Sempre soube que não era normal. Mas nunca pensei que essa anormalidade chegaria a tanto. A profecia não saia da minha cabeça, mas uma parte em especial me pendia em pensamentos, “Duas quase mortes a viagem atrapalharão”. Rebecca corre risco de vida e não sabemos como reverter esta situação.

   Três dias. Néctar e Ambrosia sendo dados à ela. Nico Di Angelo mandava mensagem de Íris todos os dias, nos dizendo que ela melhorava um pouco, mas quem realmente cuidou dela foi João Vitor.

   Eu fiquei realmente abalada, mas tentei ajudar e consolá-la. Mandamos uma mensagem de Íris para Jully, mas não conseguimos contato preciso. Precisávamos nos encontrar com o resto do pessoal e rápido.

    Meu sonho, que já era diferente, fazia as palavras de um titã desconhecido, martelá-la.

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   – CHEGAAAAAAAAAAA! Eu escolho quem vai ficar com que grupo! Eu mando aqui! – disse a voz na escuridão.

   – Sim Sr.! – responderam os que estavam os dois a sua frente.

   – Crios com a dupla de adolescentes. Hipérion com as três garotas.

   – E eu? - uma voz ecoou do lado de fora.

   O sonho mudou. Eu viu um Monte, parecia com o do de San Fracisco. Era lá... Temos que ir pra lá!

    – Você... Bem... Você fica com aquele quinteto. Espero que as mate rapidamente.

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   Ele era exatamente assim. Só pensava na minha morte, na profecia e na frase que a voz na escuridão falou “Espero que as mate rapidamente.”

   Seria esse meu fim, nosso fim?! Não podia ser. Eu não me conformava! Pensava, no meio de uma breve floresta que tinha perto de onde acampávamos.

   – Impressionante, temos os mesmo lugares de pensar...

   – David... Que susto!

   – Calma, não sou um monstro. Ou sou para você?!

   – Seu bobo. Como está Rebecca?!

   – Quase curada. Cada vez melhor... Eu fui tentar entrar na barraca, mas o clima não estava tão frio... Estava meioo... quente. – disse David rindo.

   Caímos na gargalhada.

   – Mas, tipo... Apenas beijos... né?!

   Eu e minha mente suja.

   – Claro! – David fez uma cara de assustado.

   Contei à ele o meu sonho. Pena que de vez enquanto ele era um pouco lerdo, como os filhos de Poseidon... E não entendeu absolutamente nada. Pelo menos Rebecca tem um raciocínio mais rápido e entendeu.

   Depois que “almoçamos”. Fui para a floresta e achei um lago. Peguei um dracma e depositei na água.

   – Mensagem de Íris para Jully e Marshall, onde quer que estejam.

   A cena era bizarra! Jully agarrando o pescoço de Marshall e o garoto esperneando.

   – Seu idiota! Você tem ideia que quanto tempo eu fiquei de castigo?!

   Jully olhou para o lado e me viu. Largou o pescoço de Marshall.

   – Oi, Dani.

   – Oi, Jully, Marshall. Poderíamos conversar a sós Jully?!

   Contei à ela tudinho sobre o sonho e sobre Rebecca. E logo após tivemos que desligar.

   Resolvemos voltar a caminhar, o Sol havia baixado e fomos comprar remédio para Rebecca. Havia uma farmácia aberta, estranha, porém aberta. Entrei e havia um homem um pouco gordo e com um cabelo estranho, verde.

   – Boa Tarde, Sr..

   – Boa Tarde. O que deseja, pequena semideusa?!

   – C-c-c-omo você sabe disso?!

   O homem tossiu, de sua boca, saíram chamas. Eu, pulei o balcão peguei o remédio que já havia encontrado visivelmente e joguei para João Vitor, que saiu correndo com Rebecca em seus braços.

    – Sou um dragão. – disse uma voz grave. – E você não vai me vencer!

    – Apenas os deuses sabem o futuro, e algo me diz que o seu não vai ser nada bom. – disse Danillo.

   Ele se transformou em um dragão e logo tentou nos atacar com seu rabo, porém o cortamos e o bicho esperneou.

   – Maldito! Vou fazê-los em picadinhos!

   Eu parti para sua barriga e como seus bracinhos eram pequenos ele só teve tempo de gritar de dor. Algo inesperado veio para cima de mim, fogo.

   Rolei para debaixo de uma prateleira e tentei distraí-lo. O plano de David era claro, eu e Danillo devíamos distraí-lo enquanto ele escalava suas costas para chegar aos olhos.

   Assim que David chegou em sua cabeça, o monstro notou algo de errado e começou a lançar fogo para todos os lados, até que ficou cego dos dois olhos.

   Danillo escalou o braço dele e enfiou sua espada no coração do monstro. Um dragão já não havia mais ali, apenas um pó cintilante. Saímos da loja e avistamos João Vitor e Rebecca, que já estava medicada pelo visto. Sua aparência parecia bem melhor e suas costelas já pareciam estar no lugar.

   O que eu temia era, se uma quase morte havia passado. A outra estava por vir. Olhei para o céu e lembrei de uma coisa : “Espero que as mate rapidamente.”

   Morte. Rapidez. Eu acho que Titãs não gostam disso. E acho também que não gostam de nós, principalmente de mim, afinal, além de eu ser parte do limite do pode...

   Eu sou Daniella.Filha de Zeus.