Fairy Tail - A Marca Da Maldição escrita por Ana Paula Fanfics


Capítulo 4
Capítulo 03 – A Caverna Subterrânea




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- A gente... vai ter que nadar? – Lucy perguntou engolindo em seco ao olhar pras águas quentes da fonte termal. Mesmo sabendo que lá embaixo possivelmente estariam respostas apenas os esperando, essa não lhe parecia uma alternativa muito agradável.

- Conhece outro jeito de investigar embaixo d’água? – Erza perguntou com um muxoxo, os olhos também fixos na superfície quase plana. Nem parecia esconder um mistério que instigara até mesmo Natsu, que sempre passava direto pelas coisas mais óbvias. – Tem certeza de que não é muito longe? Pode ser que não tenhamos tanto fôlego quanto você...

- Não, sem problemas. – Natsu tranqüilizou com um sorriso. – Não é muito fundo. Eu a encontrei quando mergulhei na fonte da ala masculina, quando eu e Gray estávamos fazendo uma competição de fôlego.

- Vocês estavam fazendo uma competição de fôlego em uma fonte termal? – Lucy ergueu as sobrancelhas em surpresa. Será que eles não relaxavam nunca?

- Me recuso a confirmar essa afirmação. – Gray resmungou olhando pro outro lado.

- Gray não gosta muito de água quente. Por que será, hein? Gray, você não me contou por que você não gosta de água quente... – Happy tagarelava enquanto sobrevoava por sobre suas cabeças.

- Calado, gato estranho! – Gray rosnou ao lançar um olhar mal humorado a Happy que sorriu com doçura.

- Não, eu não sou estranho. – e apontou uma patinha em direção a Lucy. – Estranha é a Lucy.

- Por que isso sempre vem à tona em nossas rodas de conversa? – ela gritou tremendo de raiva. Isso a irritava tanto...

- Vocês estão fugindo do foco! – Erza rosnou fazendo-os calar no mesmo momento. Voltou então a encarar Natsu que saíra da fonte quando Gray entregara a ele um short de banho que trouxera da ala masculina. Lucy também vestira roupas de banho que Erza trouxera de dentro do vestiário, saindo também da fonte, totalmente vermelha de vergonha. – Continue, Natsu.

- Então, estávamos fazendo uma competição de fôlego. Mas Gray não consegue ficar de olhos abertos embaixo d’água...

- É por que essa água é quente demais! – Gray gritou pra defender sua honra. – Se fosse em águas normais... – mas calou-se ao receber uma poderosa cotovelada de Erza no topo da cabeça.

- Continue. – ela disse em seu costumeiro tom sério, seu olhar assassino.

- Ok. – Natsu sorriu forçadamente ao ver o “amigo” ainda desmaiado no chão. – Como eu dizia, meus olhos estavam abertos, por isso vi uma pequena passagem no fundo da fonte, quase escondida num dos cantos. Nadando por ela, eu descobri a caverna... não quis ir muito pro fundo dela depois de ver que haviam marcas em diversos pontos da parede.

- Marcas? – Lucy sussurrou, já impressionada pela história.

- Sim, marcas. – Natsu concordou, sério. – Marcas iguais àquelas que vimos nas mãos das pessoas amaldiçoadas.

- Então você voltou pra nos chamar. – Erza completou fazendo o rapaz afirmar com um aceno de cabeça.

- Sim. Por isso mergulhei novamente e ia voltando pra avisar o Gray quando... – então ele parou abruptamente e olhou com nervosismo em direção a Lucy, emendando. – Não interessa. O que interessa é que encontrei uma passagem que liga também as duas alas e vim pra avisá-los, já que você me mataria se eu fosse sozinho.

- Muito esperto de sua parte. – Erza concordou ao cutucar o corpo de Gray com a ponta do pé. – Vamos, garoto de gelo. Temos trabalho a fazer.

- Minha cabeça dói... – Gray gemeu ao se sentar, sua mão esfregando um grande galo em meio aos cabelos negros.

- Tudo em você doerá se não levantar nesse momento. – nem mesmo a última palavra de Erza tinha sido dita, Gray já estava totalmente em pé.

- Gray, você tem medo... – Happy começou a perguntar, mas o rapaz o puxou pelo rabo, tapando sua boca da qual só saíram grunhidos.

- Então Natsu irá na frente pra nos mostrar o caminho. Lucy então irá depois dele, sendo seguida por Gray e Happy. Eu irei no fim da fila. – ela passou os olhos pelo pequeno grupo. – Alguém discorda?

- Não, claro que não. – todos disseram rapidamente, sorrisos idênticos se abrindo em seus rostos. Fingidos...

- Então vamos. Não podemos perder tempo. – a Titânia foi firme, Natsu concordando com mais uma aceno de cabeça antes de mergulhar na fonte. Lucy deixou escapar um gemido ao segui-lo, suas chaves amarradas em seus pulsos. Happy exclamou um feliz “Aye” antes de também desaparecer dentro da fonte termal. Gray estava desconsolado, já pensando no desconforto que seria ficar de olhos abertos dentro daquela água quente como o inferno.

