Mean escrita por bidrauhl


Capítulo 2
Friends?


Notas iniciais do capítulo

Acho que esse capitulo esta um pouco melhor? rs Vejo vcs la embaixo!



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Era sábado, minha mãe estava na loja com a minha avó. E eu estava muito, muito entediado. Resolvi tirar meu computador da caixa, meu quarto não estava totalmente arrumado, faltava muita coisa pra por no lugar e eu não pretendia fazer isso hoje. Quer dizer, na verdade eu nem pretendia fazer isso, talvez minha mãe pudesse fazer isso por mim.

Fiquei até a noite no computador. Minha mãe chegou com pizza e coca-cola. Comemos assistindo Missão Impossível. Ela ficou tagarelando sobre esta muito animada com a loja e que tinha varias ideias.


Minha mãe estava se esforçando para se adaptar a nova vida. Ela estava mais preocupada comigo, o que era ruim, porque eu não preciso de muito para me sentir bem em algum lugar. Mas confesso que estava sentindo falta do Canadá. Amo o Brasil, mas depois que você passa tanto tempo com pessoas com culturas tão diferentes da sua você começa a se sentir parte daquilo.

 Depois disso eu dormi, sim, no sofá mesmo. Acordei antes de dar meia noite e resolvi arrumar a cozinha pra minha mãe, fazer um agrado às vezes não custa.

Sai para por o lixo la fora e dei de cara com Luisa sentada na minha calçada. O que essa menina estava fazendo meia noite sentada na calçada alheia? Resolvi não perguntar.

- Ah, oi Justin! Nem vi você ai. – disse ao perceber minha aproximação.

- Deve ser porque eu acabei de chegar aqui. – disse.

Ela riu e ficou olhando o céu.

- Ok, me diz o que você faz aqui sentada há essa hora?! – não resisti.

- Olhando o céu, não é obvio? - disse e deu uma risadinha.

- Ok então – disse e joguei o lixo fora. – Vou apreciar o céu la da minha cama. 

- Ei, espera... – ela disse levantando e andando até mim – Achou a pista? Gostou?

- Ahn, achei, mas eu não cheguei a andar.

- Por que?

- Tinha um pessoal usando. Amanhã volto la!

- Posso ir com você? Queria que me ensinasse a andar, sempre tive vontade.

- Tudo bem. Ahn... Passa aqui umas 10 horas pra gente ir?

- Ok, mas você não se incomoda em me ensinar não é?

- Não. Vai ser legal!

- Até amanhã então!

Ela virou-se indo em direção a sua casa.

- BOA NOITE! – gritei e ela só deu um tchauzinho e entrou.

(...)

- Por que você e sua mãe voltaram para o Brasil? Quer dizer, por que vocês saíram daqui? -  Luisa perguntou enquanto caminhávamos em direção a pracinha.

- Eu e meus pais morávamos em uma cidade a umas duas horas daqui, e minha mãe tinha recebido uma proposta muito boa da empresa que ela trabalhava, então eu e ela nos mudamos pra la... – eu sabia que ela ia perguntar do meu pai então resolvi poupa-la da pergunta – E meu pai ficou porque ele não queria largar o cargo dele e tal

- Ele preferiu deixar vocês irem a largar o emprego?

- Mais ou menos isso!

- Vocês não se falam?

- Quase nunca!

Ela virou para mim e deu um sorriso. Não qualquer sorriso. Mas um sorriso de “conte comigo pra tudo”. Como se ela entendesse o que passasse dentro de mim.

Aquele dia passamos a tarde toda la. Ela não quis chegar perto do skate e disse que primeiro só ia observar.  Achei que aquele papo de querer aprender era so uma forma de se aproximar de mim. Até ela começar a perguntar o nome das manobras e se eu já havia participado de alguma competição.

Skate é a minha paixão desde os 8 anos. Em Stratford eu tinha um grupo de amigos que todos andavam de skate. Éramos como uma gangue. Claro que tinham outros grupos, mas a gente não se misturava. Porque boa parte vendia ou consumia algum tipo de droga. Vamos dizer que éramos os certinhos sobre quatro rodas. Ninguém mexia com a gente. 

(...)

Passaram-se duas semanas. Eu e Luisa sempre vínhamos para pracinha. Ela já tinha me contado tudo sobre a vida dela. Mora com o pai e o irmão. A mãe dela é casada e mora em um apartamento no centro. E ela só a visita a cada duas semanas. Namora um menino chamado Mateus a dois anos. E Ela é completamente louca por seriados e pela Taylor Swift.

- Coloque o pé direito em cima do Skate e der o impulso com o esquerdo – disse enquanto ela prestava total atenção no que eu dizia.

- Mas e se eu cair?

- Não vai, eu estou aqui, antes de você pensar em cai eu já te segurei! – disse a deixando mais segura – Faça impulso para frente e de forma alguma jogue seu peso para trás, ok?

- Ok

Ela fez tudo que eu pedi. Segurei sua mão e disse para ela fazer a primeira tentativa. Ela começou de vagar. Depois de um tempo ela havia pegado o jeito e então eu soltei a mão dela e deixei-a fazer sozinha. Foi ai que ela caiu.

- Desculpa! Eu achei que você ia conseguir... – disse estendendo a mão para ela levantar. Mas em vez disso ela me puxou para o chão. 

- Minha coordenação motora é quase zero! – ela disse deitando na pista e me chamando para deitar ao lado dela.

Nos últimos dias eu e Luisa passávamos tanto tempo juntos que eu já estava a tratando como uma prima distante. Porque era como se eu a conhecesse desde sempre.

Ela passava pouco tempo com o namorado. O que era estranho. Os dois se viam pouco. Mas ela parecia realmente gostar dele. Dava pra perceber quando ela dizia algo relacionado a ele.

- Por onde anda o Mateus? – perguntei.

- Não sei. A gente não tem se falado muito. Ele anda meio distante... – ela disse fitando o céu.

Ela havia me dito uma vez que ele trabalha com o pai. E como ele faz faculdade a noite, ela acaba ficando um pouco para escanteio. Ela se faz de forte, mas da pra perceber no seu olhar que ela sente falta dele.

- Vai querer tentar de novo? – disse mudando de assunto.

Ela levantou e estendeu a mão para eu levantar. Subiu no skate e fez todos os passos perfeitamente.

Até que ela conseguiu andar sem cai, colocou os dois pés em cima do skate e ainda levantou os braços como se tivesse acabado de conquistar algo.

Fiquei fitando ela andando por um tempo. Ela percebeu o meu olhar e mandou um sorriso acanhado.

O namorado dela é um idiota. Quem deixa essa menina tão linda e tão cheia de amor à vida por ai?

É tão bom ficar perto dela, o sorriso dela te aquece e os olhos te convidam a conhecê-la. Como se ela fosse um cubo mágico. Que esta embaralhado a espera de alguém que coloque tudo no lugar ou que a bagunce mais. 


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Notas finais do capítulo

E ai, gostaram? Review please :)



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