Christmas Love escrita por Duda Ribeiro


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Apenas postando o segundo capítulo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/280970/chapter/3

Daisy, nos dias que antecederam a chegada de Matt, continuava a temer que o seu sonho terminasse de repente. Porém, ao acordar no sábado pela manhã, ela deu um suspiro de alívio e disse:

– Não, não é sonho. É uma doce e fantástica realidade. Matt vai chegar hoje. E estou me sentindo nas nuvens.

Ela se levantou, tomou um banho e, em seguida, correu para a sala de jantar.

– Você me parece muito feliz, minha filha. – a sra. Hamilton, que estava sentada á mesa, esperando-a para o café, comentou.

– E estou mesmo.

– Tudo isso por causa da chegada do meu filho?

– Por causa dele também – Daisy se apressou em responder. – Mas estou louca para conhecer Sophie.

Contente por não ter ficado vermelha, ela sentou-se.

– Ainda temos muitos detalhes para arrumar nesta casa – a sra. Hamilton comentou.

– Até Matt chegar estará tudo pronto.

E o dia inteiro foi de muitas atividades. No finalzinho da tarde, próximo ao horário de chegada de Matt, as duas ainda cuidavam dos últimos detalhes.

– Quero que meu filho tenha um Natal inglês de verdade. – Pattie Hamilton segurava uma guirlanda verde com pequenas bolas coloridas.

– Ele terá.

– Onde acha que eu devo colocar essa guirlanda, Daisy?

– Que tal colocá-la na porta que separa a sala de visitas da sala de jantar.

– Boa idéia!

– Aquela que nós colocamos na porta de entrada ficou fantástica.

– Eu também achei.

As duas continuaram conversando animadas. Daisy, á medida que o tempo passava, sentia-se mais e mais ansiosa.

– Vamos dar uma chegadinha no quarto do Matt.

– Para quê? – Daisy quis sabe.

– Para ver se está tudo em ordem, ora! – sra. Hamilton sorriu, satisfeita.

– Mas é claro que está tudo em ordem. Estivemos no quarto verificando tudo logo depois do almoço, está lembrada?

– Mesmo assim, quero dar uma verificada. A gente pode ter se esquecido de algum detalhe.

As duas subiram a escada e foram para o velho quarto de Matt.

– Viu só? – Daisy riu. – Não disse que estava tudo em ordem?

– Acho que vou trocar a colcha.

– Pensei que a colcha branca com renda estivesse ótima.

– Mas aquela outra, amarelo-claro, vai ficar melhor.

– A senhora é quem sabe.

– As vezes tenho a sensação de que o tempo não passou. – a sra. Hamilton deu um profundo suspiro. – Esses troféus todos me trazem muitas recordações.

“ A mim também. E são tantas as recordações... “

A sra. Hamilton pegou a colcha amarelo-claro no armário.

– Eu ajudo a senhora – Daisy se ofereceu.

– Não precisa, eu faço isso sozinha.

– Imagine, eu...

De repente, elas ouviram o barulho de um carro que se aproximava.

– Deve ser meu filho! – a sra. Hamilton exclamou, feliz.

Incapaz de se conter, Daisy correu até a janela.

– O que ele está dirigindo? – a mãe de Matt, uma aficionada em carros, perguntou.

Daisy, que quase não entendia de carros respondeu:

– Matt está com um preto.

– E a marca?

– A marca?

– É. Qual a marca do carro, Daisy?

– Se não me engano é um Bentley.

“ Antigamente, quando Matt era estudante e vinha de Cambridge para cá, ele guiava um Porsche. Agora que é um financista de sucesso internacional, ele usa um carro mais sóbrio... “

– Vou abrir a porta para ele – Daisy disse, meio titubeante. – Começou a nevar.

– Então corra.

“ Meu Deus, quanta saudade! “ Trêmula, ela deixou o quarto e desceu a escada. Quando se encontrava no ultimo degrau, a campainha começou a tocar. Instantes depois, Matt batia com força na porta.

Daisy ergueu os ombros, ajeitou os cabelos e abriu a velha porta de carvalho.

Protegendo Sophie do frio e da neve, Matt entrou na mansão sem olhar para Daisy e foi direto para a sala de visitas.

“ Não, não foi assim que eu imaginei reencontrá-lo. Nas minhas fantasias, eu... “ Daisy balançou a cabeça de um lado para o outro. “ É melhor deixar isso para lá. O importante é que Matt está aqui. “

Daisy fechou a porta e se encaminhou para a sala. Quando lá chegou, a sra. Hamilton acabava de entrar.

– Oi, mãe – Matt disse. – O frio por aqui não está nada fácil.

– E você não vai me dar um beijo?

– Se a senhora quiser, posso lhe dar até dois. – Matt brincou e beijou a mãe. Em seguida, olhou para Daisy e perguntou: - Tudo bem com você?

– Tudo bem, sim – Daisy sussurrou, com muita vontade de abraçá-lo. Mas se conteve.

– E agora, deixem-me apresentar a vocês a senhorita Sophie Hamilton. – Ele ergueu a manta que cobria a garotinha. – Sophie, esta é a vovó e aquela ali é a Daisy.

Ao ver o rosto de Sophie, Daisy se encantou. A garotinha era muito parecida com o pai.

– Sua filha é linda! – Daisy exclamou.

– Linda? De jeito nenhum! A minha filha é simplesmente maravilhosa! – ele disse, orgulhoso. – E você, mãe, vai ficar aí parada sem dizer nada?

