Fairy Tail - A Marca Da Maldição escrita por Ana Paula Fanfics


Capítulo 2
Capítulo 01 – A Marca da Morte




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- Ainda não chegamos? – Natsu diz com a voz amolecida, seu corpo largado no chão da carruagem que estremecia ao percorrer a estrada esburacada.

- Você já perguntou isso, Natsu. – Erza lança a ele um olhar mortal. – Um milhão de vezes.

- Deveríamos tê-lo deixado no vagão de trem como daquela vez. – Gray resmungou, seus olhos perdidos fora da janela.

- Se eu não estivesse com vontade de vomitar, te daria um soco, seu cuzão. – Natsu diz erguendo um dedo no ar, mas logo o baixando pra cobrir a boca e abafar mais uma ânsia de vômito.

- Aye, Sir! – Happy concorda todo feliz de seu lugar na pequena carruagem.

- Não precisa concordar com tudo o que o Natsu diz, Happy. – Lucy diz ao observar o estranho gato que, não importava a situação, estava sempre sorridente.

- Aye, Sir! – ele repete alargando o sorriso.

- Eu desisto! – Lucy grita, os nervos abalados pela longa viagem em companhia de tão estranhos amigos. – Vocês são todos desequilibrados!

- Lucy é estranha. – Happy murmura ao encarar a garota com olhos arregalados.

- Você sempre diz isso. – Lucy diz desconsolada. Mas então se lembra de uma coisa importante que lhe passara da mente em perguntar. Todas as vezes em que sua boca ia formular tal pergunta, alguém fazia questão de atalhá-la. Quando não era Natsu e Gray em mais uma luta sem sentido na qual nunca havia vencedor, era Erza espalhando seu terror entre os quatro, então... sempre ficava pra depois. – Mas me digam, o que sabem sobre essa missão?

- Pouca coisa, na verdade. – Erza deu de ombros, sua expressão muito séria. – O mestre disse que seu amigo lhe enviou uma carta pedindo por socorro. Pelo que parece, a cidade está amaldiçoada.

- Ama-ama-ama-ama... – Lucy começou a gaguejar, os olhos arregalados.

- O disco de Lucy enroscou. – Happy observou com a testa franzida ao encarar a garota.

- Pessoas não têm disco... ou tem? – Natsu pergunta com a voz pastosa, ainda largado no chão.

- Calem-se! – Lucy berrou pra depois voltar a encarar Erza. – Amaldiçoada? Como assim? É tipo... a Ilha Galuna? – ela deu um trêmulo sorriso esperançoso. Se fosse como a Ilha Demoníaca a qual eles tanto haviam temido mas que no final das contas se mostrara não tão assustadora assim... até que não era tão ruim.

- Não, é bem pior. – Gray complementou, seus olhos ainda perdidos ao observar o lado de fora da carruagem. – Pessoas estão morrendo.

- Mo-mo-mo-mo... – Lucy recomeçou a gaguejar, ainda mais assustada do que antes.

- Happy ainda acha que Lucy enroscou o disco. – o gato estreitou seus olhos ao observar a loira mais de perto. – Será que está com defeito?

- Eu não estou com defeito, gato esquisito! – Lucy gritou, possessa. – A única criatura defeituosa aqui é você! E pare de falar em terceira pessoa, ficou doido?

- Você está muito alterada. Tem que se acalmar, Lucy. – Happy sorriu como se Lucy não o tivesse ofendido de nenhuma forma.

- Eu desisto. – Lucy suspirou fazendo um aceno de desdém ao gato. – Mas antes que eu me esqueça desse assunto novamente, o que há nessa cidade? As pessoas estão mesmo morrendo?

- Não sabemos muito, como antes dissemos. – Erza disse com o cenho franzido, aparentando estar pensando. – Nem mesmo o mestre averiguou se a história é mesmo tão séria assim, antes nos mandou pra que investigássemos e resolvêssemos o caso.

- Então ele nos manda numa missão que ele nem mesmo sabe como é? – Lucy se escandalizou. – Como ele pôde? E se... e se essa missão for de Nível S?

