Destino escrita por Eve


Capítulo 44
Capítulo Quarenta e Quatro


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que a demora deveria implicar numa atualização dupla ou tripla, mas esse capítulo vem sozinho só para não atrasar nosso retorno ainda mais e para dizer que, apesar das tentativas, o ENEM não conseguiu me matar! Espero que todos vocês que também fizeram as provas tenham se saído bem, e se não, vamos esquecer disso com um monte de fanfics (que quase sempre remediam qualquer situação).



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XLIV

  

O dia seguinte à chegada e acomodação dos convidados começou cedo. A capela do castelo não comportava adequadamente a grande quantidade de hóspedes que ali estava de uma só vez, por isso haviam optado por celebrar a missa matinal na igreja da vila. Poseidon aproveitou a ocasião para em seguida exibir aos convidados toda a extensão de seus domínios, dos bosques mais próximos à muralha às plantações que seguiam o curso do rio até que a terra fértil se transformasse em rochas fragmentadas e areia da praia.

O almoço foi servido na área externa do castelo, no pátio mais próximo aos pomares. Aquele era um costume olimpiano, como ele pudera observar durante sua primeira visita ao feudo, e Atena havia não apenas reproduzido o hábito familiar como também o aprimorado: depois da farta refeição, todos foram conduzidos à área circular no centro dos pátios do castelo, onde barracas e palanques haviam sido montados e nos quais músicos e dançarinos já se posicionavam para começar as apresentações. Bandeirolas nas cores de cada um dos brasões das famílias ali presentes haviam sido dispostas em fios que enfeitavam o vão sobre suas cabeças das muralhas até as torres do castelo e ladeando os portões estavam posicionados os diversos mercadores que há dias haviam começado a se reunir no feudo, guiados pela notícia de que logo haveria ali fluxo intenso de visitantes e promovendo assim uma grande feira de artesanatos e outros diversos produtos típicos da região.

As comitivas visitantes espalhavam-se pela extensão do pátio em pequenos grupos ou duplas, a maioria circulando por entre as atrações com expressões semelhantes de surpresa e admiração. O tempo estava agradável, sem indício das fortes chuvas que há alguns dias castigaram aquelas terras, mas com uma fresca brisa que agitava os adereços que decoravam a celebração e fazia com que as flores que enfeitavam os cabelos das damas voassem para longe.

Poseidon estava voltando da cozinha, para onde fora convocado por uma Penélope muito exaltada que enfrentava problemas com um carregamento de bebidas que havia sido trazido pelos Beauchamp. Atena aparentemente havia dado ordens explícitas para que nada que não tivesse sido produzido dentro de seus muros ou devidamente testado por alguém de sua confiança fosse servido sob quaisquer circunstâncias, e os criados de Dionísio não pareciam dispostos a deixar que os barris fossem violados a fim de uma conferência, muito menos que fossem descartados.

Ele havia conseguido resolver temporariamente o impasse, mas buscava por sua esposa para que desse a palavra final ou pelo próprio causador de toda aquela confusão para que ordenasse a seus servos que permitissem a vistoria das bebidas ou levassem tudo embora de vez. Antes que encontrasse qualquer um dos dois em meio à movimentação, contudo, foi abordado por Lorde Hefesto Baignard.

— Pode me ajudar aqui? - Ele perguntou enquanto acenava com a bengala para dois degraus que levavam ao pavimento seguinte.

— Claro. - Poseidon respondeu, aproximando-se com um braço estendido que o outro Lorde usou como apoio para conseguir içar-se até o outro lado. - Espero que suas acomodações estejam suficientemente confortáveis.

— Com toda certeza. Lady Valence foi atenciosa o suficiente para nos separar aposentos no térreo. - Ele respondeu enquanto continuavam a caminhar lado a lado. - Minha esposa também não está em condições de subir e descer muitas escadas no momento.

Poseidon sorriu cordialmente.

— Ainda não tive a chance de felicitá-la propriamente pela gestação. Para quando é esperado o bebê?

— Pode nascer a qualquer momento, é o que me foi dito. Entendo pouco de assuntos femininos, mas fui instruído a deixá-la em casa desfrutando de repouso absoluto durante esses últimos meses. Tentei de tudo, mas Afrodite estava bastante determinada a conhecer sua esposa e o confinamento seria impossível para ela, tenho certeza.