O rosto de Erza estava mais grave do que nunca quando esta também mergulhou, ainda vestida com suas roupas de banho. Debaixo das águas quentes, ela viu o corpo de Gray passar por uma estreita abertura no canto da fonte que fazia divisória com a ala masculina. Entrou logo depois dele, nadando dentro da passagem, que era muito escura. Torceu pra que a mesma seguisse em uma só direção, ou corriam o risco de se perderem um dos outros caso houvesse alguma outra abertura no meio do caminho.

Ao contrário do que ela imaginara, a passagem não seguia em linha reta em direção a ala masculina, mas sim conduzia pro fundo, por diversas vezes ziguezagueando. Erza não sabia se estava indo na direção certa, apenas nadando o mais rápido que podia, pensando se seu fôlego seria suficiente. Se o fôlego dos demais seria suficiente.

Quando já se martirizava por não ter perguntado mais detalhes a Natsu, seus olhos viram uma sombra se movendo logo a sua frente, um corpo passando por uma abertura que iluminava um pouco seu percurso até então totalmente escuro. Nadou ainda mais rápido em direção à luz, logo respirando profundamente e tossindo quando sua cabeça saiu acima da superfície das águas.

- Eu... nunca mais... – Gray dizia com voz fraca, estirado sobre a rocha fria a alguns metros de distância de onde a Titânia saíra, sentando-se pra recuperar seu fôlego. Parecia que a água quente não fazia mesmo muito bem ao garoto de gelo.

- Era mais longe... do que eu esperava. – Lucy arfou, também sentada no chão da caverna. Happy estava ao seu lado, também parecendo cansado e ofegante.

- Aye. – ele concordou, caindo de cara no chão logo depois.

- Levantem, levantem! – Natsu era todo energia, pulando como um coelho e apontando em direção a uma passagem que seguia pra esquerda. – Olhem a marca na entrada daquela caverna!

O grupo então se levanta, pela primeira vez olhando ao redor enquanto caminhavam em direção ao ponto que Natsu apontava, graças a ele e o fogo que ardia em sua mão direita tudo era visível ao redor deles. Era uma caverna que formava um círculo quase perfeito, o teto sendo impossível de ser visto de tão alto que era, as águas quentes tremulando em um buraco que se abria no chão da caverna. Havia sido por onde eles tinham saído.

Mas os olhos dos quatro se fixaram agora em direção ao ponto que o dedo indicador de Natsu apontava. Uma inscrição acima da entrada misteriosa.

Era exatamente a marca maldita que tinha visto algumas vezes na cidade de Hosenka Town.

- Esse diabo de marca de novo! – Erza rosnou esmurrando a lateral da entrada, fazendo todos se sobressaltarem. – O que significa esse inferno?

- Só saberemos se investigarmos. – Gray disse com seriedade, Lucy gemendo ao seu lado.

- Investigar? – olhou ao redor, os olhos arregalados pelo medo. – Mas esse lugar parece tão... sombrio.

- E cheira a armação da pesada. – Natsu disse com o olhar semicerrado, observando a escuridão em frente a eles.

- Melhor eu me preparar então. – Erza suspirou ao mudar sua postura, seu corpo brilhando por um momento. – Re-equipar! – ordenou em voz alta antes que o brilho cessasse e ela aparecesse em sua armadura usual. – Bem melhor.

- Eu não vou ficar andando quase nua por aí! – Lucy gritou ao pegar uma das chaves que pendiam de seu pulso. – Abra o portão do relógio, Horologium!

- Pra que invocar o relógio? – Natsu perguntou ao ver o relógio imenso aparecer.

- Não ando por aí desprotegida, ela disse. – o relógio disse, já que Lucy não perdera tempo e entrara no mesmo.

- Deixa eu entrar também, Lucy! – Happy pediu todo feliz, logo fazendo companhia pra loira dentro do pequeno espaço.

- Estamos perdendo tempo. Vamos! – ordenou Erza ao se embrenhar pela estreita entrada, sendo logo seguida pelos demais.

- Aye, ele disse. – Horologium logo disse antes de seguir Natsu e Gray.

As paredes úmidas de pedra que eram iluminadas pelo fogo mágico de Natsu reluziam a mesma marca em diversos pontos. Aos olhos sagazes de Erza era como se alguém estivesse selando algo... ou fazendo uma espécie de ritual macabro.

Andaram em total silêncio até que chegaram em um dilema: o caminho se dividia em duas aberturas na parede de rocha que se erguia em frente a eles.

- Isso não é bom. – Gray observou ao olhar de uma entrada a outra. Ambas possuíam a mesma marca no topo.

- Teremos que nos separar. – Erza disse mais séria do que nunca.

- Nos separar? Isso não será nada bom, ela disse. – Horologium se pronunciou.