- Acalme-se, Lucy. – Happy sorriu de seu lugar ao lado da loira. – O mestre não nos mandaria se soubesse que corríamos o risco de sermos mortos.

- Eu... eu tenho minhas dúvidas. – ela balbuciou mortificada.

- Lucy está produzindo suco outra vez. – o gato analisou a moça, passando a pata por seu braço suado. – Me ensina como se faz isso?

- Isso é suor, eu já disse! – ela gritou. – E gatos não suam!

- Assim como eles não voam e nem falam? – Gray observou com uma sobrancelha erguida.

- Ok, eu desisto de vocês. – Lucy suspirou, voltando-se pra Erza. – Mas me diz, ele ao menos sabe se as pessoas estão mesmo morrendo?

- Não, ele não sabe. Pelas informações que recebeu, no máximo elas estão desaparecendo... mas não foi encontrado nenhum corpo. – Erza disse fazendo com que Lucy se arrepiasse. Pessoas desaparecendo e sendo dadas como mortas? Uma maldição sendo apontada como culpada? Até onde iriam os mistérios dessa missão?

- Vejam! Chegamos. – Gray apontou pela janela a cidade que se aproximava. Lucy se inclinou pra ver as luzes iluminando o exterior até então cada vez mais escuro, já que a noite se pronunciava. Observou as ruas da cidade, antes tão movimentadas, agora quase vazias. Apenas alguns poucos indivíduos se arriscavam a andar por elas depois do anoitecer, e ainda assim se percebia seus olhares ansiosos pra todos os lados como se esperassem um ataque eminente a qualquer momento.

- Parece uma cidade fantasma. – ela comentou em um sussurro sentindo um arrepio percorrê-la.

- As pessoas estão assustadas demais pra se arriscarem a sair de suas casas depois que escurece. – Gray comentou, sua testa franzida.

- Vamos direto ao conselheiro da cidade. Foi ele quem encomendou a missão diretamente com o mestre Makarov. – Erza disse, seu rosto mais sério do que nunca.

Mais alguns minutos e então o veículo parava em frente a um dos prédios principais, no centro da cidade. Um lugar que em outras épocas estaria mais do que movimentado. Lucy olhou ao redor tanto quanto pôde ao ter Natsu dependurado em seu ombro, ainda mole pela longa viagem de trem/carruagem.

- Isso é tão triste... – ela comentou ao seguir seus amigos até a porta principal. – Antes esse lugar era tão cheio de vida...

- O medo faz isso com as pessoas. – Gray suspirou, seus olhos também sondando a área quase deserta.

- Aye, Sir! – Happy disse ao voar ao redor dos quatro.

- Pare de concordar com tudo o que as pessoas dizem! – Lucy se impacientou. – E por que eu tenho que carregar esse folgado? – deu um super chute em Natsu que foi se chocar com a porta antes mesmo que Erza pudesse bater. – Já descemos, seu folgado! Agora vê se toma jeito e acorda!

Antes que alguém pudesse dizer qualquer coisa, a porta onde Natsu tinha batido ao ser chutado por Lucy se abriu minimamente revelando dois olhos negros e assustados que espiaram o lado de fora.

- Quem são vocês? – uma voz masculina pergunta, revelando uma mescla de medo e apreensão.

- Somos da Fairy Tail. – Erza os apresentou, todos mostrando suas marcas. Menos Natsu que ainda jazia ao pé da porta, desmaiado. – Mestre Makarov nos mandou.

- Ah, sim. Isso é ótimo, ótimo! – a voz demonstrou real satisfação quando o homem baixo abriu completamente a porta, seus olhos ansiosos varrendo rapidamente os arredores ao convidá-los a entrar com um aceno de mão. – Por favor, entrem.

Um a um, eles passaram pela porta, não se esquecendo de pisar em Natsu que ainda não acordara. Lucy respirou fundo, seus olhos revirando em um cansado gesto de rendição, pegando então um dos braços de Natsu e o arrastando pra dentro do aposento.

O estranho e misterioso homem os conduziu por um longo corredor até uma confortável sala, um gesto de sua mão indicando almofadas que logo foram ocupadas por eles, Lucy deixando Natsu em uma posição estranha bem ao lado da porta.

