Why Should We Fight The Feeling? escrita por MissNothing


Capítulo 8
You're Not Important


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem pela demora, explicações nas notas finais. Espero que gostem! Boa leitura ♥



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Três aulas, que pareceram uma eternidade, se passaram. O sinal tocou e os alunos, assim como eu, saíram correndo para ver quem chegaria primeiro no refeitório. Era sempre a mesma história: as mesas não eram um problema, pois todos os grupos tinham uma mesa reservada, nunca mudavam; o problema era a fila que você teria que enfrentar para conseguir pegar a comida, que parecia ser a melhor do mundo, devido à quantidade de pessoas que esperava por ela, mas não era nem perto disso.

Apanhei uma bandeja azul e apoiei-a num metal que ficava embaixo do balcão onde a cozinheira servia as comidas. A fila estava andando lentamente, como sempre. Minhas pernas já estavam doendo e minha vontade era de empurrar todos que encontravam-se na minha frente, pois a lentidão que andavam era impressionante.

– Você pensa que é melhor que todos nós, né? Pro fim da fila! Agora! – ouvi Sean, um menino que mais parecia com um ogro, gritar.

O refeitório inteiro parou e eu não entendia o porquê, e devido à minha altura, não conseguia enxergar nada que acontecia na frente. Tentei ir para o lado, mas já haviam muitas pessoas tampando a minha visão.

Como Sean era enorme, consegui enxergar sua cabeça, que logo foi acompanhada de mais quatro, seus campangas. Todos vestiam um casaco que mostrava que eram do time de futebol americano – que, para mim, era só um casaco, mas para eles era como uma coroa. Eles achavam que era os reis da escola, quando não eram.

Enfiei-me no meio de algumas pessoas e pude ver Justin. Meu coração disparou. Me perguntava incessantemente e desesperadamente o porquê de ele ter se metido ali no meio. Eu não expliquei nada sobre como as coisas funcionavam, mas também não pensei que ele seria burro o bastante para se meter com Sean e sua trupe.

Os meninos já estavam empurrando-o com o peitoral, e Justin não conseguia fazer nada, mas tentava revidar. Algumas meninas, fãs, tentavam fazer com que Sean parasse, mas ele nem sentia os tapas que levava.

– Para, Sean. É sério. Ele é novato por aqui – gritei, enfiando-me na rodinha.

Minha voz não falhou e aquilo foi como um milagre, pois a multidão me intimidava. Os olhares, até o de Sean, voltaram-se para mim, fazendo-me engolir em seco.

– Veio salvar seu príncipe? – indagou entre risos. Nojento. – Achei que os príncipes que deveriam salvar as princesas... Mas, espera aí, ele é a princesa! – falou, querendo ser engraçado, mas sem sucesso. Ou melhor, com sucesso, pois seus capangas estavam rindo feito idiotas.

– Deixa ele em paz! – falei, confiante, mas por dentro, estava tremendo como uma criança antes de dormir sozinha no escuro. – Vamos. – Puxei Justin pelo braço, arrastando-o para fora da rodinha.

– Ei, onde pensa que vai? – gritou o ogro, digo, Sean.

– Vai bater em mim, Sean? Sério? Quanta covardia... – falei, cínica.

E, antes que ele respondesse, saí finalmente do meio da multidão, acompanhada por Justin.

– Qual é o seu problema?! – gritei.

– Eu queria comer, Candice.

– E por que não esperou?

Antes que ele pudesse responder, um bando de meninas se aproximou, roubando-o de mim. Elas gritavam histericamente, perguntando se ele estava bem. Respirei fundo e voltei para a minha bandeja, que ainda estava no mesmo lugar. Na escola, eu era como uma desconhecida para Justin e aquilo me machucava, pois era como se eu fosse totalmente descartável. Mas quem era eu para reclamar? Eu nem o conhecia direito, não podia ficar brava por isso – mesmo que eu já estivesse.

“Você não é essencial para ele. Você não é essencial para ele. Você não é essencial para ele. Você não é essen...” – pensei, tentando memorizar aquilo e parar de me importar com Justin. Mas, após a terceira vez, meus pensamentos foram interrompidos por uma voz:

– Candice? – indagou a cozinheira.

– Ah, desculpa! – Encerrei meus devaneios, apontando para a comida que eu queria.

Ela me serviu com um sorriso e eu agradeci com outro, dirigindo-me para uma das mesas. Tinha a dos nerds, onde eu não me encaixava; a dos asiáticos, que eram muito bons com computadores; a dos músicos; a dos piadistas; a dos estranhos; a dos vegetarianos, que protegiam os direitos dos animais e da natureza; e até a dos antissociais, que era algo bizarro de se ver; e, por fim – isso se eu não tiver me esquecido de alguma – a dos populares. Eu costumava ficar com as pessoas da última mesa, pois era onde Sophie e Megan estavam, então eu conseguia – razoavelmente – me encaixar, mas naquele dia, não seria uma boa escolha.

