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Maze, Chapter 17

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Eles comeram um pouco dos biscoitos e apenas uns goles d’água que conseguiram no primeiro dia na arena, depois se organizaram para dormir no chão de pedra do Labirinto, sem qualquer cobertor ou qualquer coisa do tipo. Tyler era o que ficaria acordado vigiando tudo, caso algo acontecesse, em outras palavras, algum bestante ou os Carreiristas indo atacá-los.

Thomas não havia gostado, ele preferia que ele que ficasse de guarda, afinal, assim era muito mais confiável. Mas acabou aceitando, no final das contas.

O chão duro da arena não ajudava o sono vir, mas pelo cansaço do dia no corpo, especialmente nas pernas de tanto correr, não demorou muito a adormecer. O sono veio silencioso e foi tão rápido como o vento, pelo menos era o que lhe pareceu, quando abriu os olhos de repente saindo de um sonho vazio a uma realidade com um céu escuro e estrelado.

Esfregou os olhos com força, tentando-se manter acordado e levantou-se vagarosamente, sentando-se ereto. Olhou em volta para os aliados, vendo se tudo estava bem e ao olhar em cada canto, percebeu que Tyler estava deitado de costas, dormindo.

Ele franziu o cenho, nervoso.

O garoto havia pensado de tudo: Tyler esfaqueando todo mundo enquanto eles dormiam, Tyler pegando o pouquinho de comida que tinham e acordar a irmã Daveigh para fugirem com tudo, Tyler aquilo, Tyler não sei o quê... Mas não que ele dormisse.

- Eu troquei de vigia com ele. – uma voz disse.

Thomas quase deu um pulo pela voz súbita, mas logo percebeu quem era o dono da voz, acalmando-se naturalmente. Deu uma girada na cabeça e viu lá, encostada no muro do Labirinto, Lena com seus cabelos negros longos jogados para as costas, os olhos azuis brilhando como os de o gato no escuro da noite, a pele tão branca que quase o assustou de novo.

- Você parece um fantasma assim. – ele não poderia ter dito outra coisa mais idiota. – Er... Eu fico no seu lugar. Pode ir dormir.

Ela rolou os olhos para o alto.

- Obrigada – respondeu com um sorriso irônico. – E não, não precisa. Eu não estou com sono.

Ele deu de ombros, depois apoiou os cotovelos nos joelhos desviando o olhar sobre ela para as estrelas no céu.

- Você sabe o que o Caine disse – ela voltou a falar. – nós iremos amanhã, ou melhor dizendo, hoje – daqui a algumas horas dar uma visitinha aos Carreiristas.

Thomas assentiu lentamente com a cabeça.

- O que você acha que tem no outro lado do Labirinto? – ele perguntou franzindo a testa. – Será que lá tem comidas mesmo? Ou então aqueles bestantes?

Lena abanou a cabeça.

- Se lá tem coisa boa, com certeza vai ter coisa ruim. – ela virou de costas para ele, deitando no chão. – É melhor você voltar a dormir. Boa noite, Tom.

 Ele não sabia o porquê, mas havia gostado do fato dela tê-lo chamado de Tom.

***

- Onde estão os Carreiristas? – perguntou Eileen.

Caine franziu tanto a cara que poderia desfigurá-la a qualquer momento, estando visivelmente irritado e confuso, afinal, estavam esperando o pior a chegar à Cornucópia.

- Devem ter saído para as Caçadas – falou Aydee. – Nós chegamos tarde aqui.

Caine não pareceu convencido.

Thomas segurou com mais firmeza o seu machado contra o corpo, olhando para todos os lados esperando a qualquer momento um movimento atrás do grande chifre dourado; eles poderiam estar lá, simplesmente escondidos para depois dar o bote, como cobras venenosas. Caine parecia pensar o mesmo, pois logo em seguida ergueu a espada para o ar, apontando para todos os cantos.

- As portas estão abertas. – percebeu Nate. – Eles devem ter entrado lá.

Daveigh fez uma careta.

- Se eles tiverem entrado lá do outro lado do Labirinto, o que é bem provável – ela começou a falar aborrecida. – nós iremos mesmo até lá? Só pra morrermos mais rapidamente? É isso que vocês querem?

- Não é uma boa ideia, mesmo. – concordou Tyler com a irmã.

Caine ficou mais carrancudo que o normal com os comentários.

- Querem arranjar comida como? – ele perguntou nervoso. – Se os Carreiristas foram pra lá, alguma coisa tem. Não vamos ser burros o bastante pra chegar lá e fazer o maior barulho pra arranjar briga contra eles. Nós não iremos fazer isso. Mas temos que descobrir o que tem lá, porque alguma coisa com certeza tem. Se algo der errado, a gente corre.

Depois de muita discussão, todos pareceram concordar com Caine: pelo menos, no sentido de dar uma breve explorada no outro lado da arena, mas sem entrar muito afundo, especialmente se derem de cara com os Carreiristas. Aí é cada um por si e correr... correr muito.

- Vamos entrando. – Tyler disse.

- Ah! – exclamou Caine de repente. – Esperem um minuto.

Caine saiu em disparada à frente da Cornucópia, aonde estavam todos os suprimentos que os Carreiristas deixaram, que eram consideravelmente bom, mas ainda era uma quantidade pequena. Thomas olhou de relance Caine, entendendo rapidamente o que ele queria fazer, e fazê-lo pensar em como os Carreiristas eram burros.

O rapaz pegou uma boa quantidade de comida – deixando super pouquíssimo, pegou as mochilas que haviam coisas para fazerem curativos e alguns remédios que havia ali, e começou a destroçar tudo com a espada, só deixava aquilo que achava necessário para ele mesmo. Depois de roubar praticamente tudo e destruir o resto, voltou correndo para os aliados com um sorriso de orelha a orelha.

- Pronto, agora vamos.

REMEMBER. SURVIVE. RUN.