Vais Ser a Minha Salvação? escrita por AnnieKazinsky


Capítulo 10
Beco Zurzidor




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Mentira.

Engodo.

Ilusão.

Porquê?

Porque tinha sido tão previsível?

Sentia-se sujo.

Imundo.

Inútil.

Fraco.

Fraco...

Miserável.

Triste.

Patético!

Não tinha contado, mas já fazia algum tempo que passara aquela noite. Aquela noite.

Aquela... aquela que se arrependera docemente. Que o fazia sorrir ao lembrar o toque suave da pele dela... o seu tom moreno... suspirou fundo, o ardor da culpa ainda não o tinha deixado.

Aquela noite não deveria ter acontecido.

Fraco.

Não fora muito inteligente envolver-se com Granger daquela maneira. Não havia volta... e pensar que tinha gostado daquele gosto de paz. Afastar-se tinha sido o correcto...

Ela pertence a uma realidade diferente...

Para mais... é uma sangue de lama!

Sangue de lama...

Maldita.

Baixou o rosto enquanto ia caminhando pela imunda Londres muggle.

Havia umas boas semanas que evitava o mundo mágico.

Era melhor assim.

Não era a melhor altura para andar por lá... estúpidos feiticeiros! Qualquer coisa de anormal e os Malfoy é que pagam...

Merda.

Não tinha nada a ver com o que se passara!

Perdido nos seus pensamentos chegou a um beco imundo, e desmaterializou-se.

Apareceu num baldio pestilento, caminhou lentamente até ao seu destino, tirou do bolso um pedaço de pergaminho; fitou o papel, olhou para casas velhas e o encantamento Fidelius desfez-se a frente dos seus olhos. Deu um meio sorriso. Quem diria que alguém já ali tinha vivido?

*

Uma gargalhada de escárnio ecoou. A luz verde explodiu à frente de seus olhos.

Um grito estridente invadiu o local; acordou com um salto, a respiração estava acelerada, ele estava suado.

Maldito pesadelo.

Nunca iria esquecer a maldita estadia de Lord Voldemort na Malfoy Manor.

Levantou-se, passou pela casa de banho, molhou o rosto e olhou pela janela. Era cedo, o sol ainda não espreitara. Vendo daquela lúgubre janela ficou com a sensação de que o sol nunca iria chegar ali; tinha uma vista triste. Um rio podre, e fábricas por perto. De dia o fumo invadia os céus. Odiava aquela casa e tudo o que tinha dentro. Desceu pelas escadas estreitas, olhou com ar reprovador para aquela sala, suspirou… se ao menos o dono da casa estivesse vivo... talvez não tivesse tantos problemas.

Serviu-se do velho vinho da garrafa de cristal que estava meio lascada. Limpou um copo da cozinha poeirenta e bebeu fazendo uma careta: sabia fortemente a álcool. Lembrou-se do Weasley imundo e do que ele lhe propusera.

Nunca o imaginara a ir contra o que o santo Potter acredita. Parecia inacreditável... aquela mosquinha morta, armado em grande feiticeiro negro, com negócios obscuros. E a fumar!!

Draco deu uma gargalhada sonora.

Ridículo.

Patético.

Ron Weasley ir-se-ia arrepender de tudo mais tarde.

Não tinha nascido naquele clima de traição e ódio profundo.

Não saberia decerto lidar com aquele tipo de dificuldades... riu-se um pouco mais...

Ron, parte do trio dourado que tinha tudo para dar certo, uma loja de brincadeiras na família que devia dar algum dinheiro, uma mãe carinhosa e uma namorada... quer dizer... não tinha, Hermione já não namorava com ele...

Mudanças estranhas... apercebeu-se ele. Demasiado estranhas para quem tinha algo tão perfeito e precioso.

Pensou em Hermione.

Ele tivera-a e perdera-a...

Não.

Tinha de a afastar da sua mente.

Tinha mesmo.

Parar de pensar na hipótese de uma vida calma bem longe do que era...

Ya... queres enganar quem?

Suspirou.

