Why Should We Fight The Feeling? escrita por MissNothing


Capítulo 9
Safe Distance


Notas iniciais do capítulo

Bom, decidi postar o capítulo hoje, porque recebi uma recomendação da Letmebeyourcarrot, então fiquei super hiper mega animada e acho que esse é um jeito de agradecê-la. Eu sei que não é o bastante, mas pelo menos... Enfim, esse capítulo é pra você ♥ Muito obrigada!



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O caminho estava bem tranquilo, o que era um pouco estranho. Ficamos conversando e rindo por algum tempo, até Justin fazer com que voltássemos à realidade:

– Abaixe! – ordenou, acelerando o carro.

– O que foi?! – perguntei, desesperada, mas o obedeci.

– Paparazzis.

Enfiei minha cabeça, com bastante dificuldade, embaixo do porta-luvas. Justin continuou a dirigir velozmente, tentando despistá-los. Não conseguia enxergar o que estava acontecendo lá fora, mas imaginava ser algo como uma corrida.

– Pronto, pode levantar – falou, parecendo aliviado.

Quando levantei a cabeça, percebi que já estávamos na garagem de sua casa, então respirei fundo e me alonguei.

– Você me deve uma... – falei, massageando meus ombros. – massagem! – continuei, aproveitando-me da situação.

Subimos as escadas, chegando finalmente em sua casa. Justin pegou minha mão e saiu correndo em direção à piscina. Quando chegamos lá, antes que ele pudesse fazer alguma brincadeira de mau gosto, desvencilhei-me dele.

– Já tá esperta, hein? – falou, encarando-me. – Mas não tinha pensado em fazer nada com você, por incrível que pareça. – Enquanto falava, começou a tirar os tênis, meias, calça e depois a blusa, jogando-se na piscina de boxer.

– Você é louco! – gritei, gargalhando.

– E você não vai entrar? Para de ser chata e vem! Se divirta pelo menos uma vez na sua vida – gritou, jogando água em minha direção, mas sem acertar. – Se é que consegue... – murmurou alto demais, pois consegui ouvir.

– Está duvidando da minha capacidade de me divertir, Bieber? – indaguei com uma das sobrancelhas arqueadas. No mesmo instante, escondi-me atrás de uma mesa e comecei a tirar os tênis e as meias. – Sem olhar! – ordenei. Por fim, tirei o short. – Eu disse que não era pra olhar! – reclamei.

– Eu só estava olhando pra mesa... Ela é linda.

Abri um sorriso malicioso e soltei algumas risadas. Por fim, saí correndo e pulei, agarrando minhas pernas e caindo na água. Justin tentou se aproximar, mas o adverti:

– Distância segura.

– Assim? – Aproximou-se com um sorriso malicioso. A distância entre nós ainda era grande.

– Segura – repeti, fazendo-o se aproximar mais um pouco.

Quando nossos corpos estavam praticamente colados, Justin segurou minha cintura, e minhas pernas entrelaçaram sua cintura, trazendo-o para mais perto. Coloquei minhas mãos em seu pescoço e quando nossos rostos estavam quase próximos o bastante, afastei-me.

Algo fez com que eu parasse. Não era certo ficar com ele. Meu coração sairia quebrado no fim, portanto preferia me livrar disso antes que realmente acontecesse e eu me tornasse vulnerável – como já havia acontecido com outra pessoa.

– Vou ligar para a minha mãe, ela já deve estar preocupada – falei.

Saí da piscina o mais rápido possível, um pouco envergonhada. Justin sorriu maliciosamente, como se pensasse que eu estava o provocando. Pelo menos ele não havia me puxado de volta ou ficado triste, então estava bom o bastante.

Peguei meu celular em minha bolsa, pegando-a depois e afastei-me um pouco da piscina para que Justin não ouvisse. Embora quisesse entrar na casa, eu estava molhada demais para isso.

– Oi, mãe.

– Candice! Onde você estava?! Fiquei preocupada!

– Esqueci de avisar que vim para a casa da Sophie.

– Ah, tudo bem. Vem pra casa?

– Vou dormir por aqui, vamos ficar fazendo trabalho até tarde.

– Ok. Até amanhã. Durma bem!

– Até, beijos – desliguei.

Senti algo em minhas costas, percebendo que era Justin colocando uma toalha em minhas costas. Agradeci com um sorriso e me encolhi, tentando me aquecer, já que estava tremendo. O clima estava meio tenso, o que era desconfortante.

