Entre a Razão e o Coração! escrita por Kuchiki Manu


Capítulo 17
Capítulo 17 - Situações - [Qual a sua reação?]


Notas iniciais do capítulo

Oie! 8D
Bem, eu estou postando rápido hoje, não é? (Bom para aquelas pessoas curiosas que nem eu! ^^)

Enfim, o capitulo saiu mais rapido dessa vez porque o outro foi pequeno, ou seja, eu ja tinha começado a escrever o inicio deste e por uma questão de 'ritmo de leitura', tive que colocar para o proximo.
Entããoo, já que hoje eu estava afim de me distrair e ignorar um pequeno fato que aconteceu em meio a minha vidinha, resolvi terminar hoje. ;)

Esse capitulo será mais ou menos um filler, o que antecede algo importante que esta para acontecer em meio a estoria. Mesmo assim, ira citar coisas esenciais para o decorrer, a evolução das relaçãos e dos personagens serão abordadas. O titulo já dá uma ideia.
Torço para que não tenha ficado muito cansativo ou monotono, mas espero que gostem! 8)

Boa Leitura! ^^



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CAPITULO 17 – Situações - [Qual a sua reação?]

 

A cidade de Karakura tinha suas casas invadidas pelos raios da manhã. Mais um dia comum e igual aos outros - Pode-se dizer que para muitos era isso, mas para ele era diferente. Um dia ao qual iria rever uma das pessoas mais marcante em sua vida não pode ser simplesmente comum. Principalmente quando essa pessoa morava em outra 'dimensão'.

 

Ichigo chegou em frente a loja de Urahara, e como sempre aquela pequena garota estava em frente ao estabelecimento. Não se deu ao trabalho de cumprimenta-la – também porque ela nunca respondia – Então entrou em seu jeito costumeiro e emburrado. Lá estava ele.

     

    - Kurosaki-san! - Urahara cantarolou o seu nome – Chegou meio adiantado, sabia?

    - Olhe para o relógio antes de falar, idiota. - Ichigo cruzou os braços franzindo o cenho.

 

Kisuke fez o que falou, tirando a conclusão de que ele estava certo.

     

    - É... talvez o portal esteja com problemas. - ele sabia que isso era quase impossível – Mas podemos aguardar a Rukia-san tranqüilos.

 

O jovem Kurosaki foi até ele, se assentando ao lado de Urahara. Agora teria somente que esperar.

     

    - Como vai a faculdade? - o comerciante perguntou.

    - Uma chatice.

    - Oh! Não reclame, Kurosaki-san. Se achasse uma chatice, teria aceitado a proposta da Soul Society e ter se tornado um capitão.

    - Hunf. Prefiro ficar aqui como shinigami substituto. - virou o rosto – Não iria gostar daquela vida. Já tenho problemas aqui, imagine lá como capitão. Iria dobrar!

    - É verdade. - Urahara abriu o seu leque – Quem sabe quando você morrer...

    - Nem vem com essa estória! Ainda falta muito pra isso!

    - Yare, yare. Um escândalo logo pela manhã? - aquela voz sonolenta chamou a atenção dos dois.

    - Yoruichi-san? - Ichigo olhou para ela, mas em um reflexo virou o rosto – Droga! Porque você sempre faz isso!? - perguntou indignado, se referindo a lingerie que ela usava. Tipicas roupas da mulher de olhos gatil.

 

Urahara riu diante a situação.

     

    - Que maldade, Yoruichi-san. - falou em meio ao leque – Você não sabe que o Kurosaki-san ainda é um garoto puro?

    - Desgraçado! - disse Ichigo cerrando os punhos.

    - Tudo bem, tudo bem. Já estou acostumada. - a mulher suspirou entediada – Pronto, pode olhar. - informou ao terminar de colocar um leve casaco.

 

Ichigo se virou para ela. Franziu o cenho. Tudo bem que o casaco não era tão discreto, mas era melhor do que antes. Talvez se reclamasse, ela iria querer retirar toda a roupa de propósito. Isso nunca!

     

    - Que horas o pequeno Byakuya e a Rukia irão chegar? - a Shinhoi indagou.

    - Não falta muito.

    - Tsc. Não sei porque esse cara vem. - Ichigo falou após Urahara - Desde quando ele gosta de passear pela cidade?

