One-Shot-O Segredo Da Ilha escrita por Alana Mara Farias


Capítulo 5
Susto e Passeio




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- William olhe pra mim! Não desista, por favor! – eu ainda tentava
desesperadamente reanimá-lo quando Edward apareceu bem ao meu lado.
-
Deixe-me ajudá-lo. – pediu ele.

Eu me afastei e o olhei sem entender
nada. Por que ele tentaria ajudar uma pessoa que ele mesmo quis matar? Porém,
não questionei, apenas o observei tentar reanimar William.

- Me ajude
aqui. – Edward me chamou – Preciso que segure firme nas mãos dele, pois ele terá
convulsões em breve.
- O que?

Não deu tempo de ele repetir.
Instantaneamente, o corpo de William começou a tremer e eu corri para o lado de
Edward segurando-o o firme, o quanto podia. Ele se contorcia tanto que eu também
balançava com seus movimentos bruscos, porém, eu pedia mentalmente que William
ficasse bem.

- Droga! – trovejou Edward. Percebi que eu segurava em
braços que pertenciam a um corpo sem vida.
- Ah não! William... você não
pode morrer! William! – sacudi seus ombros, desmanchando em lágrimas.
-
Desculpe.
- Desculpar? Eu NUNCA vou desculpar você pelo que faz com essas
pessoas, seu monstro! Você é horrível! – me levantei e me afastei dele para não
ter que olhá-lo.
- Acalme-se, por favor. – pediu Edward, segurando em meu
ombro.
- NÃO TOQUE EM MIM! COMO PODE FAZER ISSO COM PESSOAS INOCENTES? EU
ODEIO VOCÊ! ODEIO! – sem pensar, comecei a socar a barriga dele, sem me dar
conta de que a única machucada seria eu, pois era o mesmo que socar uma pedra.


E então, me vi cercada por braços de mármore, que me apertaram
gentilmente em seu peito.

- Desculpe. – ele pediu novamente – Me
desculpe.

Fiquei em seus braços até que me acalmei o bastante para me
dar conta de que Edward estava tentando me amparar e se desculpando por não ter
conseguido salvar meu recente amigo. Aquilo era muito confuso. Afastei meu rosto
de seu peito para olhá-lo a fim de entender toda essa loucura, porém, no momento
em que olhei em seus olhos, me perdi em sua perfeição.

- Está tudo bem?
– perguntou ele, respondendo ao meu olhar intensamente.

Respirei fundo e
o cheiro de sua pele dominou minha mente, fazendo-me ficar levemente tonta e
tentada a chegar mais perto. Levantei mais o rosto e me aproximei de seus
lábios, inebriada por sua beleza, porém rápido demais até para eu me dar conta,
ele se afastou e eu estava sozinha num raio de 6 metros.

- Perdão. –
dessa vez fui eu que me desculpei, contudo, era impossível não querer tocá-lo ao
menos uma vez, sentir a textura incrível e inacreditável de sua pele. – Eu não
quis... – eu na verdade quis sim. E MUITO, mas teria de me aproximar bem devagar
dele, se é que Edward me deixaria ser algo mais além de sua comida.
- Você
tem que sair daqui. – ele se aproximou, segurando-me pelo braço e começou a
andar rapidamente, entrando na floresta.

De repente ele me pegou no
colo. Envolvendo seus braços em minhas pernas e em minha coluna.

- O que
está fazendo? Coloque-me no chão, por favor! – me sacudi em seus braços,
querendo descer.
- Quero que fique olhando para mim, ouviu? Não olhe para
trás, olhe para mim. – isso não era difícil de fazer, já que olhar para ele era
como ver um retrato da perfeição angelical há centímetros de distância.


Seus olhos se encontraram com os meus e eu perdi a noção de tempo e
espaço. Percorri seu rosto com meu olhar, encarando seus lábios vermelhos,
quando ele me chamou.

- Ei! Você está bem? – apenas assenti,
envergonhada por conta dos meus próprios pensamentos. E sem querer, acabei
olhando para trás.
- Ah não!

Há poucos metros, estavam os corpos dos
três homens que eu reconheci como os que estavam desmaiados na caverna.


- Olhe para mim!

Mas, era tarde demais. Jogado perto de uma
árvore, totalmente sem cor por conta da perda de sangue, estava o corpo de
Brenda. Uma dor atingiu meu coração e a minha vontade era de correr até lá e
tentar fazer alguma coisa, mas não havia nada a ser feito. Edward correu
velozmente, tirando de meu campo de visão aquela cena horrível. Senti seus
braços me apertarem contra seu peito frio e congelante enquanto eu me debulhava
em lágrimas, sentindo-me uma inútil.

