Doce Amargo escrita por WaalPomps


Capítulo 16
Cap. 15 – Eu não consigo


Notas iniciais do capítulo

Oooooi curicas.
Então, eu to doente, passei uma semana viajando, metade dela a trabalho, então nem rolou fazer capa pro cap :/
Mas depois eu faço e substituo *---*
Espero que curtam o cap, vai dar pra ter uma noção do porque a Beth correu tanto.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/232127/chapter/16


Quase três meses haviam se passado desde que descobriram que Beth Danten era na verdade Beth Corcoran, vulgo Beth Fabray Puckerman e as coisas não poderiam estar piores.

Beth não mais saia de casa, se recusava a falar com Quinn ou Puck, ou qualquer um que fosse, exceto Ian, e até mesmo com esse estava tendo problemas para conseguir conversar.

Já na casa dos Puckerman, Isabelle estava passando por uma fase rebelde e de ódio de Beth e Peter queria a todo custo entender como tudo aquilo estava acontecendo. Sua irmã não estava morta?

Noah trazia noticias por Ian, que tentava ajuda-lo a se reaproximar de Beth, e Rachel e Drizzle estavam passando uma temporada com os amigos, para que a mais velha cuidasse de Quinn. A grávida não queria comer ou sair de casa, revoltada com si mesmo por não ter percebido que Beth era sua filha, e toda essa situação só aumentava a raiva de Belle por Beth.

~*~

A campainha do apartamento tocou, mas Beth não queria atender, sem vontade de ver ninguém. Tocou de novo, e novamente. No 8º toque, Beth abriu a porta irritada.

_ QUE É?

_ QUEM VOCÊ PENSA QUE É? – gritou Isabelle, empurrando a porta e entrando nervosa no apartamento. Beth recuou alguns passos assustada, reconhecendo na menina seu próprio jeito nervoso – PRIMEIRO VOCÊ MORRE, FAZ MINHA MÃE QUERER DAR FIM A PRÓPRIA VIDA E AI, QUANDO ELA AFINAL CONSEGUE SEGUIR ADIANTE, VOCÊ REAPARECE SÓ PARA SUMIR DE NOVO E ACABAR, NÃO SÓ COM A VIDA DELA, MAS A DOS MEUS IRMÃOS TAMBÉM? QUAL A MERDA DE PROBLEMA QUE SE PASSA COM VOCÊ?

_ Aconteceu alguma coisa com a Quinn ou os bebês? – perguntou Beth preocupada.

_ Como se você se importasse muito. – retrucou a mais nova, emburrada – Mas eles estão bem, vivos. Tia Rachel e papai estão carregando a mamãe nas costas praticamente, mas ela está viva, mas está mal.

_ Ouça Belle...

_ Não me chame assim. – rosnou a pequena – É Isabelle para você!

_ Ok, Isabelle... – continuou a mais velha, se segurando para não rir - Não era minha intenção que nada disso acontecesse está bem? Quando eu vim para os EUA com Ian, eu queria sim achar meus pais, mas eu não imaginava que seria assim ou o que teria acontecido quando minha mãe adotiva fugiu comigo.

_ Mas você descobriu não é? – perguntou a menina, com os olhos marejados – Eu passei quase treze anos da minha vida competindo com o seu fantasma que assolava o coração da mamãe. Ela te ama Beth, você não faz ideia do quanto. E agora, essa sua fuga está destruindo ela, você não pode ver? Você não consegue abrir a porcaria dos olhos e ver que Você está matando meus pais de dor?

As palavras da menina a feriam como facas. Claro que ela sabia que eles sofriam, Ian contava-lhe as coisas constantemente. Mas ela não conseguia encarar essa situação, não conseguia encarar os pais. Ela olhou Belle, que parecia a ponto de explodir e abriu os braços.

A mais nova se atirou em sua direção, escondendo a cabeça em seu peito e chorando até o corpo todo tremer com os soluços. Sentiu os próprios olhos lacrimejarem e chorou, apertando a irmã mais nova contra si.

