E lá estava eu, andando naquele corredor imenso. Estava procurando por Demi. Bom, Demi ela é super legal, fofa e meiga. Ela tem cara de ser amiga para todas as horas, essa sim é verdadeira. Parabéns New York, me surpreendeu! eu pensei que chegaria nessa escola e iria ser ignorada por todos, esnobada por todos. Como eu sempre fui. Pois é, na minha antiga cidade, Tennessee, eu era mais ou menos assim. Só acho que pior, eu sofria bullying por não ser como as outras garotas, por não ter aquelas roupas lindas e maravilhosas, sofria bullying até por respirar. Mas eu já superei isso, minha mãe me ensinou uma coisa: ''Não liga para o que os outros a sua volta dizem. Você como é vidro, se cair quebra, mas se pisar, corta! você é perfeita, princesa.''

Sorri ao lembrar dessa frase. Ela sempre me dizia quando tinha seis aninhos de idade. Pois é, desde criança sofria bullying. Drama? eu já fui trancada no armário da escola por não ter uma sapatilha 'legal'. Tinha um moral na parede do jardim de infância que tinha escrito ''moral para aqueles que odeiam a Miley feia.'' E praticamente a escola inteira escrevia coisas horríveis naquele moral, como: ''Miley é gorda,'' ''Miley é feia,'' ''Miley, eu te odeio!'' ''Saia dessa escola, Miley! você não se encaixa aqui!'' um dia, eu sentei na mesa do refeitório para comer o meu lanche e todos levantaram, me deixando sozinha. Nas portas do banheiro tinha escrito: ''Eu odeio a Miley Cyrus!'' ''Você é feia e gorda!'' depois daquele dia eu parei de ir a escola, comecei a estudar em casa. Eu, Steve e minha mãe nos mudamos para a Califórnia. Eu completei sete anos de idade e meu... pai nos abandonou, e foi assim que vivi no final da minha infância até o começo da minha adolescência.

Fui ''acordada'' por um peteleco na minha testa. Ótimo, o que será agora? fechei meus olhos e logo os abri novamente para ter a visão do idiota que fez isso.

– Até que enfim! pensei que ia morrer aí. – Olhei para a querida pessoa que me acordou. Demetria.

– DEMETRIA, EU ESTAVA PROCURANDO VOCÊ! – gritei.

– Calma aí, tem Demi para todos. – jogou seus cabelos pretos para o ar.

– Cala a boca. – ri e olhei para aonde eu estava. Bom, será que eu fiquei todo aquele tempo parada no meio das pessoas pensando? acho que eles devem ter pensando ''essa garota é louca!''.

– Ok, eu calo! mas porque está aqui parada no meio do corredor?

Acabei rindo da careta que ela fez.

– Eu estava... pensando.

– Sobre?

– Nada demais...

– Olha, eu sei que nos conhecemos ontem mas já te considero como amiga. Mas se não estiver legal para compartilhar, tudo bem! eu entendo.

– Estamos na escola e isso aqui não é um ótimo lugar para falar sobre isso. Prometo que te conto tudo depois, tudo bem? – sorri para ela que fez o mesmo.

– Tudo sim e você?

– Tem certeza que não conhece o meu irmão mesmo? – encarei Demi. – EU ESTOU FALANDO DE VOCÊ COMPREENDER SOBRE ISSO, GAROTA!

Acho que exagerei dessa vez porque olha... todos pararam o que fazem e me olharam. Não estou causando boa impressão.

– Eu estava brincando, não precisa me fazer passar vergonha. – disse baixando e me puxando para o banheiro.

– Olha minha cara de sofrida para essas pessoas. – Fiz a minha melhor cara de idiota.

[...]

Bateu o sinal e as pessoas da classe saíram como um foguete em direção ao pátio. Esfomeados! parecem até eu. Tudo bem, eu não sou esfomeada. Só gosto de comer besteira. Agora eu estava que nem uma idiota procurando a Demi, nessa última aula não estávamos juntas. Ela pegou a professora caduca e eu a professora de voz irritante.

Parei no meio do pátio e fiquei fitando o nada. Rodei meus olhos por aquele pátio enorme e vi uma movimentação na quadra. Eu não vou ir lá, preciso achar Demi. Fiquei fitando aquela quadra e... tudo bem, tudo bem, eu vou ir lá. Curiosidade sempre comigo! andei até lá e avistei Demi sentada na arquibancada.

– Qual é, Demi? eu estou te procurando já faz minutos e você só estava aqui? – Olhei incrédula para ela.

– Desculpe! mas eu precisava ver esse jogo. Tem muitos gatinhos por aqui! – Foi aí que percebi que rolava um jogo de basquete na quadra. Ok, sou muito lerda mesmo.

– Tudo bem, dona taradinha. – Ela riu e eu fiz o mesmo.

– Sabe aquele garoto ali?

Olhei para onde seu dedo apontava. Era em direção de um garoto que acabava de fazer um ponto no jogo.

– Uhmmm, tudo bem. E o que tem ele?

