya questionou sério.

    - Você não precisa saber o meu nome. Apenas lute comigo, Kuchiki Byakuya.

 

E o confronto começou. As katanas se chocavam - Algumas faiscas surgiam pelo atrito. Aos olhos daqueles que ousaram permanecer, a luta parecia equilibrada. Mas Byakuya conseguia notar um certo desconforto no seu adversário. Talvez pela forma de luta? Era o que parecia.

 

Segurou firme a empunhadura de Senbonzakura, utilizando o shunpo e aparecendo atrás do estranho. Prestes a encostar a lâmina nas costas deste, o adversário desapareceu, mostrando-se a poucos metros.

     

    - Você é o mestre do shunpo, exatamente como ele me disse. Tenho que tomar cuidado.

    - Quem é você? - o Kuchiki não ligou para o comentário – Não me faça repetir.

    - Ai, ai! Por que você quer tanto saber? Tudo bem, eu não lhe direi o meu nome ainda, mas acho que o meu rosto poderá acabar com a sua curiosidade... - levou as mãos ao capuz – Ou talvez aumenta-la.

 

Revelando o seu rosto aso poucos, Byakuya percebeu que a sua curiosidade permaneceu. Além da confusão, pouco amostra em seus olhos, mas atormentando-o por dentro.

 

Aquele era... o seu tenente?

     

    - Ega Noriko?

    - Ah, você conhece o meu irmão. - o garoto com o mesmo rosto de seu tenente, sorriu. Mas diferente de Noriko, o rapaz não tinha cabelos brancos, e sim pretos. No entanto, continuava a ser o mesmo rosto, e os olhos... eram prateados?

    - Você é um Hyega. - Byakuya falou sério, franzindo o cenho e ficando em posição de ataque.

    - Parabéns, Kuchiki Byakuya. Este é um grande passo. - sorriu – Agora chega de conversa. - levou a zanpakutou para o seu lado – Você pode ser o mestre do shunpo, mas... Será que conseguiria ser tão rápido sem ter onde pisar?

 

Byakuya não se moveu.

     

    - Trema, Thorgai. - com um movimento circular, a zanpakutou começou a mudar de forma. Se transformou em um martelo gigante, com detalhes em verde e madeira. Inclinou-se um pouco para frente, enquanto aquele grande objeto estava apoiado em suas costas. Os olhos ficaram em um tom verde vivo. - Defende essa, Kuchiki Byakuya!

 

~o~o~o~

 

Os olhos de Rukia ainda mostravam surpresa.

 

Era ele - Hyega Dan.

 

Quanto tempo fazia? Um ano? Sabia que um bom tempo passou. Os cabelos dele mostravam isso, ao aparentarem ter crescido. Chegavam a tocar sua nuca, enquanto a franja cobria mais ainda seu rosto. Mesmo assim, os olhos não ficavam escondidos.

     

    - Dan? É você? - ela disse, abaixando Sode no Shirayuki.

 

Ele permaneceu calado.

     

    - Você... Você voltou... Porque você...

    - Eu vim busca-la, Rukia. - ele a interrompeu.

    - O que? - ela deu um passo para traz – O que você disse?

    - Por favor, Rukia, não dificulte as coisas. - ele passou as mãos pelos cabelos. Aquele costume não mudou – Coopere comigo.

    - Eu não entendo. Você ficou louco!?

    - Vamos, Dan! Não temos tanto tempo! - outra pessoa apareceu na porta.

 

Rukia olhou para essa pessoa, ficando surpresa ao ver quem era.

     

    - Ega Noriko?

 

O garoto de cabelos brancos sorriu ao ouvir seu nome. Olhou além dos ombros de Dan, dirigindo a atenção para ela. Apoiou sua zanpakutou no ombro direito, que na verdade tinha o formato de um tridente da cor prata.

     

    - Correção, Kuchiki Rukia. Você quis dizer... Hyega Noriko.

    - O que? - ficou em choque.

    - Ele é meu irmão. - Dan esclareceu – Agora, venha comigo, Rukia. Não me faça usar a força.

 

Ela ficou calada. Não conseguia pensar direito. Noriko era um Hyega? O que eles queriam com ela? Tantas perguntas, e ninguém para lhe responder no momento. Estava em desvantagem ali. O que poderia fazer?