    - Bem, não sei se ele gosta. - respondeu o loiro – Mas duvido muito que ele deixaria a Rukia-san vir sozinha na condição que ela está.

    - Condição? O que a Rukia tem?

 

Urahara ficou surpreso com a pergunta.

     

    - Kisuke, você fala demais. - murmurou Yoruichi.

    - O que vocês estão escondendo de mim? - insistiu o ruivo.

    - Você vai ver.

    - Ver? O que raios vocês...!?

 

A voz exaltada de Ichigo foi interrompida quando o famoso portal surgiu em frente a eles. Já aberto, a luz acompanhada das borboletas predominaram. O cheiro da Soul Society vinha junto. Ela chegou.

     

    - Byakuya, eu estou bem. Não preciso da sua ajuda pra atravessar um simples portal. - a voz dela ecoou irritada.

 

Ele nada respondeu. Apenas a sua expressão calma sem nenhuma emoção.

 

Ichigo sorriu ao ouvir aquela voz. Tirou o braço de frente dos olhos (que protegia por causa da forte luz) e os direcionou para ela.

     

    - Rukia. - falou – Sua nanica! Porque você não... manda noticias...? - a voz falhou ao vê-la por completo. Mas o que...?

    - Ah, oi Ichigo! E ai? Fazendo muita besteira? - ela mostrou que o tinha visto.

 

Ele continuava em choque. Os olhos castanhos direcionados a ela – especificamente em sua barriga.

 

Rukia o fitava confusa. Byakuya, em seu costume, não fez nada.

     

    - Rukia... - finalmente o 'morango' falou – Você esta... grávida?

 

Ela sorriu com a pergunta.

     

    - O que você acha? - ela colocou as mãos na cintura, exibindo o barrigão.

    - Você está ótima, Rukia-san. Quantos meses? - perguntou Urahara interessado.

    - Cinco meses. - respondeu orgulhosa.

    - Muito bem, pequeno Byakuya. Não perdeu tempo, em? - Yoruichi sorriu zombeira – Tratou de fazer o Byakuyazinho rapidinho.

    - Não estou interessado em ouvir seus comentários, Shinhoi Yoruichi. - ele franziu o cenho irritado.

    - Oh! Mas é verdade. Isso só quer dizer que vocês dois não pararam de...

    - ESPERA UM POUCO! - a voz exaltada de Ichigo fez com que todos olhassem em sua direção.

    - Lá vamos nós. - murmurou Urahara desviando o olhar para o lado.

 

Byakuya olhou irritado para o Kurosaki. Aquele moleque não muda. Sempre exagerado em suas atitudes.

     

    - Ichigo, ficou louco!? - Rukia perguntou a ele.

    - Louco!? Você esta grávida, Rukia! - falou como se fosse a coisa mais impossível do mundo.

    - Dã! - ela revirou os olhos – O que tem de mal nisso? Eu sou mulher.

    - Eu sei, droga! Mas... Espera. - ele arregalou os olhos como se tivesse lembrado de algo – Você esta grávida. Então... o pai é... - apontou as mãos para a barriga dela, depois direcionando para o Kuchiki – Você?

    - Eu. - Byakuya respondeu entre os dentes.

 

Ichigo levou as mãos a cabeça, dizendo:

     

    - Droga! Só falta o bebê nascer com a cara desse desgraçado!

    - O que disse, moleque? - Byakuya ousou avançar contra ele. Ichigo não exitou em fazer o mesmo.

    - Byakuya! Ichigo! Por favor. - Rukia teve que se colocar entre os dois para evitar o pior.

    - Caramba, Rukia! Porque você não me disse nada? Pelo menos iria evitar esse choque que tive agora. Você está enorme! - disse Ichigo se afastando um pouco.

 

Rukia se avaliou após ouvir a ultima frase. Tudo bem, sua barriga estava maior; lógico, estava grávida. Mas não era tanto assim. Não precisava de tanto exagero da parte dele, como se ela tivesse engolido milhares de bexigas.

     

    - Não estou não. - falou ao terminar sua auto-avaliação.

    - Não!? Olhe para si mesma! Parece que engoliu uma melancia inteira! - Ichigo apontou para ela.

    - Mentira!

    - E isso só piora com o seu tamanho. - ele continuou ignorando o rosto dela – Com certeza as crianças podem te confundir com uma bola. Cuidado para não te chutarem no meio da rua!

