A Filha De Afrodite Feia escrita por GiihBruno


Capítulo 22
Aee cambada. Chegamos!


Notas iniciais do capítulo

Ei gente, a maioria votou Liper então nos próximos capítulos vai ter Liper (avá). To sem tempo para responder os reviews, mas podem ter certeza que eu li todinhos!



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Jake’s POV

A morte de João foi a pior coisa que poderia ter acontecido com Annie, eu sei pois eu estava lá e com certeza não foi fácil vê-la naquele estado.

Quando João sumiu na água Annie queria pular do barco e ir atrás dele. Vetamos a ideia. Depois ela queria ir atrás dele com os botes que Leo tinha no Argo II. Vetamos a ideia também. Depois ela decidiu ficar vigiando o mar para ver se ele aparecia de novo. Bem, essa ideia não tínhamos como vetar, já que ela se agarrou a cabeça de Festus para não ser retirada do lugar.

– Vamos Annie, vá dormir um pouco – eu disse encostando ao lado dela e olhando o mar. Já se passava das 20:00 e João não tinha aparecido, mas Annie estava parada no mesmo lugar a duas horas.

– Não – ela disse seca – dorme você, eu tenho que vigiar.

– Mas Annie...

– Dormir Jake. Agora – ela disse pausadamente, como se eu fosse uma criança de dois anos que precisasse repetir a frase para poder entender.

Resolvi não discutir, não era uma boa ideia, fui para a minha cabine e tentei dormir um pouco. Resultado: Não consegui. Eu ficava escutando as ondas batendo no casco do navio, escutava Festus fazendo seu tilintar quando virava a enorme cabeça de um lado para o outro.

Estava prestes a amanhecer quando finalmente consegui dormir. Parece que foi só por cinco minutos, mas escutei batidas na porta.

– Ei cara, eu preciso da sua ajuda – Leo batia com urgência.

– Pode entrar – eu disse esfregando os olhos para me livrar do sono.

Leo colocou a cabeça dentro e eu vi uma mistura de medo, angustia e preocupação em seus olhos. Leo Valdez preocupado ou angustiado? Essa é nova.

– Pois não? – perguntei.

– É a Annie cara, eu não consigo acha-la em lugar nenhum.

– Ei, essa frase é minha! – indaguei.

– Não estou brincando, ela sumiu de novo – ele respondeu.

Agora eu fiquei preocupado, levantei da cama com um pulo e já saí correndo pelo navio gritando o nome de Annie. Cheguei ao convés e passei os olhos por lá.

– JAKE! – Leo gritava atrás de mim, nem dei importância. Eu precisava encontrar minha gordinha.

Piper apareceu no convés também, usava um shorts, camiseta do acampamento e um tênis, ela comia alguma coisa, quando ela me viu e arregalou os olhos.

– Jake, ér... Porque está só de cueca?

Olhei para o meu corpo, realmente eu estava só de cueca, que vergonha de mim. Leo apareceu no convés também, ofegante.

– É... Isso... Que... Eu... To... Tentando... Dizer... – ele respirava fundo a cada palavra.

Ele me jogou um shorts e eu o coloquei rápido, eu estava vermelho, pois Piper começou a gargalhar, logo Valdez gargalhava também.

Fechei a cara, Annie desaparecida e esses dois rindo. Idiotas. Isso que eles são, idiotas. Corri por todo o barco procurando Annie, eu não a encontrava em lugar algum, então um splash na água me pegou de surpresa.

Olhei na direção de onde vinha o som e me deparei com um bote virado, então uma cabecinha subiu na água. Era ela.

– Annie! – eu berrava – ANNIE!

Saí correndo e ia pular no mar junto, quando alguém me segurou pela cintura.

– Quer morrer também Jake? – Leo gritava – Qual é, tem outro bote ali.

– Mas agente vai demorar mais, temos que ir agora. Monstros Leo! Eu não vou aguentar perder ela também – respondi com mágoa na voz.

Leo me deu um olhar com pena, ele me arrastou até o bote a partimos em direção a Annie, que ainda estava na água.

[...]

– Olha gordinha, não faz isso de novo não, ta certo? Não me deixa preocupado assim – eu dizia a ela enquanto eu a levava ao quarto para um banho quente.