 

“Você sabe... Que eu sempre voltarei.”

 

Byakuya. Onde ele esta? Ele disse que voltaria. Ele precisa voltar.

     

    - Vamos, Dan! Faça o combinado! - Noriko disse entre os dentes – Não me force a ir até ai e dar um cascudo nessa sua cabeça oca! Papai não irá gostar disso.

 

Dan o fitou do canto dos olhos. Noriko o olhava sério, como uma forma de ordem. Havia outra maneira?

     

    - Esta bem. - deu um passo a frente.

 

Naquele momento, Rukia recou, levando Sode a sua frente. Apertava a empunhadura com força, ganhando forças para permanecer de pé.

 

Ele disse que voltaria. Ele disse.

     

    - Me desculpe, Rukia. - em poucos segundos, Dan desapareceu do seu campo de visão, aparecendo novamente em sua frente, a centímetros de distância.

 

Hyega levou uma das mãos aos olhos de Rukia.

 

Ela não conseguia compreender. Com aquela ação, o seu corpo começou a perder forças. Ela tentava se manter lúcida, mas não conseguia. Queria correr, mas não podia. Sentia-se cada vez mais leve.

 

Ele disse que voltaria... Byakuya.

 

Rukia ficou com os olhos negros, logo fechando-os. Antes que pudesse cair ao chão, seu corpo foi amparado pelos braços de Dan. Ele a reergueu, olhando-a constantemente.

     

    - Anda logo, Dan! - Noriko o chamou, correndo em direção a porta.

 

Ele o seguiu, levando Rukia em seus braços.

 

Chegaram em pouco tempo ao jardim, ficando no centro deste. Assim, Noriko ergueu seu tridente em direção ao céu, olhando brevemente para o irmão.

     

    - Temos que conversar com o pai. Você irá estragar tudo de novo, se não ficarmos te vigiando.

    - Cala a boca. - Dan murmurou, desviando o olhar.

    - Você é um idiota mesmo. - dizendo isso, uma rajada de luz saiu de sua zanpakutou, tomando um grande espaço no céu. Esta poderia ser vista por toda Seireitei.

 

Após alguns segundos, uma luz ficou envolta da área em que eles se encontravam.

     

    - Bem na hora! - Noriko exclamou, olhando brevemente para Dan. - Eu só acho que...

    - Hadou#33: Soukatsui.

 

Ouviu uma voz invocar o ataque. Ao olhar em direção a fonte desta, a rajada de luz azul veio em sua direção. Os olhos de Noriko ficaram espantados, mas como o esperado, aquela barreira, ao qual estavam dentro, os protegeram.

     

    - Ahá, eu sabia que viria! - o jovem de cabelos brancos falou, ao olhar em direção a pessoa que apareceu – Kuchiki Seiji!

 

Seiji ainda tinha a palma da mão em direção a eles. Os olhos acinzentados estavam sérios. Porém, ao ver quem estava nos braços daquele invasor, a expressão de seu rosto mudou para aflição.

     

    - Rukia-chan... - sussurrou. - Hyega Dan, o que você...

    - Desculpe, velho Seiji. Não vamos poder brincar com você, mas... - Noriko o interrompeu sorrindo – Vou mandar lembranças suas para nosso pai.

    - Soukatsui. - lançou mais uma vez o ataque. Nada aconteceu.

    - Não adianta. Você sabe muito bem que isso não vai funcionar, velho irritante!

     

~o~o~o~

 

Várias árvores haviam sido arrancadas de suas raízes. O chão não era mais firme, mas sim coberto por crateras, causadas pelo impacto daquela zanpakutou de encontro ao chão. Era uma zanpakutou de força bruta, tanto que agora ele conseguia compreender o motivo da falta de habilidade de seu adversário, em relação a luta de espadas.

 

Byakuya estava no ar. Com o seu olhar sério, fitava aquele estranho. Um Hyega, não é? O que eles queriam com ele?

     

    - Estou admirado. - o rapaz falou – Você luta muito bem, Kuchiki Byakuya. Conseguiu se livrar do meu... - pausou. Seus olhos ficaram fixos ao foco de luz que surgiu além dos ombros do capitão do 6º esquadrão – Já está na hora?

