Pov Candice.

Eu gritei o mais alto que eu pude, mais ele estava caído no chão, totalmente sem condições de me ajudar, talvez até mesmo de me escutar. Logo que ele saiu de minha vista, o choro veio de uma forma incontrolável, enquanto ela me arrastava dali, não sendo nenhum um pouco cuidadosa. Adentramos o elevador, e eu tentava inutilmente me debater contra ela, o que só piorava a situação.

- Escuta aqui garota, você vai sair desse elevador agindo naturalmente, ou eu terei que te apagar também? – ela perguntou. Respirei fundo e tentei me controlar, a única coisa que eu poderia fazer era me render, se eu quisesse sair viva dali. Assim que o elevador parou, saímos normalmente nos deparando com o porteiro, que estranhou um pouco minha expressão facial, e quem não repararia o desespero estampado nela?

- Está tudo bem Srta. Candice? – ele perguntou simpaticamente, e eu senti Victoria segurar com mais força meu braço. Respirei fundo, tentando não berrar por alguma ajuda.

- E-eu estou bem, obrigado – eu respondi com a voz trêmula, e ele apenas assentiu com a cabeça, ainda desconfiado. Victoria continuou me arrastando até a porta, e logo tirou as chaves do seu bolso, apertando o botão para destrancar o carro que estava a nossa frente. Ótimo, ela também tinha um carro e eu não sabia.

- Entra – ela disse meio impaciente, e antes que eu pudesse entrar ela me parou – e não tente nenhuma gracinha – ela completou, e logo que eu entrei ela fechou a porta. Assim que ela entrou no carro e deu partida, o medo se apossou de mim por completo. Por que ela estava fazendo tudo aquilo? O Liam era tão importante assim para ela?

- Para onde você está me levando? – juntei toda minha coragem para perguntar, mais ela não respondeu. Apenas seguiu com o carro em uma direção não conhecida. Depois de um tempo percebi que estávamos saindo de Londres, e então meu desespero só aumentou. A estrada escura pela qual Victoria seguia, era completamente deserta, não havia carros que passassem por ali. Previ que talvez fosse uma longa viagem, ela com certeza queria me deixar afastada de Londres, e com tantos pensamentos negativos, senti minhas pálpebras pesarem, e no lugar do pavor, o sono veio.

Andávamos por aquelas ruas sinistras de Londres. Mais eu me sentia incrivelmente protegida com ele, me sentia segura. Afinal, ele havia salvado minha vida.

– Acho que nós não nos apresentamos, meu nome é Liam Payne – ele sorriu de lado.

- Sou Candice Lopez – retribui o sorriso, e continuamos a caminhar em rumo ao meu apartamento, conversando.

- Bom, é aqui que eu moro – sorri de lado, assim que finalmente chegamos – obrigado por me acompanhar e salvar minha vida.

- Não precisa agradecer – ele sorriu.

- Boa noite Liam – eu disse, e me virei indo em direção a porta de entrada.

- Candice! – ele chamou meu nome, e eu me virei – nós nos veremos de novo?

- Eu... não sei.

- Você pode me passar seu...

- Posso – completei, já sabendo que o que ele pediria. Assim que passamos o número do celular um para o outro , eu finalmente fui para o meu apartamento, tentando ainda acreditar em tudo o que havia acabado de acontecer. Liam, o rapaz que salvou a minha vida, e que ganhou o meu coração!

 ACORDA!

Abri os meus olhos no susto, e reparei que Victoria estava ao meu lado com a porta aberta, me chamando impacientemente, esperando que eu saísse logo do carro.

- Finalmente, achei que teria que jogar um balde de água na sua cara! – ela disse revirando os olhos.

Eu sai do carro, o céu ainda estava escuro. Estávamos em um lugar deserto, no qual parecia morto, sem pessoas, sem cor, sem nada. Com apenas uma casa aparentemente abandonada a nossa frente.

- Onde estamos? – perguntei a Victoria.

- Em um lugar distante de Londres – ela me respondeu e deu um sorriso irônico, me puxando pelo braço, indo em direção á aquela casa abandonada.

- O que está fazendo? Por que estamos aqui? – as pergunta saíram um pouco desesperadas, e ela apenas ficou em silêncio. Adentramos a casa, que tinha uma aparência horrível, teias, poeira e móveis abandonados era tudo o que tinha lá dentro. Victoria acendeu algumas velas, o que vez o ambiente ficar um pouco mais iluminado, e logo tirou o celular de seu bolso discando algum número e em seguida colocando o celular perto de seu ouvido.

- Jack? – ela perguntou. Provavelmente quem estava na linha no outro lado atendeu – Já estamos aqui na casa – ela disse e ficou um breve momento em silêncio – Ok, então você e a Katie venham logo! Até mais – ela desligou o celular e logo fitou os olhos em mim.

- Por que está fazendo isso comigo? – perguntei.

- Chega de perguntas! – ela revirou os olhos e seguiu para os outros cômodos da casa. Eu queria desabar, seria muito mais fácil do que ficar ali e encarar tudo que estava acontecendo. Além do meu desespero em não saber o que ela queria comigo, ou o pior, o que ela FARIA comigo, eu estava preocupada.

Afinal, o que aconteceu com Liam? Não gostava nem de pensar se ele tivesse simplesmente... morrido. Com certeza Victoria não faria isso com ele, já que ela simplesmente diz tanto ama-lo. Ela só apagou ele, para poder me sequestrar e me levar para esse lugar horripilante.

- Hey – Victoria apareceu de novo na sala chamando minha atenção – Vem comigo.

Eu apenas a segui, e ela parou em frente a uma porta. Assim que ela abriu, reparei que não era um quarto, atrás da porta havia uma escada? Ela desceu, e eu continuei a seguindo. Um porão. Nele havia umas estantes de livros velhos, um sofá empoeirado, e uma lareira. A única iluminação era a luz do luar, que adentravam pelos basculantes de vidro que ficavam acima, obviamente fechados.

- É aqui que você vai ficar – ela disse, e eu a encarei de olhos arregalados.

- Como é que é? – perguntei ainda chocada.

- Você ouviu! É aqui que você vai ficar – ela afirmou e eu fiquei cada vez mais indignada.

- Afinal, o que você quer de mim? Você apagou Liam, me sequestrou, me trouxe para essa casa abandonada e agora me faz ficar em um porão horrível como este sem me dar nenhuma explicação?

- Esse é o fato, eu não te devo explicações – ela sorriu, e eu senti raiva, muita raiva.

- Liam vai vir me procurar – eu disse confiante.

- Esse é o plano, por que acha que você está aqui? Você é a isca! A Kriptonita do Superman – ela ironizou, rindo da sua própria piada.

- O que você quer dizer com isso? – perguntei sem entender.

- Logo você saberá Candice... Espero que goste do seu novo APÊ – ela disse enquanto subia novamente as escadas, me deixando sozinha naquele porão imundo.

Victoria havia me deixado curiosa e ao mesmo tempo assustada. Como assim eu era a isca? Ela com certeza tinha um plano, o que me deixava com medo. Eu só queria que o Liam estivesse ali, me tirando desse lugar horrível, me levando de volta pra Londres, e que nós pudéssemos nos esparramar no sofá e assistir um filme, ou que nós pudéssemos cozinhar juntos, ou qualquer das outras atividades que costumávamos fazer. Eu precisava dele, mais do que tudo, só nos braços dele eu me sentia segura.