- Eu e... Horologium iremos por essa entrada. – Erza disse apontando pra que ia pra direita. – Você e Gray vão por aquela.

- Eu e Gray? – Natsu exclamou antes de fuzilar o amigo com os olhos. Não se atreviam a se esmurrar na presença de Erza. – Por que eu e Gray?

- Por que, você preferia ir com Lucy? – Erza provocou, erguendo uma das sobrancelhas.

- Como vocês enxergarão nessa escuridão total? – Natsu desconversou rapidamente fazendo a Titânia franzir o cenho: esse era um detalhe importante, ela acreditava. – Estenda sua mão.

- Por quê? – a ruiva perguntou ao mesmo tempo em que estendia sua mão direita. Natsu não respondeu, apenas tocou na pele de sua mão que imediatamente se incendiou, tornando-se tão luminosa quanto à mão do próprio rapaz. – Isso é interessante. – Erza comentou olhando pra própria mão que ardia, mas não se queimava.

- O fogo não vai te machucar. – Natsu disse o óbvio com uma seriedade que não era típica de sua personalidade. – Iluminará ao redor de vocês enquanto precisem dela ou até que minha magia se desgaste totalmente. – deu de ombros ante o olhar que todos lançaram pra ele. – Não sabemos o que encontraremos pelo caminho.

- Você tem razão. – Erza disse ao franzir o cenho mais uma vez, seus olhos mirando a passagem escura. – Tomem cuidado. Encontraremos-nos em breve, assim espero.

- Não façam nenhuma coisa impensada, ela disse. – Horologium se manifestou, todos vendo a boca de Lucy se movendo enquanto ela encarava os rapazes. – Não briguem e nem procurem briga sem antes terem um plano, ela disse.

- Aye, ele disse. – o relógio ainda emendou quando Happy sorriu abertamente.

- Vamos. – Natsu disse sem nem mesmo lançar um último olhar a Lucy que fechou seu semblante, observando o rapaz entrar à esquerda, logo sendo seguido por Gray.

Ela dissera algo de errado?

- Vamos também, Lucy. – Erza chamou ao se dirigir pra passagem à direita, Horologium seguindo em seu encalço.

- O que deu no Natsu?, ela disse. – Horologium tagarelou. – Nunca o vi tão sério daquela forma... isso é estranho, ela disse.

- Não vejo nada de estranho nisso. – Erza disse, seus olhos atentos ao redor deles enquanto se dirigia à loira. – Ele está confuso, apenas isso.

- Confuso? Eu não entendo, ela disse. – mais uma vez Horologium se pronuncia.

- Ele gosta de você, Lucy, ele disse. – Horologium prosseguiu, fazendo Erza parar e olhar em sua direção, vendo então Happy sorrir pra Lucy que estava visivelmente assustada. – De você e de seus peitões, ele disse.

- Aaaaah! Gato tarado! – Lucy grita enquanto sai correndo de dentro do relógio que logo desapareceu no ar, a garota apoiando suas costas na parede fria da caverna enquanto encara Happy. – De... de onde você tirou esse absurdo?

- Eu sou um gato, Lucy. – Erza ergueu ambas as sobrancelhas. Happy era um gato? Isso lhe era novo, pelo menos... – Sou um animal, sei dessas coisas.

- Não faço a mínima idéia do que esteja falando. – Lucy murmurou mortificada. Como eles eram intrometidos... além de invadirem sempre seu apartamento, agora invadiriam sua vida particular também?

- Estou falando que Natsu está louco pra... – Happy ia dizendo, mas Erza tapou sua boca antes que a merda fosse feita. Certamente que Lucy era “inocente” demais pra ouvir certas coisas, muito embora a mesma tivesse protagonizado uma cena nada decorosa com Natsu momentos antes.

- Chega, Happy. Isso é entre Natsu e Lucy. – ela disse apertando a boca do gato que soltava grunhidos ininteligíveis. – Agora vamos em frente que... Lucy! – ela berrou em aviso, mas era tarde demais.

Onde antes Lucy estivera em pé, encostada à parede, agora jazia o vazio. Pois um buraco se abrira aos pés da moça, tragando-a chão adentro e se fechando em um piscar de olhos antes que Erza pudesse sequer tentar ajudá-la.

- Lucy! – ela berrou olhando ao redor, momentaneamente perdida. – Lucy, onde está você?

- Lucy, pare de brincar desse jeito! – Happy disse com voz chorosa. – Happy não gosta quando Lucy brinca desse jeito.

- Não é brincadeira, Happy. – Erza disse com voz muito séria enquanto apertava as mãos em punhos. – Eles pegaram Lucy.

Mas a pergunta naquele momento era: quem diabos eram eles?


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Notas finais do capítulo

Ansiosos para o próximo capítulo? ^.^
E, ah, estou lendo todos os reviews e amando, ok? Só não os respondo por que não há tempo, mas assim que der...
Bem, até!



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