Vais Ser a Minha Salvação? escrita por AnnieKazinsky


Capítulo 9
Descobrindo...




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Mais um dia de trabalho.
Mais um maldito dia de trabalho.
A mesma rotina de sempre.
Nada mudara. Ou quase nada.
Trabalhos acumulados em cima da sua secretária.
Mal tinha tempo de respirar.
Fazia-lhe jeito um funcionário. Alguém que a ajudasse, com quem dividir trabalho.
Tinha de enviar um anúncio para o Profeta Diário para procurar alguém.
Mas quem é que quer trabalhar no gabinete de Relações com Entidades Mágicas?
O certo é que precisava de ajuda.
Desde o seu último funcionário, tinha deixado acumular imenso trabalho.
Ainda não se conformara com o facto dele se ter ido embora.
Primeiro, porque estava a correr bem (pelo menos na sua perspectiva)...
Segundo, porque ele era competente. Era difícil encontrar alguém assim.
Terceiro… porque fizera sexo maravilhoso com ele numa praia, e ele demitira-se no dia seguinte.
Mas quem é que segura o Malfoy?
Suspirou, entrando no elevador.
Harry entrou no terceiro piso.
“Então...” disse parecendo preocupado.
“Olá, Harry... tudo bem?”
“Nem por isso... tenho tido reuniões no gabinete de aurores....”
“Sim, tenho notado movimento diferente hoje... muita correria... passa-se algo...”
Era uma afirmação, e não uma questão.
Harry levantou os olhos verdes para ela. Anuiu.
“Não está nada bom... muggles torturados e mortos... e dois aurores mortos... até deu nas notícias muggles...”
“Céus... devoradores da morte?” disse Hermione ficando pálida.
“Magia negra de certeza... mas, de resto, nada de concreto... vou agora para Azkaban.” Disse, abanando a cabeça com um ar abalado “Prenderam dois suspeitos...”
“Boa sorte, Harry...” murmurou ela quando o elevador parou.
Saiu.
Nem imaginava as dores de cabeça de Harry como chefe dos aurores.
E ela queixava-se do seu departamento...ufff
Ficou preocupada.
Magia negra no ar era sempre um mau presságio.
Mesmo com Voldemort morto.
Deixou as pastas na mesa do ministro da magia e saiu da sala, dando de caras com o próprio.
“Kingsley... deixei as propostas na tua mesa...”
“Sim, Hermione, obrigado.”
“O Harry disse que houve um ataque horrendo em que morreram dois aurores... sabes e alguma coisa?”
“Isso é confidencial...” disse com um meio sorriso, afinal nada mudava, a confiança e Potter nos seus amigos era inabalável. “Sim... foi terrível... foi quase como ver o quem-nós-sabemos
voltar ao activo... ainda é tudo muito recente. O mundo mágico ainda não está preparado para algo assim...”
Hermione baixou a cabeça, concordando.
“E nada de culpados por agora...”
“Bem... o Harry foi a Azkaban, para fazer interrogatórios... sabes, Hermione, é melhor avisar-te... o nome de Malfoy foi mencionado por um dos prisioneiros que fizemos...”
“Malfoy? Lucius?”
“Não... Draco... como ele trabalhou aqui e no teu departamento... acho melhor saberes... e já que o Harry te informa de tudo...”
Hermione estava meio em choque.
Malfoy?
Envolvido em...
Merlin...!
“Hermione?....”
Ela pestanejou, fitou Kingsley
“Sabes de alguma coisa?... Ele despediu-se tão abruptamente... e não o conseguimos encontrar até agora... não soubeste mais nada dele?”
“Não...”
“Já fez cinco meses desde que ele se despediu... certo?”
“Já?... Cinco meses?“ fingiu-se surpreendida “Sabes Kingsley...nunca fui muito amiga do Draco... ele tem um feitio terrível... bem... tenho um relatório para acabar...” e voltou para trás,
entrou no elevador, foi à sua sala, agarrou na sua mala e saiu.
Amanhã era outro dia.
Provavelmente rotineiro.
Igual ao que acabara de passar...
Precisava de descansar.
Ao entrar em casa, tinha uma nota de Ginny.

“ Olá, desaparecida.
Vê lá se hoje vens cá jantar.
Beijos, Ginny.”

Não estava com cabeça.
Aliás, havia algum tempo que não tinha cabeça para essas coisas.
Há cerca duns cinco meses...

*

A noite ia alta.
Hermione moveu-se, acordando lentamente.
Sentia-se gelada.
Tinha o casaco dele sobre si.
Dormira um pouco sobre a areia e estava toda dorida.
Esticou-se, reparando que lhe doía tudo.

