POV. Larissa

Depois que eu deitei na cama o Izzy deitou também e começou a alisar meus cabelos.

– Eu te amo Lari. – eu o ouvi dizer baixo, aquilo me deu vontade de chorar mais ainda, mas eu preferi só fingir que tava dormindo, ate que não precisei mais fingir, quando acordei ele não estava mais lá.

POV. Izzy

Eu acordei cedo, na verdade, não posso falar acordei já que eu nem dormi, eu passei a noite inteira segurando as lagrimas, mas depois de um tempo acabou que não deu muito certo e eu acabei chorando. Quando foi mais ou menos umas sete da manha eu desci porque não agüentava mais aquilo, eu queria que ela acordasse pra saber se ela tava bem, mas tinha medo de que acabássemos brigando e terminando tudo, a gente tinha se casado há três dias e já corria o risco de terminar, eu sou tão calmo e paciente, porque não consigo fazer isso dar certo? Isso é frustrante.

Eu tava sentado no sofá quase chorando de novo quando o Slash sentou do meu lado.

– A reconciliação de vocês ontem deu merda né?

– Eu fodi tudo.

– Como? – que coisa mais estranha, o Slash querendo ajudar, ele deveria ta querendo ir lá em cima pra consolar ela, mas ao invés disso ele tava aqui em baixo conversando comigo. Eu acabei contando.

– Porra Izzy, porque tu fez isso?

– Não precisa me repreender por isso, já foi ruim o suficiente ver ela chorando por minha causa.

– Tu não vai chorar também não né? – ele perguntou depois que uma lagrima desceu do meu olho, eu sequei rápido. – Izzy, ela te ama, ela casou com você, ela...

– Eu sei de tudo isso Slash. – falei impaciente. – Alias porque você ta aqui conversando comigo e não lá em cima “consolando” ela. – falei fazendo aspas com os dedos.

– Porra Izzy, a gente é amigo lembra? Eu não vou pegar a esposa do meu amigo mesmo que eu seja apaixonado por ela. – aquilo me pegou de surpresa, eu acabei fazendo uma má imagem do Slash por ciúme e esqueci que o cara na verdade é gente boa. – Da um jeito de se desculpar Izzy, um jeito muito foda ou o casamento de vocês vai pro caralho. E isso não vai ser bom pra ninguém, nem pra mim. – ele acrescentou rápido e saiu dali, o Slash tinha razão, eu precisava de um jeito muito foda pra me desculpar, o problema era qual.

Resolvi dar uma volta pra pensar, quando eu voltei fui pro quarto do Axl tentar conversar com ele, o cara sabia ajudar quando queria, ele tava acordado e Lillian também, deus abençoe esse namoro, o cara já tinha ate parado de ver a psicóloga.

Fiquei conversando com eles um pouco e a Lillian realmente ajudou.

POV. Slash

Eu sabia que Lari e Izzy não tinham se resolvido quando ela desceu as escadas com os olhos vermelhos, ignorou todo mundo, subiu de novo e se passou 15 minutos, 30, 60 e ninguém lá embaixo ouviu nada nem remotamente parecido com um gemido, eu suspirei e fui pro quarto, imaginar ela chorando era pior do que ouvir ela gemendo com o Izzy.

No outro dia eu acordei cedo, bem mais cedo que o normal e o Izzy tava na sala com o olho vermelho, e eu tinha certeza que aquilo não era por causa das drogas. Tentei ajudar ele e depois voltei pro quarto pensando pela milionésima vez como seria nossa vida se ela tivesse casada comigo.

POV. Larissa

Eu arrumei as coisas da Mari e depois que ela foi embora o Izzy me chamou:

– Lari, posso falar com você.

– Agora não. –falei triste e fui pro sofá, ele foi pra cozinha.

– Lari cadê o Izzy, eu preciso falar com vocês dois. – Duff falou, eu apontei pra cozinha. –IZZY, VEM CA.

– Não quero saber. – ele disse sentando de qualquer jeito no sofá e olhando pra mim de relance.

– É importante, acredite, você quer saber. – nós continuamos olhando pro Duff. – É sobre a Michelle.

– E o que te faz pensar que eu quero saber dessa vadia? – ele perguntou levantando do sofá.

– Então tu não quer saber por que ela foi presa?

– Ela foi presa? – perguntei com um sorrisinho, provavelmente foi porte de drogas, era o mais comum.

– Tira esse sorrisinho Lari que o motivo não foi drogas, ela atirou em um cara.

– O QUE? – eu e Izzy levantamos do sofá com um pulo, o Duff explicou tudo e, alguns minutos depois, todos já sabiam do que tinha acontecido.

– Já volto. – eu disse levantando.

– Aonde você vai? – Izzy perguntou.

– Dar uma volta.

Eu sai de casa e me dirigi a delegacia que tinha perto dali, a mesma que fiquei quando fui presa.