– Repara bem nele.

Ok, essa garota está ficando louca. Olhei para sua roupa e ele usava um supras preto fosco, uniforme do time de basquete e... seu rosto. Tudo bem, esse garoto é lindo! me peguei sorrindo. O que? porque eu estou sorrindo? que droga é essa?

– Viu, já ficou hipnotizada. – disse Demi rindo da minha reação.

– Não estou hipnotizada. – olhei para ela que quase caía de tanto rir. – Para de rir, garota!

– Não! – cerrou o riso. – E então...?

– Ahn... ele é... lindo! – Demi me olhou em reprovação. – Ok, tudo bem! ele é MUITO lindo. E porque disso?

– Porque ele é o garoto mais popular da escola, o mais lindo, o capitão de basquete e o pegador de toda a escola.

– Escreve um livro para ele então. – Ri da sua descrição sobre o tal garoto. – Qual o nome dele?

– Justin. – disse baixo que eu não sei como consegui entender.

– Justin?

– Shiu! – colocou a mão na minha boca. – Justin, Justin Bieber.

– Uhm, você gosta dele?

– Na verdade, eu já gostei. Mas meio que ficou em segredo, sabe! ele não me notava e eu cansei disso. – Forçou um sorriso. – Além de tudo, não guardo mágoa alguma. Eu não gosto mais dele e fim.

– Isso aí, Lovato! – Ergui meus braço em força de ''acaba com ele''.

– Mas... e você?

– Eu o que? – Ri confusa.

– Gostou dele?

– Eu já disse que ele é lindo... muito lindo.

[...]

Sai do banheiro fazendo um coque frouxo no cabelo. Peguei minha mochila, meu notebook e meu material. Teria de fazer um trabalho de Geografia, argh!

Pesquisei o que tinha de pesquisar e passei tudo a limpo. Pois é, além de ser textos e mais textos, tinha que passar a limpo. Tudo a mão! olha que legal. Terminei e desci para ver o que Steve e Tyler estavam fazendo. Tyler? não vejo esse pirralho há dois dias. GLÓRIA! OBRIGADA!

Fui para a sala e infelizmente Tyler estava lá sentado no sofá.

– Quanto tempo, pirralho. – Me sentei ao seu lado e peguei o controle de sua mão.

– Me deixa, Miley! e me dá o controle.

– Não! eu quero assistir alguma coisa que preste, e não esse desenho de Os vingadores. – Mostrei a língua e ele bufou.

– MILEY! ME DÁ ESSE CONTROLE AGORA! – Pulou em cima de mim e logo tentando pegar o controle de minha mão.

– AI QUE NOJO, GAROTO! VOCÊ ESTÁ SUADO. SAÍ DE CIMA DE MIM AGORA, IDIOTA.

– NÃO SAIO ATÉ VOCÊ ME DAR O CONTROLE!

– EU NÃO VOU TE DAR O CONTROLE, ENTÃO CALA A BOCA E SAÍ DE CIMA.

Comecei a me debater mas aquele pirralho não saía de jeito algum.

– O que está acontecendo aqui? – Uma voz grossa perguntou fazendo eu jogar Tyler no chão.

– PAI, A MILEY NÃO QUER ME DAR O CONTROLE!

– Quem começou?

Eu e Tyler rapidamente apontamos um para o outro.

– Foi ela, pai. FOI ELA! – Olhou com fúria para mim e eu apenas ri.

– Como você é tosco, garoto.

– E você é chata! – Se levantou emburrado.

– Parem você dois agora. Miley, você não tinha trabalho de escola para fazer? e você, Tyler? dever de casa?

– Eu já fiz, mas acho que o nojentinho ali não fez seu dever.

– Eu sou irmão dessa garota mesmo? ela é muito irritante!

– ''É de família!'' – Disse uma de suas frases idiotas.

– Ok, eu estou aqui ainda! Miley, vá para seu quarto e você também, Tyler.

– Aproveita e toma um banho, nojentinho. – Fiz minha melhor cara de nojo para ele. – Tem que ver isso aí, Steve.

Eu ri e Steve acompanhou, Tyler subiu correndo e bufando raiva para seu quarto.

– Pega leve com ele!

– Ele me irrita. – Fiz uma careta.

[...]

Depois de jantar, assisti um pouco de televisão e subi para o meu quarto. Não tinha nada para fazer então peguei meu caderno de letras em uma das minhas gavetas. Peguei o caderno amarelo e com molduras de desenho animado, Bob Esponja. Ok, admito que eu amo! peguei minha caneta e posicionei na folha. Pensei, pensei e pensei. Logo as letras estavam fluindo.

And the clouds from ripping out my broken heart.

They always say a heart is not a home

Without the one who gets you through the storm.

Standin out in the rain

Knowing that it's really over

Please don't leave me alone

I'm flooded with all this pain

Knowing that i'll never hold ya

Like i did before the storm.

Coloquei a caneta na boca para pensar mais um pouco mas foi em vão... acabei dormindo.