Draco?” chamou estranhando a sua ausência.
Saiu do refúgio.
Ele estava perto da água.
Olhou para trás.
Foi ter com ela: estava completamente despenteado, sem a camisa, mostrando as cicatrizes do fatídico ‘sectumsempra’ que Harry lhe lançara no sexto ano.
Sorriu-lhe timidamente.
Ela estranhou.
Não era normal um sorriso daqueles num Malfoy.
Mas quando deu por si, estava a retribuir-lhe o sorriso.

Acho que até tenho areia nos ossos...” comentou passando as mãos pelo cabelo, sacudindo-o.
Dormiste?” perguntou ela
Não consegui...vamos voltar?”
"Sim... pode ser....” murmurou ela. Ele acenou afirmativamente.

Levo-te a casa...?”
Ficas comigo?..."
Ele pareceu hesitar.

Pode ser... tenho é de tomar um banho e mudar para uma roupa sem sal... e perdi a camisa... acho que o mar a levou...”
Hermione não conteve um sorriso.

*

Diabos!
Deu meia volta e foi ter a casa dos Potter.
“Aleluia, rapariga, finalmente vieste...” exclamou Ginny, feliz “O que te fez arrancar de casa?”
“Estou farta de solidão...” murmurou.
“Precisas de um namorado...”disse a voz de Ron Weasley da porta da cozinha, cruzando os braços, fitando-a.
Hermione revirou os olhos. Olhou para Ginny desconfiada.
“Se soubesse que ele estava por aqui NÃO tinha vindo, Gin.”
“Eu sei... mas não penses que o convidei... ele simplesmente Apareceu. E é meu irmão... não tenho como o meter na rua... apesar de me apetecer” disse a ruiva lançando um olhar mortífero ao irmão.
“Vim à procura do Harry...” desculpou-se Ron. “Ginny, não me disse que vinhas...”
“Eu não sabia, estúpido!”
“Deixa, Gin... afinal...” Hermione encolheu os ombros. Ron foi sentar-se junto a elas no sofá da sala. “Enfim...”
“Ficam então para jantar?” convidou Ginny, ansiosa.
“Ahhhh, não sei... “murmurou Hermione com ar incomodado.
Ron sorriu. “Eu fico, se fizeres o empadão da receita da mãe...”
“Fica Hermy...”pediu a ruiva à amiga piscando o olho.
Hermione concordou por fim.
“E o Harry, que nunca mais vem...?” disse, olhando para o grande relógio da sala.
“Eu vi-o antes de sair... foi a Azkaban...”
“Azkaban??” exclamou a ruiva empalidecendo.
“Sim... por causa daquele ataque...”
“Oh, sim... o ataque... ele falou-me disso ontem... e hoje vinha nos jornais...”
“Já sabem de algo?” exclamou Ron alto.
Demasiado alto.
Deixando denotar um tom estranho na sua voz. Ou seria sua impressão?
“Não sei... vamos lá ver o que o Harry fica a saber...” murmurou Hermione.

**

Ron insistiu em levá-la a casa.
Ela recusou.
Ele voltou a insistir.
Ela olhou para ele com um ar intimidador, que ele ignorou.
Conhecia demasiado bem aquele olhar.
Materializaram-se à porta de casa dela.
“Andas muito escondida, Hermione. A Ginny disse-me... que andavas muito abalada... ou melhor, ela não me disse... ela comentou com Harry e eu ouvi... passa-se alguma coisa?”
“Não, Ron... só... demasiado trabalho... e...”
“Pelo menos já não tens o Malfoy a trabalhar contigo...”
A expressão dela endureceu, fitando Ron com um ar zangado.
“Fica sabendo que ele foi de grande ajuda enquanto trabalhou comigo!”
Ron levantou as mãos em ar de rendição. Sorriu levemente.
“Sim, mas durante quanto tempo?... bah...”
Ela ia-lhe responder torto. Mas ele falou primeiro.
“... mas não estou aqui para falar naquele falhado... estou preocupado contigo...”
“Já disse que estou bem Ron... não te preocupes...”
Preocupado o tanas; se ele se preocupasse não tinha ‘fugido’ inexplicavelmente para a Roménia para o pé do irmão.
Ele aproximou-se.
Ela prendeu a respiração.
“Sabes... podias deixar-me entrar na tua vida de novo...”
“Tu já fazes parte dela, Ron...”
“Tu sabes que te amo...”
“Sei?... Não... não sei...”
Ele baixa o rosto e dá-lhe um leve beijo nos lábios.
Fez um ar atrapalhado, encolhe os ombros e dá meia volta, deixando-a sozinha.
Ron estava mesmo estranho.
Mesmo muito estranho.
Umas vezes era exactamente o Ron por quem se enamorara na escola, outras vezes parecia sinistro, frio...
Ainda nutria por ele um certo carinho, apesar de tudo.
Vivera muita coisa com ele.
Eram demasiados anos de história para serem apagados…
Apesar de uma certa noite na praia ter apagado alguns capítulos...