Poseidon ponderou por um momento se deveria comentar algo sobre aquela curiosa declaração, mas Lorde Baignard sanou sua dúvida logo em seguida:

— Vocês dois já foram apresentados antes, ela me contou. Algo sobre o baile anual de Ótris, se não me engano.

— É verdade. - Ele aquiesceu. - Ela costumava frequentar nossas reuniões há alguns anos, quando eu ainda era apenas uma criança. Não pensei que ainda se lembraria de mim.

Foi a vez de Hefesto sorrir.

— Afrodite nunca esquece de nada.

E certamente não se permitia ser esquecida, Poseidon ponderou. Ainda se lembrava da última vez que a tinha visto em Ótris. Devia ter cerca de nove ou dez anos, enquanto que ela estava naquele ponto exato e encantador em que uma jovem não tem mais quaisquer sinais da infância, assim como nada da seriedade de uma mulher adulta. Afrodite - que à época devia ainda ostentar seu sobrenome de solteira, do qual ele não se recordava - foi a estrela do salão, todos os homens disputando por uma dança e todas as damas pairando ao seu redor com olhares mistos de admiração e inveja.

— Mas certamente estaremos também dando boas-vindas a um herdeiro Valence em breve, não?

Poseidon foi surpreendido pela súbita mudança de rumo que a conversa tomou.

— B-Bem… - Ele atrapalhou-se na tentativa de dar uma resposta evasiva.

— Não precisa confirmar agora caso não seja o plano, mas o rumor entre os vassalos é que essa reunião servirá também para que vocês anunciem a chegada do primeiro infante de Atlântida.

Agora encontrava-se realmente incapaz de formular qualquer frase minimamente coerente. Como diabos um rumor como aquele haveria se espalhado antes mesmo que conseguisse reunir todos os vassalos?

— Eu entenderia se Lady Valence não quisesse anunciar sua gravidez agora. - Lorde Baignard continuou. - São questões delicadas, Afrodite também não me contou antes…

— Ouvi direito? - Outra voz em algum ponto atrás dos dois interrompeu o que Hefesto dizia, e eles se viraram para ver Dionísio Beauchamp aproximando-se e colocando um braço por cima dos ombros de cada um deles, unindo os três como se compartilhassem um segredo. - Lady Valence está grávida? Isso é maravilhoso! Proponho um brinde! - A última frase ele gritou para quem quisesse ouvir, deixando-os de lado e parando um dos servos que circulava a seu redor com uma bandeja repleta de taças.

— Um brinde a quê? - Lorde d’Aguillon perguntou, surgindo de algum lugar à esquerda e fazendo Poseidon perceber que a agitação de Dionísio os havia conduzido até as proximidades de onde a maioria dos nobres estava reunida.

— Não é nada, apenas… - Ele tentou interromper aquele delírio antes que tomasse proporções devastadoras, mas foi interrompido novamente.

— Ora, não seja tímido. - Dionísio repreendeu enquanto forçava uma taça de vinho nas mãos de cada um dos homens ao seu redor. - Estamos brindando à chegada do próximo Lorde ou Lady Valence.

Todos levantaram as taças com os mesmos sorrisos animados e expressões felicitativas, e ao receber seus tapinhas amigáveis nos ombros Poseidon imediatamente soube que havia se metido numa situação desastrosa. Como se o acaso quisesse provar seu ponto, quem se aproximou em seguida foi Atena.

— Qual o motivo de tanta celebração? - Ela perguntou com um sorriso enquanto recebia também uma taça que Dionísio aparentemente passara a conjurar do ar.

— Você, é claro, madame. - Ele respondeu e Atena levantou as sobrancelhas enquanto tomava um gole do vinho, ainda sem entender.

— Espero que aceite nossas mais sinceras felicitações pela chegada de seu herdeiro. - Lorde Fairfax anunciou com uma profunda reverência.

— Meu herdeiro? - Ela perguntou ainda sorrindo, mas algo no seu tom de voz havia mudado e o olhar rápido que ela lançou a Poseidon o fez ter certeza de que infelizmente já compreendia tudo.

