O Limite Do Poder escrita por DaniiBraga, Sad Mermaid, Jessie Wisets


Capítulo 11
- Jully -


Notas iniciais do capítulo

Finalmente o grande segredo de Marshall e o motivo da desconfiança de Jully.
Espero que gostem



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   Eu e Marshall andamos por um dia inteiro, fomos atacados por uma criatura que parecia uma galinha líder de torcida dentuça. Marshall disse que seu nome era empousai, as inspiradoras das lendas de vampiros. Eu estava exausta. Pensava em meu pai preocupado com o acontecimento da escola e meu sumiço, em Ben e tantos outros sátiros e ninfas que estavam doentes devido á maldição, em meus amigos que poderiam estar mortos há essa hora sem que eu saiba.

     - Não se preocupe com eles, tenho certeza de que estão bem – Disse Marshall repentinamente.

     - Por acaso esta lendo a minha mente? – Pergunto séria

     - Pode-se dizer que sim, mas não é bem ler mentes... – Marshall começou a responder inquieto.

     - Então para! Isso é invasão de privacidade! Você não pode sair por ai lendo a mente das pessoas. – Eu digo o interrompendo.

     - Desculpa... Não precisa ficar nervosa - disse Marshall

     - Claro que preciso ficar nervosa, você acabou de ler a minha mente – Eu gritei. Uma arvore explodiu ao nosso lado.

     - Por que você me odeia tanto? O que eu fiz pra você? – Marshall gritou.

   Eu não respondi, estava irritada. Queria me esconder e chorar até morrer desidratada, mas desde pequena, desde aquele fatídico dia, me recusava a chorar, recusava mostrar qualquer sinal de fraqueza Eu não vou chorar. Eu não vou chorar.

   Simplesmente virei às costas a Marshall e continuei andando lutando para conter as lágrimas. Andamos por mais ou menos 3 km até minhas pernas não aguentarem mais e eu me recostar em uma árvore. Marshall se aproximou e me ofereceu uma garrafa d’água. Eu a peguei e dei um longo gole, há quanto tempo não bebia um pouco d’água?

    - Valeu – Respondi sinceramente.

    - Sem problemas. Já esta anoitecendo, seria melhor montar acampamento aqui e de manhã continuarmos indo para o Norte, eu monto guarda e você pode descansar. – disse Marshall distante.

     Me preparei para dormir, peguei minha mochila para usar como travesseiro, botei próximo de uma arvore e desabei. Demorei poucos segundos para começar a ter sonhos. Estava em um lugar escuro, frio e úmido. Estava em uma caverna. Pirilampos iluminavam o teto da caverna, agua escorria das pedras. No fim da caverna alguma luz dourada brilhava intensamente. Era uma lira dourada, não... Era A lira dourada. A Lira de Apolo, corri para alcançá-la, mas o chão se abriu, deixando a lira numa espécie de altar a 4 m de distancia de onde estava. Uma voz trovejou do abismo a minha frente.

    - Acha mesmo que chegará ate a Lira de Apolo? Pobre menina ingênua, seu pesadelo esta apenas começando – disse a voz no abismo.

    O chão sobre meus pés se desfez, me fazendo cair na escuridão. Quando acordei Marshall estava segurando meu braço e me encarando com grandes olhos arregalados. Ainda era noite, a lua estava alta e clara no céu.

    - Você está bem? Você estava gritando – disse Marshall soltando meu braço.

    - Eu estou bem só tive um pesadelo – respondi com minha mão tremendo – devo ter espantado todos com meus gritos.

    - Pelo menos não fomos atacados por monstros – disse Marshall apertando a espada em sua mão. Ele mantinha o olhar o mais longe possível.

    Minutos de silêncio se seguiram, parecia uma eternidade. Comecei a me sentir culpada, ele não tinha culpa de nada, agora Marshall estava irritado por eu ser rude, a culpa só aumentava. A culpa não é dele se ele se parece com o garoto do parque, ele não é o garoto do parque, ele não pode ser o garoto do parque.

    - Me desculpe... – dissemos os dois em uníssono

    - Pode falar – Eu disse abafando o riso.

    - Ta bem... Desculpa eu ter lido a sua mente sem sua autorização, eu meio que não consigo controlar isso eu simplesmente escuto como escuto a uma música – disse Marshall olhando pro chão.

    - Eu também te devo um pedido de desculpas, me descontrolei, e te julguei sem ter te conhecido antes, fui grosseira e ignorante é meu extinto de defesa sou assim desde pequena - eu respondi olhando para estrada.

    - Nossa você deve ter sido uma criança difícil – disse Marshall rindo. Dei um soco em seu braço – Brincadeira, brincadeira.

    - Mas sim eu era e ainda sou uma garota difícil, já perdi as contas de quantas vezes fui pra sala da diretora por coisas que nunca fiz – digo com bom humor. Estendi minha mão – e então... Amigos?

    - Amigos – respondeu Marshall apertando minha mão.

    - Quer dizer que você sabe fazer truques de mágica? – Eu disse.

    - Só porque sou filho da deusa da magia não quer dizer necessariamente que sou o Merlin – disse Marshall de nariz em pé – mas sim eu sei fazer alguns truques.

    - Faz um ai pra eu ver – eu digo

    - Ahn... Eu evito ao máximo fazer truques de mágica – Disse Marshall sem jeito.