Os supostos planos negros de Ron eram-lhe indiferentes. Só tinha um objectivo. Sabia bem que se fosse descoberto estaria em sarilhos. E quem é que ia acreditar que Ron Wesley é que o tinha incitado?

Tudo aquela situação lhe cheirava a esturro. Que saberia Ron que ele não soubesse? A não ser que fosse uma vingança pessoal... mas se assim fosse, porque raio ele não o atacara logo na primeira vez que se encontraram? Ron sempre fora de atacar primeiro, perguntar depois...

Draco tinha a consciência limpa em relação ao Weasley, tirando a parte dos insultos, é claro... O que acontecera ao Weasley Pai...? Raios, nunca se lembrava do nome do homem... Arnold... certo? Ou seria Arthur?... Enfim, o que acontecera ao pai dele não fora sua culpa... talvez tivesse provocado um pouco, mas não fora ele que sacara a varinha... não havia razoes para vinganças... ou haveria?

Pousou o copo já meio enjoado. Aquela maldita bebida era forte...

Bolas, Malfoy...

Tu és um alcoólico, triste e sentimental... ufffff.

Olhou o relógio.

Tinha de sair.

Ou então de se matar...

*

 

Hermione andava por Londres com a sua mãe. Era fim-de-semana e era dia de compras.

“Hermione... estás tão longe hoje...” disse Mrs. Granger fitando a filha com ar preocupado; realmente ela estava demasiado silenciosa. “Vamos beber um café? Paramos um pouco, pousamos os sacos e tu desabafas acerca do que te incomoda...”

Hermione assentiu. Claro que no fundo não tencionava dizer à mãe que desconfiava que o homem que amava andava metido em magia negra e assassinato, e que não o via há quase seis meses... enfim, não valia a pena... lá ia a treta do trabalho a mais e horas extras mal pagas...

Sentaram-se numa esplanada virada para o rio. Até era simpático. Não estava muito frio.

“Então... conta-me!” insistiu Mrs. Granger. Hermione abriu a boca para falar, mas a mãe interrompeu-a. “Fala-me desse jovem fascinante que vem ocupando os teus pensamentos...”

Ela engoliu em seco. Ok, a sua mãe era melhor que a Prof. Trelawney... inspirou fundo.

“Que jovem...”

“Oh vá láááá... eu não sou tonta, querida... há já algum tempo que tenho reparado... que... bem, que tens tido mudanças de humor e tens estado deprimida... vais dizer-me que não anda aí uma relação conturbada com alguém?”

Hermione corou. Baixou o rosto. Hesitou.

“Ah! E naquele fim-de-semana que passaste fechada no quarto a chorar... eu ainda tive a esperança que me contasses... mas nada...”

“Desculpa mãe... hum... só não te quis preocupar... quer dizer... afinal...”

“Deixa lá isso... quem é ele? É o rapaz que meteste a trabalhar contigo? Estavas muito entusiasmada quando ele começou lá... lembro-me disso... do brilho do teu olhar...”

“Mãe!!!” ok, provadíssimo. A minha mãe devia ser professora de artes divinatórias!

“Vais negar?”

“Não... seria mentir mãe... sim... é esse jovem fascinante” disse irónica.

“Nunca chegaste a dizer o nome dele...”

Ai. Boa... claro que não tinha dito. Draco Malfoy era um nome bem conhecido de sua mãe. De certeza que ela se lembrava dos relatos de Hermione lhe contava na altura de escola das atrocidades que Draco lhe dizia e fazia. E de certezinha que a sua mãe se lembrava do pai dele, aquele ser sempre arrogante, desagradável quando tinham o azar de se encontrar na Diagon-al.

“Hum... pois...”

“Alguém conhecido?”

“Mais ou menos... já ouviste falar...”

“E não foste capaz de o levar a jantar connosco, Hermione Jane!” repreendeu-a com um sorriso doce. Hermione mordeu o lábio.

“Não correu muito bem... a minha relação com ele...” não estava a imaginar Draco jantar calmamente com os seus pais Mugglíssimos. Suspirou. “Ele dificultou... sabes... é puro-sangue...” deixou escapar.

