Doce Encanto! escrita por Bárbara Cleawater Black


Capítulo 4
Mundo de pesadelos!




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Mundo de pesadelos!

 

 

 

Eu estava correndo numa floresta escura e sem vida, sentindo todo o peso do mundo em minhas costas como se a qualquer momento eu fosse desabar no chão e me encolher com medo, eu sabia que tinha algo me perseguindo enquanto eu corria entre as imensas arvores escuras da floresta.

Eu sentia minha respiração falhar e meu coração bater...

Espera ai, coração?

Eu me sentia viva e bem, diferente do que vivo.

Eu sou tipo uma aberração da genética vampiristica porque simplesmente não posso ser uma garota normal e não essa louca e maníaca por sangue?Eu queria tanto a resposta que nem eu mesma sabia.

Senti algo tocar no meu ombro e me virei com rapidez, quando vi o que era estaquei.

Não podia ser verdade, ali na minha frente estava minha antiga amiga com seu pescoço deslocado e ela sorria com dentes brancos e cintilantes.

Não, não, não!

Eu queria gritar mais minha voz parecia estar presa na minha garganta como se ela estivesse seca, senti como se meu corpo estivesse querendo ser partido ao meio, quando me dei conta eu já estava correndo mais de repente a escuridão dominou o  ambiente, correr na escuridão parecia ser tão assustador e eu sentia medo.

Vi uma luz como se eu estivesse tendo uma experiência de vida após a morte, corri ate a luz mais ela sumira como se fosse uma lâmpada que apagara, eu sentia meu peito dor e eu me vi outra vez no lugar onde eu não queria estar...

Na sala de estar da minha antiga casa.

Vi os inúmeros espelhos de molduras douradas espalhados pelo ambiente enquanto eu sentia que estava girando, eu me via sendo refletida neles, minha pele estava enrugada e velha.

Como uma maça podre.

Você é uma maça podre” -ouvi alguém falar, a voz me era familiar mais eu não conseguia pensar, meus pensamentos estavam pregados no rosto enrugado e velho que eu via sendo refletidos nos inúmeros espelhos.

Não!

Eu pensei, senti outra vez aquela minha vontade louca de quebrar espelhos e me ver refletida neles, eu queria ver como seria se meu rosto estivesse destroçado e feio refletido em inúmeros pedaços pequenos de espelho.

“Você não é ninguém”

Eu sou sim, sou a única que sobreviveu!

Gritei em meus pensamentos, a raiva e a dor de algo que eu nem sabia que estava por vir apareceu, eu me senti outra vez abandonada como eu estava quando  o velho me encontrou  vagando na neve.

Do nada eu ouvi risos e vi rostos cobertos por tensas marcas negras, uma musica chegou nos meus ouvidos e eu me vi a dançar com todos sem rostos, parecia que era o universo que aprecia na minha frente, era como se os rostos fossem os nascidos que se encontrava no mundo...

Como um buraco negro, sem inicio e fim!

A musica parou bruscamente enquanto todos se afastam do centro do salão dando espaço para que a escuridão aparece novamente, me encolhi contra a minha vontade como se algo estivesse ativando meus extintos de preservações, foi quando vi.

Uma jovem estava chorando caída no chão e ao seu redor possuía inúmeras fotos de vários tamanhos, ao seu lado tinha um banquinho de madeira pequeno, a jovem se levantou e subiu em cima do banquinho e pegou a corda que se encontrava em cima...

Ela ia se matar, virar uma pecadora  que não tinha perdão ia direto para o inferno sem passar nas portas do paraíso.

Não, não faça isso!

Gritei com as mãos na frente do meu corpo, eu respirava com dificuldade, minha roupa estava molhada e eu me vi em um quarto luxuoso e belo, mais a beleza do quarto não fez meu corpo e minha alma se acalmarem.

Passei as mãos nos meus cabelos negros que grudava na minha nunca, eu estava nervosa e ainda um pouco aterrorizada com tudo aquilo que eu sonhei.

-mais que diabos eu estou fazendo aqui?-me perguntei quando vi que aquele quarto não era meu.

Era um quarto masculino pelas coisas que vi ali, as paredes pintadas com tinta azul escuro, possuía uma linda luminária ao lado da cama de casal, eu me senti desconfortável com o ambiente em que me encontrava, era como se aquele ambiente estivesse me assustando.

-ainda bem que acordou!-ouvi alguém falar e olhei para o lado da cama.

