Lágrimas de Sol escrita por Anastacia B, Kah Correia


Capítulo 26
Capítulo 26 - Notícias A Bordo


Notas iniciais do capítulo

Olá gente!
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Estávamos agora, na entrada do Buffet. As crianças corriam de um lado a outro, me fazendo sentir apreensiva, em relação à Mariana. A acanhada menina, agora tinha quase o corpo todo, atrás de Dimitri. Suas mãos seguravam firmemente suas calças, dificultando até mesmo, que ele se movesse.

-Precisa solta-lo ou não vamos conseguir entrar na festa. – Ergui minha mão para que ela pegasse. Mariana me encarou com medo, mas Dimitri a incentivou.

-Pegue a mão dela, Mariana. – Sua voz era gentil e firme.

Com certo receio, a menina acabou cedendo e pegou minha mão.

-Gosta de doces? –Perguntei e quando vi que ela sorria mesmo que timidamente, continuei: - Vou te mostrar onde conseguir os melhores.

-A Rose que fez. – Dimitri pegou sua outra mão, enquanto seguíamos para dentro. Olena quando nos viu, se aproximou ao lado de Vicky.

-Olá criança. – Olena tocou nas bochechas pálidas de Mariana. –Fiquei feliz que você veio.

-O tio Dimitri me chamou. – Ela sorriu em reconhecimento.

– Não quer conhecer Sofia? Elas estão brincando agora. –Vicky instigou erguendo uma mão para ela. Seus olhos receosos mudaram de eu para Dimitri.

-Pode ir. – Dimitri piscou e então, colocou suas mãos no bolso da jeans. Aproximei-me dele, passando meus braços por trás de seu corpo, apenas observando Mariana partir. Ela agora usava um lindo vestido colorido, que havíamos comprados e um lenço em sua cabeça, quase que da mesma cor. Embora seus cabelos estivessem crescendo bastante, ela não se sentia o suficientemente à vontade sobre eles. Resolvemos deixa-la escolher.

-É uma pena, o que fizeram com essa criança. – Olena comentou sabiamente.

-Nem me fale. – Disse com pesar, a observando se aproximar das outras crianças.

-O que você vai fazer a respeito? – Ela desta vez se dirigiu a Dimitri, que assim como eu, observava Mariana.

-Eu não sei mãe. – Ele soltou um longo suspiro. –Estou tentando achar uma maneira menos traumática para ela.

Olena então se virou para onde as crianças brincavam a ela sorriu. –Ela parece ter gostado de Sofia.

-Eu também achei. – Dimitri comentou em tom descontraído.

Já era tarde quando saímos do buffet. Mariana havia facilmente se identificado com as outras crianças e no final, todas estavam juntas recolhendo balas dos balões de ar, no chão. Ela agora dormia passivelmente no banco de trás do carro de Dimitri. A chuva caia em gotas grossas no decorrer do caminho, tornando nossa chegada em casa tardia, graças ao trânsito local.

-As pessoas não sabem dirigir em dias de chuva. – Virei os olhos. Dimitri apenas me olhou de soslaio. Sua expressão, relaxada.

-Você precisa ser mais paciente. – Ele disse. Ajeitei minha postura no banco, me virando um pouco para ele.

-Estou com sono. – Resmunguei, observando Mariana no banco de trás.

-Eu estou pensando que talvez, não seja uma boa opção levar Mariana agora para o Hospital. – Ele murmurou pensativo. – Com esse transito, vamos demorar bastante para atravessar a cidade e também, preciso estar no Hospital mesmo em algumas horas.

-Vai fazer plantão? – Arrisquei, enquanto o observava dirigir.

-Eu preciso supervisionar uma cirurgia bastante demorada. – Ele então se virou rapidamente para me encarar. Havia brilho em seus olhos e cansaço também. –Pensei que talvez pudéssemos ficar na minha casa e quando eu for para o hospital, levo Mariana.

-Por mim tudo bem. – Observei novamente o banco de trás, onde a menina dormia passivamente.

Em pouco mais de meia hora, chegamos a sua casa. Dimitri com cuidado levou Mariana nos braços e a depositou na cama. Dentro do armário, peguei um grosso cobertor xadrez e a cobri. Sua respiração era tranquila. Seguimos então para a cozinha, onde Dimitri nos fez café.

-Gostou da festa? – Me vi perguntando a ele, enquanto encarava o líquido escuro, dentro de minha xícara.

-Estava tudo muito bom. – Ele sorriu. – Sofia ficou fascinada com a surpresa.

-Ah sim, eu vi. Fiquei feliz que as crianças no geral, tenham gostado de Mariana. Ela precisava disso.

-Eu também concordo com você. – Dimitri então se levantou e abriu a geladeira para pegar um pouco de leite. –Vou esquentar pra você.

-Não precisa. – Argumentei, me levantando.