— Ou herdeira, é claro. - Lorde Carteret completou. - Embora arrisque dizer que todos nós aguardamos mais ansiosamente por um varão.  

O mais curto dos silêncios pairou por um momento antes que Atena respondesse:

— Tenho certeza de que sim. - Ela anuiu suavemente, ainda sem vacilar na expressão compreensiva enquanto continuava. - Se importam se eu tomar meu marido emprestado por alguns momentos, meus senhores?

— De maneira alguma, milady. - Um deles respondeu e Atena estendeu a mão na sua direção. Poseidon a segurou hesitantemente, caminhando ao seu lado em silêncio até que ela abruptamente parasse a uma distância segura dos ouvidos curiosos da nobreza.

— Pode me explicar o que exatamente está acontecendo aqui? - Ela perguntou muito baixo e muito pausadamente, e ele não saberia dizer com certeza se estava tomada pelo choque ou pela irritação.

— Eu não faço ideia! - Ele apressou-se a dizer, ansioso por deixar claro que não tinha nada a ver com a situação. - Lorde Baignard me falou que os vassalos estavam supondo que anunciaríamos sua gravidez durante o baile e antes que eu me desse conta aquele lunático Dionísio estava proclamando aos quatro ventos a chegada do próximo Valence e...

Poseidon só percebeu que estava gesticulando escandalosamente quando Atena pegou suas duas mãos e as segurou entre as dela.

— Não pareça tão agitado. - Ela falou ainda no mesmo tom comedido de antes, aproveitando a pausa no seu súbito rompante. - Eles ainda estão nos observando.

Poseidon olhou rapidamente para trás e percebeu alguns pares de olhos curiosos olhando em sua direção.

— E o que faremos sobre isso? - Ele enfim perguntou.

— Quem me dera saber. - Ela respondeu sem parecer muito atenta ao que ele dizia e depois mais baixo, como se falasse para si mesma, a ouviu questionar: - O que iremos fazer quando daqui a alguns meses eles nos pedirem notícias sobre o tão aguardado herdeiro?

— Bem, isso não é nada que não possa ser providenciado. - Ele respondeu sem pensar, e Atena reagiu àquela insinuação com um tapa em seu ombro esquerdo, deixando claro que mesmo enquanto refletia ainda reparava bem no que acontecia ao redor

— Pensei que não deveríamos parecer exaltados. - Ele retorquiu enquanto recuava involuntariamente.

— Não é hora para brincadeiras. - Ela o repreendeu. - Essa é uma questão séria.

— Tudo bem. - Ele falou após mais uma pausa. - Voltarei lá e direi a todos que foi apenas um mal entendido.

— Não é tão simples. - Atena rejeitou sua sugestão. - Desse modo eles pensarão que somos mentirosos, ou que alimentamos tais rumores propositalmente para que se sentissem mais seguros ao declarar seu apoio.

— E o que sugere, então?

— Talvez seja melhor não falarmos nada.

Poseidon hesitou.

— Pretende não fazê-los pensar que somos mentirosos enquanto mentimos para eles?

— Tem alguma ideia melhor? - Atena perguntou, e apesar dos possíveis questionamentos ele sabia que ela tinha razão. Negar a notícia ali suscitaria desconfianças e possivelmente ainda mais rumores entre os vassalos.

— Não. - Ele admitiu.

— E não estaremos mentindo. - Ela completou. - Tecnicamente. Apenas omitindo momentaneamente a verdade.

Poseidon ainda não estava completamente seguro sobre isso, mas não seria ele a contrariá-la naquele momento, por isso anuiu.

— Devemos voltar à recepção agora antes que levantemos suspeitas. - Ela declarou. - Tente não criar mais controvérsias até o fim do dia.

— Já disse que não foi minha… - Mas Atena já havia se retirado. - … culpa. - Ele falou para o espaço que ela havia ocupado há alguns segundos, e por fim também retornou a seus afazeres.

 ...