Ela apenas assentiu com a cabeça olhando para baixo, ela tremia em meus braços. Eu a levei para o quarto e saí, encontrei Leo na sala dos mapas, observando a rota que faríamos.

– Quanto tempo para chegarmos? – perguntei.

– Não sei, talvez mais um cinco dias – ele disse – talvez quatro se eu acelerar um pouco mais.

Assenti com a cabeça e saí da sala. Cinco dias é muito para quem tem menos de um mês de vida, Annie me preocupava muito. Eu não sei o que eu vou fazer da minha vida daqui a um mês.

[...]

Meu coração está a ponto de ser partido, depois que retiramos Annie do mar ela não saiu mais do quarto, se recusava a falar, se recusava a se levantar da cama, suas mãos tremiam incansavelmente. Parecia tolice a chamar de gordinha agora, já que ela tinha perdido mais ou menos sete quilos em três dias.

Eu era o único que ela deixava entrar na cabine, todos achavam que era só o choque da morte do ex-namorado. Só eu sabia a verdade, que namorado o que (certo, talvez um pouco disso), mas o real motivo de tudo isso era a maldição.

Era de partir o coração ver ela deitada na cama, imóvel. Eu passava o dia inteiro na cabine dela. Eu consegui fazer ela comer umas cinco vezes em quatro dias. Isso não era nada bom, a maldição estava avançando rápido demais.

–Ei Jake, o que a Annie tem? – Leo me perguntou uma vez quando eu estava na cozinha, fazendo um leite para a Annie, ela não tomou, mas não custava tentar.

– Ela ta meio deprimida, por causa do João. Logo, logo ela fica boa – eu disse já indo para o quarto de Annie.

– Mas Jake... – ele

– Mas nada Valdez, só isso – eu disse e entrei no quarto.

Eu sempre fazia piadinhas quando eu estava junto com a Annie, eu faço ainda, chamo ela de gordinha, conto sobre minha vida, mas ela nunca responde. Ela só me observa, os olhos brilhavam quando eu contava sobre as missões que eu já vivi, mas ela nunca falou nada.

Ela só me disse três palavras quando eu estava ao lado dela, eu tinha cochilado na cadeira ao lado de sua cama quando ela estava dormindo, acordei surpreendido com as três palavras que ela disse.

– Canta pra mim.

Eu abri meus olhos e foquei no delas.

– Deuses Annie! Você falou... Canta pra mim. Claro, canto sim, até minha garganta sangrar.

Passei o dia inteiro cantando, cantei todas as músicas do Ed Sheeran e Simple Plan, a banda e cantores favoritos de Annie. Eu cantei muito mesmo.

Depois que eu percebi que ela tinha dormido eu parei de cantar e fui para o meu quarto, eu precisava descansar.

No outro dia, eu acordei com alguma coisa me incomodando, percebi que alguém pulava encima de mim, e esse alguém era Annie.

– ACOOOOOORDA JAKE! – Ela pulava encima de mim parecendo um babuíno louco.

– AAAAAAAAAH, GORDA! TA ME MATANDO! – eu disse pulando para cima dela, eu a peguei nos braços e a rodei, ela ria, a risada dela era contagiosa, era aquela risada que você quer rir junto, eu a coloquei no chão e dei um grande beijo na sua bochecha.

– Estou tão feliz que minha gordinha voltou ao normal. Tem certeza que está bem? – perguntei.

Ela deu uma gargalhada.

– Achou que eu já ia bater as botas e ninguém mais ia te encher o saco senhor Jake? Pois está muito enganado. Agora vá se trocar, colocar uma roupa que eu vou falar com minha irmã e com Leo – ela andou até a porta mas se virou – e a propósito, belo corpo.

Ela soltou uma gargalhada e saiu cantarolando “Drunk” do Ed Sheeran. Essa era a Annie que eu conhecia, a Annie maliciosa, que ri por tudo, a Annie louca. A minha Annie.

Tomei um banho rápido e quando estava me trocando, escutei um soar de conchas. Então Leo gritou:

– Aee cambada. Chegamos!



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Notas finais do capítulo

O que acharam da nova capa? Reviews?