    - Ichigo, seu grande idiota! - Rukia falou cerrando os punhos e erguendo-os em meio ao rosto vermelho de raiva – Eu vou... Eu vou...!

    - Você vai o que? - ele a desafiou.

    - Eu vou... - ela mordeu o lábio inferior.

 

Ichigo a olhava esperando a reação. Provavelmente ela iria lhe bater, como sempre; porém nem se importava. Ainda estava surpreso com a novidade. Porém, contra suas expectativas, Rukia fez o que ele menos esperava.

     

    - Ichigo, como você é chato! - ela falou entre a garganta embargada, cobrindo o rosto com as mãos e começando a chorar.

 

Ele ficou mais surpreso do que já estava. Ela estava CHORANDO!?

     

    - Rukia! O que você está fazendo!? - ficou desconcertado.

    - Viu o que fez, Kurosaki Ichigo? - Byakuya falou com uma voz simulando seu intuito de avançar contra o Kurosaki, mas primeiro teria que conversar com ela – Rukia, está tudo bem. - levou as mãos aos ombros da garota.

    - M-mas... mas ele di-disse que eu estou enorme. Parecendo u-uma melanci-cia. - ela falou em meio aso soluços – É verdade, Byakuya? Eu pareço uma melancia?

    - Não. Isso não é verdade. - ele falou com a voz calma.

    - Mas o I-Ichigo falou. Disse q-que eu até pareço uma bola! - escondeu o rosto no peito de dele, o abraçando e chorando como uma criança – Eu não quero parecer uma bola, Byakuya. Não quero!

    - Você não parece. - passava as mãos nos cabelos dela.

 

O jovem de cabelos laranjas olhava atônico para a cena á sua frente. Sabia que Rukia era uma ótima 'atriz' e que interpretava como ninguém. Enganou até sua família (apesar de que o fato de enganar Ishin não o surpreendeu). Mas tinha certeza que naquele momento ela não estava fingindo. O que há de errado com ela?

     

    - Como você é mal, Kurosaki-san. - murmurou Urahara para ele, balançando a cabeça em reprovação.

    - Idiota. Estuda medicina e não sabe que uma mulher grávida fica mais sensível. - disse Yoruichi com os olhos fechados.

    - Sensível? - repetiu debilmente.

    - Kurosaki Ichigo. - a voz profunda de Byakuya fez com que Ichigo se dirigisse a ele – Peça desculpas á Rukia.

    - O QUE!?

    - Agora. - aquilo não era um pedido, era uma ordem.

 

Ficou digerindo a ordem por alguns segundos. Passou as mãos pelos fios laranjas, suspirando e se aproximando do casal. Não tinha escolha.

     

    - Er.. Rukia. - ela tirou o rosto do peito de Byakuya, olhando para ele do canto do olho – Me desculpe, ta? - ela não respondeu. Olhou para o Kuchiki, e ele franziu o cenho mandando que continuasse – Você não parece uma melancia. Eu só estava brincando.

    - Sério? - falou com a voz fraca.

    - Arrã. Era apenas uma brincadeira. Desculpe.

    - Está tudo bem. - a pequena deu um largo sorriso, se afastando e andando até...- Urahara, onde estão os nosso gigais?

    - Hã? - ele ficou pasmado com a reação, piscando os olhos várias vezes – Rukia, sua...!

    - Não diga nada, garoto – Byakuya o interrompeu, lançando-lhe um olhar mortal.

    - Ela ficou doida!?

 

Não se deu o trabalho de responder. Durante esse tempo que passou com Rukia – e com os conselhos que recebeu de Emi e Unohana Taichou -, Byakuya acabou aprendendo a se controlar e lhe dar com as mudanças de humor da esposa. Tudo era conseqüência da gravidez. No começo chegava a ficar estressado - até mesmo irritado –, mas agora conseguia agir com o que ela necessitava.

     

    - Ei, Byakuya! Os nossos gigais estão prontos. - ela o chamou – Mas o Urahara disse que tem que pagar agora, se não ele não ira nos entregar.

    - Que isso, Byakuya-san. Jamais diria algo assim.

     

 

~o~o~o~

 

O local era algo novo para ele. Pessoas por todos os lados, vestindo roupas estranhas e chamativas. Homens, mulheres, idosos... Havia todo o tipo de individuo. Uns riam, outros pareciam estar entediados. O mundo real era algo diferente.