Em pouco tempo estávamos de volta à
caverna que, agora, estava num silêncio mortal, literalmente. Edward me colocou
no chão e se afastou, encostando-se numa parede. Eu peguei a minha mochila, a
procura de um agasalho e de alguns biscoitos que tinha colocado ali.

-
Está tudo bem? – novamente Edward perguntou, enquanto me examinava de longe.

-

Bella. – respondi, mordiscando um pedaço de biscoito.
- O que?
- Meu
nome é

Bella. – o olhei.

Ele nada disse. Continuou me examinando enquanto eu
me sentava num canto da caverna, onde a tocha ainda estava acesa, deixando
aquele lugar mais quente.

- Por que veio para cá? Como conseguiu chegar
aqui? – pude sentir a curiosidade em sua voz, o que me deixou um pouco confusa.

- Você não está lendo minha mente?
- Eu não faço isso. – vi suas
sobrancelhas se unirem em confusão, porém, logo sua expressão séria tomou conta
de seu rosto – Você não me respondeu.
- Sério que não pode ler mentes? – o
ouvi bufar. Eu o estava aborrecendo – Desculpe, é que eu pensei que pudesse. – o
que mais eu li nos livros de Stephenie Meyer sobre Edward que não era verdade,
além dele não ser um vampiro “bonzinho” e leitor de mentes?
- Me responda.

- Ok. Vim para cá porque vi algo como um brilho aqui. E pra vir para cá,
paguei um pescador para me trazer de barco. – respondi orgulhosa por meu feito.
O que era uma bobagem, agora que vi o que acontece nesse lugar.
- Você tem
que ir embora. Não pode mais ficar aqui.
- Ir embora? Não! Não posso fazer
isso! – levantei rapidamente, aproximando-me dele. – Tenho que ficar e te
ajudar, descobrir o que realmente é.
- O que eu sou? – ele riu sem humor -
Sou um vampiro, mas acho que isso você já sabe.
- Sim, mas sei que por trás
desse vampiro existe uma pessoa de verdade, alguém que se preocupa com os
outros, que possui valores e quem sabe... – mordi meu lábio inferior – possa
amar alguém.
- Está enganada. Sou apenas uma criatura demoníaca e
amaldiçoada.
- Não, você não é Edward. – me aproximei ainda mais, porém me
abracei me obrigando a não encostar nele.
- Por que se preocupa tanto
comigo? – ele me encarou, olhando-me curiosamente.
- Porque você é uma
pessoa pela qual vale à pena lutar.

Continuamos nos encarando até que
Edward chegou mais perto, me encurralando entre a parede da caverna e seu corpo.
Olhei para ele surpresa com a pequena distância que nos separava e prendi a
respiração quando suas mãos alisaram meus braços.
Edward aproximou seu rosto
do meu e depois sussurrou em meu ouvido.

- É melhor você aprender a luta
pela sua própria vida.

Eu iria protestar, porém ele desapareceu. Ainda
sentia o hálito frio de seus lábios que me fizeram tremer.
Tirei o cobertor
que eu havia trago na mochila e o estirei no chão rochoso da caverna. Tirei mais
dois casacos e me cobri com eles, fazendo de minha mochila, um travesseiro.


Edward’s P.O.V.

Em todos os séculos de minha existência eu nunca
vira uma menina tão determinada como a

Bella. Ao mesmo tempo em que a achava estranha, sentia como se já a conhecesse
de algum lugar. Além disso, ela era inteligente, esperta e perigosa. Sim,
perigosa para mim. Quem diria que um vampiro como eu, acharia perigo numa garota
de no máximo 18 anos.
Quando o vento entrou na caverna e passou por

Bella, pude sentir o cheiro de seu sangue. E naquele momento, ela despertou em
mim algo que eu jamais quis sentir. A sede proibida. Os Alcaiates deram esse
nome, pois, todos os que pertenciam à tribo e eram descendentes dela, tinham o
sangue proibido e também mortal.
Qualquer criatura vampiresca que provasse
do sangue de um Alcaiate morreria por conta do veneno existente em seu sangue,
porém, isso só afetava àqueles de minha espécie.
Eu nunca tinha estado,
diretamente, em contato com um Alcaiate. Até hoje. Assim que senti o cheiro do
sangue dela, tão doce, atraente e ao mesmo tempo angustiante, por me fazer
querer prová-lo sem pensar na conseqüência de minha morte, eu soube que ela era
descendente Alcaiate. E eu também sabia que se não me controlasse, pereceria
saciado com a própria morte.
Fui tirado de meus devaneios ao ouvir passos
vindos em minha direção.

- A comida já acabou? – assenti ainda
pensativo.
- Não se preocupe. Amanhã buscarei mais.
- Não precisa. – ele
bateu em meu ombro – Posso aguentar uns três dias sem comer. Hoje a noite foi
farta. – sua risada estrondosa, me fez torcer para que

Bella não escutasse.