– Se quiser tomar banho, só subir – disse Justin.

– Você não quer ir primeiro? – indaguei. – Ah, espera, acho que devem ter uns trinta banheiros aqui... – falei, rindo.

– Sempre irônica...

– Mas dessa vez foi sério, eu juro!

De repente, meus pés já não tocavam o chão, pois Justin havia me pegado no colo e me jogado em um de seus ombros.

– Me solta! É sério! Me solta agora! – gritei, batendo em suas costas fortemente.

– Nós dois vamos cair no chão se você continuar – falou, gemendo de dor com os tapas.

Tentei chutá-lo, mas acabei chutando a parede, já que ele estava andando enquanto eu tentava fazê-lo me por no chão.

– Ai! Ai! Ai! Meu dedinho! – gritei, quase chorando de dor.

– Quem mandou tentar me bater? – falou entre risos.

– Tá doendo, é sério – retruquei, manhosa.

Quando chegamos ao quarto, ou melhor, suíte de hóspedes, Justin me colocou na cama e ajoelhou-se, pegando meu pé. Quase chutei seu rosto, devido à aflição e as cócegas que sentia.

– Ah, você tem cócegas? – indagou com um olhar desafiador.

– Nem pense nisso! – gritei, encolhendo os pés. – Meu dedinho já tá doendo bastante, então não quero suas cócegas.

– Tá bom, tá bom... Agora é melhor você tomar banho, porque sua boca já tá roxa – falou, estendendo a mão para que eu levantasse.

– Ok, papai – respondi, pegando em sua mão e me levantando.

Justin me guiou até o banheiro, me explicou como esquentar a água e pendurou uma toalha. Abri minha bolsa – já que não havia soltado, mesmo nos braços de Justin – e peguei um moletom, pois já estava ficando tarde e frio. Quanto a roupa, eu teria que usar a mesma, mas por sorte, sempre levava um top para usar na educação física, e como meu sutiã estava molhado, poderia usá-lo. E devido a causas femininas, também tinha uma calcinha reserva.

Perdi a hora enquanto tomava banho, portanto não sabia ao certo quanto tempo havia ficado dentro do box. Sequei-me e me vesti logo depois. Tentei secar meu cabelo um pouco com a própria toalha, e embora não estivesse totalmente seco, pelo menos não estava pingando. Escovei-o com uma escova que guardava dentro da bolsa e saí do banheiro, deixando a bolsa em cima da cama do quarto de hóspedes.

Quando desci as escadas, encontrei Justin sem blusa, mas pelo menos com uma bermuda. Não estava mais tão molhado quanto antes, porém dava para perceber que havia saído da piscina por causa de seu cabelo molhado.

– Ainda não tomou banho? – indaguei.

– Claro que já e é por isso que meu cabelo tá molhado, ué.

– Entendi. E você não tá com frio? – Lancei um olhar a seu abdômen, como uma indireta para que ele colocasse a blusa.

Como resposta, subiu para pegar uma blusa. Quando estava na escada, gritou:

– Me espere para comer!

Quando olhei para baixo, encontrei uma mesinha com dois pratos, copos e caixinhas. Comida chinesa. Sentei no chão, virada para a TV, e esperei que Justin chegasse para que pudéssemos comer.

– Pronto – falou, descendo as escadas e puxando a blusa para baixo, terminando de vesti-la.

Sentou-se ao meu lado e começamos a comer enquanto assistíamos um filme de comédia na televisão. Pegamos o filme pela metade, não sabia nem sequer seu nome, mas era um pouco engraçado, pelo menos. Justin, diferente de mim, havia o achado super engraçado e estava rindo feito um louco, até lágrimas caíam de seus olhos.

– Nossa – murmurei, olhando-o com os olhos arregalados. Ele nem percebeu, continuou rindo.

Me sentia desconfortável, pois eu não conseguia rir com o filme do jeito que ele o fazia. A sensação era a mesma do que quando te deixam sozinho com alguém que você não conhece e nenhum dos dois sabe o que dizer.

– Tenho algo para te mostrar – falou quando o filme acabou.

Já havíamos terminado de comer há um bom tempo, mas Justin insistiu que queria ver o filme até o fim, logo tive que aguentá-lo rindo por um bom tempo. Pelo menos sua risada era boa de se ouvir, era fofa – se é que podemos caracterizar uma risada como fofa – e contagiante.

