A História De Uma Avox escrita por Liv


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Bem, ta ai... espero que vcs gostem! LEIAM AS NOTAS FINAIS.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/254566/chapter/10

Pov Kaethe

Acordei com Nick me chamando desesperadamente. Tinha uma expressão desesperada. Mas eu só entendi o que estava acontecendo após ver o aerodeslizador cinza com o logotipo da capital e a luz. Eu e Nick saímos correndo o mais rápido que podíamos, deixando tudo para trás. O aerodeslizador "lançava" uma luz, como um holofote, tentando nos localizar. Aposto que se essa luz nos "pegasse", algo iria acontecer. Lasers que desintegram você, talvez uma névoa que corrói seus ossos, um calor que te torra, literalmente, talvez ao entrar nela você fosse trasportado para dentro da nave... As opções eram infinitas e uma pior que a outra. Só sei que não queria descobrir qual delas era a certa.

Nick ia mais na frente, pois ele corria mais rapidamente. Tínhamos uma distancia de mais ou menos dois metros. A luz estava quase em mim, quando eu vi que Nick diminuia a velocidade para me ajudar. Ele segurou minha mão e corremos um pouco mais rápido.


Entramos em uma área desconhecida da floresta, mais fechada. Agora mal se via a luz do aerodeslizador, por causa das várias folhas que bloqueavam a passagem de qualquer coisa. Soltei a mão de Nick para corrermos melhor. Pulávamos as raízes, desviávamos dos galhos e tirávamos as folhas do caminho de nossos corpos com a mão. A minha já estava cheia de cortes superficiais e farpas.

Ouvi um barulho surdo e um palavrão. Nick havia batido a cabeça num galho. Depois que ele passou, notei que o galho estava cheio de sangue e que a mão que ele havia levado ao corte também estava com sangue. Esperava que não tivesse sido grave.

Na correria, pulei um galho. Mas o maldito galho era muito alto, e por isso eu tropecei e praticamente voei por uns três metros antes de cair no chão e sair rolando. Só parei de rolar quando bati em uma árvore. Num segundo eu não sentia nada, mas no segundo seguinte a dor foi tamanha que eu quase desmaiei. Principalmente em minha perna. Nick parou de correr e veio até mim, mas quando tentei levantar, soltei um grito agudo de dor. Olhei para minha perna, estava roxa e inchada. Eu quebrei a perna. Não. Logo agora, que precisaríamos correr. Ele olhou bem para a minha perna, depois para mim. Então ele me pegou e botou nas costas. Minha perna doía muito. Muito mesmo. Sempre que ele pulava algo, e minha perna mexia, tinha que me segurar para não gritar. E piorava ao imaginar o que ele estava sentindo, já que tínhamos mais ou menos o mesmo peso e ele também estava machucado. Se ele caísse e se machucasse mais, seria minha culpa.

Quando a luz estava quase nos alcançando, Nick virou bruscamente à esquerda. Mas assim que virou ele caiu no chão de joelhos. E em cima de um graveto, daqueles com pontas. Minha perna bateu no chão e eu gemi de dor. Ele se levantou, com esforço, e continuamos a correr. Conseguimos despistar temporariamente o aerodeslizador, e com sorte eles nos perderiam, embora eu duvidasse disso. Mas a Capital sempre tem uma carta na manga. Uma bolas em chamas maior que minha cabeça caiu atrás de nós. Nick tentou acelerar um pouco, sem muito sucesso. Uma bola caiu bem perto de nós, e Nick embicou para uma outra direção. Mas assim que ele fez isso, uma bola caiu três metros em nossa frente e fomos lançados para trás. Cada um caiu para um lado, e vi que Nick caiu no chão de costas. Caí em um monte de folhas, que amaciaram um pouco a queda, mas minha perna bateu com força no chão. A dor foi insuportável. Vi que Nick respirava pesadamente e também que a luz estava chegando rapidamente. Nove metros. Oito metros. Levantei-me com um grito de dor. Nick também se levantou com dificuldade, e veio em minha direção, com a intenção de fugirmos. Mas ele mal conseguia se manter em pé, imagine me carregar. E eu andar? Impossível. Percebi que não tinha jeito. Não iríamos fugir. Iríamos morrer. Provavelmente, um iria assistir a morte do outro, mas eu não aguentaria ver a morte de Nick. Ver meu melhor amigo perder a vida seria insuportável. Ainda mais sabendo que a culpa dele morrer seria minha. Fui eu que dei a ideia de fugir. Fui eu que o arrastei para cá. Fui eu que arruinei as chances dele de ter uma vida, trabalhar e ter uma família. A culpa de estarmos aqui na floresta, de sermos oficialmente contra a Capital era minha. Eu que merecia morrer. Não ele. Ele só veio para me ajudar, e só me ajudou. Acho que preferiria mil vezes sofrer uma punição terrível até os fins dos meus dias do que o ver morrer. Nick praticamente se arrastava até mim. Percebi que, quando ele chegasse, a luz também chegaria até mim e localizaria nós dois. Não podia deixar isso acontecer. Então tive uma ideia. Assim que ele chegou até mim, eu reuní as forças que me restavam e o empurrei. Ele caiu num buraco, e assim que caiu as folhas em volta foram com ele, o cobrindo parcialmente. Perfeito. A luz chegaria em mim e ele passaria despercebido. E foi o que aconteceu.