Fim de Edward’s P.O.V.

Aff. Acordei com
uma goteira irritante caindo bem no meu olho. E para piorar, lerda como eu era,
ao abrir os olhos uma gota caiu no esquerdo, me fazendo gemer de dor.

-
Au!

Esfreguei freneticamente até conseguir enxergar novamente. Esse com
certeza foi o melhor jeito de acordar. ¬¬’ Me levantei, me espreguiçando e
guardei os casacos e o cobertor na mochila, o que me lembrou de fazer minha
higiene pessoal. Precisava de um banho e roupas limpas.
Vesti um biquíni por
baixo de um jeans e uma bata e fui em direção ao mar. O dia estava lindo. Vários
pássaros cantavam ao meu redor, demonstrando uma felicidade incomum naquela ilha
amaldiçoada e mortal. Segui o som da água que chegava à margem de forma lenta e
preguiçosa.
Sem mais esperar, corri para o mar à minha frente, com águas
translúcidas, convidando-me a entrar e participar de tamanha calmaria. Mergulhei
feliz em estar em contato com a água. Depois de me sentir limpa, porém com uma
imensa quantidade de sal no corpo, dei um último mergulho antes de sair.
Foi
quando dei de cara com Edward debaixo d’água. O susto foi tão grande que acabei
engolindo muita água e quase me afogando se não fosse pelos braços de Edward que
me puxaram para fora de minha própria confusão.

- Você... o que...
levou... perfeito. – não consegui dizer nada coerente enquanto eu me engasgava e
era levada para a areia.
- Shh! Respire. – ele se sentou à minha frente,
tirando cuidadosamente os fios de cabelo que grudaram em meu rosto.


Tentei engolir, mas me arrependi de fazê-lo. Uma grande quantidade de
sal desceu por minha garganta queimando-a e fazendo meus olhos aguarem
rapidamente enquanto eu tossia sem parar.

- Por que está chorando? –
perguntou ele confuso, e eu quase ri se não fosse por meu estado.
- Sal...
na... garganta. – apontei para meu pescoço.
- Hummm... – respondeu pensativo
– Um minuto. – e depois desapareceu.

Quando decidi olhar para trás,
Edward já estava de volta com uma garrafa d’água nas mãos. A peguei e
rapidamente engoli todo o líquido.

- Muito melhor. – falei quando o
alívio invadiu minha garganta – Ei! – franzi as sobrancelhas pela confusão –
Como conseguiu essa água? – mostrei a garrafa que tinha um rótulo da empresa que
fabricava a água mineral.
- Curiosa como sempre. – afirmou ele dando uma
risadinha – Por que apenas não me agradece?
- Obrigada. – nos olhamos e
depois ambos sorrimos.

Logo, abaixei meus olhos, encarando minhas mãos,
devido à timidez que se apossava de mim toda vez que Edward me olhava por mais
de 10 segundos.

- Parece que mergulhar não é a sua praia. – disse ele
sentando-se ao meu lado e olhando para o mar, rindo de sua piadinha.
- Na
verdade, mergulho muito bem quando não há aparições vindas do nada, parando bem
à minha frente. – o examinei, olhando-o pelo canto do olho e mais uma vez ele
sorriu.

Ele me causava tanta confusão e ao mesmo tempo tanto
encantamento. Suas feições, ainda que selvagens, escondiam um rosto totalmente
angelical e doloroso de tão perfeito. E hoje, seu humor estava espetacularmente
bom.

- Devia me desculpar por isso, mas não posso. Admito que me diverti
assustando-a.
- Parece que alguém aqui gosta de rir à custa dos outros. –
falei enquanto vestia meu jeans e depois a bata. Edward apenas assentiu – Aonde
vai? – perguntei quando ele se levantou cedo demais.
- A pergunta certa é
aonde vamos. – ele gentilmente estendeu sua mão para mim e eu, sem hesitar, a
segurei, levantando-me também.

O olhei surpresa por tal ato, mas não
perguntei para onde estava me levando, pois sentia que Edward não me faria mal.
Pelo menos por enquanto.

- Por que você simplesmente não corre em vez de
andar a passos humanos como os meus? – já estava ficando cansada por tentar
acompanhar os passos ‘humanos’ que ele dava.
- Porque você não seria capaz
de me acompanhar. – respondeu ele tranquilamente.
- Eu sei. – não resisti à
vontade de revirar os olhos – Na verdade, pensei em ter uma carona. – ele me
olhou e sorriu.
- Não será preciso. Já chegamos.