“Oh meu deus! Ele não nos que conhecer?!” exclamou a mãe em choque.

“Oh! Não, não, não, mãezinha....!!” apressou-se a dizer “ Nós não resultamos... não deu tempo de o trazer a vossa casa... tu sabes que eu apresentaria o meu namorado aos meus pais!!”

“Oh... eu sei.. e o Ron, querida?... Ele é tão bom rapaz...”

“Sim, mãe... mas já não é a mesma coisa...” suspirou “... só queria mesmo que o ... DRACO????” exclamou não acreditando no que via.

“Draco? Que falas? Esse não é o tal miúdo insuportável filho daquele homem...” disse com indiferença, mas Hermione mal ouvia.

Draco tinha parado de andar. Fitava-a com um ar indecifrável.

Mrs. Granger olhou para o que chamava a atenção de Hermione e o seu medo momentâneo tornou-se realidade. Draco Malfoy estava parado em frente delas.

Crescido, é claro. Tinha crescido muito, observou Mrs. Granger. Era uma réplica do pai, mas ainda mais belo, de linhas aristocráticas, mas de expressão dura. Cabelo louro pálido comprido, não tanto como usava Lucius. Reparou o olhar dele, era isso que o diferenciava por total do pai. Havia qualquer coisa...

“Draco!” disse Hermione. Ele baixou o rosto, ia-se embora, ela deu um salto da cadeira, agarrou-lhe na manga do casaco. Ele parou de novo fitou-a com aqueles olhos cinzentos... “Não fujas...” murmurou. Ele não respondeu. Virou-se para ela.

Mrs Granger não queria acreditar no que via, na tensão que notou entre eles. Os gestos de duas pessoas que tinham uma ligação forte. Hermione praticamente o arrastou até à mesa. Mas não se sentou.

“Mãe... este é o Draco... foi ele que trabalhou comigo no ministério...” disse sabendo bem o impacto que aquilo teria. Draco olhou para ela, e acenou com a cabeça. Mrs. Granger já não viu nada do rapazito irritante que encontrara da Diagon-al há tantos anos. Diante de seus olhos via um homem. Não achou que ele fosse o homem ideal para sua filha, mas claramente que não era desprezível como o seu pai.

“Lembro-me dele...” murmurou. Hermione temia seriamente pelo que a sua mãe poderia estar a pensar.

“Depois explico-te tudo, mãe... juro... mas agora tenho de falar com ele antes que ele me desapareça de novo...”

Viu a sua mãe sorrir levemente. Hermione retribuiu, mais calma. Deu o braço a Draco e meteu-se pela multidão que andava pela calçada.

“Há quanto tempo senhor Malfoy...” murmurou ela olhando para trás vendo a mãe pegar nos sacos. Ele disse qualquer coisa numa voz baixa e irritadiça.

“Que foi? Não estavas à espera de me ver aqui?” disse sarcástica enquanto lhe apertava o braço; ele fita-a com ar frio. “Ah, pois...” disse ela irónica fingindo-se surpresa “Estamos na Londres muggle!!! Quem esperava ver uma feiticeira aqui?... Ou mesmo um feiticeiro...”

“Cala-te, Granger!... que cena...” disse aborrecido.

“Tens-te escondido por estes lados desde que o ministério anda a tua procura?”

“Eu não ando escondido... e o ministério não tem razões para andar à minha procura...”

“Não? Então porque anda o grande Malfoy puro-sangue na Londres muggle?”

Ele hesitou, resmungou qualquer coisa. Olhou para ela, parecia furioso.

“O que raio fazes aqui?” inquiriu levantando a sobrancelha esquerda.

“Eu tenho família muggle..." respondeu Hermione com ar óbvio "Caso te tenhas esquecido... oh! Claro que não te esqueceste!... impossível.”

Draco fez ar de mofa, bem digno de si, fazendo com que Hermione se lembrasse dos tempos de Hogwarts. Aquele ar presunçoso dele tirava-a do sério. Apertou-lhe o braço.

"Onde estás escondido, Draco?"

"Não estou..." murmurou ele. Ela revirou os olhos. Estava furiosa com ele. Como poderia estar tão calmo, e fingir que nada se passava?