 

Já estavam andando por um tempo. Seu braço estava nos ombros dela. Ela parecia feliz. Olhava para todos os lados, procurando algo. O que era? Não sabia dizer com certeza. Rukia apenas pediu sua companhia para que viessem á Karakura para comprarem roupas para o bebê no... shopping? É. Era assim que se chamava aquele lugar.

 

Lógico, ele falou de imediato que não havia necessidade. Tudo o que o bebê precisasse, ela poderia encontrar na Soul Society. Mas o gênio dela não desistiu, argumentando que o que queria só poderia ser encontrado ali. Agora esperava para ver o que era.

     

    - Olha, acho que é ali. - ela apontou para um pequeno espaço em meio aquela grandeza. Um local meio... infantil.

 

Rukia não o esperou, saindo correndo na frente enquanto o seu vestido azul, com detalhes florais em branco na barra, mangas curtas e um discreto decote - esvoaçava.

 

Ele teve que apressar o paço para acompanha-la. Ao entrar na loja, viu que vários olhares se dirigirão a ele. Não deu importância, indo até ela.

     

    - Rukia, você não pode...

    - Olha, Byakuya. É aqui mesmo. Eu encontrei! - falou alegremente, ignorando o que ele falava.

    - O que?

    - Isso. - estendeu as mãos para mostrar-lhe várias peças de roupa, pequenas com detalhes de... coelho? - Não é lindo?

 

Ele estudou cada peça. Várias cores, mas com um coelho de formato estranho como principal detalhe. Sapatinhos, chapéus com orelhas, camisas; tudo para o bebê. Meio chamativo, na verdade, e também... Porque tanto coelho?

     

    - Rukia, não sabemos qual é o sexo do bebê. - falou calmo.

    - E? - ela não ligou.

    - Meu filho não irá usar uma roupa assim.

    - O que? - o olhou confusa – Ah, não se preocupe, Byakuya. O Chappy é unisex.

    - Não acho que...

    - Vamos levar todas! - ela sorriu levantando os braços.

 

Suspirou. Ela havia vencido, não é? Por enquanto. Se fosse menina, tudo bem. Porém, se fosse menino, com certeza iria fazer o possível para tirar essas roupas da mente dela. Seria possível? Deveria. Iria ser inaceitável um Kuchiki varão usar roupas tão... esquisitas.

     

    - Por favor, iremos levar estes. - Rukia falou a balconista.

    - Sim, claro. - a mulher falou, e de alguma forma sentia que a mulher não olhava diretamente para ela; mas para além de seus ombros. Olhou para traz. Byakuya?

 

Na verdade, percebeu que não era somente ela. Todas as vendedoras da loja tinham o olhar em direção a ele. Porque tudo isso? Tudo bem, Byakuya estava mais para um ator do que um simples cidadão masculino. Usava uma calça preta, camisa de mangas longas branca (com os dois primeiros botões abertos), e um casaco de couro preto por cima. Os cabelos estavam soltos, caindo sobre o seu rosto e fazendo com que ele ficasse mais bonito ainda.

 

Começou a bater um dos pés no chão impaciente. Vamos. Vamos!

     

    - Aqui está. - finalmente a mulher terminou.

    - Obrigada. - agradeceu, puxando Byakuya logo em seguida pelas mãos.

 

Em pouco tempo já estavam novamente em meio as pessoas.

     

    - O que aconteceu? - ele perguntou.

    - Nada. - respondeu com descaso.

    - Você ainda quer ir á algum lugar?

    - Porque? Você já quer ir embora? - ele não respondeu, mas mesmo assim ela sabia a resposta – Não seja sem graça. Só vamos andar mais um pouco.

 

Ele não respondeu mais uma vez. Rukia sorriu. Sabia que mesmo que ele não quisesse ficar ali, Byakuya não iria questionar o seu desejo. Ele estava sendo bastante paciente com ela nestes últimos meses, e teria que admitir que estava gostando disso.

     

    - Olhe, ali é uma loja de flores. - apontou para o lugar enquanto andavam. Talvez ele tivesse interesse de saber, e talvez se interessar também... - Ali é uma loja de... video game? Ichigo me falou sobre isso. É um tipo de passatempo aqui do mundo real. - ele não falava nada enquanto várias palavras escapavam da boca de Rukia – Aquilo é uma lanchonete. É onde as pessoas podem comer quando sentem fome. As comidas daqui são bem gostosas, apesar de eu preferir comidas comuns, sabe? E ali é... - de repente algo a impediu de continuar.