– Wow, mistérios! – exclamei, abrindo a boca em sinal de surpresa.

– Mas, antes, você vai ter que colocar isso – falou, colocando uma venda em meus olhos.

– Wow, mistérios com uma venda!

– Ok, agora você precisa confiar em mim.

– É...

– Você não vai confiar? Vai se arrepender...

– Tá bom, vamos logo. Eu confio em você.

Mesmo sem poder enxergar nada, percebi que Justin levantou. Ele segurou minha mão e me ajudou a levantar. Quando começamos a andar, bati com o pé no canto da mesa, gemendo de dor.

– De novo?! – gritei, nervosa. – Hoje não é o meu dia de sorte!

– Eu acho que é... – murmurou Justin.

– O que foi? – indaguei, quase gritando, sem entender muito bem o que ele havia dito.

– Candice, você só está com uma venda, não tem nada tampando a sua boca, então não precisa gritar pra falar comigo.

– Babaca.

Continuamos o nosso trajeto lentamente, ou melhor, eu andava lentamente e Justin tentava me apressar, mas era desconfortável andar com os olhos vendados.

– Já estamos bem perto! – exclamou, ansioso.

– Tô ficando curiosa... E que lugar é esse, hein? Você vai me trancar em alguma jaula? E deve ser uma jaula em algum zoológico, porque do jeito que estamos andando... – falei. – E eu tô cansada! – reclamei num tom manhoso.

– Calma, falta pouco, eu prometo – respondeu, trazendo-me mais para perto. – E eu não vou te prender em nenhum lugar. – Ok, agora tome cuidado, porque vamos descer alguns degraus – falou, segurando minhas duas mãos.

– Não quero descer escadas, vou cair!

– Se você cair, vou estar na sua frente, então vou te pegar.

Percebi que ele estava de costas para mim, mas ainda sim nossas mãos estavam juntas. Me sentia um pouco mais segura, porque assim, se eu caísse, iria cair em cima de Justin.

– Tá bom, tá bom – concordei, descendo o primeiro degrau.

Continuamos descendo lentamente. Fiquei chamando pelo nome de Justin o trajeto inteiro, com medo que ele tivesse me abandonado, mesmo que suas mãos ainda segurassem as minhas. Quando ele me avisou que estávamos no último degrau, minha animação e ansiedade tomou meu corpo, fazendo-me tropeçar.

– Opa! – exclamou, segurando-me.

Soltei alguns risinhos envergonhados e me recompus, pisando, finalmente, no chão. Tentei tirar a venda, mas Justin pediu para que eu continuasse com ela. Após alguns segundos esperando, perguntei:

– Posso tirar agora?

– Tá bom, tá bom – respondeu, tirando-a para mim.

Quando abri os olhos, já que era repugnante ficar com os olhos abertos com a venda, percebi que tudo estava preto, nem um feixe de luz.

– Meu Deus, essa venda me deixou cega! – gritei, desesperada.

– Ah, claro, Candice, claro – retrucou, irônico.

– O que você fez?! – berrei, tentando segurar seus ombros, mas não consegui encontrá-lo. – Jus-Justin? – falei, quase chorando de desespero.

– Calma, eu tô aqui – respondeu depois de um tempo.

– E por que demorou tanto pra responder?!

– Nossa, você ficou louca do nada...

– Você que me...

– Bom, chega. Vamos agora ao que interessa – interrompeu-me. – Está preparada?! Você está preparada?! – disse com o tom de voz alterado. – Pelo menos te fiz rir, isso já é ótimo – continuou com o tom de voz normal após ouvir meus risos. – Mas, agora é sério, veja com seus próprios olhos!

Quando terminou de falar, acendeu as luzes. Consegui ver, finalmente, a surpresa. Nós estávamos em sua garagem, e o carro de minha mãe, novinho em folha, estava em minha frente.

– Obrigada! Obrigada! Obrigada! – agradeci, aproximando-me do carro e tocando-o. – Senti saudades, Bold!

– Bo-Bold?! – Gargalhou. – Você deu nome ao seu carro?

– N-Não, claro que não! – gaguejei, fazendo cara de desentendida depois. – Eu? Dando nome em carros? Pffff! – continuei, rindo forçadamente depois.

– Sei, sei... Mas tudo bem, porque eu também dou nome aos meus!

