Plus Que Ma Propre Vie. escrita por Isabella


Capítulo 20
Capítulo 20




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A primeira coisa que passou pela minha cabeça foi que eu era uma vampira fortíssima e sabia lutar, então não precisaria me incomodar com uma estranha qualquer que agarra pessoas em casas. O problema era que a minha força não era a mesma de – digamos – quando eu era recém-criada. E a mulher tinha olhos vermelhos, o que significava, basicamente, encrenca. Além do mais, ela tinha duas vezes o meu tamanho. Nada de luta física, eu pensei. Teria de arranjar um jeito de sair dali na conversa.

- Hn, olá, eu acho. – Franzi o cenho, frustrada.

- Oh, mil perdões! – Ela me encarou com o olhar mais sarcástico que eu já havia visto. – Eu deveria ser educada com a pequena e preciosa Bella, certo? – Ela revirou os olhos – Não vai rolar.

Comecei a ficar com raiva, mas meu bom senso me impedia de fazer qualquer coisa que complicasse a minha situação. A mulher era, sem dúvidas, poderosa. A voz dela me parecia familiar. Porém um pouco mais clara e melhor audível do que a que eu tinha na minha mente.

- Você é a Shelly! – Quase gritei. – Você é a Shelly do Steve, e a Shelly do Matthew.

- Esperta. – Ela sorriu – Talvez o Steve esteja certo e eu esteja realmente subestimando você. – Ela começou a rir, como se aquela fosse a melhor piada do mundo. – Ou talvez não.

Qual era o problema dela, afinal? Quero dizer, além dos muitos aparentes. Eu queria saber qual era o problema que ela tinha comigo. Eu nem conhecia aquela mulher, como poderia ter feito algum mal a ela?!

- Não, querida! – Ela sorriu carinhosamente para mim. – Eu não estou contra você. Muito pelo contrário. Eu só quero ajudar.

Certo, claro. Como se ela me enganasse. Dois segundos antes, o olhar dela era de quem queria me matar ali mesmo.

- Ajudar? – Perguntei, fingindo inocência.

- Sim, claro. – Ela sorriu. – Esse meu jeitinho sarcástico sempre me causa problemas, não é mesmo? É sério, Bella. Eu quero te ajudar. Porque eu já cansei desses joguinhos deles todos.

- Como assim? – Eu estava começando a acreditar no que ela dizia. Seu olhar era tão transparente que eu quase podia enxergar a alma dela.

- Bom, você provavelmente já entendeu que eu sou companheira do Steve, certo? – Ela colocou no rosto a expressão mais angelical possível. Não deu muito certo. As feições dela eram de uma pessoa sarcástica. Mas não má. – Quero dizer… Você realmente é esperta.

- Sim, isso eu entendi. – Eu franzi o cenho. – E você tem alguma relação com o Matthew também. – Procurei qualquer informação em suas expressões, mas elas, apesar de límpidas, não me diziam nada.

- Matt… Ah, o Matt! – Ela parecia uma menina de cinco anos de idade depois de descobrir que ganharia uma boneca nova. Com carro, casinha e um estoque infinito de roupas. Não sei porque, mas uma imagem de Alice veio em minha mente, e eu sorri. – Ele é… Complicado. Quero dizer, nem tanto. Aliás, estou curiosa.

- Sobre? – Eu comecei a me sentir mais à vontade perto dela.

- Você já descobriu a ligação entre o Matt e o Steve? São quantas cabeças pensando? 9?

- Dez.

- Certo, o transmorfo. – Ela sorriu. – Jacob, certo? Matt não ficou nem um pouco feliz quando descobriu que ele e sua filha estavam juntos, sabia? O pobre menino chorou por mais de duas horas.

Como Matthew havia descoberto sobre Jake e Renesmee? Meus pensamentos se clarearam, como se estivessem sendo mascarados por alguma coisa. Verifiquei meu escudo, mas ele ainda estava intacto. Então a mulher não poderia estar mexendo comigo. Será que ela realmente tinha boas intenções?

- Uma pena para ele. – Eu sorri. – Mas Renesmee e Jacob estão bem. E eu preferiria que continuasse assim.

- Claro, querida. – Ela largou meu braço, mas não abandonou a porta. – Como eu disse, só quero ajudar. Mas me responda. Vocês descobriram a ligação dos dois?

- Não. – Franzi os lábios. Tentei bastante, mas não cheguei a conclusão nenhuma.

- O quão boa é a sua memória humana?

Lembrei de minha chegada em Forks, da aula de biologia, do baile. Mas percebi que não era disso que ela estava falando. Ela queria memórias mais antigas. Eu sabia que as minhas memórias humanas boas e claras se restringiam aos meus momentos com Edward, então só balancei a cabeça negativamente.

- Pouco boa.

- Você se lembra do Steve?

- Relativamente. – Eu tentei procurar mais memórias em relação a ele. – Flashes. Um jardim, uma fantasia de Halloween.

- Um irmão mais novo?

- Matthew é… – E foi então que eu percebi como aquilo fazia sentido. Eles eram realmente muito parecidos. – Irmão mais novo do Steve. Isso quer dizer que ele também foi meu vizinho.

- Quando era muito pequeno, sim.

- Mas o que isso tem a ver com tudo? Quero dizer, eu percebo as peças se encaixando, mas não consigo ter uma visão geral do quebra-cabeças.

Porque eu estava me abrindo com aquela estranha? Era só que… Ela parecia tão confiável!

- Eu não posso te dizer tudo. – Ela franziu os lábios. – Mas posso tentar ajudar. Digamos que Steve seja… Um pouco obcecado por você, certo? E eu já cansei disso. Porém… – Ela parou abruptamente – Realmente, essa mancha vai ser muito difícil de tirar. Uma pena que você já tenha que ir embora, querida.

A porta se abriu e Matthew colocou a cabeça para dentro.

- Bella! – Ele sorriu. – Acho que o Edward está te esperando. Você conseguiu tirar a mancha?

Me virei para ele, sorrindo.

- Não… Mas tudo bem, com sabão deve sair.

- Você pode mandar a conta da lavanderia, se quiser.

- Não vai ser necessário. – Eu nunca mais usaria aquele vestido mesmo, Alice não permitiria. Mas ele não precisava saber disso. – Preciso ir, Matthew. Renesmee está aí?

- Na sala com Edward. – Ele coçou a cabeça levemente. – Mas vocês já vão?

- Infelizmente. – Sorri. – Alice ligou, e ela precisa de nós em casa. Mas muito obrigada pelo convite.

Saí do pequeno quarto e me dirigi ao sofá onde Edward e Renesmee estavam sentados. Surpreendentemente, ela não se importou de ir embora cedo. Disse que estava muito cansada. Ela se despediu de Matthew mais uma vez, quase tropeçando nos próprios pés, e nós saímos.

Foi só quando eu já estava na metade do caminho da casa até o pequeno acampamento dos Cullen que eu percebi minha mente ficando cada vez mais clara, e um sinal de alerta piscando ruidosamente na minha própria cabeça. Algo estava errado.


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