 

Rukia, em sua distração, acabou tropeçando. Se atrapalhou com os próprios passos, porém, Byakuya (mostrando mais uma vez que tem um ótimo reflexo) á segurou para que não caísse. Engraçado, não? Realmente foi, porque ela começou a rir da própria atitude.

     

    - Você viu? - falou – Acho que estou meio desatenta. Se não fosse-

    - Porque faz isso? - ele falou sério.

 

Rukia o encarou confusa.

     

    - O que?

    - Porque você não toma cuidado, Rukia? - franziu o cenho enquanto ajuda ela a se equilibrar novamente – Seria demais pedir que tomasse só um pouco de cuidado?

    - Não sei porque você está desse jeito, Byakuya. - cruzou os braços – Você não me segurou? Esta tudo bem. Eu não cai e pronto. - apontou o óbvio tediosamente.

    - Eu sempre irei estar ao seu lado. Faço o possível para que nada aconteça com você, mas... Agradeceria se me ajudasse e evitasse entrar em problemas.

 

Ela ficou parada, olhando para o rosto do Kuchiki com o ar curioso. Ela se preocupa demais, não é?

     

    - Vamos. - ele deu de ombros, começando a andar.

 

Rukia andou até ele após alguns segundos, ficando ao lado de Byakuya.

 

Realmente ele se preocupa demais. É algo dele, sabia disso. Por mais que as vezes se sentisse pressionada, não poderia mudar. Talvez algum acontecimento fez com que ele criasse essa personalidade protetora...? - pensando nisso, chegou a uma conclusão. Um palpite, com grandes chances de ser verdadeiro.

     

    - Desculpe. - ela falou em uma voz fraca.

    - Não há necessidade de desculpas. - respondeu sem olha-la.

 

Silêncio.

     

    - Er... Eu compreendo porque você se preocupa, Byakuya. - não conseguiu segurar as palavras. Escaparam. - Eu entendo que desde que... minha irmã... - engoliu seco – Você deve ter...

    - Não.

 

Rukia ergueu o rosto surpresa para fita-lo. Não?

     

    - Isso não tem nada haver com Hisana. - continuou – Eu me preocupo com você. Somente com você. - olhou para ela - Você não é Hisana; você é Rukia. E você é... única pra mim.

 

Ele viu quando os olhos da pequena se arregalaram em surpresa.

 

Era verdade. Ela era única. Ela era infantil, o enfrentava como ninguém, era irritante... encantadora. Rukia tinha algo que era somente dela. Algo que só encontrava nela - um dos motivos que o fez se apaixonar.

 

Com ela, ele falava coisas que nunca pensou em dizer. Agia como um perfeito idiota. Fazia o que não costumava fazer (como agora). Mostrava um pouco do seu lado emocional, apenas conhecido pelo seu interior. Ela era a...

 

...Única razão de sua sobrevivência.

 

Seiji lhe disse isso uma vez e aquele velho estava certo. Compreendia com clareza agora.

     

    - Byakuya, eu...

 

Vários gritos chamaram a atenção de ambos. Não gritos de horror, mas sim... de diversão?

 

Rukia olhou para a fonte dele, percebendo um aglomerado de pessoas em um certo ponto do shopping. Logo o seu interesse despertou, assim como o de Byakuya. Ao olha-lo, viu que ele fitava as pessoas com curiosidade.

     

    - Vamos nos aproximar. - ela disse, o puxando mais uma vez.

 

Ele iria abrir a boca para questionar, porém não o fez quando viu que já estavam perto.

 

Com a proximidade, Rukia pode interpretar o que era. Uma das coisas estranhas e interessantes do mundo real.

     

    - São palhaços. - disse simplesmente.

 

Byakuya dirigiu o olhar para ela, em seguida voltando para os dois homens vestidos com roupas coloridas e fazendo gestos mais do que patéticos, enquanto pessoas envolta os aplaudiam.

     

    - São humanos que se vestem com roupas divertidas para distrair e divertir... crianças. - Rukia finalizou a explicação.

 

Crianças? Então tudo aquilo era para elas?

