Era uma tardezinha de sol belíssima, Catherine arrumava suas roupas dentro da mala lilás com enfeites florais em tons de verde-claro. Nunca pensará que iria voltar para o Canadá, muito menos para a casa dele. Sabia que era difícil a situação, mas tinha que se conformar, afinal era a felicidade de seu pai que estava em jogo.

Ajeitou sua mala –já preparada- em um canto do pequeno e confortável quarto enquanto ouvia seu pai, Wiliam mas mais conhecido como Bill chamá-la.

– Já vai –gritou indo em direção as escadarias e descendo-as duas em duas.

– O jantar está na mesa –sorriu Bill a filha que logo se sentou na mesa servindo um pouco de Pasta Primavera em seu prato. Não podia negar, seu pai era um excelente chefe de cozinha, graças a Deus. Lembrava de quando era nora de Pattie, a mulher não era muito boa nessas coisas de comida.

Nora, só de lembrar-se desse apelido ingênuo que Pattie lhe dera já lhe dava calafrios por toda a espinha.

– O que ouve? –perguntou o seu pai vendo o estado de que a filha ficou em poucos segundos.

– Nada -respondeu ela tentando abrir um pequeno sorriso- Só acho que vou sentir falta dessa casa.

– Você pode vir visitar Nova York nas férias, afinal Madeleine e Cristina ainda vão continuar morando aqui. – Madeleine era sua prima e melhor amiga, e Cristina tratava Catherine como uma segunda filha, afinal era tia e madrinha da mesma.

Cath sorriu ao seu pai assentindo, na verdade tudo o que ela estava sentindo não era medo de sair de Nova York, e sim medo de encontrá-lo novamente.

[...]

Há quilômetros dali Justin olhava seu papel de parede do computador sorrindo fraco. Sentia-se um lixo por ter deixado a única garota que pudera amar de verdade escapar como areia entre as mãos. Suspirou olhando a janela onde uma leve garoa caia do telhado de casa. Pattie havia saído de casa e provavelmente só voltaria de tarde para a mesma, a mulher estava um tanto ansiosa de que seu noivo e sua enteada iriam morar em sua casa, mas o garoto de olhos caramelados tinha apenas uma pergunta em sua cabeça: “Como ela iria reagir?”

Iria o abraçar e sorrir como se nada havia acontecido? Ou iria ignorá-lo e fingir que ele não existe.

Queria negar, mas todas as expectativas o levavam para a segunda opção.

Trouxa

Isso era o que o definia, como que conseguiria ter trocado a maravilhosa namorada por apenas uma noite de sexo com a vadia do colégio? Porque não se tocou e abriu os olhos naquela festa que Ryan dera? Por quê? Por quê? Praguejava-se mentalmente.

Ouviu a porta sendo batidas duas vezes e sussurrou um “Entra” fechando rapidamente a tela do notebook.

– Oi amor –disse Milla, namorada de Bieber.

– Oi –disse o garoto simplesmente, Milla era uma garota legal, em termos, quer dizer ela era um tanto possessiva, o que deixava Justin irado varias vezes. Não era aquele jeito como Catherine tratava as garotas em que chegavam perto de Justin, Catherine, Catherine, Catherine... Porque você não sai da minha cabeça? – se xingou mentalmente.

– E então... Como anda os preparativos para a chegada de Catherine e Bill? –perguntou à ruiva sentando-se na beirada da cama fazendo o garoto girar a sua cadeira de frente a ela. Com certeza esse era um dos assuntos em que deixava Milla mais irritada, no fundo ela sabia que Justin ainda amava a loira e que se ela pedisse em segundos ele voltava para os seus braços.

– Tudo ótimo... –respondeu ele simplesmente tirando o olhar de suas mãos que brincavam com a aba do boné da Element para o corpo magro da ruiva. Não era mais tão popular que nem há três anos e muito menos pegador, mas ainda assim olhava –até que de mais- para o corpo das outras garotas. A ruiva tomou a iniciativa de pular no colo de Bieber começando a beijar o seu pescoço, mas Justin apenas afastou-a de leve vendo os objetivos que a mesma queria com ele.

– Milla, agora não... –disse ele em um tom de voz baixo. A mesma se ajeitou levantando-se do colo do garoto e ajeitando a calça jeans grudada no corpo.

[...]

– Ultima chamada para o vôo 4786 com destino há St.Marys- Canadá –anunciou a voz robótica da aeromoça fazendo Catherine levar um susto, seu pai ajeitou-se abraçando a loira baixinha enquanto a mesma ajeitava sua bolsa com sua câmera fotográfica profissional que não trocava por nada nesse mundo.

Suspirou olhando tudo a sua volta, como fizera antes de fechar a porta de casa, não queria esquecer nenhum momento em que passou em Nova York.

Caminhou sendo seguida pelo seu pai em direção a funcionaria que olhava o passaporte, mostrou o seu e o seu pai fez o mesmo caminhou pelo finger e logo entrou no avião sentando na cadeira demarcada, Bill sentou-se ao seu lado deitando a cabeça na poltrona.

A garota sacou de sua eco-bag seu Iphone colocando os fones de ouvido nele ligando sua playlist de sua banda favorita no Maximo volume e em poucos minutos pegando no sono. Horas se passaram e com o tempo ouviu a aeromoça avisando que haviam chego em St.Marys, cidade vizinha a Stratford, que não tinha aeroporto. Levantou-se com muita calma pegando suas bagagens de mão e ajudando o seu pai a pegar as suas bolsas, foram em direção a esteira do aeroporto tentando achar suas duas malas.

Do lado de fora do desembarque Justin caminhava de um lado ao outro, ainda não havia caído à ficha que finalmente iria revê-la, mesmo que a garota o iria ignorar –obviamente que ia- só de pensar em que iria acordar e vê-la todos os dias já o deixava mais feliz.

– Ó, são eles! –exclamou Pattie fazendo Justin parar de mexer em seus cabelos e olhar em direção a porta de saída do desembarque onde logo viu a loira que agora tinha varias mexas coloridas nas pontas do cabelo, sua fisionomia não havia mudado muito, baixinha, olhos azuis celestes brilhosos e boca rosada. Justin sorriu de imediato acompanhando sua mãe aonde Bill e Catherine estavam, Pattie deu boas vindas aos dois e logo a mesma estava aos beijos com o futuro marido. Justin sem muita reação tentou se comunicar com Cath que retirava o esmalte preto das unhas:

– Quer ajuda? –perguntou Justin olhando para ela e tentando não demonstrar o quanto nervoso estava, mas só o fato de suas mãos estarem tremulas e suadas já dizia tudo, no mesmo momento a loira levantou o olhar, erguendo o cenho:

– Não! –respondeu rudemente o que fez Justin vacilar o olhar por uns minutos.

É, com certeza os problemas estão apenas começando...