Andaram até a sala, Athena tinha o ar de quem estava prestes a fazer uma grande descoberta, ou não, a mãe carregava-a ao colo, encontraram Zeus na sala sentado no sofá com Apolo e Ares ao seu lado atirando as bonecas de Afrodite a cabeça do tio Hades. Zeus ria sem parar.
– Já chega Apolo! Ares, deixa as cabeças da Barbie no sítio certo e não na cabeça do tio Hades!
– Está bem mamã. – Disseram os dois, no momento em que a última cabeça de barbie loira acerta em cheio na testa de Hades.
– Demónios! São simplesmente horrível, são piores que as minhas feras e isso é difícil porque elas são insuportáveis.
– Hades, vê como falas dos meus filhos – Disse Zeus entre dentes – Eles são crianças com muita energia, e só fazes o teu dever de tio ao cuidares deles.
– Mas tu és pai… - Defendeu-se ele.
– Enfim. – Disse Hera – Acabou a discussão. Zeus querido… - Disse ela com um enorme sorriso sarcástico no rosto. Ela sentou-se ao lado do marido com Athena no colo – Ouvi dizer que hoje deste uma aula de biologia há Athena e ao Apollo…
–Há pois…- Ele corou até há ponta dos cabelos.- É que… bem eu…- Ele disse atrapalhado.- Eu só disse aquilo que eles deviam saber!
–Pois Zeus... – Disse ela rindo.- Eles agora estão convencidos de que os bebés se compram no supermercado…
– Mamã, eu posso ter um mano na mesma? Podemos ir comprar o bebé agora!- Disse Athena entusiasmada.
– Athena querida, os bebés não se compram, muito menos no supermercado!
–Ai não?
–Não querida.
– Então com é que se fazem os bebés?
– O papá e a mamã têm de… conversar! É isso!- Disse Zeus atrapalhado com a pergunta da filha.
– Devem conversar muito devem…- Disse Hades rindo. Hera corou até há ponta dos cabelos assim como o marido.
– Cala-te Hades!- Disse Zeus ainda corado.
– O que é que foi? Eu só disse a verdade.
–Cala-te!- Disse ele rangendo os dentes, o irmão riu e disse.
– Pronto, já me calei…
– Mas papá eu quero um mano…- Disse Athena.
– Chega de manos! Eu não quero mais filhos durante muitos milénios!- Disse Zeus, e Hera baixou a cabeça, porem o marido não notou….
– Eu vou preparar o jantar…- Disse Hera levantando-se.
Zeus assentiu e Hera dirigiu-se para a cozinha onde encontrou Héstia e Perséfone.
–O que é que se passa Hera?- Perguntou Héstia sentando-se ao lado da irmã que agora chorava.
–O Zeus…- Disse ela baixo.- Ele disse que não queria mais filhos…
–Hera, tu tens que lhe contar que estás gravida… Não vais poder esconder durante muito mais tempo…
–Eu sei…- Disse ela mas foi interrompida pela voz do irmão mais velho.
–EU SABIA!- Disse Hades rindo.
–Sabias o que?- Perguntou Poseidon.
–Tu não a ouviste?- Disse Hades rindo.
– A quem?
–HÁ HÉSTIA! ÉS MESMO BURRO!
–CALA-TE, E DIZ-ME O QUE ELA DISSE!
–Falem baixo…- Pediu Hera.- Eu estou gravida…
–TU ESTÁS GRÁVI…- Disse Poseidon alto de mais, e Zeus apareceu há porta da cozinha.
–Que é que está grávida?- Perguntou Zeus.
Perséfone olhou para Hera, e esta ainda não estava pronta para dizer a verdade ao marido, por isso decidiu agir.
–Eu pai…- Disse ela.
–Perséfone, tu estas grávida?- Perguntou Zeus.
–Sim pai…- Disse ela receosa da atitude do pai.
–GRÁVIDA DE GRÁVIDA?!
–Pai só existe uma forma de estar grávida…
–MAS GRÁVIDA? DAQUELA COISA?- Perguntou ele apontando para o irmão.
–AQUELA COISA TEM NOME!- Disse Hades ofendido.
–TU TENS A CERTEZA?
–Sim pai…
–ABSOLUTA?
–SIM!
–MAS…
–PAI, EU ESTOU GRÁVIDA E TENHO A CERTEZA DISSO!
–Por Cronos… tu tens mesmo a certeza?
–SIM!
Zeus resmungou algo em grego antigo como “ Pobre da criança, a aturar um pai como aquele” e “Pobre da minha pequena Perséfone” e saiu da cozinha. Todos ficaram em silencio até que Hades disse.
–Perséfone, minha flor, tu não estás grávida pois não?
–EU ACHAS?- Disse Perséfone atrapalhada, porem todos perceberam que ela não falava a verdade.- Bem amor…eu…é…que… sim, eu estou grávida!