Quando olhei para o lado arregalei meus olhos com medo e é claro com raiva e ira, eu queria socá-lo por ter me pegou desacorda e me feito vir parar nesse quarto.

-não se preocupe não abusei de você!-falou olhando em meus enquanto eu via que ele falava a verdade, eu não conseguia ficar seria encarando aqueles lindos olhos, senti meu coração frio e morto se aquecer.

Não, não, não!

Gritei em meus pensamentos, como que um coração morto e frio se aquece?Se colocando numa chaleira?O jogando em uma fogueira?O fritando?E essas e outras perguntas brincaram em minha cabeça como um lindo e magnífico baile de pensamentos que eu não queria ter.

Pulei da cama e rosnei para ele com meus dentes amostra, que queria destrançá-lo com meus dentes de vampiros enquanto eu sugava seu sangue, ele riu uma risada quente e gostosa que tinha cheiro de menta com canela, senti um arrepio de prazer passar pelas minhas costas chegando na minha espinha.

Desgraçado!

Pensei comigo mesma enquanto eu me jogava em cima dele, rosnei mais uma vez e o joguei em cima da cama de casal, ele me olhou com aqueles lindos olhos azuis e eu parei estática olhando para a imensidão de seus olhos, a raiva e o ódio ainda estava presente, eu precisava acabar com ele antes de eu cair na tentação.

Quando ouvi a risada dele senti algo me aquecer como se o sol pela primeira vez estivesse tocando minha pele, senti algo quente e macio tocar meu ombro e olhei para o lado a mão dele estava no meu ombro nu, ele riu mais uma vez quando viu eu arregalar os olhos.

Eu queira matá-lo, esquartejá-lo, atirar nele mais foi ai que me dei conta eu estava no quarto de um caçador, em cima de um caçador, quase o matando.Arregalei meus olhos mais uma vez e pulei de cima dele e jogando quantra a parede do outro lado do cômodo.Eu estava perdendo o controle com tudo aquilo.

-você esta bem?

Senti a raiva de mim mesma, será que se eu quebrar alguns espelhos eu ficaria calma?Não, eu não me sentiria calma com esse caçador ali me olhando como se eu fosse algo raro para se olhar, senti algo quente contra minha face e vi que eu estava ficando com vergonha.

-sim!-falei olhando para a parede de azul escuro tentando não ficar olhando para ele.

Senti alguém me observar enquanto eu via as inúmeras camadas de tintas que foram dadas na parede, não precisava me virar e ver que ele me examinava para ver se eu não estava fora de mim, eu não queria olhar e ter a certeza que ele só me olhava por causa do meu corpo.

Droga!

Quantas vezes você vai dizer droga hoje?

O canal: você é um fracasso me perguntou.

Deixe-me em paz!

Cruzes nunca te viram assim!

Ela estava certa, eu nunca fui tão mal na vida tirando a minha vontade ainda de quebrar espelhos eu sentia-me bem como se nunca estivesse em perigo constante, me senti bem e leve, sorri para o caçador enquanto ele pegava algo na escrivaninha que tinha ao lado da cama de casal.

Meus extintos de sobrevivências me alertaram sobre ele ter alguma arma escondida em algum canto secreto nas gavetas da escrivaninha,rosnei baixinho e fiquei observando cada movimento dele,se ele quisesse me matar eu o levava comigo.

-o que você vai fazer?-perguntei rosnando para ele.

-vou pegar uma coisa!

-e que coisa seria?

-um relógio!-falou retirando um relógio de bolso com cordão dourado longo e belo fiquei olhando para o relógio enquanto eu ouvia o barulho que ele fazia, podia ser antigo mais ainda funcionava.

-deixa-me ver?-perguntei com meus olhos brilhando, eu sempre tive uma queda por coisas antigas.

-toma!-falou me jogando o relógio e eu o peguei no ar por reflexo o que o fez rir mais ainda, a risada dele já estava me tirando do serio e isso não era bom.

Nada bom!

Coloquei o relógio entre meus dedos finos e frios o examinando, ele era leve e lindo, tinha umas letras escritas parecia que alguém gosta de deixar inicias nas coisas, comecei a brincar com o relógio enquanto ele ficava sentado na cama de casal me olhando.

-o que foi nunca viu não?

-já vi muitos melhores!-falou sorrindo quanto eu sentia a raiva subir um nível bem perigoso.

-nossa, porque nem parece.

Sorri quando vi que eu tinha mexido em seu ponto fraco.