 

Inútil. Os humanos, ao invés de se preocuparem em fazer algo produtivo, ficavam perdendo tempo distraindo crianças. Totalmente inútil.

 

Foi então que sentiu algo se chocar em uma de suas longas pernas. Rapidamente chegou a conclusão de que era Rukia, e quando se virou para comprovar (e também para repreende-la novamente por ser descuidada), viu que estava enganado. Ela ainda estava ao seu lado, mas agora olhava para baixo. Porque?

 

Seguindo o foco de visão da esposa, enxergou uma pequena menininha sentada no chão massageando a cabeça. Será que foi ela que se chocou contra ele?

     

    - Você está bem, garotinha? - perguntou Rukia a menina, se agachando um pouco para ajuda-la a se levantar.

    - Sim. - a pequena ruiva respondeu – Obrigada, moça.

    - De nada. O que você estava fazendo? Como você caiu?

    - Ah, é que eu estava correndo e bati na perna desse... - ele ergueu os grandes olhos castanhos para olhar Byakuya – Moço.

    - Está vendo, Byakuya. Não sou a única descuidada. - Rukia o olhou por um momento.

 

Ele ficou calado. A culpa era sua!?

 

Byakuya resolveu ignorar aquela acusação injusta. Limitou-se a observar Rukia e a pequena conversando. A garota estava tão... familiarizada com ela? Falava pelos cotovelos e parecia conhece-la há tanto tempo. Rukia ria das várias coisas que a menina falava. Eram tantas, que ele não estava compreendendo direito.

     

    - Ah, entendi. Então você queria ver os palhaços, huh? - falou Rukia – Acho que posso ajudar.

 

A garota sorriu tomando um olhar esperançoso. Porque iria ajudar? É. Realmente as baixinhas possuem um grave problema para enxergar coisas distantes, principalmente em meio a várias pessoas. Sendo assim, Rukia acabou se identificando com a pequena. Irônico, não?

     

    - Vamos, ah... Qual é o seu nome?

    - Miki. - a ruivinha respondeu.

    - Ah, Miki. Eu vou lhe ajudar a enxergar, está bem? É só você segurar no meu pescoço. - Rukia ficou de costas para ela esperando Miki se segurar, porém, não conseguia nem ao menos se equilibrar. O barrigão a estava atrapalhando. Não, agora não!

 

Byakuya percebeu a sua tentativa inútil. Será que teria que...? Droga.

     

    - Deixe. - ele interrompeu a ação dela com sua voz profunda.

    - Byakuya? - Rukia o olhou confusa. Ele...? Não!

 

Mas ele fez. Byakuya pegou a garota – que olhava para ele de cabeça baixa – e com habilidade a colocou em seu ombro. Simples e de causar inveja a Rukia, que sentia dificuldade em um simples movimento. Contudo, isso não era o mais espantoso. Ele realmente estava carregando uma criança!?

 

A Kuchiki estudou o rosto dele. Miki começou a pular nos ombros de Byakuya, batendo palmas, e ele tinha o cenho franzido (mas do que ela poderia imaginar que fosse possível). Sabia que ele estava fazendo isso por ela e que também não gostava daquilo. Mas... Huh?

     

    - Ei, ei! Olha ali! - Miki falava, se apoiando na cabeça do Kuchiki e conseqüentemente bagunçando todo o seu cabelo.

 

Byakuya tentava desviar os pensamentos. Tentava imaginar que aquilo não estava acontecendo. Ele, um dos capitães mais respeitados, sujeito a isso!?

     

    - Moço, moço! Você viu!? Você viu o que ele-

    - Pare de falar. - disse Byakuya cortando o entusiasmo da menina.

 

A pequena piscou os olhos algumas vezes em reflexão de palavras, até abaixar a cabeça e ficar imóvel.

 

Um contraste foi criado. As outras crianças sorrindo e Miki apenas observando. Byakuya suspirou diante disto, na verdade, diante do que iria fazer.

     

    - Você pode falar. - saiu mais como uma ordem.

    - O que? Eu posso!? - ela reagiu de imediato, inclinando a cabeça para frente para olha-lo no rosto.

 

Ele desviou o olhar para outro ponto.

     

    - Se desejar.

    - Ah, então você viu? Viu o que o palhaço fez, moço!?

