Entre a Razão e o Coração! escrita por Kuchiki Manu


Capítulo 16
Capítulo 16 - News and Changes.




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CAPITULO 16 – News and Changes.

 

    - Obrigada por ter vindo me visitar, Renji.

    - Não tem o que agradecer, Rukia. Estava precisando de uma folga... - o jovem suspirou, apoiando as mãos na cabeça e inclinando-se para trás na cadeira. A capa branca em seus ombros caiu devido a posição que se encontrava.

    - Pensou que a vida de capitão seria fácil, não é? - Rukia desviou o olhar da mesa que se encontrava, arqueando uma sobrancelha para ele - Pois estava muito enganado.

    - Não é fácil... - riu – Mas é bem melhor!

     

Ela apenas sorriu levemente, voltando a atenção para o trabalho em mãos.

 

    - Ainda não acredito que foi o Taichou que me indicou.

     

Rukia sentiu uma pontada ao ver o rumo que a conversa se dirigia.

 

    - Se bem que eu devo chama-lo de Byakuya agora... Mas é meio estranho, sabe? - Renji continuou – E acho que ele não vai gostar muito desse tipo de intimidade. - levou as mãos ao queixo pensando alto.

    - Ele nunca está satisfeito. - a garota falou seriamente, erguendo-se.

     

Renji se viu surpreso pelo tom de voz de Rukia, sem mencionar a expressão em seu rosto. O que aconteceu? - pensou enquanto via ela caminhar de encontro com a estante de livros no escritório.

 

Rukia começou a pegar um por um, segurando com uma das mãos. Não estava prestando atenção no que procurava. Aquela ação era apenas uma forma de defesa para se distrair e esquecer o que sentia.

 

    - Você e o Taichou estão brigados!? - a voz de Abarai soou mais como surpresa do que uma simples pergunta por curiosidade.

     

Ela suspirou irritadamente. Não quis responder.

 

    - Minha nossa! Isso é algo novo! - ele continuou pasmado – Quem foi o culpado? Foi você, Rukia? O Taichou é tão calmo que é quase impossível ver ele... - parou ao receber um olhar reprovador de Rukia – Tá. Parei.

    - A questão não é quem foi o culpado. - ela desviou o olhar – Ele... Ele me comparou com a minha irmã.

     

Renji quase caiu para traz graças ao susto.

 

    - Ele fez isso!? - disse atônico. Ela confirmou com a cabeça – Maldito! Como pode? - cerrou os punhos.

    - O Byakuya é um idiota. Sempre concorda com o que aquele maldito conselho dos Kuchiki diz. Ele só se importa com eles. Com o Clã. E eu... - suspirou - Eu realmente não sei mais o que ele vê em mim, Renji. - Rukia abaixou a cabeça, respirando pesadamente – Eu achava que... Eu nunca pensei que ele fosse... - levou a mão livre a testa. Tudo girava.

     

De repente os livros, segurados por ela, cairão no chão. Rukia se viu juntando-se a eles, mas antes que isso acontecesse, o seu corpo foi amparado por Renji.

 

    - Rukia! Rukia, você está bem? - ele perguntou preocupado.

    - E-Estou. - sentou em uma cadeira com a ajuda do ruivo – Foi apenas uma tontura. Pelo visto aquele resfriado ainda não passou.

    - Você deve ir até o 4º esquadrão.

    - Não precisa. Eu estou bem. - tentou se levantar, mas as mãos estavam fracas. As pernas sem forças. Desde quando se sentia tão cansada?


Renji percebeu a sua tentativa inútil.

 

    - Vamos até a Unohana Taichou, Rukia. Eu te levo.

 

~o~o~o~

 

A caneta em suas mãos não movimentava-se corretamente. A caligrafia, que sempre se orgulhou por faze-la com maestria e talento, parecia entender o que ele sentia.

 

Torta. Errada. Indecisa. Descoordenada.

 

Byakuya franziu o cenho. O seu dever com o 6º esquadrão o mantinha ali, no entanto, não conseguia manter o seu foco. Sua mente vagava em outros assuntos. Sua vida pessoal, algo que procurava separar do trabalho, mas que agora se intrometia sem permissão.

 

Será que... Ele estava errado?


    - Kuchiki Taichou? - uma voz ao seu lado o chamou – O senhor está bem?

    - Não é nada. - entregou o papel ao tenente – Pode levar o relatório ao 1º esquadrão.

