Hate That I Love You escrita por Dani Fordwin


Capítulo 8
Let the rain fall


Notas iniciais do capítulo

Amoooooooooooooooooooresmioooos, peço milhares de desculpas pelos séculos que fiquei sem postar. É que as coisas estavam bem corridas e eu estava sofrendo do transtorno de falta de criatividade. Mas graças a minha chuchu Nessa, que me incentivou, consegui finalizar esse cap e ja comecei o outro! Espero que vocês continuem acompanhando, e claro, que vocês gostem.



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Bê’s POV

Eu fiquei olhando Dani dormir por algum tempo. Passava a mão em seus cabelos, quando ela deu um breve sorriso. Fiquei com medo que ela acordasse e me visse naquela situação, então peguei um cobertor e coloquei por cima dela. Aquele ser maligno tinha vindo apenas de calcinha, só pra me provocar, mas me segurei e não cai na dela. Deu um trabalho, um grande trabalho que resultou em um demorado banho gelado. Ok, sem comentários a mais. Deixei-a dormindo no sofá e fui para o meu quarto.

Na outra manhã, acordei e vi que ela estava no telefone. Era com ele, pois  ela falou “ED”. Senti meu sangue ferver de ciúmes. Eles conversaram por algum tempo, mas eu pude ver que ela não estava feliz em falar com ele.  Assim que ela desligou o telefone, deu um suspiro profundo, meio irritado, meio conformado.  E saiu, andando rápido.

Eu a segui. Ela foi a pé, e pegou uma trilha, que levava bem pro meio de uma campina. Eu sabia aonde ia dar e fui atrás dela. Nós já estávamos a quase uma hora de casa, bem distante quando olhei pro céu e percebi que ia chover, e seria uma chuva forte. Corri para alcança-la.

-DANIELLY!

- O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI BERNARDO? – Ela virou pra mim e pude ver que seus olhos estavam vermelhos. 

- Você estava chorando?

- Não te interessa.

- Sim, me interessa. Vamos embora, o tempo está fechado e está escurecendo, apesar de ser de tarde ainda. Pode ser perigoso por aqui.

- Não finja que se importa Bernardo, vá embora você.  – Ela se virou e continuou andando.

Agarrei seu braço.

- Você é uma teimosa irritante sabia?

Pude sentir os primeiros pingos de chuva caindo.

-E você ... Você é um idiota, arrogante e prepotente. E louco. Sério Bernardo, eu não te entendo, primeiro você ... ah quer saber! ME ESQUECE! – Puxou seu braço da minha mão e saiu correndo. É claro que eu não iria deixar ela sozinha.

A chuva caia muito forte agora. Podia sentir que eu estava todo ensopado, mas eu continuava a correr atrás dela e ela continuava a correr de mim. Se eu não tivesse visto toda a magoa quando ela me xingou, acharia que estávamos brincando de pega- pega. Então ela parou em frente a uma velha cabana abandonada. Parei alguns metros atrás dela.

Ela forçou a porta para abrir, mas não conseguiu. Se virou e olhou pra mim novamente, com os olhos pedindo ajuda. Fui até lá e fiz um pouco de força, mas consegui abrir a porta.

Eu sabia o quanto aquele lugar era importante para nós.

Dani’s POV

Senti o ar faltar quando entrei na cabana, acompanhada de Bernardo. Nós paramos no beiral da porta e demos uma olhada no lugar. Estava exatamente tudo como era antes. Dois pequenos sofás, um em frente ao outro. Havia uma mesa mais a frente, com uma cesta vazia. Uma porta fechada, que escondia um pequeno banheiro. No canto, na parede esquerda estava um baú, que eu sabia estar cheio de lençóis antigos, algum provável cobertor e um velho pijama que ele sempre deixava por lá.

Aquela era a antiga cabana que meu vô havia feito para mim e para o Bê, quando éramos muito novos.  Tudo lá lembrava muito ele, os móveis que ele mesmo havia feito, a cesta vazia que antes era cheia de morangos, fruta favorita minha e de Bernardo, e maças, favoritas do vovô. Até mesmo o cheiro dele estava lá, misturado ao da poeira toda que havia se acumulado com os anos.

- É como se ele estivesse aqui, não é? – Pude ouvir Bê dizer as minhas costas. Assenti, sem nem achar minha voz para responder. – Eu também sinto muita falta dele. - Ele falou, com a voz embargada.  Eram raros os momentos em que Bernardo demonstrava emoção.