    - Por quê? Deve ser demais fazer as coisas dos outros sumirem, ou impedir alguém de pegar algo do chão – eu disse rindo.

    - A última vez que usei magia... – Marshall escondeu o rosto entre os joelhos – destruí a vida de uma mortal que me ajudou.

    Arregalei meus olhos. Ele destruiu a vida de uma garota mortal? O que ele poderia ter feito de tão ruim? A matado? Torturado? Minha curiosidade atingiu o nível mais alto possível. Não vou conseguir resistir, tenho de perguntar. Tenho medo da resposta, mas a vontade de descobrir a verdade é sufocante.

    - O que você fez?... Que destruiu a vida dessa “mortal” – perguntei por fim.

    - É uma longa historia... – Disse Marshall olhando para mim.

    - Eu quero saber! – digo me aproximando para ouvir melhor.

    - Bem... Faz seis anos, eu tinha dez anos na época, fugi de casa quando descobri que minha mãe era uma deusa. Estava no Central Park fugindo de uma dracaenae. Quando finalmente a derrotei, já estava exausto e ferido, sentei debaixo de uma árvore, minha testa sangrava. Uma bola caiu ao meu lado, estava neurótico e me preparei para ser um ataque novamente. Ao invés disso, uma menina devia ter uns nove anos, se aproximou e pegou a bola. – Marshall estava de olhos fechados – Ela alternava os olhares entre mim e a espada. Aparentemente a névoa não a afetava.

    De repente me lembrei. Fiquei perdida em pensamentos e lembranças... Me senti sendo levada forçada a uma viagem pelo tempo há exatos seis anos atrás...

    - Você está bem? Você pode abaixar essa espada, por favor? – Disse a Jully de nove anos

    - O que você é? Algum tipo de monstro disfarçado? – O Marshall de dez anos.

    - Eu não sou um monstro... Pelo menos fora do colégio não – Eu disse – Pode abaixar essa arma, por favor?

    - Você consegue ver minha espada? – Disse Marshall surpreso

    - Convenhamos ela é bem chamativa. Nossa esse corte na sua cabeça está enorme, eu posso te ajudar se quiser – eu disse sorrindo.

    - Seria ótimo – Disse Marshall sorrindo de volta

    Eu o levei para minha casa, meu pai estava no trabalho, mas eu sabia onde ficavam todos os curativos e remédios. Peguei a água oxigenada e ataduras, também peguei biscoitos e bebidas. Limpei a sua testa enquanto ele se empanturrava de biscoito e refrigerante. Quando terminei de enfaixar sua cabeça, deixei-o comer enquanto sorrateiramente pegava a espada que havia sido posta na porta.

    - Não mexa nisso – alertou-me Marshall

    - Eu sei o que estou fazendo – disse calmamente

    - Você não deveria brincar com armas mesmo que elas não te machuquem – Marshall falou com a boca cheia de cheetos.

    - Veja isso – Lancei a espada e acertei o nariz da foto do meu avô pendurada na parede da sala.

Nossa mandou bem – Marshall disse batendo palmas – bem hora de eu ir, não posso ficar muito tempo parado e não quero arranjar problemas para você. Obrigado pela ajuda. Mesmo.

    A mão de Marshall brilhou num tom esverdeado, e um bracelete verde surgiu na sua mão. Ele me entregou como forma de agradecimento, prendeu-o no meu punho, coube certinho. Ele sorriu, minhas bochechas ficaram vermelhas. A casa tremeu e a poeira começou a cair do teto. Mais explosões se seguiram, o gás da cozinha se alastrou em chamas, a poeira tomou conta da casa, não conseguia respirar. Então tudo ficou preto. Voltei de minha pequena viagem ao passado. Marshall me olhava com descrença.

    - Desculpe não deveria ter lhe contado isso – Disse Marshall com a cabeça abaixada.

    - Marshall... Essa garota era... – as palavras pareciam travar em minha boca – Loira de olhos cinza?

    - Sim, ela na verdade era bem parecida com você. Mas como você sabe? – Marshall me encarou curioso

    - Eu... Eu sou essa garota Marshall – eu disse me contendo para não surtar – eu te ajudei há seis anos...

    - Ai meus deuses... – Disse Marshall de boca aberta- então você era a garota, a casa que eu explodi era a sua...

    A raiva me consumiu por completo, corri na direção de Marshall, agarrei seu pescoço e bati sua cabeça com tudo na arvore, ele esperneava, queria soltar, mas minhas mãos correspondiam às ordens da raiva.

    - Seu idiota! Você tem ideia de quanto tempo eu fiquei de castigo? – eu gritei o mais alto que pude. Então uma luz me chamou a atenção. – Oi Daniella

    - Oi Jully, Marshall – Disse Daniella com uma cara estranha – Podemos conversar a sós Jully ?

    Daniella me contou sobre o acidente de Rebecca, meu coração saia pela boca, fiz milhões de perguntas. Depois me contou sobre seu sonho, muito estranho, mas bem claro. Titãs estavam vindo atrás de nós. Daniella passou a mão sobre a névoa colorida fazendo sua imagem sumir. Virei-me para Marshall com uma cara nada simpática.

    - Minha vez de montar guarda. Vá dormir antes que eu te mate – eu disse entre os dentes.



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