As tendas e pavilhões do torneio já estavam armados no terreno plano e descampado à oeste do castelo desde antes da chegada dos hóspedes, mas só começaram a ser ocupados algumas horas antes do pôr do sol daquela mesma tarde. Em tese, o baile seria o evento principal da reunião que estavam promovendo, mas o torneio era o que gerava mais burburinho; todos ficavam inevitavelmente ansiosos para observar cavaleiros de verdade pegando em armas para combater e exibir suas habilidades ao mesmo tempo em que defendiam e exaltavam os brasões das famílias às quais haviam jurado lealdade.

Os vencedores de cada modalidade - justa, luta corpo-a-corpo e tiro ao alvo - seriam honrados com prêmios cedidos pelos cofres de Atlântida, o louvor do público e, se fossem sortudos ou charmosos o suficiente, com o amor das damas que tivessem lhes concedido seus favores.

Poseidon havia dispensado todos os camponeses do trabalho nas plantações naquele dia, e na cidade todos haviam fechado seus comércios e servido suas refeições mais cedo para que quando chegasse a hora de início das competições pudessem ocupar as arquibancadas montadas especialmente para que o público pudesse torcer da forma mais conveniente. A criadagem do castelo também havia sido dispensada para apreciar o evento, e arquibancadas cobertas foram montadas para os nobres e seus séquitos, a maior e mais centralizada delas sendo a de Poseidon e Atena, como patronos das festividades e senhores daquele feudo.

Quando todos já estavam devidamente acomodados e fartos de esperar, ele deu o sinal para que seu arauto anunciasse os nomes dos competidores. Alguns deles eram cavaleiros bem conhecidos e renomados, outros principiantes tentando uma chance para fama e glória, e enfim quando a lista terminou os tão aguardados embates foram iniciados.

Passaram por quase todos os níveis de todas as modalidades, coroando seus respectivos vencedores, até chegar à última e mais aguardada: as justas. Os cavaleiros mais proeminentes de cada feudo ali representado guardavam seus esforços para aquela competição e já encontravam-se à margem da arena sendo preparados pelos seus escudeiros; as divisórias foram montadas; as montarias, tão equipadas quanto os homens, trazidas ao centro do pátio e os competidores receberam seus escudos e lanças.

O arauto veio até a plataforma elevada em que estavam e estendeu uma cesta na direção de Atena. Ela levantou-se, caminhou até ele e retirou de lá dois pedaços de pergaminho.

— Sir Hugh Saint-Clair. - Ela anunciou alto o suficiente para que todos nas arquibancadas vizinhas escutassem. - E Sir Roger Prestcote.

Os estandes das famílias Carteret e Vane explodiram em vivas quando os campeões de seus feudos aproximaram-se primeiro para que as damas escolhidas lhe jogassem suas fitas ou amuletos da sorte e em seguida conduziram suas montarias até os pontos de partida de cada um.

O sinal para que iniciassem foi dado sob os gritos animados da multidão e em questão de segundos os dois cavaleiros cruzavam-se em alta velocidade no centro da arena. O som alto de uma das lanças se partindo indicava que um deles havia marcado, e logo o séquito dos Vane comemorou ao ver o campeão dos Carteret no chão.

A competição continuou no mesmo ritmo: Atena sorteava os combatentes, o público aclamava seus campeões, um deles era derrotado sob aplausos ou vaias e assim o rol de cavaleiros afunilava cada vez mais.

— Sir Peter Godart. - Atena anunciou mais uma vez. - E Sir Ulisses Visconti.

Em outras circunstâncias, o fato de Ulisses ser estrangeiro faria com que ele não fosse aplaudido ou talvez até rechaçado pela torcida. Mas como estava ali não pela glória individual e sim como - para desgosto de Poseidon - campeão de Atlântida, os habitantes do feudo foram à loucura quando ele adentrou o círculo de competidores, cumprimentou toda a plateia e foi em seguida até os seus senhores.

Ele curvou-se respeitosamente para Poseidon e Atena e em seguida fez um sinal para que seu escudeiro trouxesse sua lança. Poseidon demorou um pouco a entender o que ele pretendia - até que o cavaleiro estendeu a arma na direção de Atena e aguardou. Sua esposa levantou-se mais uma vez e retirou a fita que trazia amarrada no pulso esquerdo, prendendo o enfeite com um laço próximo ao punho da lança. Ulisses curvou-se mais uma vez e partiu para seu lugar com um sorriso.

