Neve e Chama: A Segunda Era dos Heróis. escrita por Babi Prongs Stark Lokiwife


Capítulo 30
Capítulo 28: Astor Mallister


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais.



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Astor Mallister

À medida que seguiam viagem para o sul, o clima ficava mais quente, portanto não foram mais necessárias as roupas de frio que haviam adquirido em Braavos. Astor observou sua protegida, Lady Tully, brincar com sua gata, ela era uma adolescente meiga e delicada, como toda donzela deveria ser. Dirigiu um olhar carrancudo à Capitã Greyjoy, fora necessário todo o seu auto-controle para controlar a língua perto da mulher de ferro. Astor amava navios, mas detestava as Iron Islands e qualquer um oriundo delas. Crescera como um Mallister afinal, aversão a homens de ferro fora lhe  incutida desde o berço.

Apesar de doce e meiga, desde a infância, Shiera era muito marota, sempre aprontando juntamente com os irmãos mais novos e levando a mãe à loucura. Sua mente divagou até Lady Roslin Tully. Se Shiera era alegria e divertimentos, Roslin era tristeza e amargura. Ela fora a única com sangue Frey sobrevivente, todos os outros, irmãos, tios e primos foram queimados vivos nas Twins, anos atrás. Ela enlouquecera desde então. Visitando diariamente o septo, para pedir perdão pelo sangue Frey, e arrastando sua pobre filha junto.

Lord Edmure, por outro lado, era um suserano justo e um pai amoroso, para contrabalancear com a rigidez de sua esposa ele fazia vista grossa para as travessuras dos filhos, afinal, era o auge da primavera e eles eram crianças de verão. Sorriu com a memória. Quando completara oito anos, decidira que seria um cavaleiro, foi com essa idade que compreendeu que jamais seria Lord de Seagard, afinal era o vigésimo na linha de sucessão. Seu tio então o mandou para Riverrun, que já havia sido devolvida a Lord Edmure, onde seria um protegido e instruído na cavalaria.

Shiera tinha apenas cinco anos quando se conheceram. Robb e Hoster sequer eram nascidos. Ela estava triste por ter deixado Casterly Rock e o único amigo que conhecera, Tommen Lannnister, portanto ficara mais do que agradecida por sua companhia. Os anos se passaram, tornou-se escudeiro de Lord Edmure e aos catorze anos ele fora armado cavaleiro pelo próprio, quando lhe salvou a vida em uma batalha contra os Tyrell.

Quando a paz veio, Lord Edmure lhe designou para a proteção de sua filha, Lady Shiera. Astor não poderia ficar mais grato. Reconhecia a honra de tal missão e tivera o privilégio de ser o escolhido entre dezenas de outros cavaleiros, a maioria mais velha que ele. E, como protetor, sempre estaria ao lado de Shiera, por quem desde os doze anos nutria um sentimento maior que amizade.

Mas não era tolo como Little Finger, entendia que Shiera estava em uma posição social muito acima da dele. Ela era uma Tully, afinal, mesmo que o correspondesse, jamais cogitaria a ideia de ficarem juntos. Familia. Dever. Honra. Portanto se contentava em amá-la calado, em passar seus dias ao lado dela e mantê-la em segurança. Entretanto, mesmo que fossem amigos, Shiera dificultava muito o seu trabalho. A prova disso fora em Harrenhall, quando escapara de sua vista e acabara sendo capturada pela harpia.

A lembrança o fez estremecer, Shiera acabara com o ferimento no braço e o isso os levara àquela missão absurda. Ao contrário do que esperava, Lord Edmure não o puniu por seu fracasso, apenas o mandou com a Tully na viagem, para assegurar-se que ela voltaria para casa. E em Braavos mais uma vez ele falhara com ela, Shiera fora quase violentada por sua inaptidão. E agora ela tentava aprender a usar armas para que pudesse se defender.

Uma lady não deveria pegar em armas, entretanto Astor não condenava sua protegida. Se ele não foi capaz de mantê-la em segurança por duas vezes, o quê o asseguraria de que uma terceira vez não pudesse ocorrer? Ela deveria aprender a se defender para o caso de ele falhar novamente. Mas não falharia. Daria sua vida se necessário, mas não permitiria que Shiera sofresse um mísero arranhão.