**

Ron Weasley hesitou.
Esperou no escuro da noite; estava um frio danado, esfregou as mãos uma na outra e procurou algo no bolso. Tirou um cigarro e acendeu-o.
Pouco tempo depois, um movimento no escuro chamou a sua atenção.
“Até que enfim...” murmurou expirando o fumo.
“Sabes... é difícil andar por aqui com tanto auror preocupado...” disse uma voz arrastada. “E eu vou ser para sempre um rosto a apontar quando as coisas correm mal...”
“Não quero saber... fizeram merda da grossa...” disse furioso dando um soco no ar.
“Olha, Weasley, vai à merda... o que queres?”
“Eu? Quer dizer, eles foram apanhados, estão em Azkaban... que raio foi aquilo de matar uma porrada de Muggles?”
“Culpa foi deles, que meteram a pata na poça... eu não estava lá... mas acho que isso com os muggles foi para distrair... foi o que o Nott disse...” fez um pausa irónica “E o Potter já está envolvido na investigação?”
“Claro que está, Totó... ele É o Chefe dos Aurores!!... Eu disse para terem cuidado... nas não, não me ouviram... se querem continuar o plano vão ter de confiar mais em mim...!”
“Disseram que o tiravam de Azkaban... e só lá meteram dois devoradores...”
“Eu?? Vocês é que são burros e eu é que...” disse Ron exaltado.
“Vocês uma merda... eu não me envolvo... e pelo que eu sei... o plano inicial era teu... se correu mal...” o outro estava calmíssimo, o que irritava Ron profundamente.
“Ok, ok!” disse impaciente ”Mas olha lá, para que é que raio o queres tirar de Azkaban?... Ele é uma nódoa; esta lá muito bem...”
“Eu sei... mas quero justiça à minha maneira...estar em Azkaban é pouco para ele... para o que ele fez...”
“Tu também devias lá estar...” disse Ron com raiva na voz. O outro levantou uma sobrancelha desdenhosa.
“Eu?... Negativo... pensei que já tinhas ultrapassado isso, Weasley...”
“Nunca!... O meu pai... Meu pai!!
“Acalma-te! Não levantes a voz; és tãããão estúpido...”
Ron respirou fundo: tinha as orelhas vermelhas da raiva. Mesmo no escuro dava para ver.
“Por isso é que acabaste nesta vida, Weasley? Vingança?”
“O meu pai era um bom homem, não merecia ter... e tu! Tu estavas lá!!!” exclamou apontando um dedo recriminatório.
“Acalma-te... nunca imaginei ver-te nesta posição... o melhor amigo do ‘gajo-que-sobreviveu’...”
“E se te disser que estava farto de ser o amigo medíocre do famoso Harry Potter?... hem?”
“Eu acredito mas....acho pouco... muito pouco...”
“Digamos que o resto não é para cá chamado....” disse num sussurro baixo fitando o outro os olhos.
“Olha...só estou nisto porque garantiram-me que o tiravam de lá...” queria deixar bem claras as suas intenções.
“Eu sei que não queres fazer parte do resto do plano... mas os teus conhecimentos de Gringotts ajudam...”
“Os meus conhecimentos?... Não foste tu que assaltaste o banco com o Herói Potter e a... a... S-sangue de Lama da Granger?... E depois fugiram num Dragão?”
Ron não gostou do tom dele. Aliás, não gostava de nada nele.
Tudo o irritava...
Mas por razões superiores, tinha de o aturar.
“Tu tens um cofre lá... chega...” disse Ron.
“Oh yeah... vazio... nem moscas devem lá estar...”
“Precisamente... precisamente...” murmurou Ron com um ar que roçava o diabólico.
“Queres lá meter alguma coisa, Weasley? O quê? Pó? Já lá está o suficiente…” e deu uma gargalhada irónica.
“Odeio-te... se não tivesse ordens, já tinha acabado com a tua raça...” deu meia volta irritado.
“Acabado comigo? Não me faças rir! És uma menina do coro comparado comigo, Weasley... cala essa boca insolente e vai dizer ao raio do teu mestre ou chefe ou a merda de como ele se denomina, que eu disponibilizo o meu cofre com a condição de o tirarem de Azkaban. E me deixarem em paz....
Ron anuiu, baixou a cabeça e ouviu o ‘pop’ familiar de alguém a desmaterializar-se.
Tinha uma coruja para enviar.
O Malfoy não podia mudar de ideias agora, tinha de participar.
Era só necessário aliciá-lo; e depois, quando se é Devorador da morte uma vez... é-se para o resto da vida...


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Notas finais do capítulo

é aqui que a historia da uma especie de reviravolta...hummmm digam-me se tou indo bme:) ehehehe
se tiverem ideias ou sugestoes... :)



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