– Sério?! – falei, aliviada. – Isso é ótimo, porque eu...

– É mentira. Era só pra ver você admitindo mesmo! – exclamou entre gargalhadas.

– Não acredito que caí nessa! – Semicerrei os olhos e meneei a cabeça, cruzando os braços e formando um biquinho nos lábios.

– Não precisa ficar brava, Candy. – Candy? O apelido me lembrou Sophie.

Meu celular tocou e eu peguei na hora, pensando ser minha mãe. Quando vi, era Sophie.

– Falando no diabo... – murmurei. – Ou melhor, pensando no diabo...

– O que foi? – indagou Justin.

– Espera aí – pedi, virando de costas e dando alguns passos para me distanciar de Justin. – Alô? – atendi.

– Candice! Graças a Deus! – exclamou Sophie. – Desculpa te ligar agora, mas eu fui até sua casa e...

– O quê?! – gritei, nervosa.

– Ca-Calma! Eu vou explicar!

– Vai logo.

– Bom, sabe, eu tô muito chateada com toda a nossa briga e eu queria...

– Me poupe do seu drama.

– Eu quero me explicar, Candice! – gritou.

– Então se explique ao invés de ficar falando o quão chateada está com a nossa briga – retruquei no mesmo tom.

– Se você não quer facilitar as coisas, tá bom. Eu só te liguei pra avisar que eu fui até a sua casa e sua mãe atendeu...

“– Oi, Sophie – falou simpaticamente, mas seu olhar era bem estranho e desconfiado.

– Oi! A Candice tá aí? – perguntei, inocentemente.

– Mas ela não estava na sua casa?

E naquele momento percebi que havia feito algo que faria com que Candice me odiasse mais do que já me odiava, então pensei em sair correndo e pular de uma ponte, mas...”

– Pular de uma ponte? Sério? – indaguei entre risos.

– Deixa eu continuar, Candice!

“Mas não era o certo, então, como sou boa em atuar e em mentir, decidi inventar uma desculpa boa. Naquela situação, não havia nenhuma desculpa boa, porém lembrei de meu nome, Sophie Rose Allen, e essa garota – mais conhecida como “eu” – conseguia tudo que queria.

– Certamente, ela estava na minha casa, senhora – disse com o tom mais meigo que pude. – Mas ela disse que ia vir para cá logo depois que passasse na padaria para buscar uma torta para você, então achei que ela já estava em casa, mas parece que a fila está enorme, certo?! – exclamei com um sorriso enorme. – Mas, bom, vou ligar para ela daqui a pouco.

– Por que não aproveita e fica aqui? Aí vocês conversam e depois você vai, ainda são nove horas e você mora aqui perto.

– Bom... – falei, tentando pensar numa desculpa, mas pelo que conhecia a mãe de Candice, nada mudaria sua mente... A não ser a morte de alguém. Cogitei essa ideia por algum tempo, mas eu não poderia fingir que minha mãe havia morrido, era grave demais. – Claro, por que não?! – respondi, por fim, tentando fingir animação.

– Pode entrar, sinta-se em casa! – disse, abrindo a porta totalmente para que eu passasse.”

– E como você tá me ligando agora?! – perguntei, desesperada. Minha mãe não podia suspeitar.

– Eu tô trancada no banheiro! E é melhor você vir logo, porque a fila da padaria não demoraria tanto assim! E preciso desligar, antes que sua mãe ache que eu tô tendo um troço aqui dentro! Ah, e não esqueça da torta! – E desligou.

– Preparado para um desafio? – indaguei, guardando o celular e virando para Justin.

– Sempre.



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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram?! E viram como a Sophie não é tão ruim quanto vocês achavam? Ela é legal, eu disse! E, se ainda não estiverem convencidas disso, esperem os próximos capítulos... MUAHAHAHAH aka risada maligna. Ah, e btw, sou péssima com sobrenomes, então me desculpem se ficou meio estranho UAHAUHAUHAUHA.
E a cena da piscina e o título do capítulo foram inspirados no filme Curvas da Vida (Trouble with the Curve), porque vi há pouco tempo e eu adorei a cena, achei bastante Justin x Candice.
Enfim, quero agradecer, novamente, pela recomendação e também pelas reviews, porque elas também são super importantes! Sorrio com cada uma, sério ♥
Até o próximo capítulo, que vai demorar um pouco mais, já que estou meio sem ideias e não comecei a escrever! xx



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