A Filha De Afrodite Feia escrita por GiihBruno


Capítulo 23
Eu vou matar esse loiro.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora. Esse capítulo tem um pouco de Liper!



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Piper’s POV

Eu e Leo estávamos sentados ao lado de Festus observando o horizonte, ao longe podíamos ver terra, eu não sabia direito onde estávamos, mas Leo disse que desembarcaríamos dali a alguns minutos.

Estava um silêncio desconfortável, nesses últimos dias eu tenho reparado um pouco mais em Leo, seu cabelo enrolado, o jeito habilidoso com que ele mexe em objetos os transformando em brinquedos e os desmonta com a mesma facilidade. Tenho reparado na ruga que se forma na sua testa enquanto ele está preocupado ou no sorriso brincalhão e no jeito despreocupado de ver as coisas.

– Ei Piper, posso te fazer uma pergunta indiscreta? – ele quebrou o silêncio.

– Claro – respondi.

Ele pigarreou e deu um grande suspiro.

– Você, hañ... ainda pensa no Jason? Quer dizer... como você está depois que ele... – ele perguntou brincando com seu cinto mágico.

Olhei para baixo, sem graça. Eu não gostava muito de falar de Jason, desde que ele tinha simplesmente ido embora para voltar ao acampamento Júpiter e me deixado aqui.

– Você sabe Leo, o Jason era uma pessoa muito importante para mim, mas não era dele que eu estava gostando realmente – eu disse fitando meus tênis, que pareceram muito interessantes na hora.

Consegui escutar um suspiro dele.

– E de quem é dona Piper? – Leo sorriu.

– É do... – não consegui terminar a frase pois alguém chegou e pulou encima de nós.

– É DE MIM! – Annie gritou – PIPER ME AMA, VOCÊ NÃO SABIA LEO?

Nos viramos assustados, abri um enorme sorriso ao ver minha irmãzinha normal de novo. Cruzei os braços fingindo indignação e disse:

– Quer dizer que só o Jake pode entrar na sua cabine pra ver como você está? É Jake pra cá, Jake pra lá. To começando a estranhar einh?

Ela deu uma gargalhada e disse:

– Isso é ciúmes! – ela disse e eu ri - Awn maninha, não precisa disso não, tem Annie pra todo mundo.

Fiquei um pouco surpresa ao receber o abraço inesperado de Annie, mas foi como se tirassem um saco de areia das minhas costas.

Leo bufou e fechou a cara.

– Só tem a Piper aqui né? O Leo aqui ta usando o boné da invisibilidade na Annabeth por acaso? To invisível?

Annie apertou as bochechas de Leo e deu um beijo bem estralado na sua bochecha.

– Awn foguinho, não fica com ciúmes não.

Ficamos conversando um pouco até ficar um silêncio pesado no lugar.

– Então Annie – Leo quebrou o gelo – porque você estava trancada no quarto mesmo?

Vi o rosto de Annie se contorcer em dor, Leo tinha feito a pergunta errada.

– Eu estava... mal. Mas agora eu estou bem e é melhor você desviar daquela pedra ali ou o Argo II vai pelos ares – ela apontou para um pedra bem grande no meio do mar.

Leo levantou igual ao um louco e pegou um de seus controles de Wii enquanto gritava para Festus virar o barco. Alguns minutos depois estávamos prontos para desembarcarmos do navio. Leo soprou a concha anunciando que aviamos chegado.

Leo... Porque esse elfo latino mexia tanto comigo? Embora eu soubesse que ele tinha tido um caso com uma garota do acampamento alguns dias atrás eu me sentia bem por ele ter terminado o relacionamento e mal por ele não olhar para mim do mesmo jeito que eu olho para ele.

Peguei minha mochila e prendi minha adaga no meu cinto, havíamos chegado na Califórnia e estava pelo menos uns 27°C. , todos entramos no bote e fomos em direção a praia.

[...]

– E agora que agente já chegou, fazemos o que? – Jake perguntou.

– Agente vai comer, porque eu estou com uma fome desgraçada – Annie respondeu e eu ri.

– Mas tinha comida do barco e fui eu que fiz! – Leo protestou.

– Por isso ué – ela deu de ombros – vai que aquela comida tem algum veneno...

Jake e eu rimos. Leo amarrou a cara, mas Annie logo apertou suas bochechas e logo estávamos os quatro rindo iguais hienas loucas.

– Venham – chamou Annie – já estive por aqui, lembra Jake? Vamos naquela restaurante que aquele monstro gigante arrancou o dedo do Mike – ela riu e Jake a acompanhou.

Sinceramente? Não entendi nada, mas decidi não discutir, entramos num restaurante e sentamos no balcão, apenas pedi um suco, já o resto pediu hambúrgueres a batatas fritas. Eca, eu sou vegetariana.