Poseidon tentou convencer-se de que não havia nada de terrivelmente pessoal naquele gesto: ele era o campeão de Atlântida e ela sua senhora, afinal, o que tornava aquela exibição algo de praxe sob a luz certa. Independentemente disso, uma irritante fagulha de ciúme queimou dentro dele ao observar a satisfação na postura do cavaleiro.

O sinal foi dado uma vez e os dois combatentes encontraram-se com violência na ponta da lança um do outro. Sir Peter foi o que pereceu, contudo, e a comemoração do povo de Atlântida dominou completamente o local por uns bons minutos.

As disputas seguiram e alguns cavaleiros foram eliminados por mirar propositalmente em locais proibidos ou nas montarias dos rivais; felizmente, nenhuma fatalidade havia ocorrido até o momento; a torcida tornava-se gradualmente mais polarizada a cada derrota, as apostas mais altas e enfim o combate final foi estabelecido entre os dois que haviam acumulado a maior pontuação: Sir Adonis Louvet e Sir Ulisses Visconti.

Um curto intervalo para a recuperação dos envolvidos foi pedido antes que continuassem, mas logo os espectadores ficaram impacientes e começaram a clamar pela volta dos homens. A maioria esmagadora da torcida gritava o nome de Ulisses, mas Adonis também havia conquistado sua gama de simpatizantes, graças principalmente à sua beleza exótica, sem dúvidas.

Tomaram suas posições e foram autorizados a iniciar; na primeira investida os dois saíram intactos, para decepção geral. Mais uma vez e novamente ambos conseguiram evitar a queda do lombo de seus cavalos; agora a plateia estava tensa e quieta, a expectativa para a decisão do vencedor formando uma atmosfera pesada entre todos os nobres e camponeses, sem exceção. Poseidon olhou de relance para seu lado e viu que até Atena parecia nervosa, sentada na beira de seu assento e com o corpo inclinado para a frente, toda a sua atenção fixa no duelo.

O sinal foi dado mais uma vez e os dois competidores cavalgaram velozmente em direção ao centro da arena. O som alto do impacto da lança de madeira partindo-se contra a armadura metálica foi o anúncio de que dessa vez um deles havia marcado, e o povo de Atlântida comemorou vorazmente quando percebeu que Ulisses era o cavaleiro que permanecia montado vitoriosamente sobre seu cavalo.

Os escudeiros vieram rapidamente retirar Adonis de cena e recolher os pedaços de lança quebrada espalhados pelo chão. Ulisses retirou o elmo para receber os cumprimentos do público, flores e lenços foram jogados em sua direção e foi conduzido até o palanque principal para que recebesse seu prêmio. Poseidon o entregou a pesada bolsa de couro cheia de ouro e prata sob estrondosos aplausos e observou Atena aproximar-se para parabenizá-lo. Ulisses teve a audácia de coroá-la com um dos ramos de flores que havia recebido da plateia, e Atena ainda tinha as faces coradas quando o cavaleiro ajoelhou-se aos pés de Poseidon e disse, um tanto sem fôlego:

— Meu senhor, posso fazer um pedido?

Poseidon observou a figura do rapaz e então o público que os observava avidamente. Conhecendo o gênio do italiano, era certo que haveria algo por trás daquela aparentemente inocente requisição, mas se negasse tão bruscamente um desejo ao seu campeão seria mal visto tanto pelos visitantes quanto pela população de Atlântida. Buscou o olhar de Atena antes de responder e viu que ela parecia igualmente intrigada.

— Claro. - Acabou cedendo.

Ulisses não hesitou antes de continuar.

— Me concederia a honra de desafiá-lo para um duelo?

 


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Notas finais do capítulo

Ainda estou devendo as respostas dos reviews deixados nos capítulos anteriores, e cuidarei disso agorinha mesmo. Estaremos de volta num ritmo mais acelerado e com mais de um capítulo postado por vez assim que eu terminar de me atualizar nas leituras que estão atrasadas desde sei lá quando (porque também sou filha de deus, né). Beijos e até breve!



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