Dei uma última olhada em Nick. Rezei silenciosamente que ele conseguisse voltar. A luz chegou em mim. Percebi que não era um ácido, ou um calor, ou qualquer dessas coisas que eu havia imaginado. Era como um ativador. Assim que a luz me cobriu, o aerodeslizador lançou uma rede. A rede me envolveu, e começou a me levantar, me puxar. Soltei um grito quando a rede puxou minha perna.

Vi que Nick tentou falar algo, mas não saiu nada além de um gemido de dor. E com um olhar que expressava coisas entre a tristeza, o desespero, o desapontamento e o choque, ele perdeu a consiência. Lágrimas escorriam de meus olhos. Um último adeus. Provavelmente eu nunca mais o veria. Como eu conseguiria viver sem meu porto seguro?


– x - x - x - x - x - x - x - x - x - x - x - x -

Quando cheguei ao aerodeslizador, duas pessoas de jaleco me tiraram da rede. Me levantaram, com cuidado e me levaram a uma sala. Me botaram em uma cadeira, e assim que eu me sentei, meus braços foram algemados nos braços da cadeira e uma espécie de cinto prendeu minha barriga. Tentei me soltar, mas obviamente não consegui. Um homem com uma expressão brutal e cabelos e barba horrivelmente coloridos (http://28.media.tumblr.com/tumblr_m2rqkl5Oy61qan0mao1_500.jpg OBS: é a primeira opção) veio andando vagarozamente até mim. Botou, na minha frente, luvas de malha de aço. (http://www.contrisul.com.br/upload/produtos/709.jpg)

- Então você é a fujona que captamos no nosso radar, não é queridinha? - Ele disse com um sorriso de deboche no rosto. Não falei nada.

– Sei que tinha uma outra pessoa com você. - Continuou ele - Conta para o titio Zaro quem era! Aposto que você não vai gostar de um belo tapa com essas luvas. - Disse ele com um olhar perverso e depois riu igual a um psicopata. Não respondi. Apenas fiquei o olhando com uma mistura de medo e desprezo.

- FALA PRA MIM GAROTA INSIGNIFICANTE! - E me deu um tapa na cara com as costas da mão esquerda. Doeu. E doeu muito. Muito mesmo. Mas eu estava decidida a não chorar. Mesmo depois de tudo o que passei hoje, não iria me mostrar fraca. Não para ele rir. Meus olhos se encheram de lágrimas. Mas elas não rolaram.

- N-não tinha ninguém! - Disse eu com a voz embargada.

- EU ESTOU PERDENDO A PACIÊNCIA COM VOCÊ GAROTA! PARE DE MENTIR! - E me deu outro tapa do outro lado do rosto. Uma lágrima rolou, mas eu permaneci com a expressão de medo e desprezo inalterada.

– Não vai falar do jeito fácil não né?! - Ele disse num tom calmo e ameaçador. Eu não falei nada, como sempre - Então terei de ir pelo jeito difícil - E voltou a sorrir com uma expressão maligna.

Ele foi até a gaveta que ficava ao lado da minha cadeira e pegou uma faca. Voltou seu olhar psicopata para mim e apontou a faca para a minha cara.

– Conte, florzinha. - Não disse nada. Fiquei lá, com o medo tomando conta de mim e vi que ele não teria receio de usar aquela faca em mim. Ele pegou meu braço direito com violência e começou a cortá-lo na vertical. Eu gritava a plenos pulmões enquanto o sangue escorria lentamente pelo meu braço.

Ele cortou do ombro até o cotovelo. A faca estava cheia de sangue quando ele a retirou do meu braço.

- Se você não falar, seu outro braço sofrerá as consequencias. E depois sua perna direita, sua perna esquerda... Colabore, mocinha, se quiser ficar inteira. - Disse ele. Foi ai que ele notou que minha perna estava arroxeada e meio torta. Quebrada. Ele olhou para a minha perna e depois para o meu rosto, e sorriu. Parei de gritar. Não olhei para seu rosto, não queria vê-lo sorrindo as minhas custas, ao ver minhas lágrimas, ao ver meu pânico.

- E então? Posso partir para o outro braço? Ou prefere que eu quebre sua perna direita para ficar igual a outra??

Minha cabeça queria explodir, minha perna latejava, meu braço ardia e eu estava tonta. Mas consegui inventar uma mentira. Pensei em Nick. Se eu não falasse algo, eles voltariam para procurá-lo e se ele ainda não morreu, eles o matariam ou o torturariam, além de me mutilarem impiedosamente.

