Lágrimas de Sol escrita por Anastacia B, Kah Correia


Capítulo 25
Capítulo 25 - Vaso Quebrado


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde gente!
Como prometido, o post não passou de uma semana =)
Obrigada a todos os comentários!!!
Nos vemos lá embaixo.



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Movendo nervosamente o convite do casamento de Lissa entre meus dedos, aguardei que a chamada fosse completada. Decidi de uma vez por todas, que teria que conversar com Andrew e resolver nossa situação. Com Dimitri ocupado com sua sobrinha, eu teria tempo de sobra, para lidar com minha relação conturbada. Ele atendeu no terceiro toque:

–Rose? – Sua voz era uma mistura de surpresa e apreciação.

–Oi Andrew. – Pretendendo ser objetiva, resolvi encurtar o assunto. – Você está ocupado agora? Poderia vir até minha casa, para conversarmos?

Houve um breve momento de silêncio, antes que ele continuasse.

–Está Okay. Estou indo. – O entusiasmo em sua voz, fez meu coração se apertar. Acreditava ele, que ainda existíamos nós?

Não demorou muito para que a campainha tocasse e eu deixasse Max adormecido ao meu lado, no sofá. Quando abri a porta ainda descalça, Andrew sorriu timidamente. Em seu braço, outro buque de rosas vermelhas.

–Entre, por favor. – Tentei ignorar o formigamento de meus pés nus com o piso frio. Andrew me seguiu de perto e sentou-se no sofá. Peguei então o buque de suas mãos e coloquei em um copo plástico improvisado, que estava sob a mesa da sala. Durante todo o trajeto, seus olhos me fitaram.

Quando finalmente sentei a sua frente, tomando o cuidado suficiente para que não nos tocássemos, voltei a falar.

–Eu soube que Christian, o convidou para ser padrinho do casamento dele com Lissa.

–E você será a madrinha. – Ele sorriu. Respirei fundo.

–Estou de acordo, mas isso implica em uma série de coisas, como por exemplo, não estarmos mais juntos. – Dei ênfase às últimas palavras, esperando que eu tivesse sido clara o suficiente. A expressão de Andrew então mudou e seu rosto se tornou parcialmente pálido.

–Não temos mais nada juntos? – Suas palavras eram mortas e eu vi, a decepção em seus olhos. –Não pode estar falando sério.

–Andrew eu sei que estive ausente por uns dias. – Comecei, mas ele logo me interrompeu.

– Está com outro não é?– Ele parecia quase ofendido. E como se um instalo se fizesse em sua mente, ele continuou – Então aquele homem que vi aqui, não era seu médico?

–Dimitri é sim um médico, mas. – Tentei e novamente ele me interrompeu.

–Mas você esta transando com ele. – Seus olhos se abriram em pratos.

–Não é nada disso. – Tentei argumentar, mas Andrew parecia cego.

–Se não é com ele, com quem é? – Ele então se levantou e eu ouvi Max latir, graças ao movimento brusco.

–Andrew pare agora! – Gritei, cansando de ser paciente. – Não se trata de Dimitri ou outro homem aqui. Apenas entenda que acabou.

–O nome do médico é Dimitri? – Virei os olhos. Aquela conversa estava sendo mais difícil do que eu esperava. Senti meu celular vibrando no bolso de minha jeans. Eu estava prestes a desliga-lo, quando Andrew o tomou de minha mão.

–Dimitri? – Ele leu no visor, me fazendo sentir repulsa.

–Mê de esse telefone, agora. – Basicamente gritei, mas graças aos latidos de Max, quase eram inaudíveis as minhas tentativas. –Cale a boca Max. – Gritei para o cachorro, que automaticamente cessou o latir.

Andrew então apertou uma tecla e colocou o telefone no ouvido.

–Boa tarde Dimitri! –Ele disse com repulsa. –Só um momento que vou ligar no viva-vos.

Com rapidez, Andrew apertou a tecla verde e ouvi Dimitri no outro lado da linha:

Rose? O que está acontecendo? -Sua voz era urgente.

–Dimitri, está tudo bem. – Falei rápido demais. –Não é nada importante. – Novamente tentei pegar o telefone da mão de Andrew, mas foi em vão.

–Mê da esse telefone aqui! – Disse rispidamente, sentindo que minha paciência estava se esgotando.

Onde você está Rose? – Dimitri voltou a falar. – Me diga.