- Fico satisfeito ao ver que Makarov me levou a sério e aceitou um pedido feito de forma tão pouco formal. – ele disse enquanto levava um lenço até sua testa, enxugando o suor que ali brotava.

- Veja, Lucy, ele produz suco igual... – mas a mão de Lucy já tapara a boca do gato azul.

- Vejam bem, não havia tempo pra mandar uma missão oficial. Leva tempo colocá-la em modo de classificação, encaminhá-la pras guildas... então esperar até que algum mago a aceite e venha nos ajudar. Nós temos pressa, muita pressa! Por isso recorri diretamente ao meu amigo Makarov.

- Mas o que está havendo por aqui? – Gray perguntou ao se remexer em sua almofada. Lucy desviou brevemente seu olhar pra observá-lo. Ela sabia que ele, assim como Natsu e Erza, comichava por uma boa ação.

- Uma maldição, meu filho. – o homem quase choramingou, cansado. – Começou há cerca de um mês e se prolongou desde então, assombrando todas as pessoas da cidade. Espantando os outrora tão presentes turistas. – todos se agarravam nas palavras do homem em busca de pistas sobre o que poderia estar havendo por ali.

- Como exatamente tudo começou? – Erza perguntou com seus olhos fixos no homem que se movimentara, indo postar-se ao lado de uma das janelas, mirando a rua.

- Com uma marca. – ele disse num quase sussurro os fazendo franzir as testas. Uma marca? O que isso quereria dizer? – Era como uma tatuagem na palma da mão direita, sabem? Ninguém sabia como aparecera ou por que aparecera... ela apenas surgira em uma manhã tão normal como qualquer outra. E então... – sua voz se tornou baixa, quase cavernosa. - então ele foi ficando fraco, distante. Parecia totalmente alheio ao que lhe era dito. Aos poucos ele era desligado da realidade e puxado pro mundo dos mortos. – vi quando suas mãos se fecharam em punhos, seus olhos fixos em algo que não podiam ver. Pois eram suas lembranças que passavam diante deles. – Até que um dia ele desapareceu.

- Desapareceu? Como assim desapareceu? – Lucy perguntou num sussurro mortificado.

- Três dias depois da marca aparecer, ele simplesmente sumiu. Não havia rastro dele em lugar algum. – o velho tremia, ainda de costas pra eles.

- Não há possibilidade de ter sido seqüestro? – Gray opinou.

- Além de várias pessoas da cidade terem o mesmo destino que ele, outra coisa nos faz crer que não tenha sido um simples seqüestro. – o velho disse ao se virar pra encará-los novamente. Lucy segurou o ar em seus pulmões ao perceber que ele chorava.

- E o que seria essa coisa? – Erza perguntou visivelmente concentrada em tudo o que o homem dizia.

- Um momento. – ele pediu antes de levar sua mão até o interior de suas vestes, logo retirando uma fotografia de dentro delas e andando até eles. Erza foi a primeira a estender a mão e a pegá-la. – Havia duas pessoas nessa foto.

- Mas... só tem uma, que é o senhor. – Erza constatou analisando a foto criticamente. Lucy esticou-se até estar espiando por cima de seu ombro, Gray fazendo o mesmo do outro lado e Happy voando por cima de suas cabeças pra dar uma olhada também.

- Exatamente. – o velho concordou com tristeza. – O outro era meu filho, Akio.

- Mas... o que houve? – Lucy perguntou em um sussurro ao perceber que a primeira vítima fora seu próprio filho.

- Você derrubou saquê na foto e apagou Akio-san, foi?  - Happy opinou com sua cara de inocência.

- Happy... a foto nem mesmo está borrada. Isso seria impossível. – Lucy comentou mortificada.

- Parece que alguém o apagou com magia. – Natsu disse por cima do ombro de Lucy fazendo-a pular, assustada.

- Não dê sustos nas pessoas! – ela berrou dando uma cotovelada no alto da cabeça do rapaz. – Avise quando resolver ressuscitar, ok?

