Fairy Tail - A Marca Da Maldição escrita por Ana Paula Fanfics


Capítulo 6
Capítulo 05 – O Plano




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- Mas... mas... isso não é... – Natsu rosnou ao deixar de encarar Gray pra mirar novamente a figura parada no meio da caverna.

Mas não havia nada ali a não ser o vazio.

- Que diabos... – começou a perguntar, mas um rápido olhar ao seu lado informou-o de que Gray desaparecera. - ... está acontecendo aqui? – terminou em um muxoxo de total surpresa.

Sim, ele deveria estar enlouquecendo, isso era certo. Em um momento acreditara realmente que vira... não, não era possível. Tudo bem existirem pessoas parecidas nesse mundo, mas aquilo já era um tremendo absurdo!

Como ele pudera ver Gray encarando ele e Gray se Gray estava ao seu lado, encarando... Gray?

- Aaaah! Isso é louco até mesmo pra mim, merda! – ele berrou socando a parede mais próxima. – E onde diabos Gray foi parar? Gray! – berrou olhando ao seu redor, mas só o eco de sua própria voz o respondeu. – Gray, seu cuzão, onde está você?

Mas até mesmo seus gritos revoltados cessaram quando seus olhos miraram a figura parada no mesmo lugar onde momentos antes ele vira seu amigo Gray. E então seu queixo caiu.

- Você... – ele disse depois de ter recuperado sua voz. – Você... sou... eu? – perguntou num fio de voz. A figura idêntica a ele tanto nos traços quanto nos trajes apenas sorriu, debochado. – Maldito! – ele urrou toda sua fúria. – Como ousa me imitar?

O estranho que tinha suas fuças nem se deu ao trabalho de responder, apenas continuou parado onde estava, os braços cruzados em frente ao peito, encarando-o. Atrás dele Natsu viu uma passagem idêntica àquela que os trouxera até ali. Ou seja, ele teria que derrotar o farsante pra passar pela passagem e tentar chegar ao centro de toda aquela loucura?

E onde diabos estava Gray?

- Gray, seu desgraçado, eu vou te socar muito por ter sumido no meio dessa merda. – ele rosnou ao acender ambos os punhos, se colocando em posição de defesa. Mais do que depressa, o estranho Natsu (como ele já o intitulara em sua mente) também se moveu, colocando-se em guarda. Sim, ele queria mesmo lutar. – Mas antes vou socar a cara desse maldito que teve a cara de pau de me clonar. Você virará churrasquinho queimado, maldito!

E num rugido, partiu pra cima do farsante sem nem mesmo pensar nas consequências de seu ato.

xxx

Lucy gemeu em um estado de quase inconsciência, sentindo uma moleza imensa tomar seu corpo enquanto ela lutava pra acordar. Em sua mente confusa, ela estava apenas em seu apartamento, desfrutando de uma noite de sono. Mas por que então todo seu corpo doía mesmo?

Então se lembrou.

Hosenka Town. Pessoas desaparecendo. Marca desconhecida.

Ela e Natsu na fonte termal.

De uma só vez, seus olhos se arregalaram enquanto ela tragava o ar num ofego devido à surpresa. Não, ela não estava em seu apartamento. Ela saíra com os amigos pra mais uma missão... eles tinha entrado naquela misteriosa caverna, se separado e então ela caíra num túnel escorregadio e totalmente escuro, logo perdendo a consciência.

Então onde ela estava agora?

Tentou se levantar, mas então viu que suas mãos e pés estavam atados. Um rápido olhar em ambos os lados informou-lhe de que estava firmemente amarrada com uma grossa corda a uma espécie de mesa de pedra. Sentiu seu estômago gelar e engoliu em seco.

Onde ele estava? E por que estava amarrada?

- Socorro! – gritou ao se retorcer sobre a superfície fria, seus pulsos e tornozelos protestando pelo atrito da corda áspera. – Alguém aí? Socorro!

- Não adianta gritar, pequena maga estelar. – uma voz desconhecida soou fazendo-a levantar brevemente a cabeça, seus olhos então vislumbrando um vulto que se aproximava da mesa talhada em pedra onde ela estava presa. Um rápido olhar ao redor dele fez com que ela visse paredes iluminadas por archotes onde ardiam labaredas de fogo. Estava em uma caverna, isso era fato.

Mas onde?

- Quem é você? – ela perguntou com a voz trêmula ao ver o homem todo coberto por um longo manto e capuz se aproximar de onde ela estava, seu corpo instintivamente se encolhendo pelo medo.

- Isso não interessa nenhum pouco nesse momento, minha cara. – ele riu de forma sombria ao afastar o capuz, mostrando então um rosto velho e enrugado, os olhos vidrados fixos nela enquanto os lábios finos se estendiam em um sorriso insano. Lucy sentiu seu corpo todo estremecer, seus sentidos mais primitivos berrando perigo. Estava ali, amarrada, totalmente a mercê de seu inimigo? – Logo tudo estará acabado.