– Quero visitar Michelle. – falei para o delegado.

– Ela não pode receber visitas. Conheço você de algum lugar. – ele disse pensando. – Já sei, você é a esposa do guitarrista base do Guns N’ Roses certo? – eu confirmei com a cabeça. – vou deixar você vê-la, mas um policial vai com você ok? Por segurança. – eu concordei e um policial me acompanhou, quando eu vi Michelle fiquei surpresa, ela tinha um ar psicopata e estava suja e descabelada.

– O que você quer? Veio me dar noticias do Izzy? – ela perguntou sentada na cadeira.

– Na verdade, nem sei o que vim fazer aqui.

– Você veio aqui pra jogar na minha cara que ele casou com você, mas escuta uma coisa, eu vou acabar com a sua vida, ele vai ser meu.

– Você precisa de um psiquiatra. – eu disse dando o fora dali. Quando eu chego em casa minha mãe ta lá. Eu fiquei sem reação, então só ignorei, mas quando eu passei por lá pra subir as escadas ela me chamou.

– Filha. – eu ignorei. – Lari.

– Agora sim. – eu respondi e fui ate lá.

– Você é minha filha. – em resposta fiz uma cara de tédio. – eu sei que eu não agi como sua mãe esse tempo todo, eu não te protegi nem cuidei de você como uma mãe deveria fazer, mas eu me arrependo, e mesmo que você não acredite, eu tenho orgulho de você, e eu quero pedir desculpas por deixar você se virar esse tempo todo sozinha.

– Eu não tava sozinha, eu tenho uma amiga. – eu disse depois de ter ficado um tempo em silencio, como resposta minha mãe me abraçou, eu fiquei pasma, não tinha lembranças da minha mãe ma abraçando então eu fiquei parada, parecia que ela estava abraçando uma estatua.

– Eu desculpo. – falei sem graça, todo mundo olhava pra gente e eu não sabia como me sentir então sai de lá o mais rápido possível e me tranquei no quarto, deitei na cama e acabei dormindo.

– Lari, abre a porta, já é de noite, tu quer que eu vá dormir no sofá é? – acordei com o Izzy batendo na porta, suspirei, abri a porta e voltei pra cama, ele deitou do meu lado.

– Quando tu vai conversar comigo.

– Não sei, não ainda, pelo menos.

– Você não imagina como eu me sinto mal por isso. – ele disse triste.

– Nem você sabe como eu me sinto, então empatou. – eu disse me virando para o outro lado.

POV. Izzy

Já fazia uma semana e nada da Lari falar comigo, a gente não tinha voltado para Londres muito menos aproveitado a lua de mel, ela, a mãe e a irmã se davam bem agora e ela voltou a conversar muito com o Axl. A Mari ainda não tinha voltado e ela tava preocupada, mas ela chegou no outro dia.

– MAAAARI! – ela disse correndo pra abraçar ela, as duas saíram pra conversar e eu fiquei na sala assistindo O bebê de Rosemary, aquilo era deprimente.

– Izzy, desse jeito vai ser outro depressivo nessa casa.

– Cala a boca Axl, eu ainda não quero me matar.

– Ainda? – ele perguntou arqueando uma sobrancelha. – Já sabe o que vai fazer?

– Não, ela ainda não quer falar comigo. – falei, na hora a mulher grita e o Axl se agarra no meu braço e começa a rir. – Vai se foder. – eu falei rindo um pouco.

– Já que você não tem Larissa...

– Se fosse Lari ela taria rindo da cara da mulher e não se agarrando em mim com medo.

– Verdade, esqueci desse detalhe. – ele se levantou. – Ei, anima, a gente tem show amanha lembra?

– Nova York Axl eu sei. – respondi sem animo. Até que tive uma ideia.

POV. Larissa

– ANDA LARISSA, A GENTE VAI SE ATRASAR. – Axl gritou lá de baixo de novo, a gente já tava atrasado, tudo porque eu tentava colocar dentro da mochila o quarto par de coturnos. Acabei desistindo, tirei dois dos quatro pares e enfiei um skate na pressa, fechei a mochila quase quebrando o zíper e desci correndo.

– Pronto. – falei.

– Vocês tão de prova que eu to tentando chegar na hora, mas é ela que atrasa. – Axl disse. Lhe mostrei o dedo e entramos no carro depois entramos no avião e o que pareceu ser pouco tempo depois estávamos em NY.

– Take me down to the Paradise City... – comecei a cantar.

– When the grass is green and the girls are pretty. – Mari me acompanhou e pouco tempo depois já tava todo mundo cantando Paradise City enquanto o Stev batucava no banco do carro.

Depois chegamos no hotel, eles fizeram a pesagem de som e subiram no palco com uma hora de atraso, eu e Mari fomos pra área vip disfarçadamente pra ninguém nos reconhecer.