_ Por favor Beth, vai para casa e fala com a mamãe. Não deixa ela se perder de novo. – soluçou a pequena, apertando mais a irmã contra si.

_ É o que eu mais quero meu anjo, mas você tem que entender que toda essa situação é muito difícil, é muito nova, muito estranha. – explicou a mais velha, sentando-as no sofá da sala e acariciando o cabelo da irmã – Eu preciso de um tempo para assimilar tudo, porque no momento, eu não consigo encara-los e lidar com toda essa situação. Por favor, entenda.

A menina continuou chorando, sendo consolada pela irmã mais velha e pouco depois adormeceu. Beth pensou quantas noites em claro ela deveria estar passando pensando nisso tudo. Não mais do que ela mesma, achava.

Ligou para Ian e ele foi ao apartamento, onde pegou Belle e levou para a casa dos pais, voltando uma hora mais tarde para encontrar a própria noiva chorando e abraça-la, acalentando-a até ela finalmente conseguir dormir.

~*~

Ela relembrava aquela conversa todos os dias, enquanto o tempo passava lentamente e a coragem parecia lhe continuar uma fugitiva. Até que alguém tocou na sua porta novamente e dessa vez ela não demorou a abrir, já imaginando quem seria.

_ Oi Bel... Rachel? – perguntou surpresa, vendo a morena a sua frente.

_ Oi Elizabeth... Podemos conversar? – perguntou a morena e a jovem assentiu, dando passagem para ela passar. Foram até a sala e sentaram-se uma em casa sofá – Bom, como você deve imaginar, estou aqui para falar dos acontecimentos de meses atrás. Mais especificamente, do que levou aos mesmos.

Dizendo isso, tirou da bolsa um diário preto surrado que a jovem logo reconheceu pertencente a mãe.

_ Como você o conseguiu? – perguntou chocada, revirando as paginas febrilmente.

_ Nigel Strand. – respondeu Rachel simplesmente e Beth a olhou, chocada – Leia. – disse, entregando-lhe a carta – Ian estava contando que quem montou a negociação entre ele e Puck foi Nigel... Acredito que seu avô tenha encontrado dos seus pais e trabalhado na aproximação sua e de Ian com os mesmo, através da fusão das empresas.

_ Por isso ele me disse para vir aos Estados Unidos. – concluiu Beth – Ele sabia que meus pais estariam aqui.

_ É o que penso. – comentou Rachel, pegando outra coisa na bolsa – Bom, essa é outra página de um dos diários de Shelby. É uma espécie de carta que ela deixou para você. Acho que seria bom lê-la.

A mais velha se levantou e Beth a acompanhou até a porta.

_ Como está Quinn? – perguntou, enquanto se despediam.

_ Indo. – suspirou Rachel – Se para mim e Noah já está difícil lidar com a situação, imagine para ela que, além de grávida, é sua mãe... Você pode não entender isso agora Beth, mas a ligação de uma mãe com seu filho é algo muito, mas muito forte e indescritível. Quando ela achou que você tinha morrido, eu acordava todas as manhãs esperando pelo pior. E hoje, estou passando por isso de novo.

_ Ela ou os bebês correm perigo? – perguntou temerosa e Rachel negou.

_ Por hora nenhum, acho. Ela está tomando aquela medicação para formação do bebê, por serem gêmeos e poder nascer prematuros. O que com muita sorte não acontecerá. Mas ela em si, não sabemos. Até os bebês nascerem estou tranquila, ela não faria nada que pudesse feri-los. Depois disso é que eu me preocupo. – nessa hora o celular da morena vibrou – Tenho que ir. Noah, Peter e Drizz estão me esperando aqui em frente para ir ao aeroporto buscar Finn e os gêmeos.

_ Quinn está sozinha? – espantou-se Beth e Rachel negou.

_ Belle está com ela. – explicou a morena, chamando o elevador – Se você não se importa, deixei seu numero como de emergência, porque o sinal no aeroporto é muito ruim.

_ C-c-claro. – concordou a jovem – E Rachel... Obrigado.