- Então você está por trás de tudo isso? – ela perguntou depois de engolir em seco, lutando pra que voz permanecesse firme. Não podia demonstrar fraqueza. Não podia demonstrar medo. Tinha que pensar em uma saída. Afinal, ela era uma Maga da Fairy Tail.

E eles jamais desistiam.

- Sim, estou sim. – ele disse enquanto se chegava mais junto a ela, seu olhar fixo em seu rosto. – Um longo trabalho, devo ressaltar. Mais de vinte anos trabalhando nesse projeto... mais de vinte anos.

- Vinte anos? – ela se espantou, sua mente focada em encontrar uma forma de alcançar suas chaves que pendiam de um de seus pulsos. Mas com as mãos amarradas isso seria impossível.

- Sim, vinte anos. – ele disse ao estender ainda mais seu sorriso maníaco. – Vinte anos de pesquisa e mais vinte anos de longa espera por esse glorioso dia.

- Então são quarenta, e não vinte. – ela corrigiu ao repuxar os lábios em um esgar de desgosto. Além de louco e maníaco, era burro ainda por cima.

 - Não me corrija enquanto eu faço meu discurso da vitória! – ele gritou fazendo sua voz ecoar na caverna.

- Ok, ok. – Lucy gemeu num sussurro. Sim, ele era doido e burro.

- Como eu estava dizendo... há quarenta anos – Lucy permitiu que sua boca se retorcesse em desgosto. Ela tinha dito quarenta, ele falara em vinte! Mas ela não reclamaria disso, não mesmo. – eu me empenhei em pesquisas sobre como poderia trazer meu mestre de volta à vida.

- Seu mestre? – ela perguntou ao se atentar mais as palavras do velho.

- Sim, meu mestre. Um mestre ao qual servi em outra vida... pro qual eu dei minha vida, meu sangue ao me doar em apenas servi-lo. Mas, depois de tanto sacrifício, volto a viver nesse corpo pra então saber que ele está adormecido. Selado em sono profundo, impedido de fazer as grandiosidades as quais ele está destinado a fazer. – pra Lucy o discurso do velho não fazia muito sentido, mas algo nela se retorcia de forma assustadora vendo naquilo algo muito, muito grande. O homem era louco, isso era certo. Mas isso não queria dizer que fosse menos perigoso por isso.

- E qual seria seu plano? – perguntou de forma cautelosa, mais do que nunca querendo alcançar suas chaves. Aquilo recendia a encrenca das grandes. – E quem é seu mestre?

- Meu plano é despertá-lo. Por isso reuni tantas almas, pra quebrar tal selo. – seus dentes mais uma vez se arreganharam em um sorriso macabro enquanto seus olhos encaravam a parede do outro lado de Lucy. O lado pro qual ela ainda não olhara. – Uma magia proibida que suga toda sua existência pra outra dimensão, aprisionando sua alma. É como se você não tivesse existido... essa é minha arte. Minha oferenda ao meu mestre!

Lucy engoliu em seco antes de virar seu rosto em direção a parede que era alvo do olhar insano do velho mago. E então seus olhos arregalaram, sua garganta secou, seu coração quase parou.

Rostos, inúmeros rostos agoniados estavam entalhados na parede de rocha. E suas expressões eram tão humanas, tão reais... olhando mais atentamente devido a semi-escuridão, Lucy gemeu ao perceber que não era rocha o que revestia a parede da caverna.

Era lacrima. E este aprisionava todas aquelas pessoas que tinham sido seladas, marcadas, amaldiçoadas, fadadas a terem suas vidas sugadas por um maníaco que as usaria pra despertar... quem?

- Veja, Lucy. Olhe com bastante atenção, pois você logo fará parte dessa tão bela obra de arte! – e riu estrondosamente fazendo-a virar seu rosto novamente em sua direção, vendo então sua boca escancarada em uma insana gargalhada.

- Como assim? – perguntou num sopro, a sensação premonitória de horror lhe apertando o estômago.

- Veja bem, meu mestre é um mago extremamente poderoso. O mais poderoso de todos. – seus olhos brilharam de devoção fazendo Lucy engolir em seco. – Pra fazê-lo dormir, o selo usado foi de extremo poder. Então, pra quebrá-lo, preciso de muitas e muitas vidas completas de pessoas fortes e sadias. Mas além disso... – ele deu de ombros. – preciso de energia mágica.

- Energia... mágica? – perguntei já entendendo o que ele dizia.

- Zeref, meu mestre, está preso em outra dimensão, Lucy. – ele explicou com calma fazendo Lucy fechar seus olhos. Zeref... o grande e destrutivo Zeref. Era a ele quem o desgraçado fanático queria despertar. E se caso isso acontecesse mesmo... seria catastrófico. – Dormindo em outra dimensão. Nada melhor do que oferecer em sacrifício uma maga estelar... apenas sua vida e energia drenadas poderão quebrar esse tempo e espaço, trazendo-o de volta.