    - Sim, Taichou. - Noriko assentiu. Começou a andar em direção a porta, mas antes... - Como está a Tenente Kuchiki?

     

Byakuya o olhou seriamente.

 

    - Não vejo o que isso tem haver com o seu trabalho.

    - Ah, claro. Perdoe a minha intromissão. - se desculpou Noriko, voltando a andar em direção a porta.

    - Ega Noriko. - Byakuya o parou- Sua reatsu está elevada.

     

O jovem piscou os olhos azuis várias vezes espantado.

 

    - Por que? - interrogou o Kuchiki.

    - P-Porque? - repetiu perdido em palavras – Ah, é que... que eu ainda não tenho controle total sobre a minha pressão espiritual, Kuchiki Taichou. É uma falha minha. Mas eu lhe asseguro que logo irei conseguir.

    - Hmm. - Byakuya continuou indiferente, tirando o olhar dele.

     

Um leve suspiro pode ser ouvido. De aliviou, na verdade.

 

Porém, antes que Noriko pudesse atravessar a porta, outra pessoa foi mas rápida que ele. Byakuya ergueu o rosto para fitar o intruso. Kotetsu Kyone do 13º esquadrão?


    - Com licença, Kuchiki Taichou. - a garota estava ofegante.

    - O que aconteceu? - ele perguntou. Algo lhe dizia que...

    - É a Kuchiki-san.

     

 

~o~o~o~

 

Os corredores do 4º esquadrão abriam passagem para os passos apresados de Byakuya. Ele andava ignorando a todos, como de costume. Mas naquele momento parecia estar ignorando a si mesmo.

 

A única coisa que importava era Rukia. Porque ela estava ali?


    - Onde ela está? - falou ao entrar na sala de Unohana, percebendo que ela não estava sozinha – Renji? O que faz aqui? - viu que este estava com uma expressão surpresa.

    - Foi Abarai Taichou que trouce Rukia-san até mim, Kuchiki Taichou. - Unohana disse calmamente.

    - Você estava com Rukia? - se dirigiu a Renji, mas este não respondeu. Na verdade, apenas o olhava surpreso. O que aconteceu? - Onde ela está? Eu quero vê-la.

    - Acalma-se, Kuchiki Taichou. Rukia-san está bem. - a capitã permanecia calma – O que aconteceu foi apenas uma conseqüência de seu estado atual.

     

Conseqüência? Estado? - ele pensava enquanto esperava a conclusão da resposta.

 

    - Parabéns, Kuchiki Taichou. - ela sorriu – Rukia-san está esperando um bebê.

     

Os olhos de Byakuya se arregalaram em choque. Renji jamais havia visto tanta expressão no rosto de seu antigo capitão.

 

O silêncio predominou. Byakuya não mostrava nenhuma reação em palavras, apenas o seu rosto transparecia. Unohana começou a se preocupar com o estado dele. 'Pior do que o Abarai-san.'


    - Kuchiki Taichou, o senhor está bem?

    - Você... - ele conseguiu falar – Você tem certeza, Unohana? - estava tão surpreso que não utilizou o complemento “Taichou”.

     

Ela conseguiu sorrir levemente.

 

    - Mas é claro. - reafirmou com convicção - Rukia-san esta grávida.

     

Mais silencio. Byakuya parecia ter ido transportado para outra dimensão de seus pensamentos.

 

    - Kuchiki Taichou, eu sei como se sente. Eu também não estou acreditando! - Renji começou eufórico – A Rukia!? Grávida!?

    - Acalme-se, Abarai Taichou. - disse Retsu – Já conversamos sobre isso. A Rukia-san é uma mulher casada e...

    - Eu sei, Unohana Taichou! Mas é inacreditável! A Rukia!? RUKIA!?

    - Por favor... - a voz de Unohana saiu em um tom mais sinistro, apesar de ainda esta sorrindo – Acalme-se, Abarai Taichou.

     

Algumas gotículas de suor puderam ser distinguidas na cabeça de Renji. Ele recouou em defesa. Aquela mulher era assustadora!


    - Claro. Claro! Me d-desculpe.

    - Unohana Taichou... - Byakuya finalmente falou.

     

Quando Unohana olhou para ele, notou que sua expressão costumeira já havia voltado.

 

    - O que deseja, Kuchiki Taichou?

    - Eu quero vê-la.

 

~o~o~o~

 

Entrou pelo quarto indicado por Unohana. Correu os olhos pelo primeiro foco de visão que teve, porém... a cama estava vazia?