Quando passei pela mesa dos populares, Sophie deu uma risada tão alta, mas tão forçada, que me fez revirar os olhos. Se ela achava mesmo que eu iria ficar triste por aquela falsa risada, estava totalmente enganada. Algumas pessoas da mesma mesa olhavam-me com desgosto, como se Sophie tivesse falado algo para elas. Dei de ombros e segui para uma mesa que estava sempre vazia, desde que entrei no colégio. Ela era pichada e caía aos pedaços, mas era a única vazia.

Comi silenciosa, enquanto Justin divertia-se com suas fãs. Olhei ao meu redor e senti como se fosse invisível, já que todos se divertiam e eu estava sentada sozinha, isolada. Megan, pelo menos, podia tentar falar comigo, afinal, ela não era só amiga de Sophie, mesmo que eu percebesse que ela era sua preferida.

O sinal, para minha salvação, tocou. Embora eu tivesse que ir para aula, preferia isso a ficar me torturando mentalmente. Levantei-me, deixei minha bandeja numa bancada próxima a mim e saí do refeitório em passos rápidos e curtos.

– Espera! – Justin gritou, desviando de algumas meninas e pegando meu braço.

– Tô atrasada – respondi grossamente, fazendo-o me soltar. Continuei andando na mesma velocidade, deixando-o para trás com cara de desentendido.


As outras aulas passaram-se rapidamente até o sinal bater para a última do dia. Educação Física. Levantei, apanhei meus livros, abraçando-os e sorri para o professor de História, retirando-me da sala.

Passei rapidamente em meu armário para deixar os livros e depois fui para o vestiário feminino, onde várias meninas da minha idade se trocavam. Dirigi-me ao meu armário do vestiário, onde encontrava-se minha roupa para a Educação Física e me troquei. Confesso que eu era meio tímida quanto a tirar a roupa na frente de todo mundo, mas como todas as meninas estavam conversando entre elas, nenhuma estava olhando para mim. Guardei a roupa que havia tirado e fui para a quadra.

A maioria das meninas ainda estava no vestiário, então sentei na arquibancada e abaixei para amarrar meu tênis. Os meninos estavam jogando basquete, o esporte do mês, enquanto o professor esperava para realmente começar a aula.

– Posso sentar?

– Ah, cla... – respondi, ainda olhando para os meus pés. Antes de terminar, olhei para cima e vi Justin, parando de falar. – Vou descendo.

Eu sabia que não tinha motivo para ficar brav, até porque as fãs eram muito importantes para ele e ninguém nunca tomaria esse lugar, mas quando eu mais precisava, fui abandonada pela única pessoa que conversava comigo nos últimos dias.

Quando estava descendo alguns degraus, Justin puxou meu braço, fazendo-me encará-lo. Tentei desviar o olhar, mas ele ficava colocando o rosto na minha frente, o que me fez segurar risos.

– Para, eu não posso rir! – gritei, nervosa.

– Mas eu sei que você quer rir...

– Tá, eu quero, mas eu não posso!

– Que menina orgulhosa! – exclamou com um tom de voz diferente, pegando minhas bochechas.

– Ai, isso dói! – reclamei, tirando suas mãos de meu rosto.

– Já estamos bem? – indagou.

– Fácil assim, né? Você me deixa triste, vem aqui, me faz rir com facilidade, porque eu sou uma burra e...

– Chega, né?

– Não me interrompa! E aí você... – Travei, pensando um pouco no que eu estava falando antes de ser interrompida. – Esqueci o que eu ia falar, viu? Sua culpa!

– Só quero que você me desculpe, Candice – falou, olhando em meus olhos daquele jeito que só ele conseguia fazer.

– Tá bom, tá bom... – disse rapidamente, tentando me livrar daquele olhar o mais rápido possível.

– Mas, por que você ficou brava?

– Bobeira. – Não queria admitir que senti ciúmes. Bom, não tinha sido ciúmes, mas tinha sido algo desconfortável. – Vamos descer, o professor já está chamando todo mundo – falei, puxando-o pelo braço. E, por sorte, o professor estava mesmo nos chamando.

– Bem-vindos de volta! – cumprimentou a todos. – Como foram as férias? Espero que tenham sido relaxantes, porque agora vocês vão cansar – respondeu sua própria pergunta. – Peguem as bolas de basquete e formem duplas. Quero passes rápidos! Sem moleza! O que estão esperando?! – gritou.

Arregalei os olhos e fui até a cesta de bolas, mas Justin já havia apanhado uma e me chamado para acompanhá-lo. Fomos até um canto da quadra e começamos a fazer os passes de bola.

– Agora eu quero saber... O que te incomodou tanto? – indagou, passando-me a bola.

– Bom... – respondi, retribuindo o passe.

– Bom...? – Continuamos com os mesmos movimentos.

– Bobeira.

– Você vai continuar falando isso? – indagou.

– Vou e você vai fazer o quê? – retruquei, desafiando-o. Joguei a bola com mais força dessa vez.

– Wow! Que medo! Vamos ver se consegue pegar a bola agora – disse Justin, batendo a bola rapidamente, enquanto fazia movimentos rápidos para passá-la entre as pernas e girá-la ao redor do corpo.