Me virei para olha-lo, sentindo que meus olhos estavam cheios de lagrimas. Ele notou isso, e para meu espanto, me abraçou.

Foi um abraço sem malicia, sem sarcasmo.  Abracei ele de volta, e me segurei para não chorar desesperadamente, me sentindo segura e protegida em seus braços, como naquele dia no aeroporto. Ele, que sempre quis me magoar com palavras, ofensas e brincadeiras sem graça era aquele que eu mais queria estar junto, que mais me sentia bem em seus braços. Oh, vida sua irônica.

Ficamos assim por algum tempo,  tempo suficiente para eu parar de pensar no vovô e me dar conta de que ele estava encharcado, com a roupa molhada e totalmente grudada no corpo dele, e que o MEU corpo também estava totalmente colado ao corpo DELE...

Tive praticamente certeza que ele também começou a pensar nisso, pude sentir todo seu corpo enrijecer (todo mesmo) e então ele soltou nosso abraço e foi em direção do baú.

Sério, qual era o problema desse menino? Eu estava ali, agarrada a ele e toda molhada e ... SÉRIO, QUAL O MEU PROBLEMA?

Respirei fundo para me acalmar, e então me dei conta de que ele estava falando alguma coisa.

- .. e tira essa roupa..

- O QUÊ? – Claro, eu podia estar pensando quase a mesma coisa, mas, PELO AMOR DE DEUS,  tinha que falar tão diretamente assim?

- Você tomou chuva Danielly, se continuar com essa roupa molhada vai pegar um resfriado e todo mundo me mata.- Ah sim, era sobre resfriado que ele estava falando. Como eu sou ridícula. - Achei o pijama que o vovô deixava aqui, coloca ele.

- Mas e você? Você também tá todo molhado. Só tem um?

- Só.

- Então, você coloca e eu me viro – e me virei para procurar um cobertor no baú.

- Vamos dividir. Eu coloco a calça, e fico sem camiseta e você coloca a parte de cima.

- Ótimo, e eu vou ficar só de blusa e calcinha?  - Perguntei, ciente de que na noite passada eu fiquei exatamente assim propositalmente. Ele com certeza se lembrou disso também, pois ele deu aquele sorriso sarcástico dele. Mas, pra minha sorte, ele resolveu não comentar nada a respeito.

- É uma camisa Dani, e vai ficar grande em você, pode ficar tranquila. – ele me entregou a parte de cima do pijama  - Vai até o banheiro e troca de roupa lá.

- JAMAIS, lá deve ter uma ninhada de lagartixas.

- Larga de ser medrosa Danielly.

- Vai você então, senhor coragem.

- Eu vou mesmo – Ele foi até a porta e quando ele ia abrir, eu provoquei:

- Podem ter cobras, sapos e aranhas ai viu, mas como você é corajoso, vai fundo.

Foi a minha vez de sorrir sarcasticamente.

- Na verdade, eu não vou abrir porque se tiver qualquer bicho lá e ele sair, você vai berrar muito e eu não tô afim de escutar seus gritos estridentes.

Ri – Nossa Bernardo, como você é um cavalheiro preocupado comigo.

Ele apenas me ignorou e começou a tirar a roupa.

- EIEIEI, o que que é isso?

- Estou tirando minha roupa Danielly, não tô com a menor vontade de pegar uma pneumonia. Exatamente nessa hora, eu espirrei -  E se eu fosse você, faria o mesmo. – Continuou ele.

- E eu vou tirar a roupa na sua frente?

- Se você não reparou Dani, sua blusa é branca, e como está ensopada, não está escondendo muita coisa. – Fiz uma cara indignada e cruzei os braços sobre meus seios. Eu sei que eu estava de sutiã, mas mesmo assim.

-Vira de costas.

- Oi?

- Vira de costas Bernardo. Eu viro também, e daí nenhum vê o outro pelado.

- Danielly, a gente vai continuar com a roupa intima, ninguém vai ficar pelado!

- Vira! De! Costas!

Ele bufou e revirou os olhos, mas virou de costas. Virei também, e comecei a tirar minha roupa.

Ok, tenho que ser honesta com todos e dizer que eu não aguentei. É, eu tive que olhar para trás. E pro meu azar (ok, sorte) ele estava apenas de boxer, me dando uma boa visão de todo o seu corpo pela parte traseira. Virei pra frente rápido, para que eu não corresse o risco de ser pega no flagra.