 

Ficou curioso. Esperava encontra-la ali. Onde ela estava?

 

Ao entrar totalmente e ter uma visão completa do pequeno cômodo, pode perceber onde Rukia estava. Como sempre - contrariando suas expectativas – ela estava de pé, apoiada na janela e fitando o espetáculo do pôr-do-sol. Não mostrou nenhuma reação com sua entrada.

 

Byakuya fechou vagarosamente a porta atrás de si, começando a dá passos até ela.

 

Ficou a uma certa distancia. Olhava as costas de Rukia. Nenhuma reação.

 

Abriu a boca para dizer algo, mas nada saiu. Estava perdido? Kuchiki Byakuya não sabia como agir? Isso era algo raro. Droga!


    - Eu não sei se serei uma boa mãe. - Rukia falou, o surpreendendo – Eu muitas vezes ajo como uma criança...

     

Ela se virou para ele. Os olhos meio trêmulos.

 

    - Byakuya, eu...

    - Por favor, me escute. - ele a interrompeu. Ela ficou calada esperando que ele continuasse – Eu... Eu não sou muito bom com as palavras, mas... Rukia, me perdoe.

     

Ela continuou calada. A sinceridade da ultima frase a atingiu.

 

    - Eu sei que sempre lhe faço sofrer. - continuou – Desde o momento em que lhe adotei na família Kuchiki. Apesar de você achar que eu não percebia a sua solidão, eu sempre soube. Sempre soube o que você sentia. Mas depois que nos casamos, eu prometi para mim mesmo que nunca mais faria isso. No entanto... falhei. - Byakuya deu um passo a frente, ficando a poucos centímetros de Rukia – Me perdoe, Rukia. Eu... Eu prometo á você que vou melhorar. Eu vou tentar ser o homem que você merece. Eu vou... - os lábios foram cerrados pelos dedos de Rukia.

     

Ela tocou o rosto dele. Os olhos azuis fixos no belo rosto de Byakuya.

 

    - Eu sei. Obrigada. - disse, deixando escapar um leve sorriso – E quero que saiba... que eu não me arrependo de nada.

    - Eu também. - juntou as mãos dela com as suas – E este é o nosso filho. Ninguém irá interferir em nossas vidas. - depositou um beijo na testa da pequena Kuchiki.

     

Rukia sorriu mais uma vez, e assentiu com a cabeça.

 

    - Seiji e Emi iram ficar em êxtase. - disse ela.

    - Sim. É verdade.

     

Impulsionados pelo amor e pela nova realidade que teriam que confrontar, se abraçaram. Um buscando suporte no outro. A proximidade iria ajuda-los a permanecer firmes e seguros.

 

    - Sabe, Byakuya... Acho que essa foi a vez que você mais falou. - não pode deixar de comentar.

    - Eu também achei.

     

Rukia ergueu a face para fita-lo.

 

    - A única coisa que lamento... É que terei que parar o meu treinamento para o Bankai. Você me disse que eu já estava próxima para adquirir.

     

Silêncio. O Kuchiki virou o rosto para outro ponto do quarto. Rukia arqueou uma sobrancelha diante disto.

 

    - Byakuya, não vai me dizer que você...?

    - Claro que não.

    - Seu mentiroso! - se afastou colocando as mãos na cintura – Sendo assim, pedirei ajuda para a Yoruichi. Ela fez com que o Ichigo adquirisse em três dias. É bem mais produtivo.

    - Nem pense em fazer isso, Rukia.

 

~o~o~o~

 

Observava ela dormir tranqüilamente. Rukia estava bem agora. Cansada, na verdade, mas Unohana disse que era conseqüência da gravidez, então não tinha porque se preocupar.

 

Byakuya se aproximou da cama, sentando ao lado dela. Olhos em direção ao rosto de Rukia.

 

Gravida... Ele iria ter um filho.

 

A idéia ainda não foi bem aceita pelo cérebro. Realmente havia pensado que Unohana estava errada, mas ela reafirmou ao fazer novas avaliações em Rukia. Tudo indicava o que ela havia dito antes, e agora eles só teriam que aceitar a verdade.

 

Tentou se manter forte diante dela. Tentou falar o que queria e passar segurança. Era o que ela precisava, mas... Será que ele não precisava também?