1x1, quem ganha agora?

Estava sendo divertido brincar de provocar um ao outro, a gente parecia crianças, ele me olhava nos olhos enquanto eu tentava desviar minha atenção pára qualquer coisa que me aparecesse na frente, não precisava de um cara me olhando.

-você parece  estar se divertindo!-falou sorrindo.

Sorri de volta eu não podia negar que aquilo para mim estava sendo mais divertido que jogar jogo da velha com uma galinha ou brincar de brigar com um urso, ri desses pensamentos enquanto me dirigia para a cama de casal, pulei em cima da cama o fazendo ficar estatua me olhando, sorri maliciosamente para ele, não precisava dele eu podia ter qualquer um mais se eu quisesse sobreviver onde eu estava eu precisava dele como um escudo e um amante.Mais o que me deixou mais preocupada foi: onde na verdade eu estou?

Lambi meus lábios com a ponta da minha língua olhando para ele enquanto eu engatinhava em cima da cama, vi ele ficar um pouco incomodado com aquela minha ação, sorri com aquilo.

Para mim tudo não passava de um jogo onde antes eu era o rato e ele o gato, agora ele passara a ser a presa e eu a caçadora, olhei para ele e não pude negar como ele era bonito mesmo com aqueles cabelos acobreados ele parecia lindo.Não pude deixar de notar naquela boca gorda e magnífica como se fosse esculpida pelos deuses e aqueles músculos que pareciam saltar para fora da blusa.

Senti água na boca só de olhar para o corpo dele.

Parei na frente dele e me inclinei em sua direção o fazendo fechar os olhos, quando eu estava preste a beijá-lo senti o cheiro maravilhoso que exalava da pele dele e me deixei levar ate chegar em seu pescoço, o cheiro me dominou, mais antes de cravar meus dentes em seu pescoço consegui me afastar, me joguei na cama com os braços abertos.

Se alguém me visse ali com ele, com certeza acharia que estava sonhando, eu a rainha do coração de gelo me deixando levar por um humano?Imagina você esta sonhando!

Fechei meus olhos com força e aquela sensação de querer tê-lo para mim ainda estava presente, me virei na cama sentido algo contra minha pele e vi o gatinho de uma arma prata grande de calibre 15 apontada para o meio dos meus seios.

-o que vai fazer com essa arma?Matar-me?Não sou como os lobisomens que precisão de balas de prata!-falei sarcástica com vontade imensa de rir.

-bem, essas não são balas de prata!-ele falou colocando a arma em cima da cabeça.

-entao é do que?Sangue de vampiro?

2x1 para mim!

-sim!

Droga, 2x2, sera que ele não entende que sangue de vampiro é tão perigoso tanto para vampiro, lobisomem e humano?

Fiquei olhando para ele, esperando ele dar um passo em falso para que eu pudesse agir antes que ele desse o tiro e assim meus miolos estariam destruídos, eu tinha que pensar rápido porque ele jeito que ele me olhava parecia que ele sabia o que ia fazer.

Fechei outra vez meus olhos sentindo a boca da arma viajar pela minha pele exposta, descia pelo meu pescoço chegava no meio de meus seios onde parou, a boca da arma fria contra a minha pele parecia tão boa.

-diga-me quem é você?-ele me perguntou sussurrando em meu ouvido enquanto eu mantinha meus olhos fechados.

-você já sabe o que sou!-respondi fria.

-não, não!

-como assim?-perguntei abrindo meus olhos e vendo ele sentado ao meu lado na enorme cama de casal.

Ele me olhou e senti algo contra a mim pele fria, pulei da cama e me agachei na sua frente com raiva,ele tinha me dado um tiro,senti algo contra a minha boca e me dei conta que meus dentes já estavam aparecendo,pulei em cima dele e caímos no chão.

Ele tentou pegar a arma que estava um pouco longe da gente, eu simplesmente mexi minha cabeça para o lado e a arma foi parar no outro lado do quarto enquanto eu olhava friamente para ele, eu podia ver como ele é corajoso e parecia não ter medo de mim.

-você tem medo da morte?-perguntei para ele, enquanto me inclinava em direção ao seu pescoço lindo e macio, passei minha língua fria.

-não!-ele me respondeu.

-deveria ter!-falei dando um beijo em seu pescoço.

-você que deveria ter.-ele me falou quando conseguiu me tirar de cima dele, me passando para baixo.

