Jimmy’s Pov

Eu estava passeando com Tibúrcio num extenso parque de patos onde toda a decoração envolvia patos, e bem só tinha patos por lá.

Patos, patos, muitos patos...

- Estou no paraíso, Tibúrcio. – sorri enquanto seguia Tibúrcio. - Veja só, aquele pato bicando o rabo do outro não é seu tio Juvelino? – disse apontando e o meu pato concordou.

- Sim, e o pato da frente é meu primo, filho dele, Juvenal. – Tibúrcio respondeu enquanto continuava a caminhar.

- E por que ele está bicando o rabo dele? – perguntei ainda olhando os dois patos.

- Oras, patos não tem mãos, pra dar um tapa tem que ser com o bico mesmo. Pense Jimmy!

Parei de andar subitamente e encarei Tibúrcio. Eu estava mesmo conversando com ele? Quer dizer, Tibúrcio falava?

- Jimmy? – Tibúrcio me chamou, tirando do meu transe.

- Oi.

- Está sentindo um fedor? – perguntou enquanto tentava tampar a área do bico com a asa.

Olhei para os lados, respirando fundo, tentando sentir algum cheiro. E senti.

- Jimmy? – ele me chamou novamente.

- Mas o que foi Tibúrcio?

- O bebê. – ele disse óbvio.

- O que tem o bebê?

- Acorda, Jimmy! – ele bicou meu pé.

Senti uma pontada no pé e acordei saltando na cama, olhando para os lados, reparando que eu estava na cama de Matt, embora estivesse meio escorregadio.

Olhei para o bebê que estava ao meu lado e não acreditei no que vi.

- Ah bebê, você não fez isso. – coloquei minha mão no rosto. – Bebê, você fez cocô na cama do lobo mal! – olhei para o meu próprio corpo. – E você fez cocô em mim! Por que bebê? Que nojo!  Ah meu Deus, e agora, o que eu faço? – me levantei. – Já sei! Não chore e não se movimente, eu já volto.

Sai do quarto e corri até o quarto de Syn, bati três vezes na porta e fiz o mesmo no quarto de Zacky e de Johnny, voltando em seguida para o quarto de Matt para ver se o bebê estava intacto, e não tinha feito mais... Cagada.

- O que foi Ji... WOW fez cocô nas calças? – Johnny perguntou, caindo na risada em seguida.

- Ah não me diga que foi o bebê que fez cocô na... – Zacky abaixou o tom de voz. – Na cama de Matt?

- Foi. – respondi, encarando minha camiseta que era branca e estava marrom e vocês podem imaginar o porquê.

- Puta merda, puta merda, puta merda. – Syn bateu na própria testa. – Matt vai jogar o bebê na sarjeta e nós quatro juntos.

- Já sei! – Zacky quase gritou, tampando a própria boca em seguida encarando rapidamente a porta do meu quarto, temendo que Matt acordasse. – A vizinha da casa amarela teve filhos há uns dias atrás e esses dias quando eu estava lavando as penas de Tibúrcio, eu a ouvi dizer que mal dormia a noite por causa dos recém nascidos. Alguém vai lá e peça fraldas pra ela.

- Mas o bebê já fez cocô, o que adianta fraldas agora? – Johnny perguntou.

- Você quer que ele solte mais uma rajada de merda na cama do Matt? – Zacky respondeu com outra pergunta, rolando os olhos.

- Não...

- Então...

- Então você vai lá. – Johnny disse bocejando. – Ou o Jimmy.

- Eu não vou sair daqui sujo de cocô de bebê. – olhei para trás novamente, procurando ver se estava tudo bem com o bebê.

- Então o Zacky vai. – o baixinho bateu na nuca de Zacky.

- Por que eu?

- Você que deu a idéia, você vai. – Johnny sorriu.

- Vou começar a calar a minha boca. – bufou. – Mas ok, o plano é o seguinte, eu vou lá e peço fraldas, Jimmy tome um banho e Johnny zele pelo bebê, assim que Jimmy terminar o banho, banhem o bebê. Syn fica responsável por se livrar do lençol e edredom cagados.

- Por que eu vou ficar com a parte mais nojenta? – Syn perguntou com nojo.