- Isso é loucura! – ela bradou abrindo os olhos novamente e voltando a se retorcer na mesa de pedra. – Você está louco! Não pode destruir tantas vidas em prol de um sonho insano! Trazer Zeref de volta a esse mundo... isso seria o fim de tudo!

- O fim de tudo o que conhecêssemos, mas o início de um novo mundo. – ele arreganhou seus dentes mais uma vez. – Dezoito anos atrás eu quis colocar em prática meu plano, os dados todos colhidos, os planos prontos... mas a minha maga estelar escolhida abandonou o mundo de magia.

- Abandonou? – Lucy estranhou, franzindo seu cenho.

- Sim. – o velho estreitou seu olhar em direção a loira. – Abandonou pra se casar e ter você.

Foi um soco na boca do estômago. Sua mãe... sua falecida mãe fora a escolhida pra fazer parte daquela cerimônia macabra? Não, tudo isso devia ser mentira. Pura e simples mentira.

- Você... você ia usar minha mãe? – ela perguntou num sopro de voz.

- Sim, ia. Mas então ela se afastou, tornando-se inacessível. E sua magia... bem, diminuiu muito. Aí eu simplesmente esperei pela maga certa. Até que você apareceu, Lucy. – ele riu. – Você é perfeita pra completar meu ritual. Não tenho muito tempo, estou usando magia perdida há muitos anos... isso tem sempre seus efeitos colaterais. Está na hora do gran finale.

- Você é louco se acredita que a Fairy Tail permitirá tamanho absurdo! – ela bradou sentindo a mesa sobre a qual fora colocada se deslocar, girando em torno de si mesma até que seus pés estavam apontados em direção ao mago que antes estava ao seu lado. Atrás de sua cabeça estava a parede de lacrima onde as vítimas estavam presas, suas vidas sugadas por completo simplesmente pro nada. Reunidas pra despertar Zeref. – Você nem mesmo tem certeza de que isso irá funcionar!

- Tudo tem seus riscos. Eu estou disposto a corrê-los. – ele deu de ombros, um sorriso insano em seus lábios. – E quanto aos seus amigos... olhe ao seu lado, querida. Agora você pode vê-los.

Virando sua cabeça pro lado direito, onde antes estava sua o topo de sua cabeça, Lucy viu. E isso fez sua garganta secar, seus olhos se arregalarem e a voz por um momento a abandonar.

Natsu, Erza e Gray, parados em meio à caverna circular, os olhos abertos mas totalmente brancos, os braços largados junto aos seus corpos enquanto eles permaneciam completamente imóveis. Happy estava desacordado, preso em uma pequena gaiola.

- Mas... mas o que... – ela balbuciou, seus olhos se enchendo de lágrimas.

- Eles são minha garantia de energia. – o velho mago explicou, Lucy nem mesmo desviando seu olhar em direção a ele. Só tinha olhos pra Natsu que mais parecia um maldito zumbi, sem aquela vida e força de antes. – Eu as estou drenando, sabe? Esse lacrima que reveste as paredes e piso guardava uma armadilha. Assim que entraram aqui, foram pegos nela. Agora estão em seu subconsciente, lutando contra eles mesmos. – ele gargalhou mais uma vez, parecendo se divertir com tudo aquilo. – Não há como escapar. Quanto mais magia eles usarem, mais eu drenarei deles.

- Você é um monstro! – ela gritou com a voz trêmula, as lágrimas escorrendo livremente por seu rosto quando se voltou pra encará-lo. E então a mesa onde estava começou a se mover novamente, agora colocando Lucy em pé, ela agora estando ciente de que atrás de si tinha mais e mais lacrima e não pedra, como antes imaginara. – Natsu! Erza! Gray! Vocês têm que acordar, por favor! – bradou com todas as suas forças pras figuras imóveis dos amigos.

- Pode gritar a vontade, eles não podem te ouvir. O destino de vocês está selado há muito tempo. – mago ia dizendo enquanto Lucy sentia o lacrima a sugando pra dentro de si, seu corpo afundando naquele material de textura estranha. – Meu plano foi muito bem arquitetado... eu sabia que Makarov mandaria vocês pra cá quando o conselheiro se desesperasse, pedindo sua ajuda. E você viria com a equipe mais forte da Fairy Tail. Arrisquei-me, mas deu certo. Muito certo. – ele fez um muxoxo de desdém. – Mais forte... estou vendo a força de vocês.

- Não subestime a Fairy Tail, maldito! – ela gritou sentindo seus braços já dentro do lacrima assim como suas pernas e parte de seu corpo. Não, ela não podia permitir isso! Era ou não era uma maga da Fairy Tail? – Natsu! Natsu, acorde! - ela berrava a plenos pulmões, seus olhos fechados. Se ao menos pudesse pegar suas chaves... – Erza! Gray! Naaaaatsuuuuuu!!!

E então, em algum lugar daquela caverna, ecoou o estrondoso rugido de um poderoso dragão.


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Notas finais do capítulo

E então? ^.^ Querem o próximo?