    - Não se entusiasme tanto. Aja normalmente. Não há necessidade para...

    - Ei, aquele é o Ryu? - Miki o ignorou, apontando com um dos pequenos braços um outro garoto, basicamente do seu tamanho – Você está vendo, moço? Está vendo o Ryu!? Porque ele está bem ali, olha.

    - Sim, estou vendo. - ele falou no limite de seu tédio – Porque?

    - Eu vou me casar com ele. - sorriu.

 

Byakuya a olhou incrédulo. O canto do seu olho acinzentado parecia ter se dilatado um pouco. Pode ouvir um pequeno risinho ao seu lado, e sabia que era Rukia.

 

Tão pequena e falando coisas desse tipo? O que há de errado com os humanos, afinal!?


    - Você é uma criança. - Byakuya disse a Miki, como se estivesse dando uma pequena bronca em um tenente.

    - Mas eu vou crescer um dia! - a pequena cruzou os braços, fazendo bico – E eu gosto dele!

    - Patético.

    - O que isso quer dizer? - os olhos castanhos da garota ficaram curiosos.

    - Nada. - não quis responder.

    - Mas se o senhor falou, quer dizer alguma coisa, não é?

    - Eu disse que não é nada.

    - Ah, isso não vale! - fez birra – Me conta! Vamos!

    - Acho que o melhor é você ficar calada, garota.

 

 

Rukia abafava os risos com as mãos, com o intuito de que Byakuya não notasse. Era engraçado vê-lo daquele jeito. Miki lembrava muito Yachiru, sendo que sabia o quanto ele não suportava a tenente do 11º esquadrão. Vê-lo sujeito aquilo era algo raro e digno de uma foto.

 

No entanto, chegava a se tornar algo admirável.

 

Nunca o havia visto se relacionar com crianças. Chegava até a se preocupar em como seria o relacionamento dele com o bebê, mas... ele estava se saindo bem. Estava ultrapassando a própria personalidade.

     

    - Até que enfim eu te achei! - ouviu uma voz atrás de si.

 

Rukia se virou para ver quem era a pessoa.

     

    - Ichigo? O que faz aqui? Eu disse que não iria me perder...

    - E desde quando eu obedeço você? - falou com a voz chateada, ficando ao lado dela e cruzando os braços – Onde está aquele desgraçado?

    - Quem? - se fez de desentendida.

    - Ah, Rukia, deixa de ser lerda! O Byakuya, cadê ele? - revirou os olhos – Ele se perdeu por acaso? - torcia internamente para isso ter acontecido.

    - Mesmo que você queira, não. - respondeu em um ar provocador, indicando com a cabeça – Ele está bem ali.

 

Ichigo olhou para onde ela disse, encarando o Kuchiki com um ar de espanto. Byakuya estava atrás dele e ainda com uma... Criança!?


    - Quem é essa garota? - apontou para o capitão, arqueando uma sobrancelha indagativo.

    - É a Miki. Conhecemos ela há pouco e o Byakuya só esta mostrando os palhaços pra ela.

    - Ah, entendi. - concordou mesmo não tendo se convencido por completo. - Também, a garota é quase do seu tamanho. Entendo porque ela não consegue ver-Argh! - recebeu um impacto no braço, raciocinando que havia sido um soco. - Rukia! Sua...!

    - Ele parece feliz, não é? - ela ignorou o estresse do alaranjado. Ele olhava para ela não entendo – O Byakuya.

    - Tsc. Vai saber o que esse cara pensa. - Ichigo falou rapidamente o que achava, com um ar de desprezo fechou a cara – O Byakuya é uma pessoa que se contradiz muito. Uma hora ele diz que não gosta de criança, e vai ter um filho. Parecia que nem ligava pra você, e hoje estão casados. - suspirou – É um idiota, isso sim!

 

Rukia riu.

     

    - Devo concordar que ele ás vezes chega a ser idiota, mas... - sorriu enquanto olhava para ele (que ainda conversava com Miki, bem, era só a garota que falava) – Ele é único, Ichigo. O Byakuya é único, por isso que ele é assim.

 

O jovem estudante olhou para ela em alguns segundos. Ichigo via um singelo sorriso no rosto de Rukia, enquanto suas pequenas mãos tocavam o ventre. Ainda não tinha visto ela daquele jeito. Parecia tão... maternal. Não estava acostumado com isso, mas mesmo assim...