- Porque eu não confio no Johnny cuidando de lençóis cagados...  – Zacky respondeu. - É capaz de ele sujar mais.

- Hey!

- Na verdade eu não confio nele pra cuidar do bebê, mas é questão de urgência.

- Ok Zacky, pare de falar e vá buscar as fraldas. – eu disse, o empurrando para a escada.

- Posso vestir ao menos uma bermuda? Se eu aparecer na casa da vizinha com samba canção de cupcakes vai pegar mal.

- Então vai logo Zacky. – rolei os olhos, entrando no quarto de Matt e entregando o bebê no colo de Johnny, que sorriu feito uma criança que acabara de ganhar um brinquedo. – Muito cuidado, Johnny!

- Tá bom Jimmy, vai tomar banho, você está fedendo.

- Cuidado! – eu disse, indo em direção do banheiro, tirando minha camiseta com cuidado pelo caminho.

Jimmy’s Pov Off

Zacky’s Pov

Fui rapidamente até a casa da vizinha da casa amarela e toquei a campainha. A luz da sala já estava acesa e não tardou para que a porta fosse aberta, revelando um cheiro hipnotizante de bolo de chocolate.

- Posso ajudar? – um cara grandalhão perguntou e eu logo interpretei ser o marido da vizinha. – Batendo a essa hora na porta dos outros, algo urgente é.

- Bom, eu não bati na porta, mas... É que estamos cuidando de um bebê e... – aquele cheiro de bolo estava me deixando sem fala. – Ele fez as necessidades dele né... – sorri sem graça, me imaginando num bolo gigante de chocolate. – Aí eu iria pedir uma fralda pra vocês... Porque nós não temos lá.

- Você não esta usando essa desculpa pra pegar uma fralda e usar em orgia né?

- Fralda em orgia? Obrigado pela sugestão. Mas não, tem um bebê na nossa casa e tipo, ele fez um estrago na cama, é.

- Normalmente bebês fazem um estrago no quesito fezes. – o homem riu e eu acompanhei.

- O que foi amor? – a vizinha apareceu atrás do homem.

- Ele está pedindo uma fralda. – o homem respondeu, me olhando.

- Pra você? – ela perguntou olhando pra mim. – Fralda de bebê não serviria em você. – riu pelo nariz.

- Pra que eu usaria uma fralda, senhor que estais no céu? – perguntei olhando pro céu. – Não minha senhora. É para um bebê que nós estamos cuidando. Ele não tem fraldas e faz cocô que é uma maravilha.

- Oh, esses bebês... – ela riu. – Claro, vou trazer um pacote pra você. Uma fralda só é pouco!

- Obrigado e se não for incomodo, poderia me dar um pedaço de bolo? – sorri. – Bolo de chocolate, não é?

- Oh... – a mulher riu e o homem também. – Claro, é de chocolate sim.

- Reconheci pelo cheiro. – continuei sorrindo. – Ficaria agradecido.

- Você não quer entrar? Tem outros bolos e doces... Já que nós não dormimos por causa dos nossos bebês, nós inventamos receitas.

- É que eu devo voltar logo com a fralda e... – olhei em direção a minha casa e voltei a olhar para o casal. – Hm, mas tem muitos doces?

- Sim! – a mulher riu. - Venha, nós gostamos de compartilhar com a vizinhança!

Não resisti e entrei na casa deles.

Zacky’s Pov Off

Jimmy’s Pov

- Cadê aquele Zachary Baker? – perguntei bufando enquanto enrolava uma toalha no bebê. – Ele saiu faz cinqüenta minutos e nada da fralda!

- Talvez ele tenha ido a outra casa... – Syn respondeu enquanto mexia nos cabelos do bebê, que voltou a adormecer.

- Será que seqüestraram o Zacky? – Johnny perguntou quase dormindo.

- Cala a boca Johnny! – eu e Brian jogamos um travesseiro nele.

- Queridos, cheguei! – Zacky entrou no quarto com vários potes. – E adivinhem só, trouxe comida!

- Zacky, seu porpeta queimado, quer nos matar de preocupação? Cadê as fraldas? O que é que tem nesses potes? – perguntei rapidamente.

