Eu estava sentado no meu Skate em frente a minha casa encarando o chão. Devia esta naquela posição uns quarenta minutos. Não sabia o que fazer e nem para onde ir. Resolvi dar mais uma volta no quarteirão, pela quinta vez hoje.

Começou a tocar uma musica deprimente do Paramore no meu IPod. Resolvi trocar por qualquer outra da Cobra Starship. Enquanto fazia isso, esbarrei com tudo em uma pessoa. Ótimo!

- Ahn... – eu fiquei ali parado encarando a menina que estava branca da cor da blusa que ela estava usando e ela estava fazendo o mesmo  – Desculpa! – consegui dizer depois de uns trinta segundos – Eu te machuquei? Desculpa... Eu não...

- Sabia que existe uma pista de Skate a três quarteirões daqui, naquela direção? – ela disse apontando para a direita  – Você pode acabar atropelando um idoso, uma criança ou até um cachorro. Imagina se você atropela um cachorro? – Ela ficou me fitando esperando que eu dissesse alguma coisa.

- Desculpa, de verdade. Eu sou novo aqui e não sabia que tinha uma pista de Skate nas redondezas, obrigada por me informar – disse.

- Tudo bem, tome mais cuidado, não fique trocando a musica do IPod enquanto anda – ela deu uma risadinha e continuou – Desculpa por isso... Meu nome é Luisa! – Ela disse estendendo a mão e arqueando a sobrancelha para que eu dissesse o meu.

- Ahn, o meu é Justin! – disse apertando a mão dela.

- Não acredito! Você é o filho da Patrícia? Ela é um amor e ficou meia hora falando sobre você e como você demoraria a se adaptar afinal foi uma mudança muito grande na sua vida porque não é todo dia que alguém muda de pais... – ela se interrompeu ao perceber que eu a encarava sem entender nada.

- E da onde você conhece a minha mãe?

- Vocês moram em frente a minha casa... dã – disse batendo com a mão fechada na testa, como se fosse obvio demais – Eu encontrei com a sua mãe ontem – ela ficou uns dez minutos falando sobre o que ela e minha mãe conversaram até ela olhar para o relógio – Meu Deus, to atrasada para a maratona de PLL! Depois eu falo com você... – pausou, tentando se lembrar do meu nome – Ahn... Justin, isso! E lembre-se a pista de Skate fica a três quarteirões daqui. - disse já virando a esquina.

Continuei o meu trajeto procurando pela pista de skate. Chegando la, lembrei logo da pista que tinha perto da minha casa em Stratford. Me mudei para la quando eu tinha 5 anos, minha mãe recebeu uma proposta de emprego em uma cidade perto de la, e meu pai se recusou a ir junto porque ia perder o cargo alto que ele havia demorado para conquistar. Idiota!

Eu me adaptei muito rápido com a cidade, ela era bem parecida até com a cidade onde a gente vivia perto daqui, onde meu pai vive até hoje com a sua nova esposa e os meus dois irmãos. Mas, eu e minha mãe tivemos que voltar porque ela perdeu o emprego. A empresa estava reduzindo custos, e como a empresa pagava todas as nossas despesas eles a demitiram. Portanto eu e minha mãe resolvemos voltar a morar no Brasil, em Porto Alegre perto da minha avó.

Dei uma volta na praça onde ficava a pista de skate. Tinha um campo de areia e outro gramado. Um monte de bancos do lado que tinha vista pra lagoa. Eu cheguei mais perto da pista para vê se tinha alguém por ali, e para minha surpresa me deparei com um grupo de skatista sentados na pista conversando. Fiquei com um pouco receoso de me aproximar e decidi voltar outra hora que não tivesse ninguém.

Peguei o skate na mão e fui andando até em casa. Aqui é muito bom para andar, mas quando você estava fazendo o caminho inverso. Tem muitas ladeiras, portanto a melhor opção é voltar andando.

Quando eu estava chegando em casa vi Luisa sentada na varanda falando ao telefone. Ela acenou para mim com um sorriso e eu acenei de volta. Ela parecia ser uma menina legal. Talvez eu devesse puxar assunto com ela depois. Joguei o skate na varanda e entrei.