- E-era um a-avox que e-eu encont-trei na rua, eu vi que e-ele e-era um avox e perg-guntei se ele ia querer ir c-comigo. Mas e-ele morreu por c-causa de uma b-bola em chamas do a-aerodesliz-zador - Disse eu com a voz trêmula.

- Qual era o nome dele heim? - Disse Zaro em desafio.

- E-era Herzer, ou a-algo assim. - Mas eu demorei um pouco pensando em um nome, e o maldito percebeu.

– ESTÁ MENTINDO! - Gritou ele com raiva e me deu um terceiro tapa na cara.

– Não estou! - Gritei em desespero.

Ele deu sua risada psicopata novamente e me olhou com curiosidade. - Quem é você heim mocinha? Qual seu nome? Vai me contar ou vai precisar de um... Estímulo? - Disse ele com um sorriso perverso enquanto girava a faca ensanguentada nas mãos.

O que eu faria? Tentei inventar um nome.

– Ary. Ary L'oriel. - Disse eu nervosa.

– Meeeentira - Disse ele rindo perversamente. Ele nunca ria normalmente. Só de forma maligna. Eu sabia que ele poderia me esquartejar ali mesmo sem nenhuma hesitação. E depois ia conseguir dormir sem peso na consciência. Ele estava realmente e definitivamente me assustando. Ele pegou meu outro braço e começou a enfiar a faca. A dor foi instantânea. Comecei a gritar.

- KAETHE! KAETHE SCARF! POR FAVOR NÃO!

Ele começou a rir desesperadamente. Como se achasse engraçado. E eu sabia que ele achava realmente isso.

– MENININHA FRACA! - Disse ele em meio as risadas. As lágrimas escorriam de meus olhos loucamente. - MUITOS AGUENTAM MAIS DO QUE ISSO E CONTINUAM CALADOS!

Ele fez menção de continuar a me cortar, mas parou. Pareceu ter percebido algo.

– Kaethe Scarf, heim? Filha de Abbey Scarf e Elliot Scarf. Idealizadores dos Jogos. Eles vão adorar quando souberem que a filha deles, a adorada Kaethe é uma traidora. Uma traidora fraca, burra e imunda.

Estremeci. Meus pais iam saber de tudo! O que eu ia fazer? Continuei a chorar em silêncio enquanto era tomada pela dor.

- JHEFF! TRAGA O SEDATIVO! - Zaro rosnou. Depois de uns dois minutos, um garoto magro, de cabelos castanhos com uma túnica azul chegou trazendo uma injeção com um líquido esverdeado. Zaro pegou da mão dele violentamente e o mandou sair. Quando ele veio em minha direção, me encolhi com medo.

– Hora de dormir, traidora imunda! - Disse ele sorrindo.

E então ele pegou meu braço com violência e injetou o líquido. Doeu bastante. Gritei, mas ele já tinha injetado tudo. Na mesma hora, minha visão ficou turva e todas as minhas forças se foram de meu corpo. Parei de gritar e fiquei lá meio (totalmente) grogue. Em menos de cinco minutos eu já tinha apagado.


– x - x - x - x - x - x - x - x - x - x - x - x - x -

Acordei. Minha visão estava meio turva e eu estava tonta por causa das drogas que injetaram em mim. Depois de uns dois minutos eu consegui enxergar a sala. Ela era pequena, com janelas fechadas com um cadeado grosso e persianas, sem lâmpadas, ou seja, sem nenhum tipo de iluminação, a não ser a que vinha de debaixo da porta. Uma porta!

Quando tentei sair, percebi que ainda estava algemada à cadeira. Olhei para baixo e percebi também que minha perna estava ingessada.

Fui pulando com a cadeira até a porta, e encostei os ouvidos lá. Primeiro silêncio, e depois consegui ouvir algumas palavras.

– Sra Scarf? ... Sim, sim. Olha, aconteceu um imprevisto aqui. ... Não, não é isso. A senhora e seu marido poderiam vir ao prédio dos tributos? É urgentíssimo. ... Sim sim. De quinze a vinte minutos? Perfeito. Ah, é no setor 10, sala 103 Tchau.

Era a voz de Zaro. Ele ligou para meus pais para eles virem aqui me ver!

Ouvi passos em direção a minha salinha. Tentei pular de volta para onde estava, mas alguém abriu a porta antes. Zaro olhou para mim com desprezo e me levantou com violência.

– Então a mocinha estava tentando xeretar, não? - Disse ele rindo.

E ficou lá rindo de mim. Depois de uns quinze minutos, abriram a porta com violência.

O choque nos rostos de meus pais era visivel.

– K-kaethe? - Disse minha mãe.


LEIAM AS NOTAS FINAIS


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Olha gente, eu n sou mt de ficar pedindo reviews, mas poxa, de 7 leitores, só 3 mandam reviews. Deem sinal de vida! Eu só posto o prox se pelo menos 2 dos 4 que n mandam reviews derem sinal de vida vlw? Bjus ;*