- Calma, uma pergunta de cada vez... – ele riu. - Meu raciocínio é lento a essa hora da madrugada.

- Cadê a fralda? – perguntei impaciente.

- Eu... Vixe, onde eu deixei? Ah sim, no sofá. – ele sorriu. – Vai lá pegar Johnny.

- Por que eu? – Johnny perguntou emburrado.

- Vai logo, aprendiz de miniatura dos smurfs. – eu disse, empurrando Johnny da cama.

- Violência ao menor isso, viu? – saiu batendo os pés no chão, sentando-se na escada e descendo escorregando de bunda. Ele tinha mania de fazer isso.

- O que tem nesses potes? – Syn perguntou enquanto encarava Zachary sentar no chão.

- Bolos e mais bolos. – Zachary sorriu de orelha a orelha.

- Onde você conseguiu? – perguntou rindo baixo.

- A vizinha da casa amarela... Ela é minha nova diva! Só tem comida na casa dela, você tinha que ver... Muitos bolos de vários sabores.

- Lembra a história de João e Maria né? Mas tudo bem que nem precisavam te alimentar, você tem tamanho pra alimentar uma família grande de bruxas. – comentou rindo e eu acabei rindo também.

- Rá! Estou rolando no chão de tanto rir. – Zacky disse com a boca cheia.

- Caramba Zacky, era pra pegar uma fralda só, não um pacote. – Johnny disse entrando no quarto. – Uh, bolo do quê? – disse enquanto jogava o pacote de fraldas em minha direção e se jogava em cima de Zachary.

- Sai pigmeu, que esse pedaço é meu. – Zacky disse levantando o pote pro alto, evitando que Johnny alcançasse. - E Brian solta esse pote que esse pedaço também é meu.

- Mas que coisa Zacky, pensei que fosse dividir! – Syn disse, cruzando os braços.

- Aqueles outros potes vocês podem pegar, mas esses dois não. – ele disse, pegando o pote das mãos de Syn.

- Só porque são os potes maiores... – Syn comentou.

- Tem pedaços maiores cortados especialmente pra mim. – sorriu largo.

Os três pararam de discussão e avançaram nos vários pedaços de bolos.

- Nossa, que bolo bom! – Syn disse limpando um pote com a língua.

- Bom mesmo. – Johnny concordou tentando limpar o próprio queixo com a língua. – Essa mulher é a Palmirinha da Califórnia!

- Ah, me dêem um pedaço. – eu disse, pegando o pedaço que estava na mão de Zachary, experimentando o tal bolo. – Meu Deus! Bolo dos deuses. – disse maravilhado.

- O BEBÊ! – Brian exclamou apontando para o bebê que estava na cama. – Ele sujou todos os lençóis que eu acabei de trocar!

- Eu me esqueci de colocar a fralda. – bati na minha própria testa.

- E lá vamos nós refazermos todo o meu plano! – Zacky bufou. – Posso voltar na vizinha e pegar mais bolo?

- NÃO! – eu, Syn e Johnny respondemos em coro.

- Ok, ok. Eu cuido do bebê! – disse enquanto pegava o bebê no colo enquanto eu fui preparar outro banho pro bebê, Johnny foi procurar novos lençóis e Brian foi trocar todo o lençol cagado.

- Matt estava certo em dizer que bebês eram máquinas de fezes. – Syn disse.

- Verdade. – Zacky concordou enquanto trazia o bebê para o banheiro.

- Mas apesar de tudo, sabe o que eu estava pensando? – Johnny perguntou, nos encarando.

- O quê? – perguntei enquanto jogava um pouco de água no corpo do bebê, que parecia estar com sono.

- Essa foi a primeira cagada do bebê! – Johnny disse sorridente.

- E? – perguntei.

- A primeira de muitas. – sorriu enquanto esticava-se na cama de Matt.

- Fiquei mais empolgado. – Syn disse, saindo do quarto com mais lençóis sujos.

Todos nós rimos, vestimos o bebê com uma camiseta de Johnny, já que era a menor, e todos voltaram para seus aposentos para tentar ter mais algumas horas de sono.