–Ela está na casa dela. – E de uma forma bastante rude, Andrew soltou o aparelho celular no chão. Seus olhos brilhavam com sua imaginação, e eu temia. – Pode oferecer seu novo namorado, como padrinho. Já ouvi o bastante.

E então em um ato inesperado, Andrew caminhou em direção à porta. Seus olhos marejados.

–Andrew, espere. – Senti que lágrimas se acumulavam em meus olhos. Ele estava prestes a chorar e isso me fez sentir ainda pior. Meu coração sendo esmagado em meu peito. Mesmo amando Dimitri com todas as minhas forças, não me sentia bem em ver pessoas sofrendo daquele jeito. Parando da soleira da porta, tentei uma última vez, mesmo sabendo que era em vão. – Me desculpe.

Perdi a noção do tempo e foi exatamente ai, que escutei uma batida na porta. Cansada demais para me desfazer de minha postura no sofá, resolvi me manter em silêncio. Dimitri então como eu sabia que faria, adentrou e me viu ali meio deitada, meio dormindo. Apenas absorta em meus pensamentos. Sem ao menos dizer nada, ele se aproximou e com cuidado, me abraçou. Me coloquei relutante no primeiro instante, mas logo cedi. Seus braços eram quentes, transmitindo todo o conforto que eu precisava naquele momento. Sua boca pronunciava palavras carinhosas, tentando me acalmar, enquanto lágrimas desciam pelos meus olhos.

–Foi horrível. – Solucei, sentindo meus olhos pesados.

–Eu imagino. Está tudo bem. – Ele me apertou ainda mais em seu braço. – Ele vai entender.

–Por que eu tenho sempre que magoar as pessoas? Você ouviu tudo não foi? – Me distanciei o suficiente, para encara-lo nos olhos.

–Você não magoa as pessoas amor, elas se magoam sozinhas. – Beijando minha testa, senti seu aperto se afrouxar um pouco. Dimitri tirou uma mecha suada de meu rosto e levou para trás de minha orelha. –O ruim das pessoas, é ter expectativa demais.

–Se eu tivesse dito a ele que não o amava, tudo poderia ter sido diferente. – Mordi meu lábio. –Mal estávamos saindo. – Franzi o cenho.

–E eu apareci, para confundir seu coraçãozinho. – Dimitri sorriu e eu senti meu coração parar. Deus, como eu o amava.

–Isso não muda em nada. – Lhe sorri com a alma. - A verdade era que eu havia confirmado ali, que eu sempre havia amado você.

Seu sorriso então aumentou ainda mais. Era uma mistura de ternura e admiração.

–Quando te vi partir depois de sua festa de aniversário, tive que me controlar bastante para não impedi-la de ir. –Ele tocou meus lábios frios com a ponta de seus dedos quentes. – Eu já sabia que estava apaixonado por você, mas era lento o suficiente, para não fazer nada a respeito. –A forma como ele pareceu indignado, me fez sorrir ainda mais e esquecer grande parte, o motivo de minha tristeza.

–Você estava noivo. – O lembrei. –Não é assim tão fácil jogar um casamento para o ar.

–Com você, tudo fica fácil. –Ele murmurou em meu cabelo, me puxando para seu peito.

–Mentiroso. – O apontei rindo. Dimitri tinha a expressão serena e um tanto, aliviada. O empurrei de costas no sofá, deitando em seu peito.

– Como está Mariana?

-Está bem. Estou contente com isso. – Ele voltou a mecher em meu cabelo. Apreciei o gesto.

–Eu estava pensando se talvez, não poderíamos trazê-la para o aniversário de Sofia. – Arrisquei, sem saber ao certo, qual seria sua reação. Dimitri então se ajeitou um pouco, para encarar meus olhos chorosos.

–Você gostaria disso? – E então a pergunta foi dirigida a mim.

–Eu na verdade acho que você gostaria disso, mas a ideia é boa a meu ver. Mariana não se sentiria tão sozinha e Sofia, poderia ter uma nova amiga. – Dei de ombros, me ajeitando melhor em seu peito.

–Gostei da ideia – Dimitri sorriu de forma calorosa. – Tenho certeza que não teria nenhum problema para Mariana.

–Eu tenho certeza que não. – Sorri. –Vamos contar a ela?


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Notas finais do capítulo

O que acharam da ceninha do Andrew? Senti pena da Rose... Ela tentou terminar de uma forma boa, mas ele surtou ¬¬
E o Dimitri que fofo!!! Sem perguntar nada, apenas a acolheu *-*
Aguardo os comentários para a próxima postagem.
BeijoBeijo