– Depois o filho da puta diz que eu que atraso ele. – falei quando o Axl subiu no palco uma hora depois do esperado. Lílian e Mari só riram.

– Ate parece que tu não conhece o Axl. – Mari.

A gente ficou ali gritando quase tão alto quanto as outras fãs e mais ou menos meia hora depois o Izzy falou alguma coisa no ouvido do Axl.

– Senhoras e senhores Izzy Stradlin tem algo a falar. – Axl falou, Izzy pegou o microfone ainda com a guitarra e os outros foram mais pra trás do palco. Ele pediu pra alguém pegar um violão, ele trocou a guitarra pelo violão e falou no microfone.

– Eu escrevi essa música a pouco tempo atrás quando Larissa foi pro Brasil, agora eu to casado com ela. – gritos, muitos gritos, alguns de garotas revoltadas por ele não ter se casado com elas. “Me poupe ele nem conhece vocês suas vadias”, pensei. Mari me olhava.

– Você sabe o que ele ta fazendo? – perguntei desconfiada.

– Não, mas você vai descobrir agora.

– Lari, vem cá. – ele chamou, eu travei, nem fudendo ia subir em cima do palco, só que Mari quase literalmente, me jogou lá em cima. Eu ignorei os gritos.

A gente sentou no batente da bateria, a uma altura dessa todos os outros já tinham saído do palco. Ele começou a tocar Patience de novo, mas essa era a primeira vez que tocavam a música ao vivo e todo mundo ficou em silêncio para ouvir, quando ele terminou de tocar pegou o microfone e olhou nos meus olhos.

– Lari, eu te amo, eu sei que eu fui idiota, mas me perdoa, não consigo viver sem você – todo mundo começou a gritar, alguns pediam pra que eu perdoasse, outros gritavam que ele era lindo, gostoso, etc, e ainda tinha umas que gritava “se ela não te quiser eu quero”, resolvi ignorar todo mundo.

– Quando a gente vai pra Londres? – perguntei sorrindo, ele sorriu também.

– Amanhã. – Axl entrou no palco.

– Os pombinhos já se acertaram agora a gente tem que terminar o show. – ele disse, mas estava com um sorrisinho também. Sai do palco xingando o Axl mentalmente.

Depois que o show acabou Izzy correu e me deu um beijo que eu retribui.

– Eu já tava entrando em depressão, achei que não ia me perdoar. – eu apenas ri.

Nós chegamos no hotel e fomos pro quarto.

– Todo mundo se prepara que hoje ninguém dorme. – Duff falou, mandei ele se foder e fui pro quarto, quando eu fechei a porta Izzy começou a me beijar.

– Puta que pariu Izzy, calma, me deixa respirar. – falei buscando o ar. – quem é que tava dizendo que tudo o que precisamos é um pouco de paciência nestante heim?

– Eu não me referia a esses momentos. – ele disse malicioso.

– Amanha caralho, em Londres. – falei deitando na cama, ele deitou do meu lado e começou a alisar meu corpo e beijar meu pescoço.

– Não adianta provocar, vai dormir.

– Caralho Lari, como você é má. – eu ri.

No outro dia estávamos em Londres com uma mala feita pela Mari e pela Lílian aos meus pés, por tanto eu tinha ate medo de abrir. Acabei colocando a primeira Lingerie que vi na minha frente.

– Às vezes eu ainda me surpreendo, como você pode ser tão gostosa?

– Cala a boca, cadê o romantismo?

– Você tira a graça de uma declaração, é um dom seu. – ele me puxou pra cima dele e nos beijamos.

POV. Izzy

Eu acordei no outro dia feliz de novo, era ótimo a sensação de estar feliz novamente, com a mulher que você ama do seu lado, Lari acordou.

– Para de me encaram, ta me assustando.

– Como tu é chata.

– E porque casou comigo? – ela perguntou no meu ouvido e depois me beijando.

– Por isso. – eu disse, ela riu e me beijou de novo.

Nós tomamos café e logo depois ela correu pro banheiro e vomitou tudo. Eu fui atrás dela preocupado e segurei seus cabelos.

– O que foi? – perguntei.

– Nada. – ela respondeu dando de ombros. – Só fiquei enjoada.

– Vamos no medico.

– Nem fudendo.

– Se você vomitar de novo a gente vai no medico e acabou.

Ela se vestiu e nós fomos passear, de noite a gente voltou pro quarto, no outro dia, antes mesmo de terminar o café ela vomitou de novo.

– Para com isso, ta parecendo uma criancinha. – eu falei enquanto ela tava com cara feia e biquinho no táxi em direção ao hospital, ela fechou mais cara, eu sorri.

Ela fez uns exames e eu fiquei esperando na sala de espera, ate que ela volta com o medico.

– E ai, o que você tem? – eu perguntei indo em sua direção.