     

    - Er... Rukia.

    - O que?

    - Ah... - Ichigo passou as mãos pelos cabelos – Parabéns, pelo bebê.

 

Ela o fitou por um momento, sorrindo docemente.

     

    - Obrigada, Ichigo.

    - Eu também agradeço, Kurosaki Ichigo. - ouviu outra pessoa se dirigir a ele. Com aquele estilo de pivete, aparecendo no meio da noite sabia quem era.

    - Byakuya! - Rukia falou por ele – E então? Onde está a Miki?

    - Ela viu uma mulher e se dirigiu até ela. Creio que era sua mãe. - falou enquanto se posicionava ao lado da esposa.

    - Que pena... - a Kuchiki suspirou triste – Eu queria me despedir dela... Ei! - exclamou ao sentir alguém segurar suas pernas. Olhou para baixo – Mas... Miki?

    - Obrigada, moça, por ter me ajudado. - a pequena sorriu.

 

Rukia retribuiu do mesmo jeito.

     

    - Está tudo bem. Eu que agradeço você, Miki. Não sabe o quanto. - passou as mãos pelos fios ruivos da garota.

    - E você também! - virou o rosto para Byakuya – Obrigada por ter me ajudado a ver os palhaços! - abriu ainda mais o sorriso.

    - Hmm. - ele agiu de acordo com o que poderiam esperar dele.

    - Eu já vou. Minha mãe está me esperando! - apontou para uma mulher um pouco distante, começando – Tchau!

    - Tchau, Miki! - Rukia acenou para ela, vendo-a se afastar aos poucos.

    - Para com isso, Rukia. Parece uma criança se despedindo de outra. - murmurou Ichigo, que antes parecia invisível na despedida. Bem, ele preferiu assim. Se a garota o visse... Será que não iria fazer uma piada de seu cabelo?

 

A futura mamãe o olhou furiosa, cerrando os punhos. Ele não iria escapar dessa!

 

No entanto, antes que pudesse revidar, o seu punho foi segurado pela mão de Byakuya. O olhou e assim cedeu o gesto, segurando a dele de volta e começando a caminhar ao seu lado.

 

Ichigo os seguiu.

     

    - Byakuya!

 

O capitão olhou para traz com desprezo, tentando se manter neutro ao fato do shinigami substituto ter lhe chamado somente pelo nome.

     

    - O que quer, Kurosaki Ichigo?

    - Pensei que não gostasse de mim. - apoiou a cabeça com as mãos, andando de um jeito desleixado.

    - O que o fez pensar ao contrário? - franziu o cenho.

    - Porque achei estranho você me agradecer.

    - Apenas por educação. - deu de ombros.

    - Sei... Acho que no fundo no fundo você quer ser meu amigo, igual ao Renji, Chad...

    - Não confunda as coisas, Kurosaki Ichigo. Você está certo, eu não gosto de você. Um shinigami incompetente e ignorante não merece ouvir uma palavra dita pela minha boca.

 

Uma veia saltou da testa do Kurosaki.

     

    - O que você disse!? SEU...!

    - Vamos tomar um sorvete, Byakuya? - Rukia se dirigiu a ele sorrindo.

    - O que é isso? - ele perguntou.

    - EI! Você está me ouvindo, imbecil!?

    - É um tipo de sobremesa do mundo real. Acho que você vai gostar. - ela explicou.

 

Byakuya assentiu, desviando o caminho com Rukia.

     

    - Pra onde vocês estão indo, HEIM!? NÃO ME IGNOREM!

     

     

    Continua...

 


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Notas finais do capítulo

Ficou muito grande? o_o'

Um grande salto, não é? Bem, foi necessario! Vai entender no decorrer da fic! :)

E tivemos a participação do morangão! O esquentado Ichigo! XD
Ele as suas reaçoes particulares! =]

Byakuya tendo uma pequena experiencia com crianças. Tem que se acostumar, não é?
De vez enquando ele e a Rukia não se entendem, mas é o choque. Quente e frio... (como voce disse uma vez, thici! Hehe! ;D)

Muito obrigada pelos reviews! Fico feliz por estarem acompanhando e me dizendo o que acham! Muuito obrigada mesmo! *-*

E a fic esta chegando em um momento... Tensão! o.o'

Logo vão saber! ;D

Beijos! ;*