– Estou muito emocionada, querido.

– Eu sabia. Só espero que agora não vá começar a chorar.

– Posso pegá-la no colo?

– Claro que sim. – Com muito cuidado, ele colocou Sophie nos braços da mãe.

– Ela é tão parecida com você querido. Os mesmos cabelos castanhos, os mesmos olhos... Mas é melhor a levarmos para a outra sala. A lareira está acesa. Aqui está muito frio.

– E eu vou fazer um chá. – Daisy disse.

– Desde quando você sabe fazer chá? – Matt perguntou num tom de brincadeira.

– Desde que me conheço por gente. – Ela resolveu entrar na brincadeira.

– E isso faz muito tempo?

– Digamos que faz alguns meses.

– Quanto progresso! E onde está a sua mãe?

– Poppy está para ter bebê e minha mãe foi ficar com ela.

– Daisy mudou muito, filho. Ela inclusive, aprendeu a cozinhar.

– E a senhora consegue comer a comida que ela faz?

– Daisy se tornou uma ótima cozinheira, filho.

– Será? Eu duvido. Depois daquele desastroso bolo de chocolate que ela fez quando eu completei dezoito anos, não estou muito a fim de colocar a minha saúde em risco.

– Você pode ir para a cozinha fazer o chá. – Daisy sugeriu.

Matt olhou para a mãe e, com um sorriso nos lábios, comentou:

– Viu só? Daisy já está querendo se aproveitar da minha estada aqui, me mandando para a cozinha.

– Não acho que seja uma boa idéia. – a sra. Hamilton sorriu. – É melhor confiar nos dotes culinários dela, filho.

– E se eu morrer envenenado? Não se esqueça que tenho uma filha para criar.

– Pode ficar tranqüilo, ela realmente aprendeu a fazer de tudo na cozinha. Um dia desses Daisy fez um belo almoço para nós. Tenho certeza que vai adorar a comida dela.

– Se a senhora tem certeza, até posso pensar em me arriscar... Mas me diga, Daisy: esse seu súbito interesse por prendas domesticas não está atrapalhando os seus estudos?

– Mas é claro que não! – ela se apressou em responder.

E, para evitar qualquer outro tipo de comentário sobre aquele assunto, foi para a cozinha.

Depois de colocar a água para ferver, Daisy sentou-se numa cadeira.

“ Bem que ele poderia ter me tratado com mais carinho, com mais afeto. Mas, pelo jeito, Matt sempre vai me tratar como se eu ainda fosse uma criança. Será que é tão difícil para ele perceber que eu cresci? Afinal, estou com dezoito anos! “

Daisy continuou pensando em Matt.

“ Ele está muito mais lindo do que da ultima vez que o vi. Difícil é saber que Matt Hamilton nunca prestou e nem vai prestar atenção em mim. Só não sei como vou conseguir esconder o fato de ter deixado os estudos. Ele jamais concordará com a minha decisão. Mas eu tinha os meus motivos para fazer o que fiz. “

Daisy se levantou e foi até a janela. Lá fora a neve continuava caindo.

“ Matt sempre me tratou muito bem. Quando quebrei a minha perna e fiquei absurdamente insegura, depois de tirar o gesso, por estar mancando, foi ele quem me incentivou e me deu o maior apoio. Matt me escrevia sempre e me assegurava que eu iria ficar boa se fizesse direitinho os exercícios recomendados pelo fisioterapeuta. Minha mãe e a sra. Hamilton quase ficaram doidas, temendo que eu nunca mais fosse conseguir andar direito. “

Para Daisy, aqueles foram tempos muito difíceis. A descriminação que havia sofrido por alguns alunos da escola onde estudava tinha sido muito grande, cruel até.

“ Eles tinha atitudes horrorosas e diziam coisas terríveis. Jamais poderia imaginar que fosse sofrer tanto. E isso só por causa de um problema que eu tinha na minha perna. As pessoas encaram os deficientes físicos com muito preconceito. Até parecia que aquilo jamais poderia acontecer com aqueles idiotas! “

Ao perceber que a água estava fervendo, Daisy se levantou para preparar o chá.

“ Pelo menos aprendi muito com o problema que tive na perna. Mas Matt foi maravilhoso comigo. “ Ela mordeu o lábio inferior. “ Até hoje me pergunto como uma pessoa consegue discriminar um deficiente físico. Felizmente, depois de muito esforço, me recuperei totalmente. Porém, o mais difícil para mim foi ficar sabendo do casamento de Matt. Pelo menos, na época que estava com problema na perna, eu tinha o carinho, o incentivo e as cartas de Matt. Mas o casamento dele foi um golpe duro para mim. Não conseguia continuar estudando, não me sentia bem com os meus colegas e também não me sentia bem comigo mesma. Queria ficar sozinha, isolada de todos, para tentar me conformar com o fato de que Matt jamais iria me pertencer... “

Daisy pegou a bandeja de prata e colocou nela o bule com o chá e três xícaras de uma rara porcelana. Quando ergueu a bandeja, percebeu que estava muito trêmula.

– Tenho que me controlar. Não quero que Matt perceba o que está acontecendo comigo. – Daisy deixou a bandeja sobre a mesa e foi tomar um copo d’água. Após inspirar e expirar várias vezes, ela conseguiu se acalmar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Deixem reviews por favor... O próximo capítulo já está disponivel.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Christmas Love" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.