- Parem vocês dois! – Erza ordenou lançando-lhes um olhar mortal.

- Ok, paramos, paramos... – Lucy disse com um sorriso mais do que aberto, suor escorrendo por seu rosto diante da postura assustadora da Titânia.

- Lucy, você está... – Happy começou.

- Produzindo suco, eu sei. – ela grunhiu em voz baixa pra não incomodar Erza que examinava a foto.

- Eu ia dizer que estava suando, mas se você prefere produzir suco... – o gato deu de ombros. – Lucy, você está bem? – Happy chamou ao vê-la cair de cara no chão.

- Desisto de vocês. Desisto! – ela gemeu abafadamente contra o piso.

- Mas o que houve com essa foto? Natsu acertou ao dizer que ela parece ter sido alterada por magia. – Gray perguntou também com os olhos na fotografia.

- Não sabemos. – o velho deu de ombros, sua aparência ainda mais velha e cansada do que antes. – Isso acontece sempre quando alguém desaparece. Primeiro a marca surge na palma direita em uma manhã; depois a pessoa começa a ficar aérea e distante; e então, três dias depois, ninguém mais a vê. E todas as fotos onde antes ela aparecia ficam assim, vazias.

- Isso é muito estranho... – Erza comentou, uma ruga de concentração no meio de sua testa. – Alguém já investigou esse caso?

- Não. Ninguém nunca teve coragem nesse mês de completo caos. As pessoas estão apavoradas. – mais uma vez ele limpou o suor da testa. – Por isso peço que investiguem o máximo que puderem... e que ao menos tentem nos ajudar.

- Não se preocupe, senhor. – Gray disse ao se levantar, sua postura muito séria. – Certamente traremos todos de volta e acabaremos com essa maldição de uma vez por todas.

- Gray... suas roupas... – Lucy disse com desânimo ao apontar o rapaz que estava apenas de cuecas.

- Ah! – ele gritou ao olhar pra si mesmo. – Quando foi que eu me despi?

- Isso importa? – Natsu resmungou com um muxoxo. – Você sempre faz isso.

- O que está querendo dizer com isso? – Gray estreitou os olhos na direção do rapaz de fogo que se levanta, seus braços cruzados.

- Que você é um estranho pervertido. – ele provocou com um risinho maldoso.

- Retire o que disse, chaminé humana! – Gray gritou com os punhos cerrados.

- Não retiro nada, seu iceberg nudista! – Natsu retrucou a altura. Não demorou nem dois segundos pra que ambos estivessem engalfinhados em uma luta de socos e chutes, rolando pra todos os lados da sala.

- Parem já com isso vocês dois! – Erza ordena com sua voz perigosa, ambos parando de lutar no mesmo momento. – O que eu disse antes a vocês?

- Que nós somos amigos. – Gray disse ao passar um braço pelo pescoço de Natsu.

- Aye! – Natsu concorda passando um braço pelo pescoço de Gray, imitando seu movimento, fazendo Lucy despencar de incredulidade. Ela jamais se habituaria com a reação de ambos diante da face perigosa de Erza, a Titânia.

- E nós somos mesmo amigos. – Gray confirma com um risinho nervoso.

- Aye! – Natsu repete também sorrindo.

- Estamos perdidos. – o velho resmunga escondendo o rosto entre as mãos. Se aquele era o time mais forte da Fairy Tail, segundo o próprio Makarov, ele nem queria ver os demais... o que importava mesmo era que estavam ferrados se dependessem daqueles cinco estranhos.

Uma mulher ruiva vestida de armadura e dotada de um olhar amedrontador; uma loira sorridente que parecia mais uma adolescente desastrada do que qualquer outra coisa; um gato (?) azul que falava e voava; e dois rapazes, um deles sendo um estranho nudista que parecia não se dar conta de quando se despia. E o outro... bem, este chegara desmaiado e nada fizera de proveitoso depois que acordara.

Em suma, sua cidade já tinha um destino traçado. Sumir do mapa.


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Notas finais do capítulo

Putz! Cinco leitores e um favorito, mas nenhum review? O.o
Mundo estranho esse... mas vamo que vamo!



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