Acordei realizada pela noite que passei com Corey, estava tão feliz que não sabia nem o que pensar mais. Acordei naquela manha com os raios de sol entrando pela janela dele, me vi entrelaçada aos lençóis, eu sorri. Levantei, e mesmo que tivesse aula no dia de hoje eu não me importaria de faltar, eu conseguiria compensar de algum jeito, sempre fui inteligente, pelo menos do meu ponto de vista. Então, parei para observar o quarto do meu amor, ele tinha livros de ficção cientifica por toda parte, olhei alguns trechos dos livros, percebi que Corey amava essa coisa de ETs ou algo do tipo, alguma mania talvez. Enquanto olhava mais algumas coisas, vi que Corey havia guardado meu diário, não sei por que não peguei naquele dia em que começamos a nos falar, acho que foi tão lindo o momento, e ficamos tão amigos na época que não vi mais necessidade de escrever tanto. Percebi que o diário estava aberto, então peguei e vi coisas que nem poderia imaginar, me peguei pensando em como alguém que era tão próximo de mim escrever algo tão fútil e tão cruel de mim? Entrei em estado de choque, não sabia mais onde me apoiar, nem pra onde olhar, simplesmente entrei em pânico. Comecei a negar tudo, pensei que só poderia ser algo da minha cabeça, ilusão, ou só estaria tendo um pesadelo. Comecei a ler o que exatamente escreveram de mim, eram coisas horríveis, sem fundamento, pois nunca havia feito nada a ninguém, me senti humilhada. Tomei uma decisão: iria falar com Corey, saber o porquê daquilo.
Esperei horas até ele voltar, até que ele atravessa a porta de seu quarto, e por algum motivo me olha com repugnância, com nojo talvez. Levantei-me de sua cama e fui direto ao assunto:
- Corey, o que significa isso? – Mostrei a ele meu diário.
- Ora, é seu diário ué, mas com alguns acrescentes. – E soltou um leve riso.
- E porque disso Corey? – Falei com agua nos olhos.
- Como você pode ser tão tola Samantha? Pense bem, porque eu sairia com uma garota tão idiota quanto você? Foi uma aposta com uns amigos, e saiba que fiz com muito gosto. – Riu como se eu tivesse contato a melhor das piadas.
- E porque tinha que ser justo comigo? – Tentei parecer forte, mas já estava em meio a lagrimas.
- Simplesmente porque a aposta foi: “Duvido que você fique com a novata e leve-a pra cama logo na primeira chance que tiver.”, e claro que nunca perco uma aposta. – Ele ria.
- Aposta? Então eu sou motivo de piada porque o “Grande Corey” não perde uma aposta? Você é um cara egoísta e que pensa somente em você mesmo, acabei de crer que você não vale nada, você mudou a minha impressão quanto a você, meu Deus, como eu pude achar que seria verdadeiro o que eu pelo menos achava que você sentia por mim... Como eu fui burra. – As lagrimas corriam pelo meu rosto como nunca correram em toda a minha vida. Por algum motivo, senti um buraco abrir e eu cair nele, senti meu mundo acabar, porque afinal, eu o amava já, e descobri que esse foi o meu pior erro. Como eu pude ser tão tola, eu não me conformava em como que alguém com aquele rosto angelical, quase perfeito pudesse ser capaz disso.
Parei de chorar, comecei a encara-lo e de uma só vez disse:
- Corey sabe que um dia vai se arrepender disso, e quando acontecer eu vou estar lá para jogar na sua cara, o que você fez com a garota doce e sensível que sentia algo muito forte com você. – E sai correndo de lá, corria como se eu realmente tivesse forças pra correr, mas sabia que não tinha. Percebia que já era noite, e chovia muito, e conforme chovia minhas lagrimas corriam meu rosto, mas já não chorava por tristeza, mas sim por raiva, e prometi a mim mesma que ele iria ver como eu sou de verdade, ou o que eu passei a ser depois do acontecido. Parecia que eu já não tinha sentimentos por ninguém, parecia que a única coisa que importava era a oportunidade dele me pedir desculpas e já não seria suficiente. Prometi a mim mesma que mais ninguém faria isso comigo, nunca mais.