Edward afastou
alguns galhos de árvores pequenas que estavam à sua frente e me puxou para que
eu pudesse ver o lindo lugar a que ele me trouxera. Ali era um pequeno espaço
coberto por um tapete verde devido à grama que tomava conta do chão, cercado por
imensas árvores que cobriam o céu com seus impetuosos troncos e largas folhas.


- Nada mal, não é?
- Esse lugar é lindo. – alisei uma margarida que
estava misturada entre outras flores estonteantes. E examinei um tronco de uma
das árvores ao meu redor.

De repente, minha barriga deu um ronco super
alto, fazendo meu rosto arder de vergonha.

- Obrigado pelo aviso.


Não entendi o que ele quis dizer até que o vi escalar uma das imensas
árvores e pegar um coco. Não pude deixar de compará-lo a um macaco.
Ele
apertou o coco com o dedo indicador e abriu um pequeno buraco, como se a fruta
fosse massa de modelar.

- Obrigada. – sorri e bebi todo o líquido, mais
fresco que qualquer outro – Está deliciosa.
- Quer mais?
- Não. Já estou
cheia. – respondi limpando minha boca.
- Impossível uma pessoa se satisfazer
com uma pequena quantidade de água de coco. – eu dei de ombros.
- Não sou
como as outras pessoas.
- Eu sei. – disse ele baixinho – O que foi? –
perguntou ele quando hesitei.
- Você lida bem com humanos. – analisei.
-
Tenho que saber lidar com a minha comida.
- Ah. – por essa eu não esperava –
Quer dizer que alimenta suas vítimas para aproveitá-las melhor mais tarde? Que
forma inteligente de sobreviver à custa da vida alheia. – bufei – Que atitude
mais ridícula e covarde.
- Eu não pedi sua opinião. – disse ele seriamente –
Quem pensa que é para julgar meu estilo de vida? Que eu saiba a intrusa aqui é
você. – vi seu bom humor desaparecer rapidamente – Eu poderia matá-la pelo seu
atrevimento, sua tola.
- O que está esperando? – desafiei, olhando-o.


Pude sentir minha consciência gritar, pedindo para minhas pernas
começarem a correr, mas não consegui sair do lugar. Eu era tola o bastante para
enfrentá-lo, porém isso não significa que um vampiro possa me chamar assim.

Edward se aproximou, encarando-me com seu olhar vermelho e intenso. E eu vi
que estava sozinha com um predador nato e que todas as características humanas
que seu rosto possuía há minutos atrás, desapareceram completamente.
Eu
tinha conseguido deixá-lo nervoso a ponto de despertar o monstro em seu
interior. Dei um passo para trás e ele, logicamente percebeu, soltando uma
gargalhada obscura.

- Você não vai conseguir fugir de mim, humana. –
novamente ele riu e me puxou para perto dele.

E antes que eu pudesse
perceber ou até mesmo sentir o medo entrar em meu corpo, meu pescoço estava
caído para o lado, sendo segurado pela mão fria e rígida dele. Meu coração
explodiu em batimentos acelerados enquanto eu acompanhava pelo canto do olho,
Edward se aproximar com seus lábios entreabertos e seus caninos afiados.


- E-Edward, por favor, n-não. – pedi, já sentindo o seu hálito fresco
batendo em minha pele.

De repente, um som estrondoso, como se uma árvore
estivesse caindo, fez com que Edward se afastasse. Caí de joelhos, assustada e
com a mão no coração tentando me acalmar depois de quase ter sido mordida e
possivelmente drenada até a morte.
Edward me olhou e foi como ver o monstro
de minutos atrás se esconder, porém ele não havia desaparecido dos olhos ferozes
que ainda me encaravam. Seu olhar em mim era de raiva, ódio e surpresa.
Ele
me pegou pelo braço e me levou até a caverna, literalmente me jogando contra o
chão frio. E mais uma vez, quando o procurei era tarde demais. Ele já havia
desaparecido. Apenas ali, sozinha e com o coração na mão, pude perceber o perigo
real de estar naquele lugar. Minhas mãos começaram a tremer e logo depois meu
corpo todo tremia, reagindo ao perigo ao que fui exposta.
O que eu estava
fazendo ali? Coloquei a minha vida em jogo como se ela não fosse nada. Eu
poderia pensar assim, mas e quanto aos meus pais e minhas amigas? Eu não deveria
ao menos pensar no que causaria a eles por sumir e nunca mais dar notícias?
Respirei fundo. Eu estava fazendo a coisa certa e eu voltaria para casa. Se
Edward não me matou depois do que houve há minutos atrás, dificilmente seus
dentes ficariam perto de meu pescoço novamente.
Recostei-me num canto e
adormeci, cansada pelo desgaste físico e emocional dessa tarde.


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Notas finais do capítulo

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