_ Pode me chamar como você chamava querida. – comentou a mulher, entrando no elevador – Tia Rach. Até mais. – e a porta se fechou.

Beth sacudiu a cabeça com um leve sorriso, enquanto fechava a porta e voltava para a sala. Sentou-se e apanhou o envelope com a ‘carta’ de sua mãe. Demorou alguns minutos para ler.

~*~

Minha pequena estrela... Ah, como eu adoraria te chamar assim, mas você jamais me deixa. Eu pensei que eu te criar faria você parecida comigo, mas se Rachel é minha cópia, tendo sido criada por Hiram e LeRoy, como posso esperar isso?

Hoje você estava no chão do seu quarto, brincando com suas bonecas, e eu lhe perguntei o nome delas. Quinn, você me disse. Quinn era o nome da bonita boneca de pano que eu lhe dei no aniversário. E seu ursinho se chamava Noah.

Hoje me arrependo tanto de ter agido por impulso naquela época, cega por um ciúmes e medo que eram inconcretos. Eu fui tola de ter deixado Noah partir e vê-lo com Quinn, ver você junto deles, era demais para mim. Eu sentia raiva dela, por ela ter o que eu não tive.

Ela tinha amor, ela podia te acompanhar crescer, ela tinha um futuro brilhante pela frente como jornalista e, mais cedo ou mais tarde, você iria acabar preferindo-a a mim.

A minha pequena Beth, se você soubesse o quanto eu te amo, o quanto eu lhe quero bem... O quanto eu queria que quando você me olhasse, fossem meus olhos que estivessem ali, não os olhos dele...

Eu digo piano, você bate o pé e diz violão. Eu digo Barbra, você reclama e prefere Lady Gaga. Eu coloco Dançando na Chuva, você sai para ler Harry Potter. Como eu queria que você fosse como eu, mas você insiste em ser como eles.

Será que se eles tivessem permanecido em sua vida e nós três tivéssemos te criado, seria diferente? Talvez você fosse uma mistura de nós, não apenas que eu nunca lhe deixei ser.

Vi hoje na internet que eles tiveram uma filha, uma menininha que é a cara do seu pai... E tem seus olhos. Vi nas fotos do jornal a alegria mesclada a tristeza que domina sua mãe ainda e só Deus pode dizer o quanto me senti culpada. Se eu pudesse, voltaríamos para lá hoje e resolveríamos todo esse mal entendido. Mas não posso.

Perdi minha filha e você seus pais, e a cada dia que passa, sinto que perco um pouco mais você...

~*~

Após ler a carta, Beth permaneceu imóvel por incontáveis minutos. Sentia raiva, dor, tristeza. Não sabia o que sentia, mas uma coisa tinha certeza: já não sabia mais quem era.

Levantou-se de supetão e se olhou no espelho. Seus olhos eram verdes como os de seu pai e o formato de seu rosto era como o de sua mão, mas havia algo errado. Passou a mão nos longos cabelos escuros e tocou a raiz clara. Ai estava o erro.

Apanhou um casaco e desceu apressada, indo até a farmácia na esquina. Entrou rapidamente, correndo os olhos nas prateleiras em busca da cor certa. Não demorou a acha-la e jogou o dinheiro ao caixa, mandando-o ficar com o troco.

Uma hora depois, já estava com os cabelos tingidos e prontos e se olhou no espelho, sentindo paz pela primeira vez desde os 16 anos. Aquela era ela. Loira, de olhos verdes, sorriso bobo, fã de pop e apaixonada por rock antigo. Elizabeth Caroline Fabray Puckerman. Não sabia por que, mas aquele nome lhe dava gosto.

Pegou as chaves do carro e se preparava para sair quando o celular tocou.

_ Alô? – perguntou, reconhecendo o numero dos Puckerman.

_ Beth? É a Belle. – ouviu o desespero na voz da criança enquanto alguém gritava atrás – Eu preciso de ajuda, os bebês tão nascendo. A mamãe tem que ir pro hospital.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E agora? hihi' Bejokas ;@