"Não te vou deixar ir sem me esclareceres primeiro. Quero fazer-te perguntas e espero ter respostas..."

"Mas tu sabes... que o melhor que farias era largar-me o braço e voltar para casa com a tua mãe... não sabes?..." disse fixando os olhos cinzentos nos castanhos dela.

Ela suspirou.

Sim, é claro que sabia que estava a mexer num ninho de vespas.

Deveria ter desistido.

Deveria largar o braço dele e voltar para trás para a sua vida calma...

Bem calma...

Quem é que estava a enganar?

Nunca tinha tido vida calma desde que descobrira que era feiticeira.

Apertou-lhe o braço novamente.

"Onde podemos conversar, Malfoy?" disse com ar decidida. Ele, por um lado apeteceu-lhe sorrir, mas por outro não estava com vontade que Hermione metesse o nariz na sua vida; de certeza que iria dar problemas. Arrastou-a para um beco vazio e materializou-se subitamente com ela para a Diagon-al.

Hermione foi surpreendida pela horrível sensação de ser sugada por um cano, e viu-se a entrada do velho prédio onde ele morava antes.

"Estás escondido aqui?" perguntou exasperada. Como é que ninguém o tinha achado logo?

"Já não moro aqui, se é o que queres dizer... mas já que queres conversar... eu nunca te levaria ao sítio onde moro agora... acho que não ias gostar... a decoração não faz o teu estilo" disse sarcástico, cruzando os braços. Hermione semicerrou os olhos, zangada, e entrou no prédio, sendo imediatamente seguida por ele. Parou no seu antigo andar. Draco apontou a varinha à porta e com um feitiço não verbal conseguiu abri-la.

Quando entrou, Hermione teve um arrepio. Todas as memórias do que passara com ele vieram-lhe à mente.

Tentou não deixar transparecer isso.

Fitou-o.

Draco estava parado à porta.

"Muito bem... o que queres saber?"

"O que se passou para o ministério te querer interrogar?" disse demasiado rápido.

"Nada... eu não fiz nada..." respondeu revirando os olhos.

"Então porque raio desapareceste?" estava impaciente.

"Hei! Antes de ser procurado, eu já me tinha mudado daqui!... Não fugi nem me escondi por causa do ministério!..."

"Mas..."

"Mas nada, Granger!... Não tens nada a ver com a minha vida!"

"Para estares a falar assim é porque há aí coisa... o que se passou Draco? O Nott disse que estavas envolvido… tu e outra pessoa… ele diz que recebeu ordens escritas mas que te viu a ti..."

"Ah, acreditas piamente no Nott? O pai dele é escumalha! A família del..."

"O teu também é!! A tua família também é escumalha!!" gritou furiosa. Draco abriu a boca ficou com ar de quem tinha levado um murro. "É isso que quero saber... se és escumalha como a tua família ou se estás a ser perseguido injustamente pelo teu nome! Diz-me, Malfoy!"

ele baixou rosto.

"Onde há fumo há fogo, Granger... não é o que dizem por ai?" disse Draco

"Fogo? Bolas, Malfoy, custa-te dar uma porcaria de uma resposta?" disse exasperada batendo-lhe de leve no peito, ele fitou o gesto dela, mal queria crer no perto que estava dela.

"Pensei que me odiasses..." murmura ele surpreendendo-a. Ela fica séria.

"Quê?"

"Desde aquela noite..." continuou ele. Hermione ficou vermelha, nunca pensou voltar a falar disso com ele, e nem que fosse ele a chamar o assunto.

"Foste tu que te despediste..." disse recuando um passo. Ele abana a cabeça negativamente.

"Foste tu que não vieste trabalhar no dia seguinte..."

"Deixaste um bilhete de despedida..."

"Claro... era o mais óbvio..." murmurou ele.

"Óbvio?! Não... o óbvio era admitir o que se passou..." ela encostou-se a parede, sentia as pernas tremerem-lhe. Ele dá um passo em frente, na sua direcção.

"Mas eu admito... só acho que nós não resultamos..."