Saí correndo em sua direção, tentando pegá-la como um gato tenta pegar uma bola de lã. Por Justin ser mais alto, forte e habilidoso do que eu, ele conseguia desviar com facilidade, deixando-me irritada.

– Parece que a mestre do basquete não é tão boa assim – comentou entre risos.

Antes que eu pudesse responder, o professor se intrometeu:

– O que eu falei?

– Para passar a bola – respondi, engolindo em seco.

– E o que vocês estão fazendo?

Justin me entregou a bola e nós voltamos a fazer o mesmo movimento de antes.


Depois de Justin tentar me fazer falar os motivos de ter ficado brava com ele, o professor nos dispensou. Lancei a bola fortemente para Justin, que pegou e formou um sorriso no canto dos lábios. Deixei a quadra, dirigindo-me ao vestiário, onde me troquei e deixei o cabelo preso num rabo de cavalo, já que havia suado. Encontrei Justin no corredor, logo após sair do recinto.

– Vai embora como?

– É verdade... – Bati com a minha mão na testa, lembrando do carro quebrado.

– Não vai me pedir?

– Mas é sua obrigação, ué.

– Obrigação? – indagou entre risos.

– É, ué, eu só bati o carro por sua culpa.

– Ah, então agora a culpa é minha por você ser uma péssima motorista?

– Eu não sou uma péssima motorista! – retruquei, irritada.

– Se você não é uma péssima... – Parou quando percebeu que eu estava lhe lançando um olhar de ódio. – Ok, vamos.

Passamos pelo seu armário e depois pelo meu para que pegássemos nossas coisas. As pessoas continuavam a nos olhar como haviam feito no começo da aula, e eu ainda não tinha me acostumado com isso.

– Está se tornando difícil andar com você – comentei.

– Por quê?

– Por quê? Sério que você perguntou isso?

– É, ué.

– Como eu já havia esperado, todas as meninas ficam te puxando e te idolatrando, aumentando ainda mais o seu ego; todos ficam olhando para nós dois só pelo simples fato de estarmos andando juntos, o que não significa nada... – Olhei para Justin pelo canto do olho e notei um sorrisinho. – O que foi isso?

– Isso o quê?

– Esse sorrisinho...

– Nada, ué. Não significa nada.

Bufei e esqueci o que estava falando antes de ser interrompida, permanecendo quieta. Justin não implorou para que eu falasse, apenas me guiou até seu carro. O caminho foi cheio de obstáculos, ou melhor, fãs.

– Bom, acho melhor eu ir de táxi... – falei quando uma rodinha de fãs foi formada em volta dele, expulsando-me dali.

– Me dá só mais alguns minutos – implorou, voltando os olhares para as fãs logo depois.

Apanhei meu celular, encostei-me em uma parede, já que não estávamos nem fora da escola ainda e comecei a procurar coisas para fazer, como alguns joguinhos bobos.

– Bom, vamos? – indagou Justin após alguns minutos, que pareceram horas.

– Claro – respondi, cínica.

– Não é minha culpa, Candice – falou, parecendo triste.

– Eu sei...

– Então por que insiste em ficar brava comigo?

– Não sei...

– Eu não te entendo – falou, meneando a cabeça e bufando depois.

Fomos interrompidos mais algumas vezes, mas por sorte as interrupções foram rápidas. Chegamos, por fim, ao carro. Justin abriu a porta e eu entrei.

– Pra onde vamos? – indagou, adentrando no carro.

– Como assim “vamos”? – perguntei com os olhos arregalados.

– Sim, “vamos” – falou, imitando meu tom de voz. – A não ser que você queira que sua mãe descubra que o carro está quebrado antes de ele ser consertado... – continuou com uma chantagem emocional.

– Então tá bom, vamos logo.

– “Vamos”? – indagou com os olhos arregalados, imitando-me novamente.

Olhei para ele pelo canto dos olhos, tentando parecer séria, mas não consegui, soltando alguns risos depois.



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Notas finais do capítulo

E aí, ficou legal? Esse capítulo era pra ser gigante, seria um só, de 4,438 palavras, 13 páginas, mas como achei que ficaria grande demais, decidi dividi-lo, então se essa parte ficou tediante ou algo do tipo, me desculpem.
Ah, e sobre a demora, me desculpem de verdade, porque não foi preguiça, foi falta de criatividade (e um pouco de preguiça, porque eu já podia ter acabado logo, mas fiquei enrolando e enrolando E VENDO DOCTOR WHO MDS ASSISTAM DOCTOR WHO, É PERFEITO!!! O DÉCIMO PRIMEIRO DOCTOR É TUDO DE BOM E A AMY E MDS VOU PARAR DE LOTAR AS NOTAS COM MEUS DOCTOR WHO FEELINGS), MAS, pensem pelo lado bom, como escrevi as quatro mil palavras e decidi dividir o capítulo, já tenho o próximo capítulo pronto! YEYYYYYYYYYYYY! Vou tentar postar o mais cedo possível, ok?
Espero que tenham gostado, e não vou mais pedir pra deixarem reviews com suas ideias e tudo mais, porque sempre sou ignorada :c MUITOS LEITORES FANTASMAS... ODEIO FANTASMAS.
Obrigada, até o próximo ♥



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