Assim que Hades ouviu a mulher dizer isto caiu da cadeira fazendo Poseidon rir.
–Hera.- Falou Héstia.- É melhor ires falar com o Zeus, eu trato do jantar…- Hera assentiu dirigindo-se para a sala, onde encontrou o marido sentado no sofá. Ela deu-lhe um beijo e sentou-se ao seu colo.
–Zeus… amor…- Disse ela ao marido que sorriu.
–O que se passa, está tudo bem?
– Sim…- Disse ela dando-lhe um beijo.- Eu estive a pensar no que a Athena disse, sobre ter-mos mais um filho…
Ele olhou-a e deu-lhe um beijo.
–Meu amor, neste momento já temos nove bebés, eu dava em louco se tivesse mais um… Aliás eu considerava o tártaro a minha nova casa…- Ela baixou a cabeça e o marido disse.- Eu quero ter mais filhos mas daqui a algum tempo.
–Como assim?- Perguntou ela.
–Sei lá, alguns anos…
– E se fossem alguns meses?- Perguntou ela beijando o marido.
– Como assim, alguns meses? Oh não! Tu..tu… estás grávida?
Ela assentiu com a cabeça. E ele sorriu.
–Mais um bebé!- Disse ele.
–Amor, não é só um…
– O que são gémeos?
Ela negou com a cabeça.
–São três?- Perguntou ele assustado e ela negou.- Quatro?- Ela voltou a negar.- Diz-me que não são mais…
–Amor, são seis…
–SEIS! PELAS CUECAS DO HADES! SEIS BEBÉS? ISSO É MUITO EU VOU DAR EM MALUCO!
–A mamã vai ter bebés?- Perguntou Afrodite rindo.- Ainda bem!
Quase todos os filhos rodearam os pais felizes, exceto Ares. Perséfone pegou no irmão ao colo e disse-lhe.
–Queres conversar Ares?
O menino negou.
–Eu juro que não conto a conversa a ninguém, fica só ente nós…
–Juras?
–Juro.- Disse ela seguindo com o irmão para o jardim.
Ela sentou-se num banco do jardim que dava vista para a praia.
– O que se passa, não ficas-te feliz com a notícia?
–NÃO!- Disse ele rapidamente.
–Porque?
–Eu não quero mais manos! Nunca mais!
–Mas Ares, não precisas de ficar com ciúmes…
–Eu não tenho ciúmes!
–Tens a certeza?- Disse ela rindo.
–Pronto mas só um pouco… Agora a mamã e o papá vão deixar de gostar de mim.
–Não vão nada…
–Vão sim!
Perséfone ia responder ao irmão mas foi interrompida pela chegada do pai e de Hera.
–Ares, querido.- Disse Hera docemente.- Estávamos há tua procura…
–Vai procurar os bebés que tens na barriga!
–O que se passa Ares.- Disse Hera sentando-se ao pé do filho e pegando-o ao colo, ou pelo menos tentando pois Ares fugiu do colo da mãe e foi ter com o pai que agora se sentava no banco ao lado deles.
–Eu vou indo…- Disse Perséfone deixando o casal e o filho sozinhos. Hera assentiu e disse para o filho.
–O que é que tens querido?
–Vai chamar querido aos outros…- Disse ele cruzando os braços.
–Ares, não fales assim com a tua mãe…- Disse-lhe o pai.
–Ela não é minha mamã…
–É sim!- Disse Zeus.
–Não é não! É uma estranha e sempre me ensinaram que não se deve falar com estranhos!
–E quem é que te ensinou isso?- Perguntou o pai.
–Uma estranha!
–Não foi uma estranha Ares, foi a tua mãe, e tu não deves falar com ela dessa maneira!
–Ela não é minha mamã!
–É sim Ares!
Hera olhou o filho e disse.
–Ares, não é preciso teres ciúmes dos manos que vão nascer…
–Eu não tenho ciúmes!
–A sério… não é o que parece…- Disse Zeus.
–Zeus!- Repreendeu Hera.- Ele é pequeno… não fales assim com ele…
–Vai chamar pequeno…
–… aos outros bebés- Disse Zeus.- Nós já entendemos Ares. Mas não é preciso falares assim com a tua mãe…
–Se ela fosse minha mamã, ela nunca me iria trocar pelos outros!
–Ares, ninguém te vai trocar por ninguém!- Disse-lhe a mãe.
–Já trocas-te!
–Ares, a mamã ama-te, e nunca te vai trocar por ninguém! Nunca!
–A MINHA MAMÃ É A PERSÉFONE!
–Desde quando?- Perguntou Zeus.
–Desde agora!- Disse ele saindo do colo do pai e indo em direção há cozinha.
–Deixa Hera, são só os ciúmes, já lhe passa…-Disse Zeus abraçando a mulher.
–Espero bem que sim…