 

Não poderia negar para si mesmo que a idéia de ser pai o assustava. Mesmo que soubesse que o Clã precisava de um herdeiro, mesmo que garantisse em palavras que teria um – falou isso até para Rukia – Não sabia se... estava pronto.

 

Isso foi uma das coisas que o fez pedir desculpas para esposa. Como queria que Rukia estivesse pronta, se nem ele mesmo estava? Aquilo era irracional. Patético.

 

Agora, fazia sentido o seu temor. Ele não gostava de crianças. Não suportava. Não se sentia a vontade perto delas, então... Como iria criar algo que detesta?

 

Porém, a partir do momento em que se convenceu de que era verdade, impôs para si mesmo que iria superar as dificuldades de seu interior. Iria ultrapassar os seus gostos, sua personalidade... seu orgulho.

 

Teria que deixar o coração ganhar mais espaço, essa era a verdade. A razão teria que permanecer nivelada pela necessidade.

 

Levou uma das mãos ao rosto de Rukia, acariciando docemente em meio aos pensamentos.

 

Iria conseguir. Essa era a sua prioridade, já sabia disso. Rukia era sua prioridade, agora... sua família seria. Iria ganhar uma, e faria o que for possível para protege-la e ser digno de tê-la. Assim como era admirado como capitão e líder, seria pela sua família. Não iria falhar.

 

Em meio a sua reflexão, algo exterior chamou sua atenção. Rukia começou a abrir os olhos vagarosamente, logo se dirigindo a ele.

 

    - Ainda não dormiu? - ela perguntou com a voz rouca de sono.

    - Me desculpe tê-la acordado. - ele respondeu de seu jeito pessoal, sem tirar as mãos do rosto dela.

    - Esta tudo bem. - olhou brevemente para a janela, tendo como visão o céu negro da noite e sua jóia – Vai caminhar?

    - Não. Eu ficarei aqui com você.

     

Ela voltou a olha-lo, sorrindo levemente. Rukia apoiou-se com os cotovelos, se afastando um pouco para o lado da cama, deixando um espaço livre.

 

    - Venha. Deite-se.

     

Byakuya fez o que ela pediu, deitando-se de frente para ela. Depositou uma das mãos na cintura de Rukia, enquanto ela apoio uma das suas no travesseiro.

 

E assim ficaram. Um de frente para o outro, apenas com a comunicação dos olhos em meio a fraca luz da lua que invadia o ambiente.

 

    - Byakuya... - ela começou – Você esta bem?

    - Sim.

    - Isso é bom. - sorriu pequenamente – Boa noite.

    - Boa noite.

     

Ele observou os olhos dela se fecharem, até estarem completamente cerrados e Rukia ser entregue ao sono.

 

    - Eu te amo. - Byakuya sussurrou, sem ter certeza que ela ouviu. Mas sabia também que isso não era necessário. Rukia sabia.

     

Diante disso, o seu interior reafirmou mais uma vez:

 

Sim. Iria fazer o que for preciso para ser digno de tê-los.


     

~o~o~o~

 

    - Estas são as informações que recebemos de Sereitei, senhor. - o servo continuava ajoelhado perante o homem á sua frente, lendo o papel que havia acabado de receber – Kuchiki Rukia esta esperando o herdeiro do Clã Kuchiki.

     

Ele continuava parado, sem desviar a atenção do papel em mãos. Ao terminar de ler, deu um leve sorriso, virando o rosto para o lado e fitando as sombras.

 

    - Você ouviu, meu filho? - falou – Agora só teremos que esperar. E suponho... - tomou um tom sério – Que desta vez farás o que mando.

     

No meio das sombras, outro individuo se escondia, com as costas apoiadas na parede. Ao erguer o rosto, apenas dois orbes brilhantes puderam ser distinguidos.

 

    - Sim.

     

     

    Continua...


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Notas finais do capítulo

Mais um capitulo! E a Rukia esta...
Grávida! =D

Bem, eu sei que tem algumas pessoas que não gostam muito de ver a baixinha grávida em fics (minha irmã é uma delas ¬¬), mas eu particularmente não tenho nada contra, e o mais importante: isso será muito importante para o desenrolar da fic. Garanto! ;) - Tanto para o relacionamento do casal ByaRuki, quanto para os acontecimentos seguintes.

Agradeço aos reviews e as pessoas que estão acompanhando. Vocês deixam um sorriso no meu rosto, sabia? 8D

Enfim... reviews? Diga-me sua opinião ou sugestão. ;)

Fiquem com Deus! ^^
Beijos! ;*