Os esfomeados já estavam terminando de comer, finalmente fomos ao caixa, o mais estranho é que nenhum monstro nos atacou. Leo foi pagar no caixa enquanto esperávamos do lado de fora.

– Ei gente, vem ver isso – ele disse vindo ao nosso encontro, ele segurava um envelope azul.

Leo abriu o envelope e um cheiro de mar envolveu as minhas narinas. Dentro estava um papel azul, com uma caligrafia forte que dizia “Três quarteirões adiante, espero vocês. –P”

– Ahn, como conseguiu isso Leo? – Jake perguntou.

– A mulher do caixa que me deu, P de Poseidon? – ele respondeu.

– É. Essa carta é de Poseidon, vamos – Annie respondeu e agarrou o braço de Jake, nos guiando.

Alguns minutos depois estávamos num beco. Ao fundo um homem com camisa de pesca estava parado, os olhos verdes cor de mar nos observando atentamente.

– Crianças – ele disse, acenando com a cabeça.

– Poseidon – eu, Leo e Jake falamos ao mesmo tempo.

– Heeeey Tio! – Annie correu para abraça-lo. O que deu nessa menina?

– Annie! – ele pareceu meio surpreso com o abraço, mas o correspondeu e sussurrou algo no ouvido dela. Seu sorriso desapareceu, mas voltou ao normal um pouco depois.

– Então Poseidon, porque estamos aqui? – perguntei.

– Vim dar a vocês uma informação, onde deverão começar a procura. Devem ir ao Monte Tam.

Eu sabia o que havia acontecido no monte Tam e não gostava nem um pouco disso.

– Certo, você tem notícias de João? – Annie perguntou esperançosa.

O rosto do deus se contorceu, ele suspirou.

– Não.

Vi uma lágrima aparecer no rosto de Annie, mas ela tratou de limpá-la rapidamente.

– Ainda está cedo, mas para começar a procurar é melhor irem antes do sol nascer, sugiro que voltem para o navio, estarão mais seguros lá.

Assentimos e nos despedimos do deus, meia hora depois estávamos de volta ao navio. Jake e Annie foram para as cabines, Leo estava ao lado de Festus e eu fui andar por aí, parei na frente da cabine de João.

Ninguém teve coragem de abri-la depois de sua morte. Tomei coragem e girei a maçaneta, o quarto estava impecável, e no centro da cama o celular. Caminhei até a cama e o peguei. Havia uma senha, tentei 1,2,3,4 mas não deu certo, não sabia sua data de aniversário, mas lembrei de algo importante que ele havia me dito. “12/11 essa é uma data muito especial.”

Tentei 12/11 e consegui entrar, a foto de fundo era incrivelmente um casal se abraçando, mas não era só um casal normal, era João e Annie, eu tenho certeza, como eles tiraram essa foto? Não sei. Como ela foi parar lá? Não faço ideia.

Peguei o celular e saí do quarto, era deprimente ficar lá, voltei para onde Leo estava e o chamei.

– Ei Leo!

Ele se virou sorrindo.

– Oi!

– Vem ver isso.

Ele se aconchegou ao meu lado no pequeno sofá, estávamos muito próximos, mostrei a foto a ele que abriu um sorriso contagiante mas ao mesmo tempo triste.

Abri nas notas, e havia quatro notas lá. Olhei para Leo que sorriu e eu abri a primeira. Li alto:

– Não está sendo fácil ter ela tão perto mas tão longe, o que eu fiz de errado? – abri a segunda – Eu sou um idiota, perdi a garota da minha vida para um almofadinha interesseiro, e o pior é que ela nem olha mais na minha cara – abri a terceira nota – Eu a amo, só isso – abri a última e meus olhos se encheram de água – Se um dia você ler isso Annie eu peço que me desculpe, me desculpe por ser tão fraco, me desculpe por ser tão covarde. Isso mesmo, covarde, eu não tenho força o suficiente para vencer meu orgulho e lhe pedir perdão. Eu te amo Annie e peço que me perdoe por ser tão burro.

– João era romântico, eu nem ao menos consigo me declarar para a menina que eu gosto – Leo bufou.

– Quer dizer que você gosta de alguém Leo? – sorri irônica.

Ele colocou a mão na boca, como se tivesse falado uma bobagem.

– Claro, eu amo o Festus! – ele disse.

– Mas ele não é uma menina – eu disse.

Nesse momento Leo, que estava sentado no braço do sofá desequilibrou e caiu encima de mim, estávamos muito pertos, eu sentia sua respiração acelerada, as batidas do seu coração, seus olhos castanhos me encarando, ele mordeu o lábio inferior fazendo uma cara muito sexy e nos aproximamos um pouquinho mais, milímetros para um beijo...

– Ei Piper, você viu o... Epa, to atrapalhando alguma coisa? – escutei a voz de Jake.

Eu vou matar esse loiro.



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Notas finais do capítulo

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