-como?-perguntei sarcástica enquanto ele pegava algo debaixo da cama, vi uma pequena caixa preta e ele a abriu revelando uma pequena arma com o símbolo de cruz em ouro.

-acho melhor você voltar a dormir sua irmã quer te ver daqui a pouco!

-charlotte?

-sim!

Ele se levantou e me ajudou depois, ele parecia estar se divertido com tudo aquilo que estava acontecendo, eu fechei a cara para ele e me sentei na cama enquanto ele atravessava o quarto se dirigido para o banheiro.

Fechei meus olhos e me deixei cair na cama.

Abrir meus olhos e me vi outra vez na sala de estar da minha antiga casa rodeada por pessoas sem rostos e drinques de sangue, senti alguém me abraçar por trás e estaquei parada no meio do salão olhando para o reflexo meu e da pessoa que me abraçava.

Não podia ser!

Os olhos avermelhados como sangue, a roupa dourada e seus lindos lábios.

Eu só conseguia ver os olhos vermelhos e os lábios que se encostaram à minha pele, senti algo rasgando a pele e o cheiro de sangue se apoderou de mim, a dor que eu sentia era mais forte, eu via as pequenas listras de sangue escorrendo pelo meu pescoço chegando ao meu lindo vestido, eu via tudo ao meu redor em preto e os espelhos refletiam tudo, era como se a cada ângulo que eu olhasse eu visse eu sendo morta entre braços fortes.

Eu queria gritar mais minha voz não saia, foi quando tudo desapareceu e eu me vi fora da minha casa ainda entre aqueles braços com a boca dele em meu pescoço, eu via as chamas comerem a minha linda casa, eu podia ouvir os gritos, os disparos, a correria de todos para fugir, tentei me soltar dos braços do ser mais eu não conseguia.

Parei estática olhando para a pequena menina que eu via, ela estava na neve caída chorando, ensangüenta, com medo, eu me via nela quando criança, ela era...

Eu!

Senti aquela vontade de chorar, para mim naquela hora não importava se seria lagrimas de sangue, eu só queria chora, eu queria meus pais de volta, queria minha vida de volta, a ser a princesinha de meus pais, eu queria a minha vida sem morte e sangue.

Olhei para longe pensando em meus pais, e tudo desaparecia e eu me via entre a floresta e minha antiga casa em chamas, meu pai estava na frente de minha mãe a protegendo de algo, foi quando eu vi um enorme lobo pular contra meu pai e jogá-lo longe enquanto minha mãe tinha seus cabelos sendo puxado pela raiz, eu ouvi o grito de minha mãe se misturar com o barulho de disparo.

“Porque esta fazendo isso Samantha?” Ouvi minha mãe perguntar soluçando.

“Era para eu ter me casado com ele, sua vadia!” A jovem idêntica a minha mãe respondeu enquanto dada um tapa da cara de minha mãe e pegava uma pequena adaga a cravando no peito.

“Não vai ter o que quer” Minha mãe respondeu enquanto a jovem pegava uma espada de samurai e arrancava a cabeça dela.

“Já tenho o que quero... Sua morte!” Falou limpando a espada longa preta.

Senti meu corpo cair, tudo que eu estava vendo não podia ser real, minha mãe sempre me falava que a única família que eu tinha era a família de meu pai porque a dela morreu em um massacre, então porque eu estou vendo isso?

Eu quero acordar, não quero ver mais nada, não preciso mais ver, preciso acordar, por favor, deixe-me acordar!

Eu gritava em meus pensamentos com raiva e medo, eu só queria acordar.

Eu comecei a gritar.

Pulei olhando para frente, eu estava outra vez no quarto dele, suspirei aliviada de ter saindo daquele mundo, olhei para o lado e lá estava ele me olhando assustado, senti a vergonha de ter assustado o jovem, sorri para ele tentado não parecer mais assustada que ele.

Porque esse mundo de pesadelos tem que me perseguir?

Eu queria ter um pouco de paz, tentar dormir sem me preocupar com esses pesadelos, mais eu sabia que seria difícil porque para eu ver o que vi quando eu tinha 5 nos já era difícil, imagina ter que reviver isso todas as noites!

Eu sei que vampiros não ter paz porque já estão mortos, mais eu precisava ter um pouco de paz desse mundo de pesadelos contastes, só uma vez na minha eternidade, eu queria ter um pouco de paz desses pesadelos...

Desse mundo de pesadelos onde tudo me faz relembrar do meu passado.


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