 

O Kuchiki não desviou a atenção, mas ao perceber que o outro olhava para um ponto atrás de si, virou levemente o rosto para traz, percebendo aquele grande sinal azul. Vinha da...!

     

    - Sinto muito ter que interromper nosso confronto, Kuchiki Byakuya. Mas já esta na hora. - retirou um pedra de dentro da capa preta. Parecia um diamante. - Então, como não sou mau-educado, irei lhe dizer o meu nome. - apontou a pedra para cima com uma das mãos – Me chamo Hyega Nobuko, irmão daqueles que você conheceu. Irmão daquele que você chama de tenente, e daquele... Que você traiu. - sorriu. - Agora, se eu fosse você, voltaria para a mansão Kuchiki. Talvez você sinta falta de algo...

    - O que você disse? - Byakuya o olhou novamente. O seu rosto mostrava surpresa - Mais do que Nobuko esperava. O líder dos Kuchiki mostrando emoções era algo raro, mas fazendo isso, ele sabia que Byakuya havia compreendido.

 

Os olhos de Nobuko começaram a perder a cor verde, retornando ao prata. Com isso, o seu corpo ficou envolto por uma luz (semelhante aquela que levou Aizen da Soul Society, Byakuya notou), fazendo com que aquele diamante - erguido sobre o seu corpo – brilhasse intensamente. Assim, ele começou a desaparecer pouco a pouco.

 

Byakuya ainda estava estático. O que ele disse tinha haver com...!

     

    - Rukia. - sussurrou, desaparecendo em passos de shunpo da frente daquele ser.

 

Não fez questão de olhar para traz. Sabia que aquele homem já estava fora de seu alcance. E agora, ele tinha algo mais importante a fazer. Teria tempo. Deveria dar tempo!

 

Foi uma armadilha. Como foi estúpido ao não perceber isso!

 

“Não importa o que aconteça, eu estarei aqui te esperando.”

 

Ela disse que esperaria. Ela disse que iria esperar.

 

Byakuya andava em uma velocidade nunca antes usada. As imagens não eram mais distinguida por seus olhos – Apenas passavam como borrões, comprovando o quão veloz ele estava. O vento batia forte contra o seu rosto, fazendo arder sua pele. Mas não se importava. Nada importava!

 

“Agora você só tem que nos prometer que sempre irá voltar.”

 

“Você sabe... Que eu sempre voltarei.”


    - Eu estou voltando, Rukia.

     

    Continua...

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    NOTA:

    - Zanpakutou de Hyega Nobuko -

    THORGAI

    - Thor: deus do trovão na mitologia gemânica. (a relação esta no martelo que ele usava)

    - Gai: relacionado a deusa da terra na mitologia grega, Gaia. (tem haver  com o elemento terra - elemento da zanpakutou).

    -------------------

    - Zanpakutou de Hyega Noriko -

    (O que foi informado até agora)

    - É uma zanpakutou que tem o fomato de um tridente da cor prata.

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    - Hadou #33: Soukatsui (Chuva de fogo azul) - Atira uma bola de energia espiritual azul no oponente.

     

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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Bom? Ruim? Ficou a desejar? Diga-me sua opinião.

Esse capitulo na verdade não teve bem um final, não é? O que posso dizer é que essa situação sera mais esclarecida no proximo capitulo.

E gente, o Ega Noriko (na verdade, Hyega Noriko), era um espião. Traidor! Ò.Ó
Explicando mais sobre ele: já devem ter percebido que ele é o irmão do Dan, e que também ele é o irmão gêmeo do Nobuko (notaram isso? não? õo).

Daqui pra frente iram aparecer mais alguns persnagens novos. Aos poucos a historia deles iram ser detalhadas, assim como suas personalidades, habilidades, passado, e a relação deles com os Kuchikis. Como... "O que raios eles querem com a Rukia?!", entenderam?

Bem, alguns podem pensar: "Esse negocio de a Rukia ser capturada e depois o Byakuya ir salvar ela é muito clichê! ù.ú" - É ai que esta o detalhe. Não querendo dar spoilers, esse é apenas o primeiro - e pequeno - passo da grande armação. O que vai acontecer é... *leva tijolada* - Tá, sem spoiler! >.
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