-Você não gosta muito de café Rose. Esta na sua cara. – Ele então riu abertamente, me fazendo corar.

-Eu na verdade prefiro os descafeinados. – Enruguei o nariz e ele riu.

Voltei a sentar, apenas o observando agir. Sim, Dimitri tinha razão. Eu não gostava tanto assim de café.

-Tenho uma coisa para te contar. – Ele disse de repente, me trazendo uma xícara grande de leite, com chocolate.

-Aé? Pode contar – Dobrei minhas pernas na cadeira e ajeitei minha postura.

-Encontrei sua avó. – Ele disse de forma tão normal, mas tive que firmar minhas mãos na xícara, para que ela não caísse.

-Você o que? – Minhas palavras eram engasgadas.

-Encontrei sua avó. – Ele tornou a repetir, sentando de frente a mim e pegando sua xícara. Vi-me estupefata.

-Onde ela está morando? – Uni minhas mãos em cima da mesa, nervosamente.

-Ela está morando em uma pequena vila, ainda na Romênia.

-Como ela está? Ela soube de mim? – Não consegui disfarçar a angústia em minhas feições.

-Está tudo bem, amor. – Dimitri apertou gentilmente seus dedos nos meus. -Ela ainda não sabe de nada. Não quis estragar a surpresa.

-Você tem o endereço dela? Vou procura-la. –Me levantei abruptamente do lugar onde estava. Dimitri me encarava com preocupação.

-Sabe que não pode ficar tão ansiosa assim. – Sua sobrancelha erguida, me fez respirar fundo e voltar a sentar.

-Está bem. Vamos começar de novo. –Tentei controlar minha euforia. – Me desculpe, mas saber que ainda tenho alguém no mundo é indescritível. – Gesticulei com minhas mãos impacientes e Dimitri apenas sorriu em compreensão. –Você vai comigo?

-Eu adoraria ir Rose, mas acho que isso é uma experiência que você precisa passar sozinha. – Eu percebi que seus olhos, que ele estava sendo sincero.  –Te comprei as passagens. Basta você marcar a data. –Ele voltou a beber de seu café.

-Amanhã – Disse sem pestanejar. – Eu vou amanhã.

Logo depois que Dimitri saiu com Mariana e me deixou em casa, me vi arrumando as malas dentro do quarto. Não me importei por ser tarde da noite ou por simplesmente, meus olhos implorarem assim como meu corpo, por descanso. Somente quando fechei o zíper da segunda mala, me dei por convencida. Olhei ao redor e percebi que Max já havia adormecido há muito tempo. Sem muitas delongas, aproveitei para dormir um pouco.

---X---

Dimitri novamente ajeitou meu casaco. A diurna era fria, me fazendo estremecer por debaixo da roupa. Estávamos agora no aeroporto e meu voo, partiria em menos de uma hora.

-Entendeu todo o trajeto? – Ele me perguntou pela vigésima vez.

-Hey camarada. Não sou tão tapada assim. – Pisquei, tocando seu nariz. –Desço em Bucareste e de lá, pego um trem até Constanta. –Repeti como ele havia me informado. Dimitri suspirou aliviado.

-Se eu pudesse iria com você. – Dimitri então beijou minha testa.

-Eu vou sobreviver. – O certifiquei sorrindo.  – Cuide de tudo por aqui. Eu volto para o casamento de Lissa.

-Se tiver qualquer problema, qualquer horário, me ligue. – Dimitri pareceu apreensivo.

-Você encontra minha avó e agora quer problemas? – Espalmei minha palma em sua face. – Estou bem. Não vou errar o caminho.

Sem me deixar continuar, Dimitri apenas me abraçou com força, me pegando desprevenida.

-Se cuide Roza. Por favor. – Seu abraço era quente e eu me vi entristecer um pouco, mas na mesma medida, que meu coração refletia o amor que sentia por ele. Estávamos conectados e era difícil para ambos nos separar justo agora, que estávamos mais próximos do que nunca.

-É só por alguns dias. – Me distanciei o suficiente para selar nossos lábios. –Você precisa descansar. Ficou a noite toda em uma cirurgia.

-Se quiser eu vou com você. – Dimitri novamente selou nossos lábios. Quando nos distanciamos, ouvi a gravação. Era sinal de que eu precisava partir.

-Não vou atrapalhar suas coisas. Já não me basta eu ter que deixar Max e a Rotisserie, com Lissa. – Franzi o cenho e ele sorriu.

-Tudo bem, estou de acordo. – Dimitri disse por fim, antes de me beijar.

-Ultima chamada. Voo 4278 – Novamente a gravação, me lembrando de que eu estava atrasada.

-Preciso ir. – Me distanciei de Dimitri e correndo, consegui finalmente alcançar os portões. 


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Notas finais do capítulo

O que acharam da surpresa do Dimitri? Como será o encontro da Rose com a avó dela?

Beijos