 Coloquei a camisa e fui virando de frente para Bernardo, terminando de abotoar . Ele já estava de frente pra mim, vestido apenas com a calça, e pareceu despertar de algum devaneio quando me virei de frente para ele. Nos olhamos por algum tempo, então ele pegou a coberta e me deu, sem falar nada, e sentou no sofá. Me sentei no sofá de frente a ele, colocando as pernas em cima do assento e me cobri.

Eu havia andado tanto que nem me dei conta de que a hora passou voando. Já era bem de tardezinha,  mas o céu estava bem escuro, por culpa da tempestade. Eu sabia que essa não seria uma chuva rápida, provavelmente iria durar a noite toda, com os raios e trovões cada vez mais fortes. Eu morria de medo de tempestades, desde pequena, então jamais iria me arriscar sair com o tempo assim e sabia que Bê também não.

O tempo foi passando e aquele silêncio, apenas quebrado pelos sons que faziam lá fora, estava me enlouquecendo.  Então de repente, um trovão ensurdecedor caiu lá fora, e eu dei um pulo de susto e me agarrei ao cobertor, como se minha vida dependesse daquilo.

- Você ainda tem medo de tempestades?  -ele perguntou de um modo doce e solidário.

Balancei a cabeça em afirmação, enquanto a pequena cabana se enchia de clarões.

-Deita aqui comigo.

Nem eu nem ele acreditamos que eu disse isso. Ele me fitou por um momento, pra ter certeza de que eu estava falando sério.

-Por favor. – Quase implorei. Eu precisava dos braços dele ao meu redor, pra me sentir segura.

Ele levantou tão rápido que pareceu que levou um choque. Dei espaço no sofá e ele se sentou ao meu lado, com uma perna entrelaçada a minha e colocou o braço ao redor do meu ombro. Imediatamente encostei minha cabeça no seu peito e lá encontrei meu lugar feliz.

Ficamos em silêncio por alguns minutos, até que teve um trovão bem pior do que o ultimo, o que eu me aninhar ainda mais no seu peito e ele me abraçar forte.

- Desculpe Bê.

Mais uma vez deixei ele confuso.

- Desculpe por te chamar de idiota, prepotente e arrogante.- Dei um sorriso meigo para ele.

-Desculpe por ser um idiota, prepotente e arrogante. – Ele riu, e afagou meu cabelo.

- Era pra você me pedir desculpas por me chamar de mimada, metida, gorda e tudo mais que você me chama.

Ele ergueu uma sobrancelha – Gorda? Faz anos que eu não te chamo de gorda! – Ele riu – Mas pensando bem, eu acho que você podia parar de comer todo aquele mousse de maracujá que você gosta ....

Fingi não notar que ele sabia meu doce favorito e dei um tapa de leve em seu peito.

- Idiota, eu não to gorda não, seu ridículo. – Me preparei pra dar mais um tapa e ele segurou minha mão.

Então nos olhamos. E então ele me beijou.

Começou calmo mas depois se tornou um beijo desesperado, como aquele que aconteceu na escada. Ele precisava tanto de mim quanto eu dele, isso eu posso sentir. Ele então me virou no sofá, e ficou em cima de mim, sem desgrudar da minha boca nem por um segundo. Enrolei meus dedos no cabelo de sua nuca (eu adoro fazer isso com ele) e o puxei mais pra perto, aprofundando mais ainda nosso beijo. Enquanto ele segurava meu rosto com uma mão, percorreu meu corpo com a outra, levantando um pouco a camisa que eu vestia e eu pude sentir seu toque na minha cintura, me erguendo um pouco, para encostar nele. Senti todo meu corpo arrepiar, como se eu fosse uma adolescente com os hormônios a flor da pele. Mas eu não podia deixar ele fazer isso comigo e sair ileso, não é? Coloquei  minha mão por cima das suas costas nuas, e passei minhas unhas por toda ela, arranhando de leve,  para ouvir com alguma satisfação um rugido sair do fundo de sua garganta e ele intensificar (mais ainda, se possível) nosso beijo.

E de repente, como começou,  parou.

Ok, isso já está ficando frustrante.


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Notas finais do capítulo

Amorees, não me abandoneeem POR FAVOOR. Quero sugestões e comentarios sobre o que vocês acharam! Beeijooos magicos pra cada um (;



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