Aportaram em Braavos novamente, mas dessa vez Shiera não desembarcou. Astor agradeceu aos Sete por ela ter decidido ficar no navio. Eles não demoraram muito em Braavos, na manhã seguinte a Capitã levou o navio para sul. O titã de Braavos já estava desaparecendo no horizonte quando foi informado que Raven Arryn convocara uma reunião. Acompanhou Lady Shiera até a cabine da Capitã, onde todos se reuniam.

- O inimigo tomou Tolos e agora marcha sobre Elyria. – Informou Raven – A ilha está completamente cercada, Volantis e Lys estão mandando parte de suas frotas para quebrar o cerco.

Um pesado silêncio caiu sobre eles, cada um sabia o quê aquilo significava.

- Então devemos partir para Mantarys. – Afirmou Aemon – Não podemos perder tempo nas Basilisk Isles com o inimigo avançando tão rápido.

- Isso já foi debatido e decidido, Martell! – Rosnou Renly Lannister – Aceite sua derrota.

- Mas agora a situação mudou. – Insistiu o dornes – Se Mantarys cair não haverá nada que se interponha entre esse louco e Volantis. Não podemos permitir que ele chegue à Volantis!

- Elyria ainda não caiu... – Começou o Lailla.

- Mas vai cair. – Interrompeu a Capitã Greyjoy – Os minérios de Elyria acabaram antes mesmo da Perdição. O solo é infértil, toda a comida vem das demais Cidades Libertas. Não vai demorar muito para que subjuguem a cidade pela fome.

- Ainda assim... – Pronunciou-se Renly – Mantarys é conhecida por suas grossas muralhas e seu poderoso exército. Além de suas grandes reservas, ele não a tomara com tanta facilidade, temos tempo.

- Há gente morrendo em Elyria! – Rosnou Drogo – E mais ainda morrerão em Tolos, Astapor, Meeren, New Ghis e Yunkai. Esse desgraçado está destruindo todo o trabalho de minha... - Drogo fez uma leve pausa, quase imperceptível. - Rainha, e matando seus filhos. Nos não temos tempo.

Um segundo silêncio se fez.

- Proponho uma nova votação. – Disse Rhaego com os olhos fixos no mapa – Todos à favor de seguirmos para Mantarys ergam as mãos.

O próprio Rhaego ergueu a mão, juntamente com Mary Lane Greyjoy, Aemon Martell, Drogo Stark e Eddard Baratheon. Mas a maioria ainda queria rumar para as Basiliske Isles.

- Que seja então, seguimos para as Basiliske Isles!  – Disse Aemon irritado. – Depois retornamos para Mantarys! – Deu um sorriso irônico – Talvez haja tempo de enterrar os nativos... Isso é um erro! O povo de Elyria pagará por isso... e nos também.

Por algum motivo aquelas palavras pesaram no coração de Astor, sua mão imediatamente fechou no punho da espada enquanto a outra tocava ligeiramente o ombro de Lady Tully. Ele pagaria o preço que fosse no lugar dela, não permitiria que Shiera se machucasse. Ela voltaria sã e salva para casa, a qualquer custo.


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Notas finais do capítulo

E nos entramos um pouquinho mais à fundo na mente do nosso Sor Astor, espero que tenham gostado e aproveitado, pois esse será o único cap com um POV dele. E aviso, estou começando a escrever a reta final (tenho vários caps já escritos faltando apenas ser revisados), e acabo de escrever a primeira morte de um dos protagonistas. Quem? Não direi. Hehhehe. Vou deixa-los na curiosidade. Mas ainda há outras mortes por vir, e depois de escritas eu não mudarei de ideia, então aconselho aos meus caros leitores fantasmas a se pronunciarem, nunca se sabe quando o seu personagem pode acabar queimado vivo ;)
Aguardo seus comentários ansiosamente. O próximo cap será do... Não direi. Surpresa. Mas prometo que será muito especial, e tal como com o Sor Astor, esse personagem terá apenas um POV nessa fic.