Só Mais Uma Vez escrita por Anna Liberatori


Capítulo 6
Capítulo 6- Um anjo?


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora!!!



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O homem foi em bora da sala, já não tinha mais quase ninguém do lado de dentro da escola, eu fiquei ali. Me sentei em umca carteira, eu estava paralisada, não tinha reação, foi então que eu vistei meu cardeno e uma caneta. Peguei a caneta e destrui meu caderno, eu estava com raiva, com ódio. Parei por um momento, vi os rasgos que eu fiz nele e me desabei em choro, me sentei no chão no fundo da sala. Eu simplesmente não conseguia parar de chorar, foi então que eu ouvi uns passos. Eles estavam apressados, mas isso não fez diferença para mim, continuei mergulhando em lágrimas. De repente eu ouço uma voz conhecida, era Pedro, ele estava a minha procura. Ele entrou na sala e me viu naquele estado:

–Alice!- Eu olhei pra ele, eu estava desesperada.-O que houve?! Falaram que um palestrante estava falando com você. O que aconteceu?!

–Me ajuda!

–Mas o que houve??

–Eles vão me levar, eu vou ser internada!

–Como assim? Eles não podem fazer isso!

–Pode sim, minha mãe autorizou.- Nesse momento ele também paralisou.

–Ah...- Foi então que ele me abraçou. Ficamos uns 10 minutos naquele estado, até a faxineira chegou e nos viu ali. Ela nos mandou sair, a escola já estava pra fechar.

Ao sair da escola, as poucas pessoas que estavam lá ficaram nos olhando, seguimos reto, evitando os olhares curiosos. Andamos abraçados e em silêncio, hora ou outra caia uma lágrima de meus olhos, nessas horas ele me abraçava mais forte e me beijava na testa. Já na minha rua, ele me mandou sentar na calçada:

–E então?

–E então o que?

–Me explica melhor.

–Cara, ele me abordou no fim da aula, disse que se eu não parasse com isso em 1 mês eles me internariam.

–Então pare.

–Porque? Só pra não ser internada? Eu estou louca mesmo, o hopício deve ser o meu lugar.

–Cara, não fala isso. Você não está louca.

–Não, e o que eu estou então?

–Confusa, perdida. Você está precisando de alguém que te ajude.

–Nossa, você fala com se alguém fosse me ajudar.

–E por que não iria?

–Porque ninguém quer.

–Eu quero.- Foi então que ele se aproximou de mim e me deu um beijo. Fiquei assustada, mas correspondi. Ele beijava bem, muito bem por sinal. Por um momento tudo o que estava acontecendo desapareceu. Momentos depois ele largou minha boca.

–O que foi isso?- Perguntei assustada e sem fôlego.

–Eu não sei, só sei que gostei.- E então ele beijou novamente minha boca. Ficamos alguns minutos daquele jeito, quando eu vi, já estava no colo dele, eu o queria loucamente. Queria a boca dele, a lingua, os lábios, e todo o resto. O cheiro dele me indusia, era viciante. Estavamos ali, nos beijando, sentados no meio-fio, nunca havia sentido tamanho prazer, aquilo era viciante. Foi quando meu celular toca, era minha mãe.

–Vou ignorar.

–Não, atende, ela deve estar preocupada.

–Não quero, não vou atender.

–Ok então. Mas então como vai ser?

–Como vai ser o que?

–O que você vai fazer em relação a tudo.

–Sinceramente, eu não sei. Vou ver como as coisas vão acontecer.

–Entendo. Ah, desculpa.

–Pelo que?

–Ah, você sabe. Não aguentei.

–Sem problemas.- Me deitei no colo dele, ele ficou fazendo cafuné em mim. Ficamos olhando o céu, enquanto ele me acalmava. Eu contei que iria tentar parar, mas não sabia se ia conseguir, foi ai que ele me disse algo que me marcou:"Eu não vou te abandonar, prometo.". Que droga, ele fez uma promessa! Odeio promessas, quase nunca são cumpridas! "Não prometa o que não pode cumprir", respondi. "Eu posso e vou cumprir."

Já eram mais de 15:00 horas, liguei meu celular, havia umas 15 ligações perdidas da minha mãe:

–Vou indo.

–Oks, quer que eu passe na sua casa mais tarde?

–Quero, to precisando de alguém, não sei como vai ser as coisas quando eu chegar em casa.- Eu já estava com lágrimas nos olhos só de pensar.

–Não chora.

–Ok, é agora que eu me despenco em lágrimas.- Ele me abraçou e eu chorei em seu ombro.

–Calma.

–Vou tentar. Deixa eu ir.

–Vai lá, beijos.

–Beijos, obrigada.

–De nada.

Peguei minha chave, logo cheguei em casa. Minha mãe então veio falar comigo:

–Alice!- Eu a ignorei.- Volta aqui, garota!

–Não me chama de garota, e deixa de ser hipócrita, porra!

–Alice, me escuta, eu fiz isso para seu bem.

–Meu bem? Meu bem?! Isso só pode ser brincadeira!

–É, seu bem. Você acha que eu ao sei, você acha que sou idiota! Você continua se cortando.

–Tá e por isso você tinha que elaborar um plano miraculoso, me envergonhar na frente das pessoas?! Não dava pra ser mais normal e simplesmente me perguntar o que tava acontecendo, me por em um psicólogo, ou mesmo me internar, mas como uma pessoa normal?!

–Desculpa, não queria te acusar. Preferi que especialistas no assunto te examinassem, queria saber se era ou não verdade, se era preciso te internar ou não.

–Poxa, porque não falou comigo?

–Eu não conseguia. Sabe que não sou boa com essas coisas, e também, se você fosse menos cabeça dura, talvez eu conseguisse falar com você.

–Então quer dizer que a culpa é minha?!

–Ah, Alice, não se faz de vítima não, deixa de drama!

–Drama?!

–É, drama!

–Cara, depois a cabeça dura sou eu. Obrigada por arruinar minha vida.- Fui para meu quarto e me desabei de tanto chorar. Horas depois minha mãe bate na porta de meu quarto:

–Alice?

–Sai daqui.

–Abre a porta, deixa eu conversar com você.

–Pra que, pra você me acusar de drama?

–Alice, abre a porta! Eu preciso falar com você.- Cedi e fui abrir a porta:

–Que foi?

–Trouxe misto quente, você deve estar com fome.

–Não estou, obrigada.

–Alice, me desculpa. A última coisa que eu queria era te magoar.

–Nossa, dá até vontade de vomitar.

–Ali, eu te amo minha filha, só quero seu bem.

–Se você quisesse meu bem não teria feito o que fez.

–Eu posso ter errado, mas você também errou. Entenda isso. Tente ser mais compreensível. Nós te amamos tanto.

–Eu errei muito, mas não é por isso que você precisam me humilhar e me condenar para o resto de minha vida!

–Mas não estamos fazendo isso, só queremos que você melhore. Nós sentimos falta de você.

–Não, vocês sentem falta de quem eu era. Aquela garotinha sorridente não existe mais. Vocês me perderam.

–Sentimos mesmo. Nós te perdemos, mas você também contribui para isso.

–Eu sei...- Ela saiu de meu quarto, eu fiquei lá, destruída. Peguei minha lâmina e passei por meus pulsos. Eu não aguentava a dor de ser um erro, de ter decepcionado meus pais. Os cortes não paravam de sangrar. Quando de repente, ouço a campainha tocando. “Pedro!”, ele não podia me ver daquele jeito.

–Alice, tem uma amigo seu na porta!- Gritou minha mãe.

–Ok, já estou indo!- Enrolei uma gase em meu pulso e coloquei um casaco. Fui atende-lo.

–Oi!

–Oi!

–Vamos lá pro quarto.

–Ok.- Fomos para o quarto.- E então, como foi?

–Horrível! Eu não aguento isso. Eu sou uma decepção para os meus pais! A culpa de tudo isso é minha!

–Se acalma cara. Mesmo que tudo isso esteja acontecendo seus pais te amam.

–Cara, mas não dá pra aguentar.

–Entendo. O que sua mãe disse sobre sua internação na clínica?

–Ela disse que foi para meu bem. Que não sabia mais o que fazer. Fiquei magoada, ela simplesmente poderia ter falado comigo, ou sei lá! Tinha que fazer todo aquele showzinho?! Foi ridículo, cara!

–Concordo. Falou isso pra ela?

–Falei. Ela pediu desculpa, mas não conseguiu falar comigo e queria que eu fosse avaliada por profissionais ou coisa assim. Ela disse que eu estava fazendo drama, que era cabeça dura, essas coisas...

–Entendi. Cara, ela tá preocupada com você. Ela quer te ajudar, mas não sabe como. Perdoe-a, é melhor. Deixa que o tempo resolve. Nossa, que cheiro é esse?- Era cheiro de sangue, os cortes não paravam de sangrar, estava doendo!

– Cheiro?? Não to sentindo.

–Hum. Mas então, tenta se acalmar e tente compreende-la. Ela errou, mas foi com boa intenção. Ela queria te ajudar.

–De boas intenções, o inferno tá cheio!

–Nossa! Que exagerada!

–Sou mesmo, você sabe!

–O que é isso?!?!?

– O que?!

–Seu casaco, tá sujo de sangue!

–Merda. Desculpa, não aguentei.

–Deixa eu ver.

–Não, é feio.

–Anda, tira esse casaco.- Tirei o casaco e a gaze. Por um momento ele ficou chocado.- Vem cá. Não faz mais isso consigo mesma!

–Desculpa!- Eu comecei a chorar, ele me abraçou.

–Tem mais gaze?

–Tem, porque?

–Me dá.

–Ok...- Ele pegou a gaze, e saiu. Quando voltou, a gaze tava molhada.

–Calma, e só água.- Ele passou a gaze em meus braços, limpando todo o sangue, em seguida, pegou um pedaço de papel e secou meu braço, já não estava sangrando.

–Obrigada.- Eu estava pasma, nunca esperava isso.

–Não faz mais isso, você não precisa.

–Vou tentar, posso colocar o casaco? Estou com vergonha, esses cortes são horríveis, você deve estar me achando mais feia do que sou. -Ele pegou meu braço e beijou minhas cicatrizes.

–Você é linda, e continua linda. Fica tranquila, as coisas vão melhorar.



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Notas finais do capítulo

nuss, particularmente, eu AMEI esse capitulo!!! Acho que é um dos melhores que eu já escrevi!! rsrs Comentem mais! Quero saber se estão gostando! :p