"Não resultamos...?" Hermione estava cada vez mais indignada. Virou o rosto, ia-se embora. Era mesmo inútil falar com ele. Tinha de mesmo de o esquecer, ou caso contrário iria perder a sua sanidade mental… não que naquele momento tivesse muita.

Subitamente, o loiro agarra-lhe o braço e encosta-a à parede antes dela ter tempo para reagir. Sente a respiração dela no seu rosto, o corpo dela junto ao seu... não a consegue olhar nos olhos, estava muita coisa implicada. Tinha medo que ela lhe lesse os pensamentos.

Hermione mal conseguia respirar. Levanta o rosto, tentando encarar aqueles olhos cinzentos. Ele desviou. As incertezas tomavam-lhe a mente. Sentiu os lábios dele roçarem-lhe a testa, descendo lentamente. Beijou-o.

Incertezas?

Certezas?

Tudo se fora ao tocar os lábios dele.

Sabia melhor do que se lembrava, sentia-se completamente envolvida por ele, que passara os braços à volta dela, erguendo-a contra a parede.

Batendo na mesinha do lado, fazendo cair a jarra com flores, mas nem isso os separou.

Aprofundaram o beijo, perdendo-se um no outro.

 

*

 

Ron Weasley caminhava pela rua estreita e cheia de gente da Diagon-al. O sítio perfeito. Adorava aquela rua. O cheiro trazia-lhe tantas memórias de quando tudo estava bem. De quando ainda era um miúdo, passeando por aquelas mesmas ruas com os seus pais procurando os melhores amigos.

Quem diria que tudo iria mudar?

Que o seu irmão Fred e o seu pai acabariam mortos, e que nem Hermione conseguira manter perto de si.

Ela não compreendia.

Não. Nunca.

Nem Harry iria entender; ele agora só vivia para Ginny e para o departamento de aurores. Nada mais lhe interessava.

Que raio de amigo.

A verdade é que cresceram. A vida tinha-os mudado. Demasiado.

Parou perto de um prédio velho meio escondido numa ruela transversal.

E quando ele pensava que Malfoy não podia descer mais baixo, apercebe-se do sítio onde ele morou.

Entrou.

Tinha marcado para dali a 5 minutos, mas sabia que Malfoy armado em estrela iria chegar bem mais tarde. Subiu as escadas calmamente, olhou para o relógio: faltavam 2 minutos.

De repente, ouviu um barulho de vidro a partir. Deu um passo atrás, espreitando por uma porta entreaberta.

Um casal beijava-se fervorosamente. Sorriu, desviou o olhar. Mas algo chamou a sua atenção:

as costas do homem eram claramente reconhecíveis, com aquela altura toda e aquela cor de cabelo só podia ser Malfoy.

Foi então que gelou ao reconhecer a mulher que o beijava com tanta paixão.

Não. Não… não...

Não podia...

Impossível.

Inacreditável.

Fora de contexto.

Hermione?!

Teve de se conter para não gritar. Não queria acreditar no que os seus olhos viam.

Queria desviar o olhar e virar as costas.

Maldição.

Não!

Amaldiçoou-se por não conseguir reagir.

Por ter ficado vidrado no êxtase deles.

Nunca ouvira Hermione suspirar daquela maneira, ou gemer o nome de alguém assim. Merda.

Como é que aquilo teria começado?

Como é que raio ele a encantou?

Ela sempre o odiara.

Com tanto homem no mundo, e nunca imaginou aquela cena.

Viu Malfoy puxar-lhe a blusa, tocando-a directamente na pele morena. Apeteceu-lhe enfeitiçá-lo pelas costas.

Finalmente baixou o olhar.

Virou-se.

Desceu as escadas.

Não queria saber o final...

Agora sim... não tinha remorsos nenhuns.

Poderia continuar calmamente com o seu plano.

Ele ia pagar...

Já tinha razões suficientes para o tramar, para o lixar para o resto da vida e metê-lo em Azkaban.

Mas agora era diferente… agora tinha razões para o matar...

 


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Notas finais do capítulo

sera que exagerei?? lol
rewiews please!!!!!!!!



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