A História De Uma Avox escrita por Liv


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Bem...Esse não ficou tãããããão legal assim, mas eu acho que ficou bom. Esse é O capítulo. Espero que gostem :D



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Depois de uns quinze minutos, abriram a porta com violência.

O choque nos rostos de meus pais era visivel.

– K-kaethe? - Disse minha mãe

Recomeçei meu choro. Zaro, como um bom ator, fez uma máscara de preocupação, decepção e até pena de mim e de meus pais.

- O que está acontecendo aqui?! - Disse meu pai nervoso.

- Senhor Scarf, sente-se por fav... - Zaro tentou falar, mas meu pai o interrompeu.

- NÃO VOU ME SENTAR ATÉ TER UMA RESPOSTA! - Gritou ele.

Zaro respirou fundo, olhou para mim, balançou a cabeça e começou a falar.

- Sabe, uma semana atrás, mais ou menos, recebi uma "mensagem" falando que foram captadas duas formas de vida passaram das fronteiras. Fui checar, e estava lá. Data, hora, essas coisas. Depois disso, passamos dias tentando rastrear as duas formas de vida. Ontem de manhã conseguimos finalmente localizá-los. Após uma perseguição, conseguimos capturá-la. Disse ela que seu "parceiro", um avox de rua - Disse Zaro com um gesto de desprezo ao mencionar um avox de rua - morreu. Bem, senhores, é isso. Sua filha é uma traidora. - Disse ele, olhando para mim - Infelizmente ela terá de virar uma Avox. Pois traidores não são permitidos aqui. Só tenho pena que uma menina tão bonita e filha de pais tão atenciosos e bons tenha esse destino - Disse fingindo enxugar uma lágrima. Falso.

Minha mãe chorava enquanto meu pai parecia estar em estado de choque. Ele olhava para mim atônito enquanto Zaro apenas os olhava com pena. Eu apenas olhava para meus pés enquanto as lágrimas escorriam por minha face e caíam sobre as cordas que me prendiam na cadeira.

- Bem senhores, acho que é apenas isso. Agora, temos que aplicar a sentença nela. Espero que fiquem bem. Uma boa tarde para os senhores. - Disse ele com um sorriso fraco. Babaca.

O choro da minha mãe apenas aumentou enquanto meu pai me lançava um olhar frio. Decepção, desprezo, tristeza, frieza, susto, desespero. O olhar de meu pai apenas me fez me sentir pior. Um lixo, no mínimo.

- Senhores... Agora os senhores tem de ir. - Disse Zaro.

De repente, minha mãe fungou e murmurou:

- N-não corte a lingua t-toda d-dela!

Zaro pareceu querer gargalhar, mas manteu a postura.

- A senhora, como uma Idealizadora dos Jogos, sabe que isso não é possível. Temos que remover a língua dela por completo.

- E-eu pago! - Minha mãe quase gritou. Ela parou para pensar um pouco e continuou a falar - T-todo meu salário! P-por uns seis meses, se q-quiser!

Zaro fez uma pausa, como se pensasse. Não! Meus pais não podiam fazer aquilo! De um jeito ou de outro, eu não poderia falar. Nunca mais. Gastar todo o salário - o que era muita coisa - por seis meses não ia resolver meu problema. Nada resolveria meu problema.

- Aceito - Disse ele bem baixo. Maldito seja. - Apenas metade da língua dela será cortada.

Minha mãe voltou a chorar baixinho enquanto abraçava meu pai, e meu pai apenas me lançou um último olhar de decepção e eles foram embora.

Depois de uns cinco minutos, Zaro verificou se eles já tinham ido embora. Já tinham ido.

Ele olhou para mim e começou a rir. Ou melhor, gargalhar. Gargalhar perversamente. Como sempre fazia.

- Então a mamãe vai pagar para a filhinha traidora não ter a língua cortada por completo não é? Oh, que lindo. Tão lindo que eu acho que vou  chorar. - E continuou rindo. Eu apenas chorava, pensando em tudo o que estava acontecendo.

Chorar era a única coisa que eu conseguia fazer.

- x - x - x - x - x - x - x - x - x - x - x - x - x -

- E então traidorazinha imunda? Quais serão suas últimas palavras?

E aqui estava eu. Deitada numa maca, sendo preparada para minha sentença.

Flashback On~

Depois de mais ou menos um dia presa num quartinho fechado, sem nenhum tipo de iluminação além de um abajur com uma lâmpada quase que apagada, com uma garrafa de água suja para beber e um prato com uma mistura suspeita para comer, fui levada para uma sala toda branca por um homem de jaleco. Me amarraram em uma maca, e me deixaram lá. Saíram da sala, me deixando sozinha e cada vez mais apavorada.

Após umas duas horas, Zaro apareceu. Eu já sabia o que iria acontecer agora, mas tremia de medo, já praticamente antecipando a dor.

Ele veio com uma tesoura cirúrgica. Eu nunca soube como eles faziam para arrancar a língua dos Avoxes, mas eu não queria descobrir. Infelizmente, eu iria.

Flashback Off~

- E então traidorazinha imunda? Quais serão suas últimas palavras?

E aqui estava eu. Deitada, numa maca, sendo preparada para minha sentença.

Fiquei calada. Vi que sua expressão presunçosa mudou, para raiva.

Comecei a murmurar tudo o que eu gostaria de dizer para todos os que amo.

- O QUE? - Gritou Zaro. Mas não respondi. Ele ficou bem frustrado por não saber o que eu estava falando, pois ficou vermelho e com uma expressão de puro ódio.

Ele pegou a luva de malha de aço. Botou e então bateu com força do lado direito de meu rosto.

Manti minha expressão intacta, mas por dentro eu estava totalmente e absolutamente quebrada. Triste, com medo, desesperada e preocupada com Nick e com meus pais.

- Chega de enrolação. Vamos começar. - Disse ele. O medo se espalhou por meu corpo. - JHEFF! GOYLE! HUGH! VENHAM AQUI!

Depois de uns três minutos, três rapazes de túnicas brancas entraram na sala. Jheff eu já conhecia, pois foi ele que passou o sedativo para Zaro me drogar. Eles me olharam com uma cara sofrida. Aposto que se lembravam - e muito bem - do que passaram nas mãos de Zaro. Do dia em que sua fala lhes foi tirada.

Eles me seguraram, hesitantes. Jheff segurou meu braço esquerdo, enquanto Goyle segurava minhas pernas e Hugh minha cabeça.

Zaro botou luvas (normais) e pegou a tesoura cirúrgica. Jheff e Goyle viraram a cabeça e fecharam os olhos, obviamente sem querer ver o que iam fazer comigo. Comecei a tremer violentamente, mas Hugh segurava fortemente minha cabeça, impedindo-a de tremer e atrapalhar Zaro. Vi que ele mantinha o olhar longe, tentava não olhar para mim ou para Zaro, que mantinha um sorriso maligno nos lábios.

Ele abriu minha boca com violência, e eu reprimi um grito. Pegou minha lingua e posicionou a tesoura.

Gritei alto e me sacudi quando ele começou a fechar a tesoura em minha lingua. Ele não cortou de uma vez. Ele aproveitou o momento, cortando um pouco de cada vez.

Dor. Dor. Dor. Apenas isso que eu sentia no momento. Meu cérebro não registrava mais nada além da dor insuportável que eu estava sentindo.

Eu urrava de dor e me sacudia inutilmente tentando me livrar dele. O sangue inundava minha boca, me engasgando. Mas eu não parava de gritar.

Ele cortava devagar. Puxava, balançava, só para me causar mais e mais dor. As lágrimas escorriam de meus olhos enquanto eu gritava histéricamente, me engasgava com meu próprio sangue e me sacudia frenéticamente.

Vi que Jheff segurava as lágrimas. Goyle tremia levemente e Hugh não me segurava mais com tanta força.

Depois de mais ou menos uma hora de tortura eu já estava sem voz. Apenas chorava e gemia de dor, sem forças até para me mover.

Ele chegou ao final de minha lingua. Ela estava só grudada ao resto da minha lingua por um pedacinho, que ele pegou e puxou com força. Dei um grito agudo.

As luvas de Zaro estavam cheias de sangue. Ele balançou a parte cortada da minha língua na minha frente, fazendo gotas de sangue respingarem em meu rosto. Ele ria malévolamente enquando balançava minha lingua mutilada. Como ele podia achar engraçado? Fazer mal a uma pessoa assim, e ainda rir?

- Já acabei com ela. Jheff, leve-a para o quarto 37. JÁ!

Jheff me pegou no colo com cuidado e me botou nos ombros. Ele era magro, mas bem forte. Saímos da sala e entramos num elevador. Eu ainda gemia de dor e mal conseguia captar o que estava acontecendo. Lágrimas caíam de meus olhos e sangue pingava de minha boca, caindo em sua túnica azul, manchando-a. Mas ele parecia não se importar. Ele apertou um botão marrom e o elevador começou a descer. Vi os números diminuindo. Quarto andar, Terceiro, Segundo, Primeiro, Térreo, Subterrâneo, Menos Um, Menos Dois, Menos três. O elevador parou e nós saímos dele. Não sabia que tinha mais de um andar subterrâneo.

Chegamos ao quarto 37 depois de andar a metade do corredor. Ele abriu a porta com a mão livre e entramos.

O quarto era um cubículo, de paredes com azulejos brancos, chão e teto com ladrilhos amarronzados, com uma cama, uma estante com uma televisão e um mini-armário da mesma cor da estante e uma portinha.

Ele me botou delicadamente na cama, abriu a portinha - que era um mini-banheiro branco com a privada, a pia e o box marrons e o chão e as paredes brancas - pegou um pedacinho de papel, molhou e botou em minha boca, para estancar o sangue. Sorriu afetadamente e saiu. Me deixando sozinha, apenas com minhas lágrimas.

Fiquei pensando em meu último murmúrio, minhas últimas palavras. Nick, eu te amo. Mãe, eu te amo. Pai, eu te amo. E vou sempre estar com vocês. Sempre.

Eu estava exausta. Com muita dor, e exausta, tanto fisicamente quanto psicológicamente. Então, depois de um tempo, peguei no sono.

Tesoura:

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Notas finais do